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terça-feira, 8 de novembro de 2011

O preço da invasão da USP

Reitor Rodas
A invasão do Campus da USP pelos nobres Policiais Militares recebeu apoio dos clássicos reaças e inclusive de parte da "intelectualidade" de "esquerda", notadamente ligada à Biopolítica e à  "Nova Esquerda", apoiando isso em nome de um moralismo legalóide. 

Esse legalismo esquece uma máxima humanista: "Nem tudo o que é legal é legítimo" que se não me engano um tal de Erasmo escreveu mais ou menos no período citado pelo Mário Maestri neste  belíssimo e fundamental texto. E este esquecimento vem sem notar o quão contribuem pra destruir coisas que são muito mais do que pensam suas rotundas bundas criadas a leite de pêra.

"São duas leis?"
Ai dizem coçando a barriga: "Mas nego acha que são dois mundos? duas leis?" é fio, é isso mesmo, é isso porque é preciso que assim, seja para que o conhecimento seja produzido, debatido sem que funguem em seus cangotes a ideologia passeante com o coturno costurado com o brasão imperial do momento,  para que o conhecimento tenha a liberdade de destituir reis se preciso for. 

Isso acontece na mesma semana me que descubro que nas colonias espanholas e inglesas se investia em universidades para que as lideranças pudessem "guiar a massa ignóbil" e me perguntava porque os lusos não entendiam da mesma forma que os Espanhóis e Ingleses, a necessidade das universidades. 

Qual era o projeto que impedia aqui o mesmo que nas demais colônias? Ai o "Arcaismo como projeto" me veio à cabeça.. O projeto é o Arcaísmo e é encarnado num fato simples: A Polícia militar surge no Brasil antes das Universidades.

Isso obviamente não é escrito com nenhum intuito de defender um "destino manifesto" de mediocridade  que o Brasil possui  se comparado às nobres e peleadoras nações latino-americanas e ao paudurecente Tio Sam, mas pra ressaltar  que a PM hoje surge antes mesmo do projeto de nação chamado Brasil e coma missão clara de manter na linha o  "populacho" negro, pobre e sujo e quem mais ameaçar a ordem unida do "donos das capitanias" muitas vezes ainda hereditárias. 

Agora foi o alunato da USP que resistiu ao absurdo da entrega da autonomia da universidade de mão beijada ao coturno mais próximo em nome de uma isonomia legal que universidade alguma tem de ter como mundo exterior. Resistiu? para isso existe a Polícia militar, para conter resistências.

A autonomia universitária é para os proprietários da PM, encarnados no comandante em chefe de plantão para seguir as ordens de quem o mantém no cargo chamado Governador, e para, pasmem, parte da intelectualidade que se autoproclama de esquerda, um "delírio pequeno burguês", um "privilégio absurdo" ou outro termo com alto grau de adjetivação que estiver à mão para desqualificar uma conquista que remonta a idade média e que tem em seu germe, em sue cerne e em sua função primordial a manutenção da liberdade da produção do conhecimento para que este ajude o mundo a manter a liberdade.

Em nome de uma "derrubada de muros" da Universidade para que ela "faça parte da sociedade" se constroem grilhões.  Estes grilhões terão um preço muito maior do que a fiança de mil reais que os estudantes presos de form absurda, abusiva e insana terão de pagar e quem o pagará seremos nós, todos, universitários, pequenos burgueses, pobres, pretos, brancos, todos.

As universidades surgiram antes nas colônias inglesas e espanholas do que na colonia portuguesa, que preferiu criar a Polícia Militar, talvez seja essa a resposta para a pergunta cíclica do porque o combate pela liberdade é mais enfático nos países latino americanos e na pátria do Tio Sam, se não é uma resposta é uma pista, uma valorosa pista.

PS: Esclarecendo um ponto: As universidades no Brasil só surgem na década de 1930 do século XX   conforme este artigo que cita a Universidade de São Paulo e a Universidade Nacional do Rio de Janeiro. Há fontes que no entanto consideram a UFPR a mais antiga, tendo sido fundada em 1912. No entanto a Policia militar é fundada como  Guarda Real de Polícia” em 13 de Maio de 1809 , e também são fundadas a Academia Real da Marinha (1808), Academia Real Militar (1810), Academia Médico-cirúrgica da Bahia (1808) e Academia Médico-cirúrgica do Rio de Janeiro (1809). Ou seja, a fundação da Polícia militar foi em Paralelo aos primeiros cursos universitários e antes das Universidades, tendo a polícia um desenvolvimento mais rápido e amplo que os cursos universitários que demoraram mais de um século para  se tornarem universidades.  

terça-feira, 12 de julho de 2011

Em busca da unidade perdida

Existe um saudosismo da unidade que percorre a esquerda, especialmente a socialista, que entende unidade como algo perdido em uma Xangri-Lá ideológica um tipo de El Dorado das idéias e organizações que não encontra eco na história.

