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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Nova Estiva e o passo à frente rumo ao abismo do progresso.



A lógica de remoções pra Copa/Olimpíadas é um retrato acabado do modus operandi que a lógica dos megaeventos traz consigo nos países que atingem como praga. Esse modus operandi ganha trágica ampliação quando associado a uma ideia de propriedade, estado e pobreza enraizada na história do país chamado Brasil.

Desde a ideia da modernização conservadora nascente e vivente de meados ao fim do século XIX, quando a lógica higienista galga paulatinamente os degraus da hegemonia do pensamento da elite brasileira e associado a isso constrói-se o conceito de classes perigosas para caracterizar negros e pobres (Pobres em geral são/eram negros), até a efetiva ação do higienismo na modalidade de lançamento de pobre à distância, já imediatamente quase a proclamação da república, a ideia da ação do poder público como um agente garantidor da propriedade privada a qualquer preço e efetivo removedor da “anti-higiênica” pobreza para o lugar mais longínquo possível torna-se praxe de nosso dia a dia.

Se no fim do século XIX e início do XX a lógica era da “purificação” sanitária do Rio de Janeiro e de nossas capitais, depois sendo substituída pela “modernização” da cidade, hoje a desculpa é “a necessidade de construir estruturas para os megaeventos”.

Desde a remoção do “cabeça de Porco” em 1892 até a remoção de hoje (18/12/2012) da comunidade Nova Estiva em Fortaleza, passamos por Pinheirinho, Campinho, Terreirão, Aldeia Maracanã, Providência e tantas outras comunidades Brasil afora que cometeram o crime de estarem na direção do trator do “Progresso”.

Vamos lembrar que o trator do “Progresso”, feitor do desenvolvimentismo desumano e genocida, também acampa e atua com veemência na região de Altamira para garantir Belo Monte, em Teles Pires e Jirau, ajuda de maneira sutil o genocídio dos Guarani-Kaiwoa pela omissão ou por associação a fazendeiros que avançam com sua fronteira agrícola baseada em agronegócio agrotóxico e assassino na base da bala.

Vamos lembrar que o trator do “Progresso” também atua de forma “quente” nos estranhos e “empreendedores” incêndios nas favelas de São Paulo e atua nas mãos dos “arqui-inimigos” Tucanos e Petistas com igual desenvoltura, assim como nas mãos e carros oficiais de aliados de ambos.

O Trator do “Progresso” avança na ferocidade dos automóveis movidos a combustíveis fósseis que nos sufoca e derrete, apoiados na falácia de sua exploração financiar uma educação magra, semimorta, estuprada pela sanha tecnocrata.

O Trator do “Progresso” passa por cima de casas hoje em Nova Estiva, Fortaleza, mata cachorros, laços de solidariedade, laços de vizinhança, parentesco, vidas, documentos, móveis. Esse trator é comandado por quem se coloca como “transformador da vida dos pobres” e baseado nisso dá carta branca a seus paus mandados (Vulgo aliados) a conduzirem uma “modernização” sem povo, ferozmente sem povo, desumanizada, capitalizada.

O progresso do trator é veloz na direção do abismo, abismo esse onde a humanidade dos que o comandam já está, e resolveu dar um passo à frente.



quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A bestializada resistência de um povo

Fruto de um golpe militar, a República sempre teve em sua fundação a lógica de ter sido feita em cima de cavalos, com os punhos de renda de uma elite política.

A ideia de um governo sem povo transitava claramente na lógica positivista que reproduzia um simulacro de platonismo na ideia de uma ala iluminada da sociedade, uma ala intelectualizada e civilizada,  como "naturalmente" líder  da massa insalubre, negra, patética, bárbara.

A esta gente cabia ser liderada e acatar as decisões daqueles que embebidos dos ares e águas da Europa, tradutores de um positivismo higienista, seriam os naturais condutores da imensa nação mulata nos rumos de uma civilização branca e culturalmente europeia.

