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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Nomadismo e Dandismo


Os últimos anos, em nossos territórios, têm sido uma magnífica vitrine para as espécies mais curiosas de oportunismo. Os gerentes do momento, na empolgação da vitória, exigiam apoio incondicional, jogando com o pavor da aberração tucana e da devastação que ela havia deixado pra trás. E contra a tucanada, a favor da ordem & progresso, os gerentes exigiam “pragmatismo”.
Mais do que qualquer outra, “pragmatismo” se tornou a palavra de ordem do dia, sendo invocada para justificar o aperto de mãos com o coronelismo semi-feudal & o abandono de qualquer projeto de reforma agrária, os acenos para privatizações tímidas ao ponto de precisarem de novos apelidos (concessões!), o etnocentrismo renovado em Belo Monstro, e toda uma série de sintomas familiares, demasiado familiares.
Sejam pragmáticos!”, “Parem de sonhar!”, “Não se pode fazer política sem concessões!”, e toda uma coleção de enunciados do tipo, eram sons que jorravam dos ex-trabalhadores.
Os novos donos do realismo não demoraram em distribuir acusações de lacerdismo, esquerdismo, mania de princípios e outras mais aos poucos que se atreviam a fazer oposição de esquerda ao governismo. A esquerda fomos transformados em cavaleiros morais, nem mais, nem menos, enquanto o pesado fardo de uma “esquerda possível”, que conhece “a vida como ela é”, cabia aos gerentes.
Na “vida como ela é” era preciso aceitar todas as contradições postas na mesa (dos coronéis aos banqueiros, passando pelos herdeiros do ARENA) para promover o maior programa de expansão e consolidação jamais visto deste lado da galáxia.
Aos opositores, restava uma classificação pantanosa: das mil e uma flexibilidades admitidas na hora de negociar a “governabilidade”, nem meia foi usada como medida para os hereges. Aqueles que desafiavam a chefia da casa agora estavam todos com a direita, preto no branco.
O que se não se lembraram de dizer pra si mesmos é que pragmatismo – essa arte de avaliação de uma ação por suas consequências, já que “o único critério de verdade é a prática”! – não é oportunismo, que realismo não é realpolitik, que princípios e programa não são a mesma coisa. E vamos lembrando de que o mesmo grupo que hoje prega o abandono dos princípios em política em nome do oportunismo invocava, não tem muito tempo, o monopólio da moralidade política.
Justificado com uma filosofia da omelete (afinal, se queremos um governo de esquerda é preciso quebrar alguns ovos!), o sacrifício de ações necessárias e da maior parte do antigo programa político do movimento, da reforma agrária à reforma urbana, era condição necessária para a redução da pobreza e a integração social.
As palavras de ordem dos novos publicitários da situação, em todos os níveis de defesa do falso pragmatismo, falam sempre em “redução da pobreza” e “consumo de massas” nos tons mais histéricos que podem.
Um escrito recente, por exemplo, fala no asco da “velha” classe média diante das turbas incluídas no mercado consumidor, que gloriosamente “começaram a fazer turismo, a comer iogurte, beber vinho, fazer escova progressiva ou cirurgia plástica, a comprar carro, computador, tablet, tudo o que agora podem e têm direito”. E se sustentando na mágica da subida do consumo de massas, condena uma suposta pedagogia iluminista a ser aplicada ao povão, finalmente alforriado das mazelas existenciais que o perseguiam.
