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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Nova Estiva e o passo à frente rumo ao abismo do progresso.



A lógica de remoções pra Copa/Olimpíadas é um retrato acabado do modus operandi que a lógica dos megaeventos traz consigo nos países que atingem como praga. Esse modus operandi ganha trágica ampliação quando associado a uma ideia de propriedade, estado e pobreza enraizada na história do país chamado Brasil.

Desde a ideia da modernização conservadora nascente e vivente de meados ao fim do século XIX, quando a lógica higienista galga paulatinamente os degraus da hegemonia do pensamento da elite brasileira e associado a isso constrói-se o conceito de classes perigosas para caracterizar negros e pobres (Pobres em geral são/eram negros), até a efetiva ação do higienismo na modalidade de lançamento de pobre à distância, já imediatamente quase a proclamação da república, a ideia da ação do poder público como um agente garantidor da propriedade privada a qualquer preço e efetivo removedor da “anti-higiênica” pobreza para o lugar mais longínquo possível torna-se praxe de nosso dia a dia.

Se no fim do século XIX e início do XX a lógica era da “purificação” sanitária do Rio de Janeiro e de nossas capitais, depois sendo substituída pela “modernização” da cidade, hoje a desculpa é “a necessidade de construir estruturas para os megaeventos”.

Desde a remoção do “cabeça de Porco” em 1892 até a remoção de hoje (18/12/2012) da comunidade Nova Estiva em Fortaleza, passamos por Pinheirinho, Campinho, Terreirão, Aldeia Maracanã, Providência e tantas outras comunidades Brasil afora que cometeram o crime de estarem na direção do trator do “Progresso”.

Vamos lembrar que o trator do “Progresso”, feitor do desenvolvimentismo desumano e genocida, também acampa e atua com veemência na região de Altamira para garantir Belo Monte, em Teles Pires e Jirau, ajuda de maneira sutil o genocídio dos Guarani-Kaiwoa pela omissão ou por associação a fazendeiros que avançam com sua fronteira agrícola baseada em agronegócio agrotóxico e assassino na base da bala.

Vamos lembrar que o trator do “Progresso” também atua de forma “quente” nos estranhos e “empreendedores” incêndios nas favelas de São Paulo e atua nas mãos dos “arqui-inimigos” Tucanos e Petistas com igual desenvoltura, assim como nas mãos e carros oficiais de aliados de ambos.

O Trator do “Progresso” avança na ferocidade dos automóveis movidos a combustíveis fósseis que nos sufoca e derrete, apoiados na falácia de sua exploração financiar uma educação magra, semimorta, estuprada pela sanha tecnocrata.

O Trator do “Progresso” passa por cima de casas hoje em Nova Estiva, Fortaleza, mata cachorros, laços de solidariedade, laços de vizinhança, parentesco, vidas, documentos, móveis. Esse trator é comandado por quem se coloca como “transformador da vida dos pobres” e baseado nisso dá carta branca a seus paus mandados (Vulgo aliados) a conduzirem uma “modernização” sem povo, ferozmente sem povo, desumanizada, capitalizada.

O progresso do trator é veloz na direção do abismo, abismo esse onde a humanidade dos que o comandam já está, e resolveu dar um passo à frente.



sábado, 13 de agosto de 2011

URGENTE! Mais um ataque ilegal da Prefeitura do Rio! Demolições na Vila Recreio 2

Acabamos de receber a notícia de que pessoas a serviço da Prefeitura do Rio chegaram neste sábado, 13/08, na comunidade Vila Recreio 2 e já começaram a derrubar as últimas casas que só permaneciam de pé graças a liminares da Justiça. Das duas uma: ou derrubaram a decisão favorável aos moradores durante o plantão do judiciário, ou estão passando por cima, mais uma vez, da ordem constitucional. 

Em qualquer dos casos, trata-se de mais um ataque ao Estado Democrático de Direito, uma vez que é nítida que a ação surpresa, no meio de um fim de semana, é uma tática muito clara para evitar qualquer tentativa de resistência por parte dos moradores ou de seus aliados. Mesmo no plano institucional.

Ações como essa põe em cheque quaisquer tentativas de negociação, comissões e outras tratativas já iniciadas por diversas instituições sérias desse país, numa tentativa de parar o fascismo travestido de "eficiência administrativa" engendrado pelo Prefeito Eduardo Paes com apoio direto e explícito do PT, do PDT, do PCdoB e de outros cancros políticos auto proclamados "partidos populares" ou "a favor dos trabalhadores".

