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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dos 18 Brumários e outras histórias

Existem muitas similaridades na história recente do PT e a da Social-Democracia europeia, incluindo o Labour Party. Existe também similaridades entre PT e PSOL, em seu modus operandi e construção de tática e estratégia política e político-eleitoral. Essas semelhanças tendem a parecer uma repetição como farsa de histórias anteriores e suas similaridades podem trazer uma sombra de inexorabilidade nos atos, nas ações políticas, na política de alianças que por sua vez tem muito menos de determinismo histórico do que de manutenção de uma cultura de organização que acaba por repetir-se pela ausência de outras formas entendidas de ação.

As Social-Democracias europeias e o PT não atuam de forma similar na migração de partidos anti-ordem para partidos da ordem porque um lei natural assim determina, mas pelo compartilhamento de tanto métodos de organização partidária quanto de métodos de profissionalização da militância, de quadros e aparelhamento do aparato do estado, sindicatos, movimentos e organizações estudantis. 

Esse modelo de organização tática, com diferenças claras de contexto, conjuntura e particularidades regionais, acabam por afastar o corpo da militância "espontânea", não orgânica, e o militante ideológico, que entende por norte um conjunto de bandeiras e políticas cujo papel de transformação é mais importante que o da manutenção. 

E a questão da oposição entre transformação e manutenção é bastante simples de entender, o partido ao estruturar-se dentro do aparato do estado ou de aparatos sociais que são parte integrante da sociedade atual, e regidos pelo sistema político-ideológico e cultural atual, acabam substituindo o objetivo de transformação e superação do sistema pela redução de danos deste até o momento em que começam a defendê-lo de forma a evitar transformações consideradas radicais, mesmo que dentre elas estejam conquistas que são ainda bandeiras levadas a cabo por liberais quando das revoluções burguesas e abandonadas por estes, recuperadas pela esquerda e de novo abandonadas.

No caso das Sociais-democracias europeias a defesa da austeridade liberal e no caso do PT na defesa de mega-empreendimentos abertamente criticados por ambientalistas, na venda da defesa dos direitos LGBTT e das mulheres, no abandono de limites à aliança partidária e na participação (alguma vezes comandando) e apoio a governos que atuam atacando direitos da população mais pobre.

O preocupante disso tudo é que o espaço de atuação das forças de esquerda acaba reduzido a uma órbita de partidos que paulatinamente se afastam das lutas da esquerda, mantém refém a seu redor militância de esquerda valorosa e duvidosa do papel de alternativa desempenhado por partidos que não estão no círculo vicioso da burocratização, como o PSOL.

O PSOL não assume definitivamente o papel de alternativa à este processo de burocratização do PT exatamente por repetir alguns modelos de organização e de alianças que acabam por levar a dúvidas a quem está desiludido com as movimentações do Partido dos Trabalhadores. 

Ao mesmo tempo que o PSOL é valoroso defensor das bandeiras de esquerda abandonadas pelo PT, seus governos e muitos de seus militantes, atua no plano as alianças mantendo um perigoso desprezo à simbologia da busca do apoio do PV, que inclusive apoiou Serra. 

O PSOL também tem um perigoso domínio interno das figuras e aparatos parlamentares (excelentes parlamentares,é bom ressaltar)  e quadros que representam uma elite partidária muito mais afeita à decisões em petit comitée  do que a decisões coletivas que dependem de processos mais demorados e que envolvam um conjunto de militantes, que por irem além da claque também se tornam valorosos e incansáveis lutadores por participarem de todos os escopos das lutas e bandeiras (E candidaturas) levadas a cabo pelo partido.

A ausência de instâncias orgânicas estabelecidas e funcionais, com uma ampla capilaridade, não é falha, é também uma concepção de partido que estabeleceu um partido parlamentar e com perigosa tendência à burocratização. Isso vem menos pro uma maldade atávica e mais por uma similaridade de organização tática e estratégica, que acaba por criar elementos que parecem leis deterministas e  naturais. De tanto repetir uma mesma forma de "cortar uma madeira" cria-se um modus operandi que acaba por empiricamente reproduzir resultados similares.