Belo exemplo da nova casta de publicitários da gerência: o “monstro” popular, massa selvagem e nomádica, criado pelo último ciclo econômico, é a libertação das massas em seus instintos primários e livres, contra o moralismo religioso da antiga classe média, punhado de brancos proto-fascistas.
O que dessa vez esqueceram de dizer pra si mesmos, quando requentam a tática das falsas oposições (pragmatismo X lacerdismo, dessa vez apresentado como massas-nômades X elites-sedentárias), é que popularidade não é sinal de nada além de popularidade. Como não é raro dizer por aí, também os líderes fascistas alcançavam patamares inacreditáveis de aprovação popular. Mais do que isso, a jogada dos publicitários da vez poderia passar quase despercebida: confundimos o povo por vir, como movimento de mobilização e libertação, com o “monstro” que descobre os prazeres do iogurte e do tablet.
Não se trata, jamais, de recusar o acesso das massas aos bens sociais, pelo que já queremos evitar que nos chamem de direitistas de última hora. De modo algum. Só perguntamos se o que queríamos no início era uma sociedade de consumidores, nada mais do que uma sociedade de consumidores.
O delírio que nos querem fazer engolir é o de que consumo de massas e reconstrução social são uma e a mesma coisa. Assim como a eles, o conservadorismo senhorial da classe média nos enoja. Mas também nos enoja o oportunismo desenvolvimentista, que divide lençóis com EBX, Odebrecht, ruralistas e companhia, que sacrificou um programa de ação concreto construído ao longo de uma história de lutas e ruas.
Os publicitários leem, tão de perto quando conseguem, certos pensadores franceses de 68, mas cabe lembrar que o ídolo dos publicitários, Deleuze, não era apenas um gênio da especulação selvagem. Era um gênio da especulação selvagem que até o fim da vida reivindicava a urgência de um pensamento de esquerda, do anticapitalismo, do “devir revolucionário” como acontecimento, que tinha como companheiro de escrita um militante radical vindo do extinto PSU francês.
Aprendem a reproduzir uma boa métrica, imagens barrocas e enunciados libertários – todos eles filhos de uma geração rebelde que pretendeu pensar maio de 68 e a “imaginação no poder” –, e querem fazer com que agora passem a maquiar o “monstro” consumidor.
A libertação da gerência é a expansão da liberdade de consumo a todos, projeto bastante magro pra quem quis atualizar uma real ruptura social. Resta saber se é este o grande ganho civilizatório que justifica a ruptura não com o status quo, mas com todos os movimentos que construíram esse projeto e agora se veem jogados nas sarjetas da história recente, dos órfãos de Pinheirinho aos movimentos camponeses.
A experiência não acabou, e os últimos minutos da prorrogação sugerem que as coisas não vão tão bem assim. O “monstro”, infelizmente, pode ter começado a sugerir a que veio. Sua coroação política mostra bem a maravilha produzida pelos que o amamentaram, acreditando que a integração do corpo social pelo consumo poderia substituir a integração pela expansão do espaço público e dos direitos sociais conquistados.
O suposto nomadismo das massas libertas se monstra cada vez mais como o sonho paradoxal de um dandismo intelectual que no seu romantismo tomou iogurte por moradia, tablet por terra.
Podem ser alegadas suas boas intenções, é verdade. Mas sabemos das estreitas relações que as boas intenções têm mantido com o inferno. O “monstro” são as massas consumidoras, o projeto dos ex-trabalhadores termina em uma sociedade de consumidores, e a nova cabeça do monstro, nascendo ao lado de Lula, não é o PT, é Russomanno.

