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sábado, 17 de março de 2012

O delírio do geral

Estou cansado dos Explicadores Gerais, adeptos de um todo explicativo e universal a partir de leituras de orelha de livro.

Cansei mesmo! E foi a partir de determinadas percepções teóricas não explicadas pela panaceia, a não ser que se forçasse à teoria uma adaptação a um real dois números maior. Da Coluna Prestes não ser percebida pelo popular como libertadora, e para muito além das "limitações de percepção do povo pobre e mal educado", até a confusão do laicismo com o antirreligioso  e inclusive exclusão do religioso do espaço laico em todos os momentos, e não tô falando do óbvio da retirada de crucifixos de tribunais, mas da condenação de canções ou manifestações religiosas em espaços de uso laico em momento de homenagem acordada a uma das religiões presentes no país.

Estou cansado da democracia ser um valor só levado a cabo quando alguma postura politica sofre enfrentamento de outra que percebe nela o impulso autoritário, mesmo que com jargão libertário, de condenação do outro como anátema por este não caber no invólucro racional cartesiano de Bakunin, Marx ou Genghis Khan.

Cansei da alegação do direito à estupidez como argumento em favor do expor barbaridades. Não acho ridículo a religião, a roupa, o corpo, a fé, o gosto musical, e não, não acho de direito acharem ridículo a musica, o cheiro, o cabelo, a religião, a fé, sua ausência, o corpo, o amor, o tesão e a arte de quem quer que seja.

Se engolir o direito à exclusão pela ridicularização é ser anti-democrático me abstenho da democracia como valor. 


Os explicadores gerais, universais, tem o hábito de manter um corte civilizacional que acaba por reproduzir as binaridades clássicas entre Racional x Irracional; Mulher x Homem; Cultura x Não Cultura; Música Boa X Música Ruim; Negro x Branco. Ai acaba chamando de música só o Chico Buarque e achando Teló sub-canção, amando Marisa Monte e achando o "som de  preto e favelado que quando toca ninguém fica parado" o fim da civilização ocidental.

Não me ofende o outro, me ofende o que nega o outro. Não me ofende o povo votar no Cabral, me ofende que achem que ele o faz por ser idiota.

Não me ofende que deputados em uma sessão em homenagem ao centenário da Assembléia de Deus na Câmara cantem hinos religiosas dessa denominação religiosa, assim como não deveria ofender que sessões solenes ao centenário do Rock tivesse Bill Halley ou deputados candomblecistas em sessão em homenagem à Mãe Menininha tocassem pra Oxum. Me ofende a retirada da legitimidade dos Evangélicos de se posicionarem culturalmente, politicamente e filosoficamente. 

Impor uma explicação racionalista cartesiana para de uma forma absurda legitimar que por terem posições conservadoras uma parte da sociedade seja excluída do direito legitimo à representatividade política me ofende.  E me ofende ao mesmo tempo que uma postura anti-laica por parte das mesmas denominações religiosas se coloca. Porque ambas as atitudes são anti-laicas, por serem excludentes e ignorarem que o espaço público é aberto à ocupação legítima por TODAS as formas de crença, ideologias,etc.

A defesa do laico não pode jamais cair no erro de incluir a anti-religião como mote. O Estado é laico e não anti-religioso.

Da mesma forma que o marxismo político pediu demissão de mim pela infeliz lógica coletiva de entender que a população precisa de algum tipo  de guia genial dos povos para entender sua realidade cotidiana, o "New Ateísmo on the Block" me perdeu como  defensor de  seu direito à estupidez ao se tornar o sinal inverso do que combate e virar mais uma denominação religiosa preconceituosa, elitista, classe média coxinha, intelectualóide e defasada teoricamente.

Entre a generalização Marxista de Galinheiro e o Menochio eu vou tomar um vinho com queijo e vermes com o velho moleiro. Entre o "Ateísmo" proto Hitchenista  ignorantão, cartesiano zé ruela fico com o Marx de Thompson e seu entendimento da fé como parte da formação da classe operária inglesa.

As explicações gerais são o colchão de ar do  salto mortal carpado do falso teórico. É o para-quedas analítico de muita gente, que salta pro nada usando-o para evitar os choques coma s pedras reais e assim cair manso no eruditismo estéril e citador de nosotros.

Sei que é muito mais fácil e divertido pegar um conceito geral e irrefletido da "alienação" e "religião é anti-racional" e ir pra galera, mas sugiro que o povo vá curtir uma real, um papo reto com o Seu Manel da Padaria, com o Tio Joca da Farmácia,com Dona Doquinha do Borel e se entenda com aquela realidade e suas racionalidades surpreendentes que pululam entre dentes, ladeiras, morros e estações derradeiras.

A lógica do global, da panaceia teórica que a tudo abraça e explica, essa  generalização irrefletida e tosca é a versão do "onde esse mundo vai parar!" das vovós donaldas das novelas das seis. O povo repete o senso comum assustado com a  realidade das Tias Zicas de bob no cabelo, mete um Foucault refogado em Deleuze e vamo que vamo.

