Mostrando postagens com marcador reacionarios. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador reacionarios. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A impossibilidade de se ocultar o sol

Eu nasci branco.

Nasci Branco feito na pele branca de um pai branco com uma mãe branca.

Cresci Branco em um terreiro de Umbanda. Nasci e cresci Branco, mas resolvi ser negro. Um negro e inferior, incapaz de sentir na pele o que os negros sofrem, incapaz de sentir nas alma a dor da opressão como os negros sofrem, mas resolvi ser negro. Isto sim foi uma opção. Optei pro ser negro, pobre e mesmo heterossexual abraçando a idéia de que sou gay.

Sou Negro, Gay, pobre e mais ainda, orgulhoso demais disso tudo.

Orgulhoso, soberbo, Arrogante, rude, mas nunca, nunca covarde.

A covardia do anonimato resolveu aparecer neste pequeno pedaço da virtualidade e foi aceita, foi aceito o desafio. 

Foi aceito o desafio porque além de orgulhoso, soberbo  e arrogante eu tenho uma confiança gigantesca no meu taco. E com isso tudo e ciente do orgulho que tenho e que causo aos a meu redor pelo homem que sou, ciente de seguir o desafio de enfrentar a realidade e ser mais que um discurso, mas um conjunto de valores que se sustentam de per si pelas causas que defendo, pelo chão que caminho e pelo conjunto de coisas que honro, resolvi não ser um verme anonimo.

Peguem o que afirmo e reafirmo, sempre de forma pública, nas redes sociais, no dia a dia e usem, à vontade, é meu o universo do público, do às claras. É meu o ônus e o bônus de ter a coragem de dizer o que penso, de receber criticas, de fazer autocríticas, de ser mal ou bem interpretado com ou sem honestidade nessa interpretação.

Não é meu o anonimato, nem a covardia. Tenho o ônus e o bônus do brilho próprio, é impossível ocultar o sol.

Fico imensamente vaidoso de saber que o que digo machuca a quem se oculta nas sombras.

E do alto do meu pavoneamento sei muito bem usar um arco, enxergar longe e fazer mira para caçar e combater o que combato. E quando quero tenho a paciência de pescar.

Este Blog é um Blog de esquerda, libertário, negro, gay,mulher, pobre e todas as causas possíveis que se identifiquem com os oprimidos. Este Blog é minha voz e minha cara, a mesma que dou a tapa diariamente por abdicar dos privilégios de ser branco, heterossexual, homem e anônimo.

Os xingamentos anônimos nos comentários são livres e serão permitidos, exatamente porque esmagam a si mesmos diante do da inversa proporção de seu tamanho diante do que querem combater.

Se a intenção era atiçar o vaidoso, arrogante, soberbo blogueiro, foi conseguido. Fico feliz de ainda causar este tipo de reação em quem há anos se oculta tentando reduzir o tamanho do que digo. Fico feliz e orgulhoso de não precisar dizer o que penso anonimamente ou me ocultar na covardia das sombras.

De todos os crimes dos quais sou acusado jamais pairou sobre eles a covardia, o anonimato ou a omissão

O Cidadão de Bem reaparece, anônimo, pelo ódio e pela ofensa, buscando atacar a luz. Mas é impossível ocultar o sol.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O avanço do Conservadorismo x A marcha do Zabumbador Maluco

Em tempos de crise máxima 1929 reloaded com altas tintas fascistas o debate sobre Deus e o Diabo na Terra do Sol avança com fome na vinculação clássica de conservadorismo à fé, entre outras histórias. Além disso, a direita vira um monstro de geração espontânea, o povo vira conservador de per si, a consciência vira um substantivo amorfo que muitas vezes significa "concordar comigo" ou mesmo "apoie o governo senão os tucanos voltam", e a população que discorda de mim, de você e da Magali vira uma mistura de cachorro com gado.

No meu tempo gente letrada pagava pau pra pensar e encontrar soluções e não pra ficar no rame rame do facilismo, ma eu sou um idoso de 37 anos e sou da velha esquerda, talvez não tenha rococós suficientes pra bancar o style intelectual em voga, que usa uma forma bacana pra ocular reducionismos.

