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sábado, 8 de outubro de 2011

Quem serão os Intelectuais do pós-lulismo?


Maravilhado pelo Artigo "Os intelectuais no pós-lulismo" encasquetei com um ponto: O Pro-Uni e as cotas nas universidades públicas.

Os pontos de cultura fazem o surgir do intelectual orgânico? tá,pode ser,mas este tende a ser desprezado pela "tenda dos milagres" dos Especialistas. Este tende a ser ignorado, a não ser em casos especiais ou em grandes feitos.

Os caras que estão na universidade via programas levados a cabo pelo governo tendem a ser simpáticos a ele e, querendo ou não professores mais ou menos alinhados à  critica da mídia (que na minha experiencia pessoal são poucos, mas existem), lerão aqui e ali intelectuais que independente de serem de direita ou esquerda  ajudam com novas ferramentas ao pensar. Isso tem mais impacto em áreas como História, Comunicação, Pedagogia, do que em Administração e Engenharia,mas terá impacto. ninguém lê Thompson e Burke impunemente, Levi -Strauss, Umberto Eco, idem.  E negozinho sai do "lumpem" pra ter contato com isso e passa a ter ferramentas pro pensar o real, e vai usar a ferramenta e assim surgem intelectuais.

O 1% , numa perspectiva pessimista, que sair dali com este impacto fará uma diferença enorme e terá mais chances de ser ouvido porque passou pelos critérios meritocráticos da "Intelectualidade amestrada", não vai ser facilmente desqualificado. E mesmo que seja ignorado pela mídia, são formados 1% anualmente em ao menos 5 anos pra cá. A Evasão é alta? é, mas mesmo assim é menor do que era antes, porque o cabra conseguiu chegar ali e se agarra  com unhas e dentes. Então há uma geração de gente que começará a produzir conhecimento vindos de uma outra ótica, de um outro parâmetro social de percepção cultural. 

Essa rapaziada pode ser conservadora, mas se o for será de outra forma onde o elitismo, se houver, não será igual ao clássico. Notadamente se houver o elitismo ele o será paradoxal e talvez combatido pela mesma comunidade do qual o cara saiu,e sabemos que não é exatamente fácil sair de uma comunidade e ir pra um outra comunidade, especialmente uma "mais branca", ou seja,a  tendência é o cara não ir de encontro ao que ele chama de casa..

Então o que defendo é que estão sendo construídos intelectuais que pensarão o Brasil a partir de uma perspectiva pessoal de mudança via Governo Lula. Estes são os intelectuais do pós-lulismo.

A perspectiva do pós-lulismo vai além do que acreditamos ser certo ou errado em seu governo e vai além dos "planos" seja da mídia ou do governo e seus apoiadores.  Idelber aponta um questionamento perfeito e coloca algumas questões sob o ponto de vista de tentar perceber o que a intelectualidade já em ação fará, pensará ou agirá. Entendo que numa perspectiva de "pós-lulismo" temos de pensar na intelectualidade formada por ele, sob suas políticas e sob a lógica do debate político levado a cabo durante esta era.

O impacto da entrada de mais gente nas universidades muda a própria lógica da formação "técnica" dos cursos formados sob este ponto de vista. A formação de professores, por exemplo, como é feita? que professores gerarão?  O que eles lêem? E os universitários que foram mais longe e inundarem mestrados e doutorados, que produção terão? como ela influenciará o pensamento dos próximos?

Independente de classificações ideológicas cabíveis ou não sobre o governo a realidade produzirá um quadro a ser lido e analisado, e esta realidade terá um impacto, como já tem e foi exemplificado pelo Idelber ao citar os pontos de cultura, sobre a intelectualidade não só para a intelectualidade que já está  na ativa, mas na própria cara do que será a intelectualidade em um futuro próximo.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Quando a torcida é mais que organizada...

A iniciativa de Marcos Alvito junto com outros militantes de criar a Associação Nacional de Torcedores é um belo dia de sol no nublado mundo onde a "política séria" se faz fora dos estádios ou quando fala se futebol se veste de Eurico Miranda ou Ricardo Teixeira. Com manifestações ocorridas em dois clássicos cariocas(Clássico Vovô e Fla x Vasco) a Associação ganha o apoio de diversos militantes do Futebol e da esquerda Brasileira ou adeptos progressistas da organização do Futebol com povo e com menos frescurinhas elitistas. 