Em um momento onde Lula rifa sua figura histórica ao ostentar o apoio de Maluf a Haddad em SP, onde a militância de esquerda entristece-se de ver o PT se transformar e mais que um partido da ordem, mas em um igual ao que combateu-se por anos e a candidatura Marcelo Freixo se liga a uma recuperação da esperança de uma luta aberta contra o sistema e que contenha o novo, o entusiasmo e a coragem para mudar o Estado, o sistema e a cultura do país, é fundamental termos em mente a reflexão sobre o que se quer e se fará  da forma-partido para que ela antes de tornar-se assassina de esperanças, se torne um catalisador das mesmas.

É neste quadro que é preciso e possível buscar mudanças que não torne a história da esquerda uma espécie de trabalho de sísifo sustentado em eternos 18 brumários.

PS: Não inclui Marina Silva ai, mas devia.. a lógica que gira em torno de seu modus operandi político-partidário não é muito diferente, e isso merecia uma análise mais acurada.  Vejamos se futuramente sai.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Estratégica indignação

A indignação contra as ADIN impetradas pelo DEM contra a demarcação de terras Quilombolas e contras as cotas raciais para as universidades é saudabilíssima. 

Essa indignação precisa sim de braços, almas, vozes para ecoar e ser um mar de nãos a este partido racista, conservador, machista, homofóbico e cadinho do mais podre da alma política Brasileira.

Só que indignação nenhuma deve e pode parar no combate político eleitoral, focado, míope e por vezes, não poucas, torpe, que é infelizmente mato nesses dias de Blogosfera Oficial, manipuladora, militante e profissional.

Bater no DEM é mais mole que querer tomar cachaça de graça na Lapa depois de meia noite, ir contra TODA manifestação contrária aos movimentos populares em todo o país e sob TODO E QUALQUER GOVERNO, é que são elas.

A honestidade política não é artigo fácil hoje em dia, e não estou falando de não roubar, condição sinequanon, mas de não sapatear na cara da inteligencia da nação.

A desonestidade intelectual e política não é monopólio de ninguém, de nenhum partido: Está nos ensolarados que tem senador elogiando Demóstenes Torres; Nos Verdes que brincam com a inteligência alheia considerando artigos sobre trabalho de base como defensores de "teocracias" e usando morte de gays como ferramenta de combate desonesto ao Governo Lula/Dilma usando estatísticas vindas de políticas implementadas pelo mesmo governo; Nos independentes e Vermelhos Governistas, Azuis Tucanos,etc..

Não se pode, no entanto, negar que a rapaziada estrelada zoa, tá de sacanagem, quando pula vinte metros pra bater nos tucanos no caso Pinheirinho ou no DEM nas ADIN, mas some miudinho quando o caso dos Quilombolas do Recôncavo ou dos Pataxó do Sul da Bahia ou das cagadas de Belo Monte, vêm à tona.

Sei que na hora do pau precisamos de todos os braços, todas as vozes, mas me fode muito a paciência, sem perdão do mau uso da palavra, o oportunismo canalha e me aproveito do álibi dos tantos dedos e perdigotos infantilóides advindos da massa Governóide ao atacar todos como "radicais nefelibatas", para apontar sim o volumoso dedo pra isso, para esse oportunismo safado.

Vamos democratizar a indignação, vamos ser mais honestos e realmente atuar para a mudança do mundo, independente de que partido ou grupo esteja no governo, porque indignação estratégica pra mim é putaria e revela canalhas.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Não vamo deixar ninguém chegar com sacanagem

Após um breve interregno de uma tristeza broxa, uma frescurinha nervosa, um chilique enrustido, eis que volta o batente aquele esperançoso, otimista ogro que vosotros conhecem.

