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quinta-feira, 28 de julho de 2011

A Fome tem que ter raiva pra interromper, a raiva é a fome de interromper

A política é por vezes a arte de negociar com extremos, a arte de engolir sapos, pra muitos a forma mais importante e por vezes os fins justificam os meios,  num uso limitado de Maquiavel. 

A política dentro dos domínios burgueses, das instituições, muitas vezes é uma política cuja forma é mais importante que o conteúdo ou, para não cair no vitimismo da incompetência, cuja forma é tão importante quanto o conteúdo e cujo leque de negociações é por vezes mais amplo do que o que sugere àqueles que entendem política como parte da luta de classes.

Um de meus maiores defeitos para a politica é minha raiva. Diante de situações onde a meu ver princípios inegociáveis baseados em julgamentos de valor e com valores que não podem ser rompidos são negociados, sob pena de transformar relações políticas em mero reflexo de relações comerciais ou tradicionalmente negociáveis no balcão da política burguesa, a raiva é libertada. Não quero que todos partilhem de meus valores, isso me faria autoritário, algo que desconheço em minha prática política e que me causa espécie ser chamado de tal, a ponto de rompimento pessoal. Mas entendo que qualquer relação política baseada na troca que não seja também baseada em um conjunto de valores que incluem a honra interpessoal, a honestidade, a lealdade e o "olho no olho" correm o risco de serem apenas "troca".

A raiva é fruto da impotência diante de movimento cuja percepção de vosso escriba é a da "bola nas costas", algo comum em política, mas facilmente perceptível quando do "olho no olho", e talvez compreensível e mais ainda, aceitável diante da necessidade de sacrifícios em uma luta árdua. Quando no mundo virtual, esse protetor radical de covardes e vaidosos, a cosia aperta. O teclado impede o risco físico de um pau no pé do nariz diante de uma trairagem. Por isso a política real, a prática, a da assembléia tem tantas regras não ditas, baseadas em geral na proteção dos direitos de fala, de integridade física, da integridade política de processos,etc, e pouco se sai da ausência da intimidação física e/ou jurídica, em caso de uma ou outra aparece naturalmente seu inverso, pois os limites forma rompidos, as práticas degringolaram.

Se tudo é permitido não é a revolução, mas o caos que se instala e tudo começa a ruir.

Talvez uma incompetência de leitura me impeça de entender na política virtual a facilidade que entendo na política diária.E talvez por uma certa ingenuidade não consiga aceitar cálculos em política que não sejam frutos de um entendimento sincero e honesto da necessidade de sacrifícios e mais ainda, de ação de forma transparente para com o sacrificado para que este entenda seu papel no jogo. Sem que o combinado seja feito, tudo fica caro, e romper combinação é traição da grossa.

Ser o novo na política não é parecer o novo e nem buscar uma adaptação de práticas políticas diante de novas ferramenta,s mas transformar o velho. E o que o "novo" tem feito é usar o velho com roupa nova, matando seu melhor e ficando com o rescaldo do pior. Assim como se burocratizaram partidos e movimentos o virtual em breve será alvo de nova onda de burocratização, já se inicia com as medidas institucionais, isso deve ser acompanhado de uma reação de movimentos e partidos no sentido de barrar a ação estatal, mas até que ponto a reação não será uma ação burocrática, negociada e pelega do espaço virtual. As alternativas não parecem promissoras em negar a burocratização. Quando movimentos priorizam o processo, o processo burocrático, em relação à rompimentos de acordos tácitos, como a concretização de ameaças em ambiente de debate político, a cosia tá feia e aponta seriamente para uma repetição do que se condena no dia a dia político.

Percebendo ou não o movimento, o grupo, o partido, caminham para a "profissionalização" das relações políticas e para a burocratização.

Qualquer relação política cuja confiabilidade, no que me baseei para colocar a honra como valor primordial, é substituída pela burocratização e profissionalização, que impede a emocionalidade, bane a raiva, mas deixa o demolir dos códigos mínimos de convivência, não me parece ter vida longa.

Por isso a raiva é inimiga, hoje da política, e mais ainda, da política virtual, porque a raiva é rompedora, a raiva não consegue calar-se diante do que a causa, a raiva tem fome de interromper. Pra muitos é um defeito, pra mim é uma de minhas maiores qualidades. Antes mal educado do que opaco, antes ogro do que vaselina, antes honrado do que traíra.

Ainda acho que os fins justificam os meios, desde que a prática como critério da verdade seja amparada numa prática de construção coletiva com honra, com lealdade e respeito mútuo, algo tão presente no cotidiano da tal classe operária que buscamos representar que fico assustado dos nobres colegas da esquerda não entenderem o quanto é básico, para uma galera onde o compadrio ainda pesa como laço forte de solidariedade entre pessoas de um grupo, a lealdade, o respeito mútuo, a amizade, o desarmar e a proximidade no dizer, no sentir e no olhar, olho no olho, juntos para frente.