Em um mundo onde Torcida Organizada é um grupo que oscila entre festivo e violento, com um grande campo aberto pra aproximação de ideologias nem sempre amigas da democracia, o surgimento de uma Organização de Torcedores, no sentido de organicidade, que vai além da luta por melhoria na venda de ingresssos e por derrubada de técnicos abre espaço para a inclusão do Futebol como um campo de luta pra a esquerda, principalmente a socialista. Afinal socialista curte bola, pô!

Os movimentos de cidadania clubística não incluíam entre suas discussões o papel do Futebol como parte da vida social do País, parte de sua história e cultura, e não disputavam a política para além dos clubes e contra políticas que incluem um futebol espetáculo, entretenimento e menos humano, que exclui os pobres e as gerais dos estádios e da vida dos clubes.

A associação permite que discutamos politicamente tanto a política de futebol no Brasil e no mundo, o chamado "Futebol Moderno" quanto os eventos esportivos e seu impacto na vida da cidade, sejam as Olimpíadas ou a Copa do Mundo, coisas que abraçam a modernidade ,"mãe do Futebol", em seu aspecto excludente, ecoando os apoios à moderna urbanização do Rio de Janeiro no início do século XX, que criou cordões de exclusão da pobreza das áreas ricas.

A mesma modernidade do Pereira Pssos, hoje emulada no "moderno" Pereira Paes, é a modernidade do Futebol Entretenimento que cria "Arenas", anfiteatros de elite, que exclui o Torcedor da Geral e precisa de promoções pra ter povo no estádio.

A boa notícia da Associação é que com ela podemos ter armas que unem amor, ideologia e ação, ao invés de conversas sobre um mercado que torna o torcedor um consumidor de Pay per views.

Militancia e apoiadores

A polemica atual é o da militância paga, da qual o PT foi acusado pelo Vampiro Serra, o mentiroso. Claro que foi uma provocação, baseado na acusação de mercenários, de milícia armada, mas há uma questão nisso que pode e deve ser discutido, o aumento do uso de elementos pagos nas campanhas do PT nas grandes cidades.

A militância do PT existe, é óbvio, é o maior partido de centro-esquerda do Brasil e acredito que tenha um milhão de filiados e se deste milhão metade for de militantes diários é muita coisa. Juntos dos partidos da esquerda radical, que possuem aguerrida militância, não devem chegar a esta metade e de filiados.A questão é que começa no Rio e em São Paulo e acredito que na maioria das cidades do Brasil o uso pelo PT de funcionários de campanha, e isso aponta pra um problema.

O problema o uso de funcionários (Uso este termo pra diferenciá-los de militantes alertado pela @maria_fro) é que isto informa que o número de participantes diretos da campanha, organizados, orgânicos, reduziu-se e foi preciso a contratação de mão de obra para substitui-los. Não se discute aqui popularidade ou mesmo questões político-morais a respeito do certo ou errado desta utilização, mas a perda de atores cotidianos nos partidos.

A popularidade do PT e do governo que lidera é enorme, é óbvio e constatado, e ainda possui ex-filiados, simpatizantes e apoiadores diretos que se mobilizam em momentos necessários, mas estes atores não participam full time da vida do partido, em alguns momentos, mesmo numa campanha polarizada como essa, nem mesmo podem ou possuem estímulo de participar diretamente da campanha, levando ao partido em algumas cidades a usar funcionários temporários. O problema disso não está na acusação imbecil de formação de milícia, mas na percepção da redução de participação diária no partido, com o aumento da influencia dos setores burocratizados.
O apoio eleitoral não se traduz na participação orgânica, então o discurso de "Esquerda" a respeito do governo fica solto em retórica, pois a influencia direta na cosntuçõ do partido, guinando-o, à esquerda não acontece ou se busca acontecer pela redução da política à questão do apoio e da participação "na campanha". Assim o apoio ao governo e ao partido fica assim, na superfície do discurso, ele não se traduz na disputa por diretórios, por programa, por influencia em governos,mandatos, etc.