A desfaçatez do Sr Eduardo Paes, Jorge Bittar e sua caterva impregnada nas subprefeituras e na Câmara dos Vereadores ultrapassa todos os limites, mas continuamos a vislumbrar um horizonte de crimes contra direitos humanos da população carioca, contra o meio ambiente e contra a administração pública, sem que os poderes da República façam sequer ouvir os demais lados envolvidos. Não estamos falando de meras infrações. Estamos falando de violação de domicílio, danos morais e materiais, ameaça coação, abuso de autoridade, constrangimento ilegal, vexação de menores, idosos e incapazes entre outras barbaridades.

Não dá pra ficar calado diante de tantos disparates. A população carioca precisa se insurgir contra essa sucessão de crimes. Os ataques já começaram há meses e atingem tanto favelas quanto bairros formais. Ninguém está a salvo das ações criminosas orquestradas pela aliança maldita que governa o Rio de Janeiro.
Jorge Borges
Geógrafo, Assessor Técnico

Twitter: @jorgeborgesrj
Skype: jlborgesrj

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

PLENÁRIA DO COMITÊ POPULAR DA COPA E OLIMPÍADAS RJ

   Nesta terça-feira dia 16 de agosto às 18h no Sindicato dos Metroviários, av. Rio Branco 277/ 4º andar.

   Proposta de pauta:

  • Avaliação do Ato do dia 30/07
  • Organização do Comitê, plano de trabalho das comissões
  • Propostas para o encontro nacional no dia 27 e 28 de agosto, em Brasília, a indicação de 2 representantes do Comitê RJ e apoio para organização.

   Vamos realizar uma plenária bem produtiva, com uma hora para cada ponto de pauta e talvez poderemos indicar outra manifestação de rua para o dia 10 de dezembro dia dos Direitos Humanos.

   Vamos chegar na hora e fortalecer nosso Comitê.

   Divulguem aos outros participantes.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Você pensa que a Copa é nossa?

Os governos falam o tempo todo que a Copa e as Olimpíadas trarão benefícios para o Rio e para o Brasil. Mas benefícios pra quem? O custo de vida e o aluguel não param de aumentar, famílias são removidas das suas casas, ambulantes e camelôs, proibidos de trabalhar. 

Mais: eles estão gastando dinheiro público nas obras e apresentaram uma lei para não prestar contas depois. Pra piorar, a Fifa, a CBF e o seu presidente, Ricardo Teixeira, organizadores da Copa, sofrem várias denúncias de corrupção.Tudo indica que com a Copa e as Olimpíadas vamos repetir em escala muito maior a história do Pan-americano de 2007: desvio de dinheiro público, obras grandiosas, mas inúteis depois das competições, benefícios só para os empresários amigos do poder e violação dos direitos de milhares de brasileiros.As remoções de famílias atingidas pelas obras estão acontecendo de forma arbitrária e violenta. Essa situação já foi denunciada inclusive pelas Nações Unidas. Os jogos estão sendo utilizados como desculpa para instalar um verdadeiro Estado de Exceção, com violação sistemática dos direitos e das leis.Deste jeito, qual será o legado dos megaeventos? A privatização da cidade, da saúde e da educação? A elitização do futebol e dos estádios? O lucro e os benefícios com isenções e empréstimos subsidiados com o nosso dinheiro para empreiteiras? O lucro da copa é dos empresários, mas a dívida é nossa. Vamos permitir que as histórias da Grécia e da África do Sul se repitam?Junte- se a nós! Vamos juntos mudar este resultado, venha lutar.

Venha bater uma bola com a gente no Largo do Machado

dia 30 de julho a partir das 10hs

indo em direção à Marina da Glória 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Morro da Providência: A Praça não é mais do Povo


No Rio Olímpico, ocupação militar para garantir a limpeza social
 
Na manhã desta terça-feira, 19/07/2011, recebemos relatos e fotos dos companheiros da Rede Contra a Violência e do Coletivo Pela Moradia.
 
Funcionários da empreiteira contratada pela prefeitura do Rio de Janeiro contaram com a ajuda de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) instalada no Morro da Providência, no Centro da cidade, para tomar a praça Américo Brum, situada no interior da comunidade. A praça ganhou repercussão pública em 2008, quando três jovens foram sequestrados por militares do exército, que então ocupavam a favela, e levados para outra comandada por uma facção rival, na qual foram mortos.
 
