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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fofocalismo, Futebusiness e Boatolítica

 Chamar de jornalismo o que é feito em política e futebol é como chamar de música o que é tocado em banda militar. Com o perdão da repaginada piada de Groucho Marx sem a mesma qualidade, a idéia de jornalismo como apuração de fatos ganha novo significado com a mistura deste com o Showrnalismo (Valeu, mestre Arbex!) e com o Fofoconalismo, mais presente no futebol, criando a análise Boatolítica.

A cobertura de todas as áreas do jornalismo, talvez com ressalvas ao jornalismo economico, é de um nível de desprezo pela inteligencia do leitor que eu vou te contar. Jornalista não apura mais, ele pega uma informação crua e publica, com os Blogs isso ficou mais claro. Jornalista esportivo pega um perfil fake do Twitter e queima um jogador contundido, outro diz que dizem que viram um outro jogador bebendo e surfando e publicam, uma "analista", que tá mais pra canalhista,  diz que o Governo dá dinheiro pra publicidade em blogs vinculados ao partido da presidenta e é desmentido com informações que são de livre acesso na SECOM e ninguém diz nada, uns dizem que é fato que "acontecerão medidas impopulares" criando o divertido momento de criação da categoria "Fato Futuro". E por aí vai...
Aquele tal jornalismo que eu curtia ler com Mino Carta, Gaspari, Márcio Moreira Alves, e tantos outros por aí que davam notícia, e com seriedade, até no futebol com o Oldemário Touguinhó dando furo, investigando, correndo atrás, o PVC analisando taticamente, cobrindo clubes mesmo estando no colunismo e dando furos, investigando antes de publicar, Mauro César Pereira, Rodrigo Vianna na Política, Azenha e por aí vai, morreu assassinado por uma lógica que curte mais corrigir português, na linha de professores pasquales que nem sempre conhecem tanto quanto acham, do que fazer o básico da área: Pesquisar, investigar.

Mas pra que? Informação é dada como novela, como se o publico não precisasse da informação, mas da adrenalina da notícias, esta coisas que deixou de ser informação e virou isca de peixe. A busca da informação de impacto foi substituída pelo impacto e só.

Na ânsia do Entretenimento pela informação a galera paga mico atrás de mico, na festinha Globológica de sorrisos e amizades com as fontes e vai na farra da desmoralização da profissão de jornalista. No Futebol temsdo a figura do Personal Jornalismo, na Política a Boatologia Especializada por cientistas políticos que não leram os clássicos, na cultura a jabazificação da análise...

Enfim o fofocalismo boatista só melhorará quando a informação for passada por um viés democrático, que só a tomada dos meios de comunicação pela população e a diversificação de fontes for uma arma. A internet, ainda livre, é um meio de mantermos isso e ampliarmos. Lutar pela liberdade de comunicação e democratização horizontal é um meio de devolvermos à informação seu status de conhecimento e não de balangandã no pescoço da indústria que a vende como show e não como notícia.