Tem conservadorismo saindo pelo ladrão no mundo? Tem e esse namoro dele com o fascismo,seja de velho ou novo tipo, é um treco que tem mais causa que briga em favela. Eu não tenho bagos suficientes pra bancar uma análise histórico-econômica da crise, mas acho que posso dar uns pitacos sobre a relação disso tudo e da nossa amarga vida de esquerdista zabumbador maluco. Se rolasse mais tempo vosso escriba poderia sentar aqui e contar a História usando os velhos e bons sábios Ingleses Hobsbaw e Thompson, mas vou ficar na cultura de orelha mesmo porque o tempo ruge e urge.

O conservadorismo não sai do ralo, não é gerado pela chuva e pelo sol em alternância esquentando e esfriando o lixo, ele tá ai numa disputa política clara em uma sociedade. A tal Luta de Classes, por mais complexa que seja dentro de uma mudança radical das classes de Marx pra cá, tá aí pra isso, mesmo tu chamando ela de outra coisa.

O Estado como é hoje, e foi ontem, é parte de um conceito de vida, de estrutura de sociedade e de relações sociais, esta bagaça não surge do dia pra noite, ele tá aí e é um processo que não manda pro lixão algo automaticamente quando uma classe chega ao poder. O Estado e a sociedade convivem com tempos históricos diversos em sua formação cultural. Existem elementos nas sociedades "ocidentais" que ainda são pré-medievais, e para o bem e para o mal, não há uma interrupção cultural quando uma ala da sociedade ganha o poder mesmo que por séculos. Quando a Burguesia chegou ao poder, quase três séculos atrás, ela não simplesmente substituiu a lógica da Aristocracia pela dela, em muitos casos houve fusão de modos, de pensamentos, de atos e costumes, ou seja, negozinho se juntou e ficou tudo junto misturado. Então a burguesia repete a aristocracia ainda hoje? Em parte sim, em parte não. A hegemonia cultural conquistada foi conquistada com absorção da aristocracia de valores burguesas antes mesmo da conquista do poder definitivo. 

E esse ai é um exemplo grosso modo de algo bem mais complexo e complicado de ler, ver e interpretar quando a gente olha pro real.O que tem isso a ver com a questão do conservadorismo? Tudo. Qualquer sociedade tem impulsos de mudança e conservação dentro dela, e em ambos a cultura se move pra mudar aqui e ali a quantidade de gente que concorda com cada lado pro Fla x Flu final chamado Revolução, ou algo que o valha. Pra conquistar o estado tem de conquistar o domínio dessa cultura, tem de ser o cara que é visto como o que tem a "razão" a respeito de suas bandeiras como as melhores pro todo da sociedade.

E o que tá rolando? Os conservadores hoje pautam a rapaziada, eles são os caras, eles tem o controle do pensamento. Ah, mas não tão no governo! Não tão no governo? Não afirmaria isso, mas mesmo que concordasse arriscaria a dizer que estarão e em breve. Sabe porque? Porque hoje eles pautam o estado, pautam o pensamento, ajudados pela mídia, aparato de hegemonia privada a serviço disso, e pautam o boteco, a padaria, o banheiro dos homens e das mulheres, a escola das crianças. E pautam porque a Esquerda que deveria fazer propaganda do contrário, assumiu o jogo conservador e foi se adaptando a ele em nome da opção pela disputa institucional ao invés da rebelião que incluísse uma rebelião de costumes e uma disputa pela hegemonia do pensamento da população.

A esquerda optou por se engessar, calar o que lhe fazia diferente, ocultar sua rebelião pra conquistar governos, abdicando do controle do estado, em nome da opção direta pela reforma. A opção pela reforma é legal até certo ponto, pois começa a ter hora que os nego preto cansam e percebem que o monstro não é tão feio e usam a opção pela máquina pra conduzir o governo a seguir o controle do estado que possuem com suas diversas formas de máquina de controle de hegemonia,desde pressão parlamentar a igrejas, passando por jornais, revistas e apostilas escolares. Ao optar por ser aceita e ganhar governos a esquerda tornou-se igual ao que combatia e é absorvida pelo jogo, e o o jogo lhe mostra que o controle do estado pelos conservadores conduz seus governos e estes governos tem cada vez menos margem de negociação das poucas bandeiras "rebeldes" que ainda mantém consigo. Hoje a meu ver o controle conservador do governo atual é tão grande que ele pouco se diferencia do sue principal adversário eleitoral.