A área está sendo requerida pela prefeitura para ali ser instalada a base do teleférico que será construído na localidade, uma das obras inseridas no plano de reurbanização da comunidade, bem como no projeto "Porto Maravilha", de revitalização da região portuária. Tal obra implicará na remoção de dezenas de famílias. Em conjunto com as moradias que a prefeitura alega estar em áreas de risco, o número das construções a serem removidas chega próximo de 700 construções. Como tem ocorrido em outras áreas da cidade (atualmente, aproxidamente 150 favelas encontram-se ameaçadas ou em processo de remoção), não há diálogo com os moradores locais, que não sabem exatamente o que vai lhes acontecer. A prefeitura não apresentou em detalhes o projeto de reurbanização, muito menos explicou a necessidade de construção de um teleférico. Apenas marcou as casas das pessoas com a inscrição "SMH". A falta de informação marca a relação do poder público com os moradores, que questionam a necessidade da remoção de moradias.
 
Hoje, pela manhã, os moradores haviam programado um café da manhã, como uma forma de protestar contra o fim da praça Américo Brum e pela não remoção das moradias. Entretanto, com a ajuda de policiais da UPP local, os responsáveis pela obras invadiram a praça e a cercaram, impedindo a entrada dos moradores. É importante destacar que esta é a única área de lazer na Providência, utilizada largamente pelas crianças de jovens da localidade. Apesar disso, em nenhum momento foi discutido com os moradores a necessidade de acabar com este espaço de convivência, muito menos se seria reconstruída em outro lugar. Simplesmente chegaram, cercaram e impediram as pessoas de a utilizarem. A prefeitura sequer respeitou o período de férias escolares. Muitos jovens, com esta ação arbitrária, ficarão sem um espaço no qual podem se encontrar e se divertir, já que não há outro local próximo e gratuito para atividades de lazer. Não bastasse o desreito ao direito à informação e à moradia, o poder público municipal desrespeitou o direito ao lazer, tão importante para a sociabilidade de crianças e jovens.
 
Os moradores estão realizando, neste momento, um protesto no local. Consideram injusta a forma de tratamento da prefeitura e exigem que sejam ouvidos pelo poder público.
 
Mais informações: 7113-7273 (Rosiete)
Comissão de Comunicação da Rede contra Violência
 
As palavras e imagens já dizem tudo. O Rio de Janeiro está, pouco a pouco, rasgando sua história, submetendo seu próprio povo à mesma fórmula que já levou países como a Grécia e a Espanha à situação pré-falencial. A transferência de recursos públicos de forma indiscriminada e sem controle para grandes corporações, está levando a um ciclo de intervenções urbanísticas desnecessárias, caras e cuja manutenção será uma incógnita.
Veja-se, por exemplo, esse teleférico do Morro da Providência. Para quê? Quanto custará sua instalação? Quanto custará sua manutenção? Qual será o custo social do desalojamento de quase 10.000 pessoas só para realizar esse sonho psicótico da atual administração municipal?
 
O Rio de Janeiro vive um dos momentos mais obscuros de sua história e as repercussões desse período podem atingir diretamente a identidade de quem aqui vive. A intervenção da PM na Praça Américo Brum, na manhã de hoje só demonstra que as tais Unidades de Polícia Pacificadora constituem, na verdade, uma "paz sem voz". E paz sem voz, não é paz...
 
 Fotos - Resistência na Providência! por Luiz Baltar
Fotos da manifestação contra a demolição da Praça Américo Brum, no Morro da Providência:
 