A cada momento onde organizações racham ou se dividem, ou mesmo organizações paralelas com divergências se constituem, os arautos do caos da esquerda lançam os adágios quase atávicos: "A esquerda só se une na cadeia!" e "A unidade está sendo rompida!" . E nestas afirmações está embutida a idéia da necessidade de ocupação do mesmo espaço organizativo para que exista unidade, como se divergências fossem bestagem de egos inflamados e não por vezes elementos de fundamental importância que impede que companheiros sob o ponto de vista ideológico convivam em um mesma organização ou movimento.

Esse tipo de visão é parecido com o saudosismo do partido único, referencia quase que universal em grande parte da história da esquerda de uma unidade quase totalizante e cujos discordantes do Partido Único seriam traidores ou quinta-colunas. É muito comum que os defensores da unidade perdida sejam membros atuantes dos partidos comunistas e tenham certa simpatia por bigodes e coturnos, desde que vermelhos.

A grande questão é que com isso se esquecem da nossa velha amiga história na descrição de grandes momentos onde a atuação da esquerda foi tudo, menos filha da unidade formal, embora diretamente ligada à unidade de ação a meu ver a que importa. 

A Revolução Russa é em geral descrita como Revolução Bolchevique, mas isso oculta a participação de imensa importância dos  Socialistas Revolucionários, Anarquistas, Soldado e Camponeses que por vezes não eram alinhados aos Bolcheviques, derrotados várias vezes nos Sovietes. A unidade entre Bolcheviques (que faziam parte do Partido Social Democrata Russo junto com os Mencheviques, ou seja, eram um racha) e os demais participantes ativos da Revolução como os Socialistas Revolucionários e Anarquistas não era a propalada "unidade" organizativa, mas era a de ação, pois todos participaram ativamente da revolução e tomaram o poder. 

Ou seja, na primeira grande Revolução a unidade nunca foi a organizativa, mas de ação, a unidade que interessa.  A "obrigatoriedade" de uma unidade no mesmo espaço físico é de conteúdo autoritário e trava na organização de muitas frentes de atuação que abriguem lutadores em sua diversidade, não restringindo a ação a um único modo, método ou mesmo linha politica.

Porque um oposicionista do Governo Lula-Dilma seria representado e se sentiria parte de movimentos nitidamente ligados à defesa deste governo como a "úncia alternativa viável"? E ele não se vendo parte disso se torna menos lutadora? É essa a unidade que queremos, que coloca como sub lutador alguém que discorda da orientação de sue apoio e de sua percepção politica? E os anarquistas? Como faz? manda às favas e trata como sub-raça ideológica? E os apartidários, os artistas, os diletantes gente boa que não se vêem presos a um tipo de rigidez organizativa que torna tudo um imenso Fla x Flu? O que fazemos com eles em nome da unidade idílica? Ignoramos?

A questão da unidade nas ruas e nas lutas permite que ativistas e militantes ligados ou simpatizantes do PT se juntem a membros do PSTU, a Anarquistas, à autonomistas à membros do PSOL na luta contra as remoções no Rio de Janeiro e atuem de forma unitária no Comitê Popular da Copa e da Olimpíada. Estes membros não se sentiriam à vontade em uma mesma organização se ela fosse pró-governo. A sabedoria dos companheiros tornou o espaço um espaço de lutadores e todos contribuem para o sucesso do movimento. Em outros movimentos isso por vezes não ocorre e se torna mais fácil organizações diferentes que mantenham a ação convergente nas lutas, mas que a divergência seja representada e organizada de acordo com as demandas de cada linha de pensamento e  postura política. A legitimidade de movimentos assumidamente pró-governos é tão grande quanto aos que não são alinhados diretamente e que contemplem desde a oposição até apoiadores mais críticos do mesmo governo. Não podemos te ruma leitura política maniqueísta ou idílica que retira legitimidade de uma ou outra posição, da mesma forma a luta politica propõe atritos e alinhamentos dependendo de cada movimento da conjuntura e isso é normal e até certo ponto desejável, dado que a ausência da divergências dá um tom de paz de cemitérios no cotidiano das lutas.E nenhum cemitério é revolucionário.

Portanto a multiplicidade da esquerda precisa da divergência e da variedade para que seja viva e atue na luta diária de forma a superar o capital e transformar a realidade, essa variedade pode e deve se unir no que interessa: Nas ações de luta, nas luta diárias e não em um mesmo espaço organizativo. A busca pela hegemonia politica é parte da normalidade e do espírito de uma linha ideológica que só em Marx tem divergências entre várias corrente se por vezes divergências fundamentais, imagina se incluirmos anarquistas, autonomistas e outras correntes. 