Gonzaguinhando em plena segunda-feira e achando muito bom sacudir a poeira e imbalançar, como aconselhava o poeta em "Agalope" do disco "Coisa mais maior de Grande: Pessoa" .

Para o retorno do ogro concorreram pequenas pitadas de Borboletras nos olhos, noções de Caipiragem malasarteana do Violeiro de Lorena, Ogrices pelotenses beudas, um Toque galináceo belorizontino, Lilesquices Novalimenses e por fim, Serpenteios da Liga de Bueno.

E como já tô com um pé nessa estrada, qualquer dia a gente se vê, mas enquanto isso o discurso do rei, ops, da rainha, decretando fantasias, e que causou mais um da série de desenganos diários que saíram no xixi,  foi percebido como clara resposta aos bardos acadêmicos da ordem verde, cuja perspectiva por vezes passeia no perigoso terreno da oportunidade e receberam um troco nada leve, truculento até, mas no mesmo nível de redução de papéis. Coisas da política nacional e de sua lógica de conflitos de conquistas de reputação.

Pensei até em escrever sobre isso sob o ponto de vista do octágono MMA, mas achei sacanagem com o esporte.

Aproveitando que estou aqui para bater palmas para maluco dançar e ainda entendo que a política pode ser mais do que uma coisa séria feita com os punhos verbais sem ser a nobre arte, não poderia deixar de  pedir à banda para tocar um dobrado enquanto voltamos ao picadeiro para elogiar novamente as ações de esculacho público aos torturadores, como arma sim de pressão e de resposta diante de agressões diárias, de negação do estado de lidar com o problema e buscar de alguma forma a resolução. Comparar isso a linchamento, sorry, não dá, vamos contextualizar inclusive o histórico das ações, o motivo delas existirem em toda a América latina, etc... 

Ah, vão fazer isso com os militantes de esquerda? Jura? Já o fazem, sempre fizeram, até com quem começou depois da ditadura, não notaram? Menos legalismos, por favor.

Na mui leal um ex-jornal em atividade diz que o Emir do Paesquistão é um excelente funcionário público porque voltou pra trabalhar quando podia esticar em Paris e dá ideia pros funças que não podem ir além da Praça Paris e que ralam todo dia para, sei lá, evitar darem uma esticada num churras em Bangu na segunda-feira pré-feriadão, já que fazer sua obrigação qualifica o sujeito como bom profissional.

Do lado ensolarado do espectro político partidário há um sopro de frescor na candidatura dos Marcelos para a prefeitura, que ajuda aos eleitores como eu, que tavam com nojinho das eleições no Paesquistão, a terem candidato. Há também um sopro de negror com a atuação fedorenta do Senador Randolfe no caso DEMóstenes Cachoeira. 

Pô Senador a gente sabe que a luta política é dura, a gente perdeu, mas não esculacha,viu?

E assim se desenha o quadro da mesmice da política cotidiana onde aqui e ali aparecem sinais legalzinhos de que podemos sair do rame rame da luta do bem contra o mal, do moralismo versus o "Vamo comê", da geladeira versus o mato e do museu novidades estranhas pregadas como peça nos doutorados e feitas verdades mezzo embusteiras sob o pano Ecocarola do novo Circo "republicano".

Aqui e ali esculachos, minas pirando na biscatagi, acadêmicos que vão de trem, descendentes de escravos desescravizando no rap (tá ligado?), e funks da periferia vão dando cor às ruas por onde o ogro passa. Por isso o verso do poeta filho de Gonzagão torna-se fundamental: "Não vamo deixar ninguém atrapalhar a nossa passagem. Não vamo deixar ninguém chegar com sacanagem!".

E quarta tem Flu x Boca, nada é mais importante.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

E agora militante?


Nessa segunda-feira chuvosa onde Marcelo Freixo foi pras oropa porque o Estado do Rio de Janeiro é totalmente vinculado ao poder  das milícias via seu Governador e seu prefeito omissos, recebo singela homenagem e comparação do Poema "José" de Carlos Drummond de Andrade com minha opção política pública de sair do PSOL. Ambos, o poema e minha opção política, foram reduzidas ao equivalente ao último verso do primeiro: "José, para onde?"