Oscar Ginsberg
Oscar Ginsberg é um pseudônimo de um pensador tímido com ligações perigosas com os Iluminatti, meu amigo e companheiro de militância.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Elitismos, privilégios e o leite de pera

Parte da academia não leva fé na luta de classes, joga pela janela, ignora finge que não vê. Acha que Marx não presta pra muita coisa, etc. 

Não são poucos, nem estão errados de per si. Eu mesmo não dou muita trela pra Foucault, acho que apesar de ter enormes contribuições, não me responde questões colocadas pela situação do negro no Brasil no período da escravidão, por exemplo, se entendermos este negro como mais que um arquétipo de pessoa, como mais que um objeto distante e assexuado, que não se relaciona com o opressor e mantém relações de reprodução de opressão, por exemplo, com seus "iguais".

Da mesma forma tenho dificuldades de entender a utilização de Marx no plano das micro-relações, no plano da cultura também em alguns momentos e procuro respostas que vêm me agradando  em Thompson, João José Reis, Eduardo Silva, Ginzburg, entre outros. 

O fato é que existem muitos autores que explicam muita coisa sobre o mundo, cada um na sua razão, e muitos leitores que se identificam com cada um de acordo com o tipo de ferramental teórico que cabe em seu plano de pesquisa e discussão. 

Isso é o que torna bacana o mundo da academia e do pensamento, o entendimento que existem mais problemas que respostas no real e se opta (sim, se opta) por um viés de explicação deste real obedecendo a posições ideológicas, culturais, de classe, etc. Essa opção tende a ser política sim, e é clara no discurso inclusive científico dos pesquisadores, cientistas sociais, antropólogos, sociólogos.

Sob o ponto de vista que entendo como o adequado para a explicação do real não abro mão de Marx, é parte fundamental da minha percepção do mundo e parte fundamental de minha noção inclusive da cultura, com a devida vênia a Thompson que introduziu uma nova percepção do Marxismo nesta cabecita que gasta dedos aqui.

Entendo que outros não coloquem nem como cabível a noção de luta de classes, um de meus melhores amigos e pesquisador que muito respeito não leva muita fé neste conceito, outros tantos se colocam como ariscos ao conceito de luta de classes se este for um empecilho para os ganhos imediatos que os mais pobres obtiverem via ação dos governos.

Repito: São opções que não tornam anátema a negação de um conceito ou a opção por uma escola x ou y de explicação do real, isso inclusive faz rico o debate e faz o real ser tão bem explicado seja por Marx, por Foucault, por Levi-Strauss, cada um a seu jeito, cada um com sua ferramenta.

O problema é quando Marx, Engels, Foucault, Freud ou Tonico e Tinoco são usados para refletir, expandir, explicar e embasar falsamente o simples e belo preconceito de classe e cultural. Quando utilizam um discurso proto-acadêmico para justificar que greve é privilégio ou que o feminismo não tem em si a questão de classe é que a situation fica black.

O direito de greve, e de toda categoria, quando é retirado de uma delas por estar de alguma forma não alinhado com o proletariado ou com quem se considera "ter a permissão" de parar de trabalhar pra conquistar melhorias em sua vida é simplesmente entender que a divisão de classes se dá por sua posição social no plano da aparência. Ou seja, se define classe pela origem salarial e não pela posse ou não de meios de controlar economicamente a sociedade ou o sistema.

Considera-se que existem trabalhadores que por ganharem mais são impedidos de buscarem melhorias salariais ou estruturais para seu local de trabalho por não serem miseráveis, ou seja, o sujeito que estudou ao ponto de ser doutor não pode protestar e exigir reposição de um salário que não recebe reajuste há quase dez anos ou estrutura para universidades sucateadas por ser "privilegiado" pelo salário acima do da maioria das pessoas.

A crítica aí feita é pela não hierarquização entre trabalho intelectual e braçal, por exemplo, mas ataca não a estrutura social que se ergue com base nisso, mas a ponta que é o trabalhador que vende sua força de trabalho por um determinado preço e vê este valor não ser reajustado, ou seja, opta-se não por atacar uma base estrutural que hierarquiza o trabalho e oprime, mas um dos alvos da opressão, mesmo que minorada, ou seja, ao invés de atacar a exploração do capital ataca-se o trabalhador.

Esse tipo de lógica é comum em parte da elite que se identifica como "crítica" e "progressista" por tomar posicionamentos liberais com relação a gênero, raça, orientação sexual, mas mal esconde o incômodo quando a posição de classe é ameaçada por algum tipo de comportamento que defina transformação e superação do que diz combater, os tais privilégios.