Jorge Borges
Geógrafo, Assessor Técnico
 
Twitter: @jorgeborgesrj
Skype: jlborgesrj

sábado, 11 de junho de 2011

A Esquerda no SOS Bombeiros

 Na Quinta-Feira dia 08 de Junho fui até a ALERJ me solidarizar com o movimento dos Bombeiros.A manifestação é o que tem de mais popular, com um espectro ideológico que vai de Bolsonaro a PSTU.
  Estar neste tipo de movimento, sem nojinho de povo e de suas posições nem sempre avançadas, que por vezes ecoam Bolsonaros, é fundamental pra esquerda tomar vergonha no focinho e sair do Facebook e Twitter e fazer alguma coisa, e isto vale também pra este que vos escreve.
 O movimento de apoio aos Bombeiros teve eco em toda sociedade e gerou o primeiro recuo político de Cabral desde que eleito pela primeira vez para governador, ao menos o primeiro recuo levado a cabo por um movimento popular. O esforço de disciplinados homens e mulheres da categoria, que se orgulham de sua disciplina e esforço na honradez de suas carreiras de salvadores e Heróis, como se autoproclamam e dificilmente alguém na sociedade iria discordar, em superar a hierarquia para exigir respeito profissional e salário digno era nítido. Não se pode ignorar o que representa de possibilidades a união de categorias militares numa reivindicação de melhoria para a categoria. Ou seja, a corda do arrocho tá tão esticada que uma galera que nunca cogita ir pra rua e sair da camisa de força que a disciplina militar os prende tá indo pra rua e brigando.
 A presença da PM em apoio a seus companheiros Bombeiros é mais que um sinal, por isso a presença sui generis no palanque, da direitaça à esquerda, porque toda a sociedade foi atingida por isso. A recusa de membros do batalhão de choque e até da tropa de elite do Governador, a guarda pretoriana de Cabral, o BOPE  em participar doo teatro de repressão da sexta 04 de Maio, quando o quartel central foi ocupado pelos Bombeiros e invadido pela truculência do BOPE sob ordens do Ditador Cabral, é um sina de que nem tudo são flores sob o manto de Beltrame.

São vários os sinais da Movimento, sinais e caminhos deixados para serem lidos e apontar direções e ações.    Em primeiro lugar que há no ar um sinal de que as categorias não estão mais afim de cair no lero lero de desenvolvimento onde o cofrinho da rapaziada ganha pouquinho enquanto outros cofres abarrotam de moedas. O povo tá meio cansado de ganhar migalha e a manifestação dos bombeiros não é a única que exige mais grana, mais salário e mais estrutura, tá aí a  greve na Volks pra gente prestar atenção. 

Outro sinal interessante é a quebra da paz dos cemitérios da segurança pública e da imagem do Governador Bossa Nova, justo e cheiroso, que consegue com a segunda maior economia do País pagar menos que Alagoas a seus soldados. A recusa de parte da polícia militar em executar ordens do Cabral Junior, o filho do homem que acha que o funk é criação da CIA, não é brinquedo não e tem de ser analisada com cuidado e explorada pela resistência a este projeto de Estado e Cidade Olímpica que é muito fofo pra empreiteiras, mas nada pra moradores removidos, soldados e bombeiros que recebem menos que migalhas, sendo que alguns deles ainda são antipáticos à população obedecendo ordens dos políticos "empreiteiros", que não ganham só R$ 950,00, e olha que to falando só de salário. O apoio popular e a adesão de professores ao movimento é sintomático de que o saco encheu e que a pergunta no ar é: Que estado rico e "olímpico" é esse que paga tão mal a seus policiais, bombeiros e professores? E que governo é este que propagandeia um estado e cidade que só existem pro COI, mas que pra seus funcionários e moradores removidos ou são migalhas ou a borracha da repressão, sem contar que quem repreende ganha tão mal quanto o reprimido?

Se os Heróis são tratados na borracha, imagina o lombo do povo,né? E é de se notar a oportunidade de discutir com quem dá a borrachada do governador, que contesta suas ordens por percebe-las absurdas, quando são soldados os alvos delas. Será que não é hora de abrir diálogo pra que eles percebam que do outro lado as passeatas são estudantes e profissionais, trabalhadores, que como eles são reprimidos por exigirem melhores condições de trabalho e salário ou verbas pra melhoria da escola?

A oportunidade aberta para a esquerda é imensa, ou a gente se ocupa de conversar com esse povo ou o diálogo vai se na linha do Bolsonaro.A direita não questiona o direito de greve que os Bombeiros tem, e querem que eles ganhem pra derrotar Cabral e depois voltem com os PMs à vida normal de obediência. 

E o que nós queremos? Ensiná-los ou conversar e apontar as contradições que eles mesmos tem com relação a nós ou aos professores que hoje apoiam tanto a polícia quanto aos heróis bombeiros? 


A oportunidades de apontar como são iguais os professores e os  Bombeiros nas suas necessidades e em como são tratados os trabalhadores pelos governos e patrões é de ouro. A oportunidade  de mostrar pro PM que ele bate na gente da mesma forma que bateria no Bombeiro, que as ordens são as mesmas e as reivindicações são tão justas tanto, que ele é um trabalhador que é preso, reprimido, mal pago e obedece a ordem de quem mal paga, oprime, rouba, como patrões e governadores é mais que de ouro, é uma brecha tão grande que não tem valor nem mesmo metafórico a ser colocado.