Sob pena de ser a intelectualidade que matou o velhinho inimigo que morreu ontem, temos uma produção de bobagem elitista e estreita que pouco deixa de se parecer com seu oposto conservador, ou seria melhor dizer "Seu oposto conservador de direita"?



Estou cansado das explicações gerais, talvez seja peso de nossas cabeças.




sábado, 13 de agosto de 2011

Organizações Globo e Princípios: Nada a ver!

 As Organizações Globo publicaram recentemente em seus veículos, e são muitos,  uma longa declaração de seus princípios editoriais . Isso foi no dia 06 de Agosto de 2011, no mesmo dia o jogador de futebol Fred do Fluminense Football Club declarou  em entrevista coletiva que foi perseguido por torcedores incitados pelo Jornal Extra, das Organizações Globo e não tinha condições psicológicas de atuar pelo clube, na semana seguinte em nova entrevista dada no dia 12 de Agosto vai além e declara que três jornalistas das Organizações Globo, dois do Extra (Gilmar Ferreira e Caio Barbosa) e um de o Globo (Renato Mauricio Prado), incitam a  torcida a fiscalização da vida pessoal dos jogadores em um policiamento de hábitos que ultrapassa os limites do jornalismo esportivo. Renato Mauricio Prado respondendo mantém o ataque dizendo que "O Fred deve jogar mais e beber menos." se qualificando como juiz comportamental da vida alheia.

Hoje o Jornal O Globo, da mesma organização, faz uma matéria a respeito da execução da Juíza Patrícia Acioli. Combatente das milicias e outras organizações criminosas a juíza é em toda a matéria avaliada pelo seu comportamento extra trabalho e com base no seu relacionamento com seu parceiro, o policial Marcelo Poubel Araújo, como se o comportamento da juizá fora do âmbito de seu trabalho e do que fosse relacionado com o julgamento de crimes fosse da conta de qualquer ser humano da face da terra, em mais um julgamento de caráter em praça pública e mais ainda assassinato de reputação, desta vez póstumo.

Qualquer leitura atenta dos tais "princípios editoriais" e avaliação das publicações, emissoras e sites das tais organizações expõe a olho nu a incoerência dos princípios diante da prática das mesmas. 

A ausência de princípios das ações dos jornalistas das organizações Globo exemplificadas acima são apenas grãos de areia diante da prática diária feita em todos os veículos que vão do assassinato de reputações à distorções e orientações de perseguições a adversários políticos, desrespeito À reivindicações de trabalhadoras, vinculação imediata de greves a "transtornos para a cidade" especialmente com relação ao trânsito  e pior, vinculação de paralisação de trabalhadores À prejuízos para o país .

Ou seja a tal carta de princípios "jornalísticos" é uma piada porque a carta indica princípios de quem não tem nenhum a não ser a manipulação da opinião pública.Ao desinformar as organizações Globo são cúmplices de crimes contra cidadãos como no caso Fred; de machismo,sexismo e omissão do combate à organizações criminosas para desqualificar a vítima pelo seu comportamento "moral como no caso da Juíza Acioli e da definição de protesto como bagunça e de reivindicação de direitos como desserviço à cidade como  e aos trabalhadores restasse o esperar como um Pedro Pedreiro eternamente esperando a bondade de patrões que ficam presos no trânsito se eles protestam. Além disso, tudo o assassinato de reputações segue livre, porque para as organizações Globo os tais princípios  só existem como perfumaria e máscara para seus desejos políticos imediatos, que vão do apoio à ditadura à manipulação de debate televisivo a favor do candidato que preferia em 1989 , passando pelo silencio solene em relação às manobras de seu aliado Ricardo Teixeira que desqualifica tudo e todos ao seu redor mesmo acusado de receber propina para votar a favor de candidaturas à copa do Mundo e pela cumplicidade na destruição do Clube dos 13 no episódio da negociação coletiva de direitos televisivos do Futebol Brasileiro.

A declaração de princípio das Organizações Globo podem ser despublicadas, foram rasgadas por  anos de história e ações manipuladoras e na mesma semana forma desmoralizadas diante das práticas próprias da mesma Globo. A não ser que seja um ensaio para seus programas humorísticos a tal declaração só expõe mais e mais o desserviço e desonestidade dese câncer da mídia Brasileira.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O avanço do Conservadorismo x A marcha do Zabumbador Maluco

Em tempos de crise máxima 1929 reloaded com altas tintas fascistas o debate sobre Deus e o Diabo na Terra do Sol avança com fome na vinculação clássica de conservadorismo à fé, entre outras histórias. Além disso, a direita vira um monstro de geração espontânea, o povo vira conservador de per si, a consciência vira um substantivo amorfo que muitas vezes significa "concordar comigo" ou mesmo "apoie o governo senão os tucanos voltam", e a população que discorda de mim, de você e da Magali vira uma mistura de cachorro com gado.

No meu tempo gente letrada pagava pau pra pensar e encontrar soluções e não pra ficar no rame rame do facilismo, ma eu sou um idoso de 37 anos e sou da velha esquerda, talvez não tenha rococós suficientes pra bancar o style intelectual em voga, que usa uma forma bacana pra ocular reducionismos.