Por isso também a lógica da greve ser um privilégio para determinados tipos de trabalhadores que não estão expostos à exploração" e por isso não tem razão para lutar contra o sistema, ou seja, a exploração para determinado tipo de pessoas, por ser minorada pela posição social, se extingue e por isso a questão de classe é negada, não por algum viés explicativo do real que tenha abolido a categoria, mas por uma percepção impressionista da ausência de opressão a partir dos privilégios de classe que se tem a disposição.

Por não sofrer toda a gama de opressão que um proletário não qualificado que ganham  salário mínimo sofre, um acadêmico, na visão de certa ala da academia, não é explorado, embora não controle nenhum tipo de meio de produção e  venda sua força de trabalho a preços que não obtém reajustes e sob condições nada suficientes para o exercício de sua função.

Na carona desta visão a mulher de classe média alta por vezes não sofre opressão, fora a sexista, e por ter um trabalho mais "importante" não pode abrir mão do trabalho de mulheres pobres, em geral negras, que "precisam do trabalho" para sobreviver. 

A questão de classe permeia todo o discurso, que pode ganhar aqui e ali um apanhado de autores, seja Foucault, seja Deleuze, seja Levi-Strauss, Freud, o que estiver a mão e justifique o injustificável, que por vezes é também posto como uma "percepção que supera a dicotomia de classes anacrônica defendida por Marx".

Não é um discurso de uma pessoa ou outra, mas é muitas vezes um modus operandi de parte da classe média que ocupa a academia e entende que ações coletivas e políticas diretas não são imprescindíveis diante de mudanças que podem ser feitas no discurso, por exemplo ou em uma nova "perspectiva" diante de classes, etnias, orientação sexual, transgênero ou gênero. 

Esta forma de pensar muitas vezes é menos embasada me diferenças teóricas de pulso (é bom lembrar que parte do discurso de Levi-Strauss por exemplo tinha referência em Marx e que Foucault não uma ou duas vezes foi enfático defensor do conceito de luta de classes, embora discordasse dos marxistas em muito) e mais obedecem a uma postura ou política ou social que combate determinados tipos de ação política, muitas vezes conectada a uma certa aversão à militância, que transcende à acomodação e moderação social ou que enxerga que a estrutura do estado/sociedade não é apenas uma ilusão que pode ser transformada por um enorme abraço na lagoa.

É importante discernir que o discurso elitista é muitas vezes oculto em posturas que parecem acadêmicas e científicas ou de algum tipo de escola de pensamento específica, tentando se esconder no mito da "imparcialidade da ciência" e muitas vezes nas solicitações para que o interlocutor, tido como inepto, leia mais, o que se oculta é a ausência de vinculo entre o que se propõe científico e o que é apenas aquela defesa de privilégio clara e velha de guerra.

Por isso quando alguém atacar a luta de classes como conceito e o direito de greve for chamado de privilégio, pense bem se o autor da colocação com seus rococós, frases e autores não está apenas fazendo defesa de seus próprios privilégios de alguma forma ameaçado por trabalhadores que combatem a exploração pela via da greve. 

Da mesma forma determinadas "ironias" para com marxistas por vezes tem menos ligação com críticas científicas e mais questões partidárias sobrevoando.

O Leite de Pera que habita determinados círculos acadêmicos chama de privilégio o que é luta por considerar que não fica bem gente estudada com pé no chão.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O Ethos Acadêmico e a Classe Média Sofre

Existe um ethos acadêmico.

Sim existe um ethos acadêmico que permeia a esquerda, a direita, o centro e vive dentro de cada um que lá está. Não é difícil entender o porque, dado que toda a sociedade e todos os grupos sociais mantém uma cultura  própria dentro da Cultura-mor que é comum a todos e "gere" comportamentos e percepções do real, conscientes e inconscientes. Todo grupo social mantém uma  cultura que se reflete em jargões, modos de andar, gosto musical, humor e também em participação política.

O Ethos acadêmico, este corpo de formatos que acabam invadindo cada ente que participa da academia, é relacionado diretamente com a lógica científica de construção de verdades e de revelação de verdades, fenômenos, descobertas. A academia quer descobrir o real, não exatamente transformá-lo.