Tudo o que escrevo aqui e nas redes sociais me parecem deixar claro que trajetória política não é bolinho, não é um reduzir do mundo ao mais simples, na é o tal "Pragmatismo" da ausência e nem a miopia da venda. 

Política, suas opções , preços e caminhos são uma complexa rede que envolve o mundo pessoal, o cientifico, o artístico, as opões de vida, as lógicas de participação que por acaso em algumas vezes podem se encaixar de forma permanente e perfeita em um partido ou pode ser mais amplo, muito mais amplo, do que as organizações.

Se fazer Política fosse apenas perguntar-se "Para onde?" o "Porque?" seria demitido.

Fazer política, e chega a ser ofensivo um militante não saber isso, é mais do que votar em assembléia, do que ir na panfletagem ou fazer abaixo assinado. Fazer política é algo que se faz no trabalho,nas relações sociais, na ciência, no sexo, no lavar a louça, na sala de aula,como aluno e como professor.

A postura política de alguém é coisa séria, inclusive para ser questionada. Reduzir um poema a seu último verso e um questionamento à política que um indivíduo toma como "Para onde?" como se fora de algum partido rotulo ou escolha coletiva o sujeito fosse um nada é ofensa das grossas. 

E é bacana e cômodo entender uma critica direta totalmente fora de um contexto como "normal" e se o alvo da crítica rebaixada cansar dela e passar a ignorar o crítico ser "autoritário". Confunde-se muito o direito do tacar pedra como "liberdade de opinião" e o reclame do atingido ser "autoritarismo".

A idéia de que não ser de partido, e criticá-los, ser uma ofensa pessoal não é algo isolado de efeitos maiores, a idéia de você não achar bacana uma linha de comportamento e expor isso ser uma ofensa é mato.

Pode-se pegar um poema inteiro de Drummond e reduzí-lo a "Para onde?" para criticar a idéia de sair de um partido, tornando-o o partido  única forma de militância possível. Foda-se se é uma homenagem ao artista, se é um desabafo a respeito do mundo, foda-se, se quer criticar.

Deve ser muito difícil  pra muitas pessoas se verem mais úteis fora de um partido e suas escolhas coletivas que vão pro lado contrário à noção mais básica  de honra na atuação, de construção de alternativa política, mas pra mim não.

A mim é ofensa à honra o rodo,o golpe, à percepção imbecil de uma hierarquização político-intelectual; É uma ofensa moral tratar a corrupção como eixo que fundamenta o todo das ações políticas ao contrário de uma ação que privilegie debates sobre educação, saúde, segurança; É uma ofensa politica ignorarem o quanto é imbecil e arrogante "educar as massas", "levar consciência à classe trabalhadora" e o quanto é dogmático achar que fora do partido não há nada.

Há muito...  Há mares, há campos, há cidades, há escolas,há poemas que dizem mais do que "Para onde?", que dizem que "O mar secou,  quer ir para Minas, Minas não há mais, e agora?".

"E agora?" a pergunta fundamental... Como diria Lênin, "O que fazer?". Há muito o que fazer e que sorte Lênin nunca tenha escrito o "Onde?" , porque seria pior a noção de que sem partido nada há. 

Para o espanto dos que se perdem na militância cega,  há sim muito o que fazer, e este muito  se faz em muitas coisas, formas e espaços. O partido é um deles e não, o PSOL, para mim, não é uma alternativa, nem mesmo um partido.

O PSOL deixou de ser alternativa ao optar por uma política de filiação que ignora o militante da base para colocar nomes como Periquito, Bassumas, Paulo Pinheiro, que se não foram barrados por verdadeiras rebeliões de base estão ai nas executivas estaduais. e mesmo os barrados assombram o dia a dia do cara que rala pra construir o partido.