Essa opção da esquerda de se negar à rebeldia das ruas pra manter o controle de governos leva a um fosso de ausência de qualquer contestação concreta, orgânica, ao pensamento único conservador que avançam mais e mais agregando mais e mais gente pra combater uma "esquerda", que só tem um governo e não o estado, e alijar qualquer oposição, seja ela política racial, de gênero ou orientação sexual, do poder e dos direitos.

Não é a fé que faz o mundo conservador, é o mundo conservador que usa a fé, como os jornais, os colunistas, o padeiro.E é isso que leva à pastores, deputados, colunistas, jornalistas, padeiros, vendedores de cerveja ou empregados da Light a reproduzirem com cada vez mais violência o mais absurdo comportamento reacionário e leva ao crescimento mundial do fascismo e nos leva ao um abismo cujo fim tem uma serpente que saiu do ovo enquanto comemorávamos qualquer cosia feita pelos "caras" da vida. 

E é por isso que precisamos cada vez menos do Deputado de terno, educado, formalmente perfeito pra ganhar a classe média e mais do Zabumbador Maluco, o personagem de rua , aquele que faz esporro,  que transforma tudo até a última ponta, sem medo de chocar, porque seu choque é a fome, é o ronco da cuíca que o homem manda parar.

É preciso raiva pra interromper, antes que nos interrompam.

sábado, 4 de junho de 2011

Agosto? Não, Maio!

Pra qualquer caboclo que não substitui sua inteligência pelo desejo pelo IPAD Primário ou ache que grama pode ter bom sabor se banhada com molho inglês, este mês de Maio chega a Junho detonando tudo até a última ponta.

Há uma longa lista de absurdetes rolando que poderiam muito bem povoar pesadelos da rapaziada se ela não tivesse já criado uma casca grossa, quase Cascadura ali do ladinho de Madureira. 

As garras de fora do mais profundo conservadorismo chumbrega vão desde a proibição absurda da marcha da maconha como apologia ao crime, com uma cínica ignorada na sutil ao direito à livre expressão e defesa na mudança das leis, à aprovação ao código florestal e veto ao kit anti-homofobia.

Nesse meio tempo, sem que a imprensa soubesse, morreram ao menos cinco ativistas no Norte do país, vítimas do eterno conflito por terras que nunca acabará enquanto todas as medidas para regulamentar o acesso à Terra sejam inócuas diante da manutenção do modelo da Lei de Terras de 1850. E vão morrer mais, porque tá aberta a temporada de caça. A rapaziada percebeu que tinha força no governo e  no congresso e viu que o desmate anistiado pode virar MATE anistiado pelas costas quentes provadas em rede nacional na votação do código floresta (Rimou!).

As remoções olímpicas do Paes continuam rolando soltas e nosso amado Cabral fecha o mês e inicia o Junho, que pelo jeito quer entrar na boca de parecer Agosto, com o BOPE invadindo o quartel de bombeiros que em greve por receberem o pior salário do país tomam um piau bonito com direito a tiro de fuzil.

Cabral, todos sabem ou deveriam saber, é queridinho do Governopetismo, e eu nunca vou deixar de lembrá-los disso, e tem entre seus secretários vários quadros do PT, que ao menos até o momento não se pronuncia ou cogita se pronunciar a respeito.

Cabral sempre foi truculento, sempre, nas invasões pra criação de UPPs sempre deixava um rastro incontido de violência e assaltos, na proximidades do Pan fez uma das ações mais festejadas no Alemão com o capitão trovão do BOPE deixando corpos e mais corpos, torturas e o cacete a seus pés louvados pela mídia e pelo silencio Lulista. Mas calma que tem mais, na última invasão "Patriótica" do Alemão,com exército do Governo Federal do Lula e o escambau,  as denuncias de roubo foram sumidas, não se sabe no que deram, as denuncias, várias, de truculência idem, mas tudo bem, a cidade olímpica precisava mesmo de uma faxina.

Ontem a invasão do quartel dos bombeiros foi mais uma das trapalhadas desse turminha que apronta muita confusão no seu dia a dia. Em nome da manutenção da hierarquia nego passou o rodo na bolacha e com tiro em uma manifestação por melhores salários de uma das mais vitais categorias. Cês sabiam que o poderoso Estado do Rio de Janeiro, o Estado da abertura da copa, da Olimpíada, que gasta 1 Bilhão na terceira hiper reforma do Maracanã, paga o pior salário do país aos Bombeiros? Quer até a humilde Alagoas, flagelada pelos deuses, paga mais?