A busca da unidade deve ser cotidiana, no levantamento das bandeiras comuns e devem ser respeitadas a divergências que impede a ocupação de espaços comuns de organização. O Saudosismo da Xangri-lá do partido único é apenas uma visão da unidade engessada.A unidade que vale, a das ruas, não cabe nos limites de partidos, casas ou camisas de força ideológicas. Como as ruas a unidade é dinâmica, múltipla e viva. Casas só a  prendem.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A democratização da comunicação é a democratização da sociedade

A concentração midiática no Brasil, onde poucas famílias são proprietárias da maioria absoluta de veículos de comunicação, abrangendo a mídia televisiva, rádios, Internet, jornais e revistas, é um dos maiores obstáculos, senão o maior,  para a emancipação da população em matéria de democracia, protagonismo politico e conquista de direitos.

As empresas de comunicação do Brasil são aliadas do processo de concentração de poder econômico com controle de indústria, terras  e comércio por uma elite sócia destas mesmas empresas e que utiliza a máquina pública como ferramenta para manutenção de  privilégios e ampliação  de sua riqueza.

Ao serem máquinas de repetição diária de idéias que tornam medidas de manutenção de privilégio e diferença entre as classes, os meios de comunicação são a mais forte ferramenta de convencimento de que um sistema que explora o trabalho de milhões, lhes fornece estrutura precária de moradia, saúde, educação e transporte é o único sistema viável e que todo poder deve ser entregue à representantes que são os únicos que "podem" administrar o estado. Com o bombardeio diário de uma informação ela acaba se tornando verdade, uma única verdade. Assim então é construído um silencio sobre toda e qualquer forma de resistência à marcha de um "progresso" cuja propaganda não mostra as favelas removidas para grandes obras, a escola maltratada dos filho dos pobres, os postos de saúde e UPAs hiper lotadas e os soldados "pacificadores" da Upps proibindo festa de criança na favela. Por outro lado o mesmo soldado que proíbe festa de criança é mostrado em festa de debutante sorrindo, a obra que remove moradores sem nenhum respeito à sua história, bens e os jogam a quilômetros de onde moram são mostradas como solução fantástica e linda, os postos de saúde e UPAS são relatados por "especialistas" como um grande feito.

Os meios de comunicação não atuam somente ocultando a realidade, eles criam uma realidade também. Por isso que "favela" é sinônimo do pior que existe, é algo negativo e tem isso reforçado toda vez em que uma grande obra precisa ser feita.Assim se cria uma "verdade" onde é sempre melhor o morador ser removido pra quase 100 km de onde estruturou sua vida do que morar na "favela". A Favela é o mundo ruim, o mundo cão, é o horror habitacional. Não se menciona assim que também é a solução habitacional construída pela população na ausência de politicas habitacionais dignas desse nome e que não sejam apenas o que o jornalista Lúcio de Castro chama de "jogar o pobre pra baixo do tapete da distancia". A vida das pessoas é tratada como se indiferente detalhe diante da necessidade de "melhorar" a vida do pobre segundo soluções criadas longe do principal interessado, em gabinetes administrativos e apartamentos da Zona Sul dignos de figuração nas novelas do Manoel Carlos. Essa mesma realidade onde o núcleo pobre das novelas é o engraçado e fica no máximo na Gloria ou em São Cristóvão, dado o desconhecimento do mundo além túnel dos donos da voz. É a realidade que finge não ver as remoções para a construção de obras faraônicas para os mega-eventos esportivos, tratados apenas como o melhor que podia acontecer ao país e o pobre é o palhaço do espetáculo.

Donas dos direitos de transmissão dos mega-eventos, as empresas de comunicação ajudam a criar mais um muro de silencio que ignora atitudes autoritárias dos poderes executivos municipal, estadual e da união, os gastos absurdos nas obras nitidamente superfaturadas e os escândalos de corrupção ligados à seus parceiros tanto políticos quanto  comerciais como os que envolvem o presidente da CBF e dirigentes da FIFA. Da mesma forma a maior parte da população ignora o que acontece em Belo Monte, no Pará, com indígenas e povoo pobre sendo removidos na base da pancada para a construção de uma usina hidrelétrica que é monstro tratado como solução,mas  injustificável sob o ponto de vista técnico, já que não gerará energia que pague o tamanho da destruição, e que é na verdade o faz um gigantesco crime ambiental.