É hora da esquerda ir além dos deputados  e influencia,r abrir papo, conversar, abrir amizade com militares, aproveitar que mais categorias aprovam e apoiam este movimento e aumentar sua influencia, sair do rame rame de briga fratricida, e ganhar essa gente, ou amanhã apanharemos de novo de quem chamamos companheiros e seremos ignorados por outros valorosos trabalhadores que continuarão votando em Bolsonaro.

PS: A turma do PSOL parecia um exército de Brancaleone que ninguém sabia quem que era por falta de identificação. Se bandeiras, sem panfleto, sei lá. Nego demora demais pra escrever, e isos sem instancia, sem nucleo pra discutir,etc.. A Executiva é rápida quando não precisa, quando teria que ouvir núcleos,etc, mas é lerda pra cacete pra encarar a tarefa de responder publicamente sobre uma movimento, coisa que só foi feita na prática na terça-feira. E pra quem não escuta núcleo ou faz plenária ao menos comprem bandeiras, camisas, panfletos pra vender e a gente comprar e mostrar a pomba do partido fora das eleições,né?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Da barbárie generalizada à irresponsabilidade social legalizada: o caso da Rua Domingos Lopes - Transcarioca.

Jorge Borges
 
Nesta quarta-feira (8/06), oficiais de justiça vão à rua Domingos Lopes, em Campinho, executar uma ação de "imissão da posse", movida pela Prefeitura do Rio de Janeiro, para retirar 7 famílias que moram há mais de 10 anos no local. Apesar de tratarem-se de imóveis em área formal da Cidade, as famílias são todas de baixa renda e buscavam, a duras penas, regularizar sua situação.
 
Os primeiros sinais do pesadelo vieram ainda em setembro de 2010, quando técnicos contratados pela Prefeitura do Rio, no âmbito do projeto do corredor viário Transcarioca, fizeram uma primeira avaliação dos imóveis e não deram maiores informações sobre o que poderia acontecer dali pra frente. Em fins de outubro, a Procuradoria do Município ajuizou pedido de antecipação de tutela para retirar as famílias dos imóveis, o que foi conseguido em 26/11/2010. Ou seja, das primeiras avaliações até hoje, a Prefeitura do Rio teve OITO MESES para realizar um processo razoável de negociação e encaminhar as famílias para uma solução habitacional que desse garantias mínimas de vida digna.
 
Em OITO MESES não se dignaram nem os responsáveis pela Transcarioca, nem os setores dedicados à "benevolente" política habitacional da Prefeitura a realizar qualquer contato, abrir qualquer canal de comunicação com as 7 famílias da Rua Domingos Lopes.
 
Por se tratar de obra da Prefeitura, esperava-se que houvesse um cadastro prévio e uma negociação justa, mas eles só foram cadastrados no dia 2/06 por agentes da Secretaria Municipal de Habitação - uma semana após a notificação judicial que determinava sua saída até o dia 08/06.
 
Ao comparecerem na sede da SMH, na Cidade Nova, (ontem, dia 06/06) foram informados que “demoraram muito a ir negociar" e, por isso, não teriam direito a nada. Mesmo depois da mobilização de autoridades e entidades como a Pastoral de Favelas e organizações não governamentais, chegou-se a conclusão de que a SMH não tem nada a oferecer e a Prefeitura vai mesmo deixar mais sete famílias sem teto na cidade.

 
O que restou a essas pessoas foi encaixotar suas coisas, e aguardar as incertezas de um futuro não escolhido por elas, mas determinados por tecnocratas da iniquidade e demagogos oficiais encastelados na Prefeitura do Rio e suas secretarias.
 
Ao verificar os procedimentos adotados pelo Poder Público Municipal com essas famílias e ao verificar as informações dos autos do processo judicial, fica nítido que se trata de uma ação deliberada da Prefeitura do Rio para a limpeza social da área a ser servida pelo corredor Transcarioca.
 