Em uma vila, um morro, quando o os laços de confiança são quebrados, a primeira coisa que acaba não é a opressão, mas a capacidade de resistência à ela. Toda reação à opressão, toda indignação, é santa, para acalmá-la só , antes de mais nada, a confiança, sem essa é melhor separar.

terça-feira, 12 de julho de 2011

PSOL, Militancia e a grande imprensa.

Em uma nota no último sábado o jornalista Jorge Bastos Moreno afirma que Marcelo Freixo se reuniu com Malafaia e Cesar Maia definindo pacto de não agressão. O PSOL-RJ desmente oficialmente na segunda-feira de manhã. Antes disso os Parlamentares Marcelo Freixo e Chico Alencar foram rápidos a se manifestarem com "profundo respeito" ao jornalista e clamando que parassem a "Perseguição" ao mesmo diante da reação da militância  via Twitter com relação à sua nota. Foi feita uma imensa questão de desmentir a nota, mas manifestar profundo respeito ao jornalista. Antes disso Chico Alencar escreve com Merval Pereira, notório adversário de todo e qualquer movimento à esquerda, e com Noblat, jornalista que na maioria das vezes não é exatamente primo da informação democrática ou mesmo de qualidade, especialmente quando a informação não é para atacar adversários políticos da linha editorial de seu Jornal. Nosso amigo partido, o PSOL, ainda não tem um jornal de qualidade e de acesso amplo a seus militantes, o site do PSOL-RJ é mais lento que outra coisa em matéria de informação, não tem lista de núcleos existentes, divulga com atraso atividades, etc, mas de certa forma foi até rápido na divulgação do "desmentido" e agora pede amplo apoio militante pra divulgá-lo. Mas pra que desmentir? O respeito é profundo e o jornalista só "errou", dava pra esperar respeitosamente até sábado pro veículo Oficial do PSOL, O Globo, desmentir "oficialmente" via respeitoso jornalista.


Depois da reação dos "respeitosos" parlamentares do PSOL chamando quem defendia o partido diante da IMENSA SACANAGEM CALHORDA do Jorge Bastos Moreno de "açodados" e "perseguidores' do "respeitoso jornalista" a quem nutria "Profundo respeito" a nota do "respeitoso" PSOL-RJ que desmente seu veículo oficial onde nossas figuras públicas colaboram com seus colunistas é até surpreendente, dadas as relações carnais entre o partido e seu veículo quase oficial.

Diante disso se entende que o PSOL-RJ não precisa pedir à militância pra divulgar sua nota, peça ao Globo, com quem tem relações de "profundo respeito", mesmo quando seus colunistas "erram" de forma suspeita. Até porque a militância não serve pra ser consultada a respeito de candidaturas, não serve pra defender o partido, porque que serviria pra divulgar desmentidos? Bestagem, com um jornal de grande circulação à disposição é perda de tempo contar com militantes, que em geral são "açodados", "persecutórios", até agressivos.

Com a discussão o de candidaturas ocorrendo "publicamente" no Rio a ponto de ser colocada como ampla e democrática, sendo que "público" aí é quase tão secreto quanto reunião da maçonaria ou sinônimo de reuniões e núcleos x ou y tomados como medida de todas as coisas, fora que correntes, majoritárias, são tomadas como representante do todo, foda-se, e sem o menor problema do palavrão, as menores e os independentes.

É isso ai, o PSOL pode ser necessário, mas sua militância não o é, ao menos pra ele e sua direção, figuras públicas e "lideranças". Não precisam de quem está aí e não é informado, consultado e ai chovem argumentos pra defender as medidas de discussão "democráticas' levadas em quase segredo pela burocracia. A gente sós erve pra panfletar e isso se o fizer sem reclamar.

Quando um sujeito que fica mais de 12 horas na frente da internet e visita os sites do partido não obtém a informação de discussão de algo em um partido, mesmo lidando com militantes inclusive que participam de mandatos a cosia tá feia na ocultação e mais ainda, quando pra um cara souber de algo do partido precisa ser de corrente e majoritária o trem tá bem feio e há quem ache isso normal.

E o PSOL que busca (Busca?) ser alternativa de esquerda se afoga em si mesmo e acha normal a cúpula decidir pela base. E ainda quer cantar a esquerda que não se vê no PT e procura alternativa. Será que um dia entenderá porque ela não vê no PSOL essa alternativa? Duvido que veja, infelizmente.