Além disso, existe um eixo meritocrático que hierarquiza os participantes de acordo com uma classificação de valores que inclui inclusive os títulos como eixo de definição de valor do indivíduo. Esse eixo não pega só no sujeito acostumado com essa lógica, que vive em um habitat cultural que permite não só a manutenção desse arcabouço valorativo, mas estimula sua preservação. Esse eixo também persiste e se reproduz em quem se identifica como Esquerda.

E é neste aspecto que a lógica da Esquerda tem um embate direto como Ethos assumido pelo acadêmico, que é impulsionado à transformação no mundo ideológico, mas que abraça a manutenção no âmbito de seu sistema de valores pessoal e de seu grupo.

É ai que o "revolucionário" da Rua humilha um aluno em público por este não entrar inteiramente nos critérios assumidos por ele como definidores do valor do indivíduo. O "revolucionário" da rua é conservador e mantenedor de uma hierarquia rígida no interior do grupo social onde atua, no interior de seu habitat.

É por isso que vemos professores defendendo uma práxis revolucionária em assembleias de partido, sindicato, seminários e palestras e tripudiando de um doutorando em redes sociais ou humilhando um militante que por acaso não seja versado completamente na literatura acadêmica a respeito de algum tema ou fazendo troça de defensores da revolução que por acaso não consigam definir como será o futuro (Até por não serem Mães Dinahs).

Por isso também que o Acadêmico tende a estacionar na defesa de reformas e não avançar muito na lógica revolucionária, por ter como eixo de construção de sua visão do real a dupla função de revelar, descobrir o real, com a de manter a estrutura que o constrói  e localiza no espaço social:  O mérito e a hierarquia.

Ao Ethos Acadêmico a  Revolução é tanto uma ilusão como uma afronta.

Neste aspecto vemos acadêmicos tendo crises de Classe Média Sofre por estarem ofendidos pro um povo que não obedeceu a seu comando títere e cisma em ter valores, gosto musical e fé diferente do que entende como ilustrado. É por isso que a média dos acadêmicos tende a apoiar candidatos e lógicas políticas que trabalhem com a mediação e com os limites e controles à mão, evitando rupturas, é por isso que vemos defensores de uma mudança de perspectiva etnocêntrica sobre grupos sociais ou etnias mantendo uma lógica e perspectiva etnocêntrica para com o que entende como "errado" ou "limitado".

O Ethos Acadêmico é um modo de entender o mundo que se liberta pela capacitação de observação do todo, cativa pela lógica hierarquizada, reformista e arrogante que torna acadêmicos como quase desejosos de um povo diferente do que têm, de uma lógica de comportamento SOCILA, de uma etiqueta social com punhos de renda e cuja percepção do povo foge à ciência mais reles e acaba por ser um apanhado de preconceitos misturados com rococós proto-científicos.

O Ethos acadêmico é fruto ainda da lógica burguesa de entender a sociedade, é um ethos construído não ontem, não anteontem e mantido desde o surgimento das universidades, mantido pelas revoluções burguesas e não combatido internamente pela maioria dos membros da academia.

O Ethos Acadêmico pensa o país e o mundo, mas impõe limites para a participação da construção do mundo e transformação do mundo baseados no entendimento do mérito acadêmico, da visão intelectualizada e formalizada como intelectualizada como visão dominante, ignorando em sua maioria os aspectos locais da construção do real e explicação deste. E mesmo quando não ignora as perspectivas nativas por um lado, as ignora por outro quando  o nativo não é pitoresco.

Precisamos da academia, precisamos da ciência, precisamos dos acadêmicos, pesquisadores, mas precisamos também ir além de retoques no mundo para evitar que as togas pareçam cada vez mais com mantos de nobres e menos com o macacão que se suja na terra pra construir um mundo novo.

Pensar é um ato político, mas precisa também ir além do discurso.