Mas claro a hierarquia em primeiro lugar! A hierarquia tem o apoio da classe média, da TV, do PT, da Dilma, da mãe Dinah, do Bolsonaro,do Malafaia, do Crivela, do Sarney e é fundamental a hierarquia para legitimar a ordem. A Ordem de quem é salvo por gente mal paga é o que tem de ser mantido, e a classe média fica satisfeita vendo a cidade Maravilhosa sob proteção de gente fudida e mal paga, mas isso não importa porque o filho dela aprendeu a dirigir e tem uma gatinha linda e nossa viagem pra Europa tá combinada,né?

Só fico grilado quando a ordem, a  hierarquia justificam que gente que me salva a vida ganhe menos que um técnico de informática na iniciativa privada.Mas de novo isso não importa, porque a hierarquia pra quem não sou eu tem de ser mantida,né?

O silencio "progressista" diante de diárias manifestações de algo muito errado acontecendo no país e nas bases do que apoia é constrangedor, mas não surpreende.

Maio acaba fazendo concurso pra Agosto, Junho inicia sendo um Agosto com balas de borracha, mas tá tudo bem, vamos como bons "progressistas" avançando na direção de um abismo cada vez mais conservador, mas tudo com muita inclusão social via Bolsa Família.


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A memória do Subúrbio é descartável

A notícia é de agosto, dada em meio a uma das campanhas mais quentes da historia e não por acaso ignorada por muitos, que estavam em meio às batalhas eleitorais. A prefeitura está desapropriando bens tombados para construir um corredor de transporte coletivo chamado Transcarioca. Em que região? Campinho, entre Madureira e Jacarepaguá, na fronteira com Cascadura. E aí? E aí que a ausencia de barulho se relaciona diretamente com o o lugar, com o fato de ser no subúrbio, de serem casas ocupadas por gente pobre, sem circulação de turitas e sem nenhum tipo de visibilidade que teriam se fossem na área do centro ou da zona sul, onde casario antigo é visto como boa fonte de renda pros bares, boites e turistas que perambulam pela histórica meia cidade de são Sebastião da Orla do Rio de Janeiro.

Isso é a cara do Rio de Janeiro, meia cidade, meia política, meia preocupação, meia vida decente, meia prefeitura.A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro desde sempre ignora a vida do subúrbio,suas necessidades, a possibilidade de intervenção geradora de qualidade de vida e agora a necessidade de preservação da memória local. Pra que preservar "imóveis que fazem parte  do entorno do Forte Nossa Senhora da Glória do Campinho, na Rua Ernani Cardoso, do século XIX, uma das primeiras fortificações construídas em terra para proteger a antiga Estrada Real de Santa Cruz, que ligava o centro da antiga colônia aos bairros mais afastados da cidade"? Já existe historia suficiente na zona Sul e  Centro e ninguém liga pra história do resto feio da cidade, onde vive essa gente pobre e sem futuro que se fode dia a dia em ônibus por morar mal.

Pra que contar a História da região onde existiam a fazendas que abasteciam a corte? Pra que perder tempo com mudança no projeto em metros para desapropriar os galpões dos supermercados que ficam a menos de 50 metros de distancia dos imóveis tombados? Aumentos os custos? Que custo tem a história, a memória? Porque deixaram os imóveis se degradarem mesmo tombados? Ah, não estão no Corredor cultural,né? Esqueci que cultura fora do centro não existe, só existe cultura na região onde a juventude dourada de Ipanema mostra seu rabo bem alimentado.

O pior do caso é o silencio coletivo, nosso, da tal mídia e dos vereadores e deputados da cidade que emtubam mais uma medida catastrófica patrocinada apelo Prefeito Mauricinho Eduardo /Pereira Paes, o novo homem do Bota-Abaixo, mais um representante da administração da Casa Grande que cuida da senzala na base da porrada. 