Faltou combinar com os russos, diria Mané.

Já nos primeiros três aninhos da recém promulgada república Canudos aparece como um fantasma pra lá de complicado ante olhos republicanos que achavam que se impõe um estado de cima pra baixo assim na mão grande.

Sertanejos liderados pro Antonio Conselheiro demonstravam que negros, mulatos, cafuzos, eram um pouco mais que frágeis vítimas da barbárie, sendo inteligentes resistentes às forças do coronelato do interior da Bahia e a um exército noviço que logo de início perde um de seus maiores ídolos à época.

Canudos demonstrou com quantos paus se faz uma resistência popular até o massacre final levado a cabo com extrema violência e crueldade por um exército apavorado.  Pavor este que durou até o alagamento da região pela criação do açude de Cocorobó (E acredito que ainda dure).

De 1893 até o massacre de 1897, Canudos escreveu uma sangrenta página na história do país e do Exército Brasileiro, onde a palavra resistência não pode mais se apagada. A inspiração de Canudos fez inclusive que o Exército Brasileiro centrasse prodigiosos esforços na ocupação da região do vilarejo para evitar que a Coluna Prestes ali passasse em sua grande marcha nordeste a dentro.

A resistência e o símbolo de Canudos fazia com que o Exército temesse que Prestes e sua coluna dele se alimentassem e conquistassem fôlego extra pra seu movimento revolucionário.

Os Bestializados de 1889 na verdade nem foram tão bestializados assim (como inclusive aponta José Murilo de Carvalho, autor do livro homônimo), pois resistiam aqui na luta contra os atropelos da recente república na implantação da política higienista com especulação imobiliária de remoções de pobres com demolição de cortiços, de movimentação sutil pelo branqueamento da população, de repressão feroz das "classes perigosas" (Já aquela época feitas de gente pobre e preta) e de pancada em cima do nascente movimento operário.

Já nos primeiros anos da república essa gente pobre e preta tida como perigosa saia de suas casas pra tornar difícil a vida dos governos de uma elite platônica doida pra tornar europeu um país pobre, preto, índio e com muito mais raça do que queria a elite branca lotada nos palácios.

Resistindo às vacinas, antes mesmo da revolta, à desocupação de cortiços, à criminalização da vadiagem, do samba, da capoeira, essa bestializada malta criava as raízes de uma cultura brasileira que tem mais de "Zumbi" que de "Pai João".

Foi essa gente que em 1904 resistiu à uma vacinação compulsória que trazia consigo um amplo arco de testes com métodos de vacinação que incluía a variolização e a morte como modus operandi. Foi essa gente que quebrou meia capital resistindo à uma política que tinha resistência inclusive entre as elites e à medicina da época e que também sabia que por trás do desejo de por um fim nas doenças havia um desejo de por um fim na ocupação de áreas valorizadas do centro da nova cidade aburguesada daquela gente cuja tez não condizia com a cor preferida da Belle Epoque.

Essa gente também resistiu bravamente aos desmandos  dos governos de Paraná e Santa Catarina e de 1912 a 1916  fez na guerra do contestado um movimento de resistência de uma massa de expulsos da terra para mais uma ferrovia do onipresente Percival Farquhar, movimento que se juntou ao monge José Maria e buscou uma saída coletiva para a miséria e o desalojo.

Claro que para a república e sua federação pobre quando se junta é motivo pra tomar bala. E assim foi, mas não sem resistência. E com isso nas mãos da jovem república repousa o sangue de seu próprio povo.

