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domingo, 24 de junho de 2012

Havia um golpe no meio do caminho

O Golpe parlamentar sobre Lugo contém questões e problemas muito maiores do que o simples e raso discutir sobre tamanho de base parlamentar, contém lances que lembram bastante o velho e bom imperialismo, interesses de países e burguesias locais e também a sustentação de táticas recentes adotadas pelo governo e principal partido de sustentação deste, o PT.

Lugo (que nunca foi exatamente um Evo, um Chávez) sofreu golpe após ter sido acusado de fraco diante dos conflitos fundiários que ocorrem no Paraguai que assustavam especialmente a ala da economia vinculado ao agronegócio, especialmente ao agronegócio brasileiro. Este golpe não foi nem o primeiro, inclusive.

Não tardou a pulular na grande rede, especialmente vindo de "blogueiros Progressistas" teses que "embasariam teoricamente" uma análise acurada do golpe, e o incrível é que elas em geral apontam pra corroboração de duas teses interessantes sobre a sustentação de governos de esquerda: A primeira a que coloca a necessidade de ampla composição para se sustentar, evitando golpes e a segunda a que exige uma base social forte e um governo idem para manter a sustentação nem que fosse na porrada.

Ambas as teses não são novas, elas sustentaram as manobras do grande Leonel Brizola e sua lógica particular de esquerda que incluiam a busca de "grandes nomes" para atração de votos com composições nada higiênicas com partidos e políticos tradicionais pro vezes tão danosos, embora menos famosos, que Maluf. Tá aí a composição com José Nader no Rio que não me deixa mentir. 

A tese pelo lado do governo forte com base social também estava presente na ponta da língua do Velho Caudilho, herdeiro que era de outro Velho Caudilho conhecido como "pai dos pobres", e é frequentadora atávica das almas e línguas de parte da esquerda vinculada com uma percepção mezzo afeita a Stálin (mesmo entre trotkistas)  do programa democrático-popular.

O legal das duas vertentes é um interessante, e histórico até, método de "esquecimento" de elementos que fazem as teorias mezzo furadonas que nem peneira. Em ambas se ignora a ideia da ampla base social sem maioria parlamentar como sustentadora de governos democráticos de esquerda, vide Evo, ou "progressistas", tipo Corrêa, e de governos democráticos pero no mucho também, vide Chavez, onde a base parlamentar foi solenemente solapada em suas tentativas de golpe pela galera na rua. E vamos combinar que nenhum dos três foi exatamente fofinho com a direita e fez assim composições,né? 

Outro lado interessante é uma sub-reptícia condenação da esquerda radical, ao ponto de dizerem que Collor sofreu um golpe parlamentar por "questões menores" como Lugo. Além de distorcer a história ignorando  o todo do processo de impeachment de Collor com ampla participação da tal base social conduzida pro um conjunto de ações levadas a cabo pela esquerda radical e movimentos sociais, os "teóricos" ainda fofamente utilizam uma veste de madeira às suas faces para dizer que o arcabouço de elementos que levaram ao impeachment eram "nada". 

Para isso usam também o fato de Collor ter sido inocentado no STF, ignorando tanto que a justiça não é exatamente imune a pressão política e a elementos, digamos, não usuais de convencimento para julgamentos, quanto ignorando que os elementos constitutivos da cassação podem ser reais, concretos para um julgamento político porém de forma a não qualificarem-se para as exigências técnicas do processo legal. Cheques em nome de Collor obtidos de forma nebulosa, ou ilegalmente, provam politicamente que Collor cometeu peculato, foi corrupto, porém não podem ser usados me julgamentos pela forma de obtenção, por exemplo.


Além disso tudo as teorias tem um leve cheiro de sustentação de uma estratégia levada a cabo pelo Governo Lula/Dilma de alianças e expansão eleitoral sem muito critério,digamos, ético ou mesmo ideológico, dado que ao redor delas paira a lógica do "Temos de ver a dificuldade de manter nossa estabilização democrática". Esse discurso é usado para não só justificar alianças, como para justificar políticas de recuo ou não-avanço em questões limiares entre a dita direta e a esquerda, entre bandeiras que se confrontam, como a legalização do abroto, o combate a homofobia, a titulação de quilombos e territórios indígenas, reforma agrária,etc.

O interessante é também a similaridade deste discurso e o discurso tucano nos anos 90 onde FHC o utilizava , o discurso da estabilidade, para sustentar acusações contra a pressão popular e da esquerda radical por avanços na reforma agrária e nas questões supracitadas.