O PSOL deixou de ser alternativa quando após seu candidato  ao Governo do Estado do Rio de Janeiro chamar o concorrente de "Ex-Gabeira" ter a aliança com o mesmo PV desta figura pública discutida no partido com grandes chances de ser vitoriosa.

Depois dessa e cansado desse trabalho de sísifo que é militar  no PSOL, de dar murros em pontas de faca e com uma crítica antiga à forma-partido como um todo,desde 2002 mais ou menos, sendo algo mais que presente em meu dia a dia,tomei a liberdade de dar um volumoso bico no pau da barraca e ir cuidar de minha vida com uma atuação que me causasse menso desgosto,sofrimento e malabarismo pra acomodar o historiador, o aluno e  o professor em algo que a meu ver é um solene monolito de incompetência e disparidade com o básico do que é de conhecimento publico nas ciências sociais. 

Em suma? de saco cheio de nego que viaja em modelos de realidade bem distantes do dia a dia e por isso jamais são alternativa ao que o PT faz, fui ser feliz dando aula e ensinando nego a usar a cuca.

"E agora?". Agora tem aulas a serem preparadas, ruas a serem discutidas com vizinhos, trabalhos comunitários com anarquistas a serem feitos, estudos a serem escritos.  Há mais mundo do que supõe o partido. Quem não sabe disso é parte do problema e não da solução.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Palavras, Palavras

Uma das coisas boas de militar é o sentimento  de pertencimento, de mudança, de ação para a tal transformação do  mundo. Um dos problemas da militância é  envolvimento que acaba por cegar, que  acaba por esquecer que há mais elementos  que o manual não prevê na coisinha mundo e que nem todo mundo tá nessa no entendimento da  mudança e da transformação como desejo e dever humano de dar-se ao mundo social como ator protagonista da história. Tem uma rapaziada que quer fazer carreira, quer ir pra Roliúde. E nem é problema isso, viver de política é tão legítimo quanto viver de sexo, de fazer pão ou de balconista de farmácia.

O mundo exige posturas e a tal realidade cobra-as, e cobra-as com uma percepção da tal coerência e isso é fundamental pra qualquer Juarez da vida saber e viver no dia a dia. Em caso de política a tal coerência  é o tal  fio de bigode que se transformou, pela mudança da tal tradição inventada de cada dia, em algo que podemos chamar de honra à "calça que veste", de não deixar o interlocutor "vendido", de saber que se não sabe brincar não brinca, ou na visão pleiba, não desce pro play.

No contexto atual da esquerda e de minha vida rolou uma crise no relacionamento entre o Militante, o Carioca e o Historiador. Os dois últimos tavam de saco cheio com o tempo perdido pelo Militante em causas que estavam nítidas que não rimavam lé com cré com a teoria do Historiador e mais ainda, ofendiam solenemente o tal orgulho do raivento Carioca que "não tem otário escrito na testa".

O Marxismo do Militante era de tal forma "adaptado' que fazia o historiador ficar puto com as acrobacias teóricas pra fazer o que este estuda caber no que o militante tinha de aceitar e defender como Marxismo em Partidos e causas. O Carioca ficava puto quando ouvia que tinham de levar "Consciência à classe trabalhadora" imaginando se ele tava maluco e o Rio tinha sido ocupado por zumbis do Romero e só ele não via. 

Nesse ínterim rolou uma reunião pra arrumar o esquizofrênico e quizumbeiro Ego e tudo deu certo na transformação do militante em serviçal dos demais. Assim o Gilson saiu dessa entendendo melhor a consciência da relação política das  rapaziadas chamadas por vezes de "classes trabalhadoras" por gente que mal a  entende ao ponto de chamá-las de "sem consciência". Saiu dessa pela leitura e a velha e boa empatia da discussão ,que vem depois da zoação clássica de um torcedor de time A sobre o do time B, ao entendimento de como é consciente e clara a relação da troca de voto por cimento, e como se dão as relações entre poderes, lideranças nas favelas, bairros,etc...