E durante toda a república os Bestializados resistiram a todo um conjunto de governos que se formaram em nome de uma política de cima pra baixo, alimentada de sangue preto e pobre, reprimido nos seus terreiros, sambas, festas, greves. De Deodoro a Dilma um sem número de assassinatos de operários, índios, mulheres, camponeses mancha as mãos de uma república que bestializa seu povo não na sua alienação, mas na sua transformação pela barbárie naquele que só consome, consumido pela falta de amplos direitos.

sábado, 13 de agosto de 2011

URGENTE! Mais um ataque ilegal da Prefeitura do Rio! Demolições na Vila Recreio 2

Acabamos de receber a notícia de que pessoas a serviço da Prefeitura do Rio chegaram neste sábado, 13/08, na comunidade Vila Recreio 2 e já começaram a derrubar as últimas casas que só permaneciam de pé graças a liminares da Justiça. Das duas uma: ou derrubaram a decisão favorável aos moradores durante o plantão do judiciário, ou estão passando por cima, mais uma vez, da ordem constitucional. 

Em qualquer dos casos, trata-se de mais um ataque ao Estado Democrático de Direito, uma vez que é nítida que a ação surpresa, no meio de um fim de semana, é uma tática muito clara para evitar qualquer tentativa de resistência por parte dos moradores ou de seus aliados. Mesmo no plano institucional.

Ações como essa põe em cheque quaisquer tentativas de negociação, comissões e outras tratativas já iniciadas por diversas instituições sérias desse país, numa tentativa de parar o fascismo travestido de "eficiência administrativa" engendrado pelo Prefeito Eduardo Paes com apoio direto e explícito do PT, do PDT, do PCdoB e de outros cancros políticos auto proclamados "partidos populares" ou "a favor dos trabalhadores".

A desfaçatez do Sr Eduardo Paes, Jorge Bittar e sua caterva impregnada nas subprefeituras e na Câmara dos Vereadores ultrapassa todos os limites, mas continuamos a vislumbrar um horizonte de crimes contra direitos humanos da população carioca, contra o meio ambiente e contra a administração pública, sem que os poderes da República façam sequer ouvir os demais lados envolvidos. Não estamos falando de meras infrações. Estamos falando de violação de domicílio, danos morais e materiais, ameaça coação, abuso de autoridade, constrangimento ilegal, vexação de menores, idosos e incapazes entre outras barbaridades.

Não dá pra ficar calado diante de tantos disparates. A população carioca precisa se insurgir contra essa sucessão de crimes. Os ataques já começaram há meses e atingem tanto favelas quanto bairros formais. Ninguém está a salvo das ações criminosas orquestradas pela aliança maldita que governa o Rio de Janeiro.
Jorge Borges
Geógrafo, Assessor Técnico

Twitter: @jorgeborgesrj
Skype: jlborgesrj

domingo, 31 de julho de 2011

Por uma Copa de um povo de um lugar!


A isenção não existe, a paixão sim!

A rua é ar puro no coração de quem luta, e se todo dia o sol levanta e a gente canta o sol de um novo dia, o sol canta mais alto e melhor quando a rua é tomada por seu dono, mesmo em em numero menor do que deveria e maior do que se esperava.

A Marcha por uma copa do povo foi um momento de suspiro, de folego,de incêndio,de iniciação de rua pra muita gente e de uma vida em um modelo onde a cadeira de casa e o teclado são substitutos dos velhos protestos de ruas, canais únicos em tempos sem internet pra a indignação popular. 

Nestes tempos de twitter e Facebook o sujeito pode xingar muito no twitter ao invés de encher o saco na rua, o que é saudável, mas que talvez torne necessário uma reflexão sobre a necessidade da co-existência entre teclado e rua e mais ainda da eficácia de ambos. A necessidade de "eficiência" do protesto é medido em números de tuítes e de pessoas na rua e por isso a ausência de uma percepção de quem pode gritar muito no twitter por vezes acha desnecessário gritar muito na rua e quem grita muito na rua talvez não grite da maneira que quem grita muito no twitter curte ouvir.

A rua alegra, mas marchar cansa.. e o teclado talvez ajude a formulação de idéias mais de fôlego, mas talvez torne todos os protestos apenas comentários não lidos.. a junção de ambos é fundamental para que a cada dia mais pessoas cheguem às ruas e mais rueiros cheguem no #ForaRicardoTeixeira virtual.