É por estes motivos, entre tantos outros, que é necessário um amplo movimento de pressão para mudanças nas leis que permitam uma verdadeira democratização dos meios de comunicação. São necessárias ações nas ruas, jornais e rádios comprometidos com a causa da democracia irrestrita para que se derrube o poder quase que absoluto dos donos dos meios de comunicação e que se permita a ampliação do acesso à informação. Precisamos de passeatas, de convencimento da população para pressionarmos os deputados e governantes e os obriguemos a mudar a lei para termos uma comunicação democrática e banir o racismo, a homofobia, o machismo, a misoginia, a exploração dos trabalhadores e a destruição do meio ambiente , para que não permaneçam jogadas de lado e em uma batalha inglória para serem vistas pela população não como mania de radicais enlouquecidos, mas demandas necessárias  para que os direitos da pessoa humana sejam amplamente respeitados até para a sobrevivência das pessoas.Precisamos lutar por novas leis de comunicação que rompam com os monopólios e permitam que a população construa seus próprios meios de comunicação, rádios, Tvs e jornais, sem que a Politica Federal e Anatel os persiga e sem que a máquina doa grandes meios os silencie.

A democratização das comunicações não é excentricidade, não é uma bandeiras dos "anti-Globo" e de mau humorados, é uma necessidade para que o povo não seja pra sempre vitima de ações truculentas como as que remove sem respeito nenhum aos direitos humanos as populações das favelas para a construção de condomínios de classe média e além disso tenha seu drama ocultado por empresas que vendem cidades e até um país que parece de novela, mas tem o dia a dia de filme de terror, ao menos pros mais pobres e que enquanto a concentração da comunicação permanecer nas mãos de poucas famílias aliadas daqueles que concentram o poder e dirigem os esforços do estado para aumentar sua riqueza vai ter muitas sequencias com imensos danos no dia a dia do povo.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Pede a banda pra tocar um dobrado, olha nóis outra veiz no picadeiro!

Seattle
Solução é algo complexo, não existe panaceia, não existe política velha ou política nova, existem métodos,eixos ideológico-teóricos e atos, tudo isso pode ser utilizado de forma a gerar avanços ou recuos.

A política 2,0 é a comuna de Paris com Internet, o que significa que algo velho a dar com pau,que rolou em 1871, era novo na época e é novo hoje e pode hoje ser usado com ferramentas poderosas, mas a política é a mesma. O que é chamado de velho tem nome e sobrenome: Liberalismo Capitalista ou capitalismo liberal, Política Burguesa clássica, escolham. 

Atenas
Isso existe faz tempo e não realizou nem suas próprias bandeiras, adotadas por nosotros esquerdopatas levadas a cabo na porradaria cotidiana, como direitos civis amplos pra gays, negros, mulheres,etc..

O que rola hoje é a ressurreição do discurso veemente da abolição do estado, algo meio morto desde o fim do século XX, mas arrisco a dizer que desde o meio quando o sovietismo escolheu manter um estado a superar capital. O discurso voltou com pau na mão após negozinho perceber no fim da década de 1980 que a formula"partido operário" como la era colocada tinha ido pro brejo abraçada coma vaca. Daí que os partidos mais fodões em geral são frentes, como o PSOL e como foi o maior partido de esquerda da América Latina, O PT. Na Europa eu não tenho arcabouço teórico pra dizer, mas arrisco dizer que ocorre o mesmo.

Madrid
São Paulo


Isso rola emulando o século XIX quando nego percebe que do mato da Igualité Fraternité não saia mais coelho e foi pegar lebre a tapa com organização horizontal. Daí surge a Comuna de Paris, depois vai dando zebra aqui e acolá e explode 1917 com um comunão de Paris macho pra caceta e disposto a recompensar o mundo com muito mais revoluções por minuto.  

Os momentos são semelhantes, a novidade é que a forma partido que surge nas mãos de Lênin foi para a casa da tia Joana brincar de ver as meninas com seu amor assim descontraído e deixou a rapaziada que queria molotovs na veia, que tinha sangue de gasolina e coração de sal de frutas fervendo num copo dágua, chupando o volumoso dedão.

Aí os negos pretos foram às ruas e tão aí enchendo o saco do universo desde Seattle, e tamo nós aqui enfrentando a primeira grande decepção com a forma Partido à véra, com a vaselina do Lula ou a areia da Dilma e principalmente depois que esta forma partido adota a fofa organização vertical, mais centralizada, com cada vez menos discordancia e veneno monótono.
Aqui o eco do pau na mesa da política vleha de guerra comunarda ainda não rolou e nem sei se vai rolar porque sou historiador e não mãe Dinah, mas torçamos, porque a Marcha pela liberdade foi sinal de que el grande sacón está cheio e o Governo Dilma ajuda pelo outro lado mostrando que a alternativa ao cassetete do PSDB é o veto do PT.

Então pede a banda pra tocar um dobrado, olha nóis outra veiz no picadeiro!