Tem conservadorismo saindo pelo ladrão no mundo? Tem e esse namoro dele com o fascismo,seja de velho ou novo tipo, é um treco que tem mais causa que briga em favela. Eu não tenho bagos suficientes pra bancar uma análise histórico-econômica da crise, mas acho que posso dar uns pitacos sobre a relação disso tudo e da nossa amarga vida de esquerdista zabumbador maluco. Se rolasse mais tempo vosso escriba poderia sentar aqui e contar a História usando os velhos e bons sábios Ingleses Hobsbaw e Thompson, mas vou ficar na cultura de orelha mesmo porque o tempo ruge e urge.

O conservadorismo não sai do ralo, não é gerado pela chuva e pelo sol em alternância esquentando e esfriando o lixo, ele tá ai numa disputa política clara em uma sociedade. A tal Luta de Classes, por mais complexa que seja dentro de uma mudança radical das classes de Marx pra cá, tá aí pra isso, mesmo tu chamando ela de outra coisa.

O Estado como é hoje, e foi ontem, é parte de um conceito de vida, de estrutura de sociedade e de relações sociais, esta bagaça não surge do dia pra noite, ele tá aí e é um processo que não manda pro lixão algo automaticamente quando uma classe chega ao poder. O Estado e a sociedade convivem com tempos históricos diversos em sua formação cultural. Existem elementos nas sociedades "ocidentais" que ainda são pré-medievais, e para o bem e para o mal, não há uma interrupção cultural quando uma ala da sociedade ganha o poder mesmo que por séculos. Quando a Burguesia chegou ao poder, quase três séculos atrás, ela não simplesmente substituiu a lógica da Aristocracia pela dela, em muitos casos houve fusão de modos, de pensamentos, de atos e costumes, ou seja, negozinho se juntou e ficou tudo junto misturado. Então a burguesia repete a aristocracia ainda hoje? Em parte sim, em parte não. A hegemonia cultural conquistada foi conquistada com absorção da aristocracia de valores burguesas antes mesmo da conquista do poder definitivo. 

E esse ai é um exemplo grosso modo de algo bem mais complexo e complicado de ler, ver e interpretar quando a gente olha pro real.O que tem isso a ver com a questão do conservadorismo? Tudo. Qualquer sociedade tem impulsos de mudança e conservação dentro dela, e em ambos a cultura se move pra mudar aqui e ali a quantidade de gente que concorda com cada lado pro Fla x Flu final chamado Revolução, ou algo que o valha. Pra conquistar o estado tem de conquistar o domínio dessa cultura, tem de ser o cara que é visto como o que tem a "razão" a respeito de suas bandeiras como as melhores pro todo da sociedade.

E o que tá rolando? Os conservadores hoje pautam a rapaziada, eles são os caras, eles tem o controle do pensamento. Ah, mas não tão no governo! Não tão no governo? Não afirmaria isso, mas mesmo que concordasse arriscaria a dizer que estarão e em breve. Sabe porque? Porque hoje eles pautam o estado, pautam o pensamento, ajudados pela mídia, aparato de hegemonia privada a serviço disso, e pautam o boteco, a padaria, o banheiro dos homens e das mulheres, a escola das crianças. E pautam porque a Esquerda que deveria fazer propaganda do contrário, assumiu o jogo conservador e foi se adaptando a ele em nome da opção pela disputa institucional ao invés da rebelião que incluísse uma rebelião de costumes e uma disputa pela hegemonia do pensamento da população.

A esquerda optou por se engessar, calar o que lhe fazia diferente, ocultar sua rebelião pra conquistar governos, abdicando do controle do estado, em nome da opção direta pela reforma. A opção pela reforma é legal até certo ponto, pois começa a ter hora que os nego preto cansam e percebem que o monstro não é tão feio e usam a opção pela máquina pra conduzir o governo a seguir o controle do estado que possuem com suas diversas formas de máquina de controle de hegemonia,desde pressão parlamentar a igrejas, passando por jornais, revistas e apostilas escolares. Ao optar por ser aceita e ganhar governos a esquerda tornou-se igual ao que combatia e é absorvida pelo jogo, e o o jogo lhe mostra que o controle do estado pelos conservadores conduz seus governos e estes governos tem cada vez menos margem de negociação das poucas bandeiras "rebeldes" que ainda mantém consigo. Hoje a meu ver o controle conservador do governo atual é tão grande que ele pouco se diferencia do sue principal adversário eleitoral.

Essa opção da esquerda de se negar à rebeldia das ruas pra manter o controle de governos leva a um fosso de ausência de qualquer contestação concreta, orgânica, ao pensamento único conservador que avançam mais e mais agregando mais e mais gente pra combater uma "esquerda", que só tem um governo e não o estado, e alijar qualquer oposição, seja ela política racial, de gênero ou orientação sexual, do poder e dos direitos.

Não é a fé que faz o mundo conservador, é o mundo conservador que usa a fé, como os