Nessa brincadeira chega a ser hilário chamar de "sem consciência" quem sabe exatamente como se dá sua relação de troca, invariavelmente existente em toda forma de relação de poder. E quem acha que tem consciência vive embananado em teorias pra justificar o injustificável  troca-troca cujo resultado palpável  ao ser dito tem menor chance de justificativa do que a laje construída pelo cimento trocado por voto.

Porque quem troca voto por cimento pra fazer sua laje tem menos consciência do quem apoia a troca de "Capital Político Diferenciado" pelo cálculo eleitoral imediato? O primeiro tem o cálculo claro da construção de sua laje, o segundo tem o calculo eleitoral volátil cuja unica segurança é a necessidade de justificar isso pro teor de seu programa político caber na manobra.

O Seu Juca quando troca seu voto por cimento sabe  que vai levar, sabe que o político nem sempre é seu aliado. Embora pela via das relações de parentesco e proximidade, até vizinhança, é mais fácil este político ser seu aliado do que o mauriçola "levador de consciência" que chega de vez em quando e nem uma quadra pras crianças faz.

O que ganha o PSOL quando troca seu capital político de "alternativa de esquerda" pelo voto e eleição de vereadores com aliança com o PV? Algo menor do que ganharia se se construísse como Partido, ganhasse lá na frente o status de alternativa e conquistasse cadeiras de vereadores com solidez e com uma política definida. Assim fez o... PT. O PT fez isso e depois fez suas alianças pragmáticas pra conquista do poder e ai está ele fazendo das suas com criticas e elogios aplicáveis aqui e ali, mas deixando como herança um capital político que ainda o mantém como topo da cadeia alimentar das opções da esquerda. Já o PSOL preferiu pegar e cortar a curva e tentar a malandragem do atalho. Só que não tem consciência que o seu Juca tem que em política não tem atalho.

O Seu Juca sabe o preço que vai pagar pelo cimento, inclusive público, pelo tribunal das ruas, da boca, da padaria, do boteco. O PT pagou e paga seus preços indo de "queridinho da América" a "Bandido Oficial". Terá consciência o PSOL do preço de uma aliança com o PV? Terão consciência seus militantes que a filiação do Paulo Pinheiro foi a cabecinha pra entrar a aliança e a perda que isso fará no Partido? Se não tem, terão quando ocorrer. 

Os organizadores e teóricos da aliança, que são Milton temer, Chico Alencar, Marcelo Freixo,  Janira Rocha, Jean Willys, entre outros, tem consciência e sabem quanto pagarão e quanto receberão  (não preciso dizer que isso é em capital político, não em grana,né?).  Se os militantes acham bom eu não sei, mas se acham devo lembrar que o nome Benedita da Silva tem algum sentido nessa trama e quando a beneditização ocorreu, no PT, atingiu exatamente quem urdiu agora seu retorno como farsa no PSOL.  

Não é interessante que quem sofreu com a Beneditização do PT a repita agora no PSOL? Será que a ideia pra eles era não construir uma alternativa ao PT, mas uma maquina própria que havia perdido no PT? Terão eles consciência? Seu Juca tem.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Só Falta apoiar Sarney

Nesta semana de isolamento virtual devido à mudança de operadora da Net pra OI, e sofrendo a ruindade dos serviços de ambas, notei nas idas e vindas das lans houses e casas da familia pra consulta diária aos e-mails e twitteres que rolou a possibilidade de filiação de Fred Kohler e Paulo Pinheiro ao PSOL.

Bem, o que  posso dizer é que a filiação de Fred Kholer chegou mesmo a  ser cogitada e por isso teve uma movimentação de militantes que rechaçaram veementemente a possibilidade pressionando a Direção Estadual a negar.