A Marcha de ontem, dia 30 de Julho de 2011, foi a meu ver uma das melhores marchas recentes pois ajuda a entender o mundo sem a centralização do carro de som e  dois formatos diferentes de manifestação que por vezes entram em conflitos, mas que pra mim se complementam: A marcha organizada com o carro de som centralizador e a marcha descentralizada, "caótica" e espontânea. 

Há uma nítida ausência de saco de parte do chão para com os discursos, especialmente para com a falta de diálogo de muitos deles, mas também há uma percepção clara do carro de som (como vamos chamar a organização da marcha) que é arriscoso uma marcha sem um controle mínimo, ainda mais com o risco da PM usar nossa cara como pele de tamborim.

O carro de som é útil pra organizar a marcha, pra evitar conflitos inúteis, mas como instrumento de controle que por vezes se transforma em "comando", ao menos pra parte da organização que acha que a marcha é de gado, entra em conflito com o espírito rebelde que caminha. O aspecto do marchador, o cara que tá pulando, cantando e curtindo o protesto, é interessante porque é dele o rompimento e por vezes o risco de porradaria descontrolada com a polícia, o que deslegitima pros demais caminhantes enrustidos a idéia de participar da marcha. Mas antes de mais nada é preciso entender o caminhante que quer ir além, que quer romper, que quer mudar. Esse espírito é o que faz a marcha ser mais do que gritar muito no twitter e por isso a organização deve ter o feeling de acompanhar isso, mesmo que com criticas à posturas mais arriscadas e agressivas de parte da heteroglossia do coletivo.

O Carro de som centraliza, mas inibe, e a inibição nem sempre é bem vinda. A marcha por vezes é anárquica e por isso talvez corra riscos desnecessários, é importante perceber a diferença e mais ainda entender que é essa diferença que faz a política funcionar, ainda mais em tempos de descentralização e capilarização da opinião via a liberdade da rede.

O dito acima é uma tentativa de análise sobre o que aconteceu quando o carro de som foi impedido de continuar na marcha devido às limitações do evento do sorteio dos grupos das eliminatórias para a copa. A partir deste momento a marcha foi feita com o "comando" a pé e dando orientações ao todo da marcha, mas parte dela se rebelou com as orientações e ocupou a pista do Aterro tornando a marcha algo "dividido" com parte em cada lado da pista central do aterro e uma "rebelião" pacífica, rompeu com o "comando".

Diga-se de passagem que parte dos rebeldes eram os "comandados" pela figura que arrogantemente disse que "ali tinha comando", ou seja, provocou com vara curta nego muito puto dentro da roupa. A organização foi tudo, menos centralizadora em excesso e autoritária e deve ser elogiada por isso. A questão é que o carro de som por si só como linguagem é centralizador e a rebeldia com sua ausência é quase imediata. E foi por isso que de repente levou à divisão da marcha.

A cada dia é um aprendizado depois de anos de ausência de passeatas de rua e de movimentos que buscam o crescimento delas. Talvez a "divergência" seja um sinal, uma linguagem nova, uma forma de entendimento que não precisa da convergência centralizadora.

A vivacidade de Marcha e seu protesto com alcance bem maior do que o esperado para um número que diante de outras marchas pela história é irrisório, ão sinais, são elementos de discussão, aprendizado e felicidade pela retomada das ruas e pela voz dada a um protesto que é calado pela mídia.

Em uma cidade controlada por uma mistura de estado policial miliciano e  empreendimentos imobiliários, haver quem resista, mesmo que ainda em pequeno número, é fundamental, seja ele centralizador no Carro ou anárquico no chão.

PS: Não falei das marchas pela liberdade ou das vadias porque não conseguir ir até elas. Mas elas podem ser incluídas facilmente na análise acima, a colocação de que foi a melhor marcha em tempos é impressionista.