A militância valorosa, e nervosa, do PT, tá aínda ai, menor, como a de todos os partidos de esquerda, mas ainda aí, o problema é que fora da burocracia ela é composta cada vez mais de gente que apoia, mas não está disputando  o partido e construindo-o, e essa gente é a que hoje pode dar sentido ao discurso que faz do PT uma opção real de esquerda e não a saída melhorzinha.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Em tempos de Canalhização: Responsabilidade!

 No meio da campanha política,mais que ânimos se acirram. A vida inteira de acompanhamentos, lógicas, amores e lembranças de um tempo onde lutar por seu direito era um defeito que mata, como diria Gonzaguinha, vão mais longe do que meras afirmações soltas em Twitteres, Ruas, Blogs ou bares. 

 A oposição ao Governo Lula, e por vezes ao PT mesmo, alimenta em alguns momentos vontades de mordidas nas jugulares dos interlocutores e outras cositas mais que muitas vezes o diálogo político causa em estômagos mais ou menos sensíveis. A questão aí é o limite entre a oposição, mesmo feroz, e a não diferenciação dela do ódio aos inimigos reais,os vampiros e assassinos que apavoraram vinte anos de noites de um Brasil atado a uma história de escravidão, de exploração vergonhosa,genocida e atroz de uma população pobre por uma elite que se chamada de Filha da Puta ainda deve no banco dos xingamentos mais peso à manifestação de baixo calão.

Por mais que o Governo atual e seu partido patrocinem, na humildade opinião do blogueiro, a manutenção de parte de um coronelismo canalha no poder (Collors, Sarneys ou Cabrais), não é direito de quem tem honra e milita no campo da esquerda e/ou do socialismo ignorar que há mais em jogo do que uma eleição e nossa crítica ao governo.

Não falo aqui da ameaça de retorno tucano e nem defenderia o voto na Dilma para barrá-la,falo aqui do combate ao partido da burguesia, seja ele o PSDB ou a mídia, que como já cantava Gramsci a pedra no bingo da teoria, é o mais forte partido da burguesia nesses momentos que, como hoje, são de crise.

Transformar a crítica política,mesmo a feroz, ao PT e seu Governo, em eco à canalhização da política com criticas a "terroristas" e"Guerrilheiros" que lutaram contra a ditadura, tapando os olhos para a ocultação constante dos torturadores e seus patrocinadores, inclusive jornais como a Folha de São Paulo,é fazer um serviço idiota de sectarismo que nos faz, isso sim, de cúmplices no atraso de lutas e mais lutas.

O tratamento da mídia aos candidatos que não são seus preferidos, seja a Dilma, que ela é obrigada aturar, ou os demais candidatos da esquerda, chega a ser hidrófobo, com interrupções, ilações, montagem de imagens, etc.A comparação de resistentes à ditadura, com todas as críticas que alguém ache pertinente à luta armada,  à terroristas e bandidos é de uma canalhice atroz, sem contar a comparação entre punidos por participar de ocupações e Malufs, pelo Ficha Limpa (erro imenso político moralista).

Vamos criticar o Governo? Claro, tem Belo Monte, tem recuos na questão do PNDH3, Reforma Agrária,  FARC, Cuba, falta de segurança para assumir sim uma vinculação ideológica com grupos e países que merecem e devem receber críticas,mas sim,nascem da mesma raiz ideológica, da mesma forma que falta à Imprensa e PSDB,assumirem suas ligações com Paramilitares Colombianos, que também se relacionam com o narcotráfico,com estados semi-autoritários,como a propria Colômbia, com o Carlismo na Bahia, golpe em Honduras,empréstimos de Kombis à Operação Bandeirante na ditadura Civil-Militar e Brasileira, etc..

Devemos combater Dilma? Sim, é preciso mais,e temos de lutar por mais. Por isso voto em Plinio de Arruda Sampaio, voto 50.

Não podemos é esquecer  de que lado estamos e que fazemos parte, de qualquer forma, de filhos e netos, sementes,de uma legião que se entregou por um novo dia.E hoje, como Gonzaguinha, eu quero é cantar essa mão tão calejada que nos deu tanta alegria.