O que complexifica o engolimento das teses assim a seco, é a sutil presença do agronegócio no entorno da crise, e mais, a questão Itaipu posta com leveza por Lugo sobre a mesa que incomodava o Governo Brasileiro, o último a se pronunciar, e de forma tímida, sobre o golpe e o primeiro, e único, que se dispõem a receber o presidente golpista.

A velocidade do surgimento das teses ocorre em um momento de profunda critica interna pela esquerda que o PT sofre pela construção de seu arco de alianças para as eleições municipais deste ano e pelo estranhamento com as movimentações do Governo Brasileiro no caso Lugo. Governo Brasileiro que foi eleito também como esteio da esquerda sul-americana, argumento dito, redito e repetido ad nauseum por seus apoiadores quando da necessidade de amplo apoio para a superação de Serra.

O problema das teses requentadas é que havia um golpe no meio do caminho e um golpe não é jamais feito assim, sozinho, do nada, sem sustentação, muitas vezes externa, para se manter.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Malabarismo Surrealista, mas pode chamar de defesa do Palocci

A defesa de Antonio Palocci por parte do Governismo "Pra Frente Brasil" é um primor de malabarismo político que lembra o surrealismo na distorção do real e na irracionalidade como mote de uma obra nada plástica. o Enriquecimento do cabra é tratado como heroísmo e as denuncias são tratadas como golpe midiático que deve ser destruído. H´pa uam confusão deliberada e objetiva que inclu um ódio às manipulações da mídia e um uso descarado do medo de Tucanos como álibi que no fim das contas tem até sucesso ao esconder o óbvio: Mesmo a mídia usando o enriquecimento súbito de Palocci de forma cínica isso não torna  o "sucesso" do Ministro chefe da Casa Civil como algo bacana e heróico, apenas um nítido desvio ético que se não é ilegal é imoral, além de ser.lamentável.

O direito à ilusão é constitucional, o direito à flexibilidade ética idem, mas tratar as pessoas como idiota é além de indelicado uma bomba de efeito curto  nada eficiente, porque fatalmente em dado momento as pessoas pensam, e aí vai ficando cada vez mais difícil a defesa inglória de cada cagada governista usando o medo ou uma imprensa golpista que não era problemática quando a mandatária mor foi fazer omelete,né?

Tudo o que o Governo faz é tratado com um bumbo do tamanho do Evereste, mas suas cagadas ou são golpe de uma tal de PIG que significa tanto "Partido da Imprensa Golpista" quanto "Partido da Imprensa Governista", esta última adorando ser uma claque blogueira acrítica de com uma cara de pau que assusta. É acerto? É Governo, é Pt, é nóis! é cagada? é PIG, é o PMDB é a direita!

Seria interessante que essa esquerda "responsável", "Relevante" e "lutadora" começasse a se mexer pra fazer a tal tensionada à esquerda que propagandeia ao invés de culpár os tucanso pelo enriquecimento do Ministro e de defender essa nítida cafajestada como se fosse uma manipulação da mídia quando no máximo é o uso por parte da mídia Omeleteira de um episódio pra lá de questionável de enriquecimento usando a influencia que se tinha e tem no governo.

E este Governo Rico, que dá o código florestal pra salvar a alma do Ministro Rico e que aprova Belo Monte a qualquer custo não pode ser tirado da conta do "cara" e nem do PT, partido que tá brincando com a paciência alheia ao se dizer de esquerda patrocinando estas constantes cagadas e ataques à todo e qualquer programa e bandeira sequer semelhante à uma esquerda moderada, nem tão radical assim, Se este governo é de esquerda, comandado por um partido de esquerda, tá na hora de parar de babar o ovo da "Mamãe" e de defender calhordas operadores do mercado e atacar esses desvios constantes não só éticos, mas políticos que rumam pra uma tucanagem do cacete. Se querem defender é melhor ou deixarem de s colocar como "populares e democráticos' e assumir logo a defesa da máquina pra manutenção das carreiras de seus burocratas e largarem essa hipocrisia chula que despreza nossa inteligencia.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Futebol e democratização da mídia

 O futebol é estranhamente tratado como coadjuvante nas pautas jornaleiras no que ele tem de político, não internamente, mas na relação entre o esporte mais amado do país e o poder real, aquele que usa faixas, e o poder da hegemonia cultural, especialmente na relação da mídia com a comunicação democrática.