A Lei é clara quando diz que a "imissão provisória da posse" só pode ser determinada A PEDIDO do expropriante, no caso, a Prefeitura do Rio. Logo, percebe-se claramente uma sofisticação nos seus procedimentos em relação à barbárie generalizada perpetrada em outras áreas da Cidade - quando homens a serviço da Prefeitura agiram de forma totalmente ilegal, sem processo administrativo nem judicial, apenas pela força física e pelo terror psicológico: Passa-se a utilizar toda a expertise e proficiência dos Procuradores Municipais para perpretar, sob os auspícios da Lei, as formas mais desumanas e injustas de remoção de famílias pobres da Cidade. Fica clara a orientação política voltada para a vexação e a imolação de quem não é econômica ou socialmente útil à valorização desenfreada do solo urbano e aos devaneios megalomaníacos dos mandatários municipais.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A memória do Subúrbio é descartável

A notícia é de agosto, dada em meio a uma das campanhas mais quentes da historia e não por acaso ignorada por muitos, que estavam em meio às batalhas eleitorais. A prefeitura está desapropriando bens tombados para construir um corredor de transporte coletivo chamado Transcarioca. Em que região? Campinho, entre Madureira e Jacarepaguá, na fronteira com Cascadura. E aí? E aí que a ausencia de barulho se relaciona diretamente com o o lugar, com o fato de ser no subúrbio, de serem casas ocupadas por gente pobre, sem circulação de turitas e sem nenhum tipo de visibilidade que teriam se fossem na área do centro ou da zona sul, onde casario antigo é visto como boa fonte de renda pros bares, boites e turistas que perambulam pela histórica meia cidade de são Sebastião da Orla do Rio de Janeiro.

Isso é a cara do Rio de Janeiro, meia cidade, meia política, meia preocupação, meia vida decente, meia prefeitura.A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro desde sempre ignora a vida do subúrbio,suas necessidades, a possibilidade de intervenção geradora de qualidade de vida e agora a necessidade de preservação da memória local. Pra que preservar "imóveis que fazem parte  do entorno do Forte Nossa Senhora da Glória do Campinho, na Rua Ernani Cardoso, do século XIX, uma das primeiras fortificações construídas em terra para proteger a antiga Estrada Real de Santa Cruz, que ligava o centro da antiga colônia aos bairros mais afastados da cidade"? Já existe historia suficiente na zona Sul e  Centro e ninguém liga pra história do resto feio da cidade, onde vive essa gente pobre e sem futuro que se fode dia a dia em ônibus por morar mal.

Pra que contar a História da região onde existiam a fazendas que abasteciam a corte? Pra que perder tempo com mudança no projeto em metros para desapropriar os galpões dos supermercados que ficam a menos de 50 metros de distancia dos imóveis tombados? Aumentos os custos? Que custo tem a história, a memória? Porque deixaram os imóveis se degradarem mesmo tombados? Ah, não estão no Corredor cultural,né? Esqueci que cultura fora do centro não existe, só existe cultura na região onde a juventude dourada de Ipanema mostra seu rabo bem alimentado.

O pior do caso é o silencio coletivo, nosso, da tal mídia e dos vereadores e deputados da cidade que emtubam mais uma medida catastrófica patrocinada apelo Prefeito Mauricinho Eduardo /Pereira Paes, o novo homem do Bota-Abaixo, mais um representante da administração da Casa Grande que cuida da senzala na base da porrada. 

Da mesma forma que o choque de Ordem é choque de Orla, a Cultura é a cultura Centrada no Centro e na Zona Sul, o desprezo pelo subúrbio passa pelo descaso com arborização, com remoção de carros de revendedoras das calçadas, choque de ordem que permite que milícias tomem ruas para suas festas nos seus bares, mas retiram vendedores de pastéis das praças e agora a cagada solene no tombamento e na preservação da história do subúrbio. A mesma prefeitura que cita o Forte como patrimonio ignora seu entorno e mija na história que diz preservar.

A História do Rio é uma história de cidade partida e dia a dia segue pra ser uma história de Casa Grande com o desprezo canalha do Prefeito e seus animais de estimação que ocupam secretarias, ao ignorar o valor histórico e cinicamente fingir que ignoram que existem coisas mais importantes que os custos monetários. A região ser desapropriada não tem nenhum dos alegados prédios na mesma área onde será desapropriada , bastava desviar dos imóveis tombados , mas este sestão em áreas pobres, consideradas favelas, áreas "feias", foda-se se a história nem sempre é cuidada e se mantém linda, o que importa é unir o útil, servir bem aos senhores da Copa, ao agradável, retirar gente feia e pobre da frente,principalmente na lonjura jeca dos subúrbios.








ATUALIZAÇÃO: Na área destombada existem empreendimentos imobiliários, há opção de trajeto com uso de terrenos do exército entre Paviuna e  Deodoro, mas nesta região existem outras favelas e nçao há empreendimentos imoboiliáiro, o custo aí seria desinteressante pro mercado, orque só levaria à urbanização de favelas, sem a venda de imóveis pra classe média que jpa curte a proximidade do Wal Mart.