PS2: Vídeo que fiz da Marcha:



terça-feira, 19 de julho de 2011

Morro da Providência: A Praça não é mais do Povo


No Rio Olímpico, ocupação militar para garantir a limpeza social
 
Na manhã desta terça-feira, 19/07/2011, recebemos relatos e fotos dos companheiros da Rede Contra a Violência e do Coletivo Pela Moradia.
 
Funcionários da empreiteira contratada pela prefeitura do Rio de Janeiro contaram com a ajuda de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) instalada no Morro da Providência, no Centro da cidade, para tomar a praça Américo Brum, situada no interior da comunidade. A praça ganhou repercussão pública em 2008, quando três jovens foram sequestrados por militares do exército, que então ocupavam a favela, e levados para outra comandada por uma facção rival, na qual foram mortos.
 
A área está sendo requerida pela prefeitura para ali ser instalada a base do teleférico que será construído na localidade, uma das obras inseridas no plano de reurbanização da comunidade, bem como no projeto "Porto Maravilha", de revitalização da região portuária. Tal obra implicará na remoção de dezenas de famílias. Em conjunto com as moradias que a prefeitura alega estar em áreas de risco, o número das construções a serem removidas chega próximo de 700 construções. Como tem ocorrido em outras áreas da cidade (atualmente, aproxidamente 150 favelas encontram-se ameaçadas ou em processo de remoção), não há diálogo com os moradores locais, que não sabem exatamente o que vai lhes acontecer. A prefeitura não apresentou em detalhes o projeto de reurbanização, muito menos explicou a necessidade de construção de um teleférico. Apenas marcou as casas das pessoas com a inscrição "SMH". A falta de informação marca a relação do poder público com os moradores, que questionam a necessidade da remoção de moradias.
 
Hoje, pela manhã, os moradores haviam programado um café da manhã, como uma forma de protestar contra o fim da praça Américo Brum e pela não remoção das moradias. Entretanto, com a ajuda de policiais da UPP local, os responsáveis pela obras invadiram a praça e a cercaram, impedindo a entrada dos moradores. É importante destacar que esta é a única área de lazer na Providência, utilizada largamente pelas crianças de jovens da localidade. Apesar disso, em nenhum momento foi discutido com os moradores a necessidade de acabar com este espaço de convivência, muito menos se seria reconstruída em outro lugar. Simplesmente chegaram, cercaram e impediram as pessoas de a utilizarem. A prefeitura sequer respeitou o período de férias escolares. Muitos jovens, com esta ação arbitrária, ficarão sem um espaço no qual podem se encontrar e se divertir, já que não há outro local próximo e gratuito para atividades de lazer. Não bastasse o desreito ao direito à informação e à moradia, o poder público municipal desrespeitou o direito ao lazer, tão importante para a sociabilidade de crianças e jovens.
 
Os moradores estão realizando, neste momento, um protesto no local. Consideram injusta a forma de tratamento da prefeitura e exigem que sejam ouvidos pelo poder público.
 
Mais informações: 7113-7273 (Rosiete)
Comissão de Comunicação da Rede contra Violência
 
As palavras e imagens já dizem tudo. O Rio de Janeiro está, pouco a pouco, rasgando sua história, submetendo seu próprio povo à mesma fórmula que já levou países como a Grécia e a Espanha à situação pré-falencial. A transferência de recursos públicos de forma indiscriminada e sem controle para grandes corporações, está levando a um ciclo de intervenções urbanísticas desnecessárias, caras e cuja manutenção será uma incógnita.
Veja-se, por exemplo, esse teleférico do Morro da Providência. Para quê? Quanto custará sua instalação? Quanto custará sua manutenção? Qual será o custo social do desalojamento de quase 10.000 pessoas só para realizar esse sonho psicótico da atual administração municipal?
 
O Rio de Janeiro vive um dos momentos mais obscuros de sua história e as repercussões desse período podem atingir diretamente a identidade de quem aqui vive. A intervenção da PM na Praça Américo Brum, na manhã de hoje só demonstra que as tais Unidades de Polícia Pacificadora constituem, na verdade, uma "paz sem voz". E paz sem voz, não é paz...
 