 Não sei quem teve essa péssima idéia, que grupo ou pessoa, mas parece que ela não é isolada, dado que já ocorre  a sugestão de filiação do Vereador Paulo Pinheiro, atual PPS, ao PSOL, que levou ao Campo Debate Socialista a se movimentar pressionando para que não ocorra tal barbaridade, dadas as notórias ligações do Vereador com o Ex-Prefeito César Maia e Fernando Gabeira, que possuem biografia auto-explicativa, sendo que o primeiro de uma auto-explicação eloquente e o segundo que acha que o Rio precisa de um "choque de capitalismo" como se não bastasse os constantes choques e rechoques de capitalismo. Fico pensando o que um sujeito que apoia um candidato a Prefeito e Governador que acha que a cidade e o estado precisa de "choque de capitalismo"  faria num partido socialista.

Não conheço pessoalmente os sujeitos supracitados, nem acho que precise conhecê-los, podem ser pessoas honestas e maravilhosas, mas politicamente representam algo que acredito que o PSOL seja o exemplo inverso e oposicionista ad infinutum que é a política voltada para o capital.

A cogitação das filiações demonstra que existe uma parcela do PSOL que não liga muito pra determinados detalhes diante da necessidade de se comportar com construtora apenas da meta eleitoreira para o partido, que já carece de democracia interna e instancias que construam um partido digno do nome, como o visto nos casos dos "debates abertos" sobre a candidatura de Marcelo Freixo que coloquei aqui mesmo neste blog.  

O PSOL já sofre com uma quase desmobilização forçada de sua militância com a destruição de sua capacidade decisória por conta das lamentáveis medidas de desconstrução de suas instâncias e manutenção de uma espécie de colegiado de tendencias internas como "instâncias" não oficiais e substitutivas dos núcleos e plenárias como forma de construção de democracia interna e tomada de decisões de baixo pra cima. O partido tem na manutenção de uma inversão de valores completa, cujas decisões ao invés de saírem de baixo pra cima, saem da executiva para a direção e dai por diante pro endosso dos núcleos e plenárias.  

O que ainda dá liga e mantém muita gente ainda participante é a qualidade de nossos parlamentares, como Freixo, Janira, Eliomar, Chico, Ivan, e o que  fazem? Convidam gente que foi ligada a PMDB de Garotinho, PDT, ex-PPS pra se filiar? pra que isso? Quem teve a idéia Genial?  É tudo pra conseguir voto, é pra isso que o partido existe? As lutas do povo de Macaé e Rio das Ostras, a luta dos cariocas isso tudo que se dane?

Com todo o respeito à nossa "cúpula" , mas o grau de burocratização avança a largos passos pra construir um partido igualzinho aos outros, o partido parece querer parar de ser necessário e ser cada vez mais comum e isso em um momento onde crescem mundialmente as movimentações por uma política de rua, construída dando respostas a demandas crescentes de mudanças onde os Paulos Pinheiros não se encaixam. Filiar Fred Kholer poderia destruir o que o PSOL Serramar construiu.

Depois da imensa batalha que envolveu a cogitação do apoio à candidatura Marina e que levou à candidatura de Plinio de Arruda Sampaio a nos dar um vento de formação e  atração de jovens para a luta socialista há ainda a insistência nesse eleitoralismo suicida? O PSOL só aprenderá quando acabar?

Não sei o que essa gente tem na cabeça, mas parece que a sede por um escritório começa a nos tornar iguais ao PT que muitos discursos adoram criticar, só falta apoiar Sarney. Quando o PSOL tenta filiar Paulo Pinheiro acho que esquece o significaod do S, que é de socialismo .

PS: A Filiação de Paulo Pinheiro foi aprovada pela executiva do Partido no Rio de Janeiro por 7 votos a 2. Parabéns Executiva, tão conseguindo virar um sub-PV.

terça-feira, 24 de maio de 2011

O código desflorestal é questão estratégica

Não há possibilidade de sequer de perto elogiar alguma coisa na aprovação do código desflorestal, esse filho bizarro do código florestal que torna a legislação de proteção às florestas uma piada de mau gosto ao gosto do ComunAgronegócio neo-desenvolvimentista.