PS:  Hoje me disseram que a candidatura Marcelo Freixo a prefeito do Rio estava em discussão desde Fevereiro no PSOL.Como bom mala sem alça procurie no gogoel e como o site do PSOL-RJ está fora do ar, procurei tb nele em cache. A surpresa é que não tem nada em lugar nenhum online dizendo nada a respeito do debate. Dá pra comprovar aqui 
http://j.mp/ovJGG6 que ao menos em sites DO PARTIDO, não há debate nenhum anunciado antes de Junho, quando a  executiva anunciou sua pré-candidatura pra numa inversão de função o diretório estadual discutir. Há sim notas de outros veículos colocando a possibilidade de sua candidatura, nada do partido. Alega-se que quem é de corrente discutiu, ou seja, quem não é de corrente ou ao menos não é das majoritárias não precisa discutir e nem tem disponibilizada a informação de forma pública e oficial pelos veículos do partido. E chamam isso de democracia.. Recebo regularmente mensagens do partido via e-mail e EM MOMENTO ALGUM foi colocado qualquer tipo de debate em quaisquer instancias. Companheiros de n[úcleo de lutas urbanas tb não sabia de nada OFICIALMENTE. E chamam isso de democracia. Um excelente nome, um processo totalmente viciado,anti-democrático e burocrático. Pena, Mesmo quando acerta o PSOL consegue fazer cagada.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

PSOL: Militância pra que?

Milton Temer acaba de dizer no Twitter que a Executiva do PSOL-RJ decidiu pela pré-candidatura do Freixo a Prefeito. E afirma ainda, que a direção ratificará. Ou seja, todos os tramites da base à cúpula foram literalmente invertidos, hoje a direção ratifica decisões da executiva, quando devia ser o inverso, dado que a executiva EXECUTA o decidido por seus fóruns de discussão e formulação. 

Pra que núcleo? Pra que plenária? Eu não fui consultado sobre a decisão, então não preciso guardar disciplina sobre ela, correto? Pra que Assembléia, pra que militante? Militante não é pau mandado panfletador em campanhas. Militante é ente político consciente e que tem poder de decisão.  O que a executiva do PSOL-RJ fez foi declarar uma concepção de partido que torna militantes obsoletos e inúteis.E como as reclamações são nacionais, conforme qualquer militante mediamente informado deve saber, o trem tá feio.

Este tipo de atitude, que realmente é comum e vem desde o inicio do PSOL, há meros 5 ano. Isso já nos levou a um imenso problema com a tentativa de aliança com o PV e todo o problema que dai veio com a Rainha de Copas querendo cortar cabeças, sites e seus aliados idem. Inclusive problemas gravíssimos como o da questão das filiações em massa e por vezes assembleias com votação suspeita,etc.. Hoje já temos a decisão nada coletiva dos critérios para o congresso onde mais vale número que militância para ser delegado. Se eu filiar mil amigos da Legião Tricolor a tempo eu poderia ter mais delegados que todos os núcleos militantes. Simples assim. Agora é o lançamento da candidatura sob a dedução de sua aceitação.

A questão aí não é o nome, que é ótimo, mas tudo oque gira me torno da candidatura que vai da escolha coletiva de estratégia e tática até a ideia conjuntural da importância do Freixo em outros fóruns, por exemplo, além da obviedade da importância dele em Niterói.

Boas decisões tomadas da maneira errada podem se tornar péssimas decisões. Mais uma vez a cúpula do PSOL sinaliza que só precisa da militância pra panfletar e pra ir pras lutas levando o nome do partido, mas que não precisa falar nada, decidir nada e sua opinião não tem importância. Isso é sinal de burocratização e aumento da parlamentarização do partido. Isso é péssimo e tende a manter o afastamento de forças de esquerda que sofrem o mesmo em outros partidos e têm dúvidas de nosso caráter de abrigo da esquerda.  

Tudo isso joga ao chão a ideia de "Partido Necessário" e afasta mais ainda a chance dele se tornar imprescindível, porque não é necessário mais um partido burocratizado e sem base e nem imprescindível um partido que, apesar de não ter uma base é tão grande quanto a do PT, tem o mesmo tipo de eco pra cúpula: Zero.

Não adianta escrever carta aos petistas pra chamá-los pro PSOL e repetir o pior erro do PT que é a ausência de canais de influencia da base no Partido. Essa ausência que levou ao PT ter mais burocratas ligados ao capital que gente de esquerda socialista.

Pra encontrar lutadores nas ruas basta ir às rua,s pra trazê-los para um partido é preciso mais que isso e,d e novo, sinalizamos que militar não é preciso, panfletar é que é preciso. O PSOL é necessário na câmara e câmaras? É sim, mas sem uma militância orgânica, que luta, decide e tá na rua com consciência e levando o nome do partido, ele só ficará nos gabinetes, e dificilmente continuará necessário pra sempre.

Desse jeito o PSOL pode até ser imprescindível pra esquerda, mas talvez só pra Festiva e não a antiga, mas a nova, que acha que o bacana é humanizar o capital.