 Esse papel de coadjuvante dado a algo que culturalmente marca percepções da realidade, jargões, ditos, e em que a população em peso tem algum tipo de posicionamento, para o bem ou para o mal, é algo que surprende, ainda mais quando parte do aparato midiático o trata como "apenas um jogo", como algo que sai da "seriedade" e é "pra se divertir". O futebol, é café com leite, primo das novelas e do cinema, é tratado como algo que é apenas um show. Tal percepção não é uma limitação intelectual, mas um desprezo solene pela determinação popular da importância do esporte em suas vidas e pela rede de relações que o esporte tem nos meandros políticos oficiais, e sua importância na manutenção de impérios de comunicação, como eixo de poderio que obviamente influencia nos usos e costumes destes impérios e sua influencia em outras áreas.

 O futebol elege pessoas, mantém uma importante parte da economia, gera receita, gera com uma grande capilaridade uma teia de membros que formam maiorias, bancadas e tem poder de influencia direta em votações no congresso, na geração de receitas para empreiteiras, ainda mais em período próximo a mega-eventos esportivos,  e outras áreas da economia. O futebol é um grande negócio, e pai de vários grandes negócios. A relação da mídia, especialmente televisiva, como futebol é diretamente ligada a estes grandes negócios, mas também se relaciona com o tamanho do poder de influencia das redes determinado pela concentração de audiência e pela tradição de transmissão esportiva como meio de manutenção desta audiência. Este segredo de tostines guarda uma relação de ganho de poder e de concentração de mídia, que paulatinamente se transforma no domínio da Globo sobre o esporte a ponto de determinar que sua programação é determinante dos horários de jogos, em uma inversão de valores onde o conforto e o direito de milhares de pessoas são inferiores às necessidades de transmissão pela primadona.

 A possibilidade da grande Vênus Platinada tomar um olé e perder o direito de transmissão do campeonato Brasileiro não é  algo que afeta apenas o esporte, o horário dos jogos ou a relação de poder entre os clubes e a CBF, amiga íntima da Globo, mas que abala mais que isso, abala a relação comercial da Vênus com diversos grandes negócios relacionados com o futebol, causa um terremoto no poder da emissora e a leva a outro patamar na busca pela manutenção da audiência, e isso afeta o poder de influencia, fora o financiamento da máquina da rede. 

A perda dos direitos por parte da Globo abre uma brecha para um ganho de democratização na mídia, pois regulamenta em parte , distribui o poder das redes, reduzindo a concentração de audiência e os plenos poderes da Vênus sobre não só o esporte, mas sobre o que se discute no dia a dia, o que é ou não notícia, pois a audiência vai ter de ser reconquistada e com força e isso não se faz apenas com filmes, dado o peso que o futebol tem na cultura, no dia a dia do brasileiro.

 Por essas e outras que a CBF mexeu-se e ataca a união dos clubes no clube dos 13, já abalada pelas peraltices de seus cartolas, através de medidas de agrado a clube a ou b, como os reconhecimentos dos títulos de antes de 1971 e agora do título do Flamengo em 1987, títulos esses que parece que precisavam de reconhecimento cartorial, quando o histórico bastava. A ação da CBF é um meio de pressionar para que não se rompa o eixo de contratos firmados entre os clubes e a Vênus, aliada da Confederação em obscuros negócios e assuntos, e impeça o surgimento de outro player de peso na área, que possa fortalecer os clubes ao ponto destes não necessitarem mais beijar as mãos do Capo di tutti capi Teixeira...

O peso do "coadjuvante" futebol nos negócios, audiências e infraestrutura política é algo fundamental para entender como o "Jogo", o "divertimento", tem uma importância superior à sua redução à uma paixão "leve". Entender o quão influencia no peso das pautas jornalísticas das emissoras, e com isso na audiência às idéias defendidas por emissora A ou B, é fundamental, assim como entender a importância comercial para as emissoras e a importância de barrar movimentos de maior independência dos clubes é necessário para manter uma rede de relações políticas que vão além da manutenção do poder da rede e da cartolagem, e se relacionam diretamente com outros interesses, interesses esses que elegem pessoa,s formam bancadas,etc..

 A democratização da mídia hoje pode passar pelo futebol, por isso que o Imperador Teixeira se une à Globo e suas ações fomentam uma divisão que poderia enfraquecer ambos. É a união de forças para impedir abalos na carcomida estrutura.