O neologismo aqui tem a função de facilitar a compreensão dos patrocinadores e executores do verdadeiro estupro da legislação de proteção da floresta e por isso a curtissimo prazo assassinos do meio ambiente. quem votou contra o estupro foram o surpreendente PV, que recentemente em sua defesa do choque de capitalismo e cumplicidade com os Tucanos do DEMSDB jamais daria margem à qualquer desconfiança de sua postura na votação de hoje, e o pequeno PSOL, que ainda foi atacado pela imbecil claque Governista Petista como irrelevante, como se isso não fosse trágico diante do desmoronamento de qualquer viés de esquerda do ex-Partido dos trabalhadores.

Mas culpar o ComunAgronegócio neo-desenvolvimentista não pode ser feito sem a citação do Ex-Partido dos Trabalhadores como cúmplice deste assassinio e de qualquer morte que vier a acontecer diante do aumento do desmate e do bundalelê festivo de destruição das florestas em beira de rio e encostas. O ComunAgronegócio neo-desenvolvimentista é culpado, mas o PT e seu governo idem, por fazerem parte da sustentação deste código destrutivo em troca de muitas coisas que não ajudarão a engolir mais uma cagada, mais uma destruição, mais uma bandeira incendiada.

Tá na hora de parar de palhaçada, tá na hora de parar de passar a mão na cabeça de cada filiado ao Partido dos Trabalhadores, mesmo os mais cheirosos e de bom coração, diante de a cada dia mais um ato de desmonte de qualquer esperança. Se até notas de 3 reais como o PV, nas palavras da claque imbecilóide, votou no certo, no de acordo, no justo e no direito, que é negar essa legislação estuprada, como o fodão Ex-Partido dos Trabalhadores e seu "progressismo" não foi além  e barrou esta votação escrota, ao menos sutentando uma oposição a ela com sua grande bancada, ao menos vendendo caro as mudanças? Fora uma pequena parte da bancada o grosso da base do Ex-PT votou a favor do código enrabado, estuprado e a favor do agronegócio, a maioria votou a favor e ainda teve a imensa cara de pau de vir a público dizendo que via mudar no Senado, logo no senado, e caso contrário a Dilma, conhecida por operar trator e fuder qualquer resistencia "ambientalista" aos empreendimentos "desenvolvimentista" de seu progresso devastador, vetará.

Cansa, gente! Nego não é idiota. Mas pra que discursar contra o Ex-PT Já que o que sobra é a irrelevancia de qualquer ideário de esquerda e que toda alternativa pode ser desprezada em nome da manutenção da máquina governamental, mesmo que ela sirva aos senhores que o Ex-PT diz combater, né não?

O código desflorestal é questão estratégica, é parte de uma percepção de mundo e de transformação política cuja margem de manobra sequer chega perto de um ideário de esquerda. Não há questão tática aí, não é uma manobra pra ampliar uma reestruturação do estado, uma mudança de paradigma político economico, uma superação do capital. O que é é a criação de meios de manutenção de uma política de crescimento da economia que permita no máximo a manutenção de programas de compensação economica à base da sociedade, e isso se não atrapalhar o pagamento da dívida.  O código desflorestal é parte de uma tática sim, de uma tática de manutenção de um modelo de desenvolvimento do capital, ou seja, é parte da estratégia de transformação do Brasil não em um país igualitário, mas em um país capitalista protagonista. O Horizonte é dar as migalhas desta transformação ao povo e não torná-lo protagonista do processo.

A irrelevancia da resistência do PSOL, essa minoria que ainda tenta de forma aguerrida resistir é comemorada pelos Petistas que hoje ainda mantém a cara de pau de defender sue partido e governo por mais um ato de escrotidão. Enquanto isso o que avança é o "progressismo" do trator.E a conta vai ficando mais cara, mas ela vai ser cobrada, isso vai.