Da mesma forma que o choque de Ordem é choque de Orla, a Cultura é a cultura Centrada no Centro e na Zona Sul, o desprezo pelo subúrbio passa pelo descaso com arborização, com remoção de carros de revendedoras das calçadas, choque de ordem que permite que milícias tomem ruas para suas festas nos seus bares, mas retiram vendedores de pastéis das praças e agora a cagada solene no tombamento e na preservação da história do subúrbio. A mesma prefeitura que cita o Forte como patrimonio ignora seu entorno e mija na história que diz preservar.

A História do Rio é uma história de cidade partida e dia a dia segue pra ser uma história de Casa Grande com o desprezo canalha do Prefeito e seus animais de estimação que ocupam secretarias, ao ignorar o valor histórico e cinicamente fingir que ignoram que existem coisas mais importantes que os custos monetários. A região ser desapropriada não tem nenhum dos alegados prédios na mesma área onde será desapropriada , bastava desviar dos imóveis tombados , mas este sestão em áreas pobres, consideradas favelas, áreas "feias", foda-se se a história nem sempre é cuidada e se mantém linda, o que importa é unir o útil, servir bem aos senhores da Copa, ao agradável, retirar gente feia e pobre da frente,principalmente na lonjura jeca dos subúrbios.








ATUALIZAÇÃO: Na área destombada existem empreendimentos imobiliários, há opção de trajeto com uso de terrenos do exército entre Paviuna e  Deodoro, mas nesta região existem outras favelas e nçao há empreendimentos imoboiliáiro, o custo aí seria desinteressante pro mercado, orque só levaria à urbanização de favelas, sem a venda de imóveis pra classe média que jpa curte a proximidade do Wal Mart.




quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O rosto reacionário de nossa cegueira: A esquerda dividida alimenta monstros

No último mês fomos bombardeados por uma enxurrada de homofobia, racismo, xenofobia, sexismo e outros hábitos reacionários menos cotados. Desde a abertura do esgoto da campanha de José Serra estamos vendo o pior de um país sair das latrinas das redações, das casas, faculdades e igrejas.

Somos vítimas de processo semelhante ao ocorrido nas cercanias do inicio do século XX, principalmente entre 1930 e 1940, e vitimas da mesma divisão entre democratas e esquerda, e entre a esquerda. As declarações de homofobia, racismo e xenofobia nas ruas, nas redes sociais da internet são semelhantes às posturas reacionárias que descambaram no fascismo. A divisão da esquerda, que prefere uma luta hegemonista e um debate raso, com inclusive um sectarismo que vai do PSTU ao PT, passando pelo PSOL e PCB, e que ignora o fato de sermos a cabeça de ponte da luta anti homofobia, anti racismo e  antifascismo, chega ao nível do imobilismo.

Enquanto estamos imóveis o mundo explode, e enquanto o mundo explode as divergências legítimas entre políticas, alianças, governos, nos reduzem a meros coadjuvantes do movimento de atropelamento de convicções e vidas que a direita utiliza, aproveitando nossa incompetência.

Nosso atropelamento com vítima pela direita não é fruto somente da ausência de avanços mais contundentes por parte do governo Lula e de seus recuos, da cooptação dos movimentos sociais pelo governo,da  desmobilizçãoa dos movimentos sociais, da incompetência da esquerda radical em ler as ruas e sair do gueto enquanto rola a briguinha pelas pequenas salas de CAs, DAs e Sindicatos. O atropelamento é filho da miopia generalizada que despreza o avanço de um tipo de reacionarismo , em especial nos mais jovens, que ignora o mínimo de humanidade em nome da imposição, se preciso com morte, de convicções racistas, homofóbicas, xenofóbicas.

Nossos inimigos por anos alimentaram nossa impotência, nos atacaram e nos encurralaram em um misto de incompetência com capitulação que hoje nos faz participantes ativos de um Ensaio Sobre a Cegueira,mais que realista, opressor e que nos ata. 

Enquanto o mundo explode estamos reféns de nossa cegueira em abandonar os limites de siglas e de consensos máximos para lutar por um mundo democrático onde nossa divergência sobre programas e ações sejam parte do movimento de avanço do todo. O inimigo usou nossa vitória de Pirro para alimentar os monstros que achávamos presos no inferno da história.Enquanto nos isolarmos na leitura parcial do real, lutaremos contra moinhos de vento, enquanto os monstros devoram nossas bengalas, e nos prendem nas prisões de nossas convicções.