 Fotos - Resistência na Providência! por Luiz Baltar
Fotos da manifestação contra a demolição da Praça Américo Brum, no Morro da Providência:
 

Jorge Borges
Geógrafo, Assessor Técnico
 
Twitter: @jorgeborgesrj
Skype: jlborgesrj

segunda-feira, 18 de julho de 2011

PLENÁRIA AMPLIADA DO COMITÊ POPULAR DA COPA E OLIMPÍADAS

Terça-Feira – Dia 19 de julho às 18h
Sindicato dos Metroviários 
Av. Rio Branco, 277 – 4º andar


GRANDE ATO UNIFICADO
Convidamos todos os fóruns, redes, movimentos,comunidades, ocupações, sindicatos, ONGs, academia, estudantes, enfim, todas as entidades, que estão se indignando com o Grande Balcão de Negócios que virou a cidade, onde a população , suas lutas e seus poucos direitos são apenas um detalhe incômodo que precisa ser eliminados ou calados de qualquer maneira, a estarem presentes na construção deste grande Ato.

Parem as remoções e desalojos, pelo Despejo Zero.
Não a privatização da cidade e dos Serviços Públicos.
Pela imediata investigação e punição de todos os envolvidos nos escândalos das empreiteiras.
Faça a sua luta junto com a luta pelo direito a cidade.
A educação, a saúde, a liberdade de expressão, os salários, o direito ao trabalho serão afetados pela realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Temos que reagir a isto!!!!!
Vamos juntar as bandeiras e transformá-las em nossas bandeiras.

COMPAREÇAM e DIVULGUEM LIVREMENTE!!!!!!

Você pensa que a Copa é nossa?
 
Os governantes falam o tempo todo que a Copa e as Olimpíadas trarão benefícios para o Rio e para o Brasil. Benefícios para quem? O custo de vida e o aluguel não param de aumentar, famílias são removidas das suas casas, ambulantes e camelôs, proibidos de trabalhar. 

Mais: eles estão gastando dinheiro público e apresentaram uma lei para não prestar contas depois. Prá piorar, a Fifa, a CBF e o seu presidente, Ricardo Teixeira, organizadores da Copa, sofrem várias denúncias de corrupção. Enquanto os bombeiros, os professores, a saúde e o saneamento são arrochados, bilhões são dados de mão beijadas as empreiteiras e especuladores.

Tudo indica que com a Copa e as Olimpíadas vamos repetir em escala muito maior a história do Pan-americano de 2007: desvio de dinheiro público, obras grandiosas, mas inúteis depois das competições, benefícios só para os empresários amigos do poder e violação dos direitos de milhares de brasileiros.

As remoções de famílias atingidas pelas obras estão acontecendo de forma arbitrária e violenta. Essa situação já foi denunciada inclusive pelas Nações Unidas. Parece democracia, mas a população não é informada nem consultada. Os jogos estão sendo utilizados como desculpa para instalar uma verdadeira Cidade de Exceção, com violação sistemática dos direitos e das leis.
 
Deste jeito, qual será o legado dos megaeventos? A privatização da cidade, dos espaços e equipamentos públicos, da saúde e da educação? A elitização do futebol e dos estádios? O lucro e os benefícios com isenções e empréstimos subsidiados com o nosso dinheiro para empreiteiras?  O lucro da copa é dos empresários, mas a dívida ficará para a cidade e para os cidadãos. Não podemos permitir que as histórias da Grécia e da África do Sul se repitam aqui.

Junte- se a nós! Vamos juntos mudar este resultado, venha lutar.

Venha bater uma bola com a gente no Largo do Machado, dia 30 de julho a partir das 10h.
 
Remoção zero! 
Cidade não é mercadoria!
Não a privatização das terras e recursos públicos, dos aeroportos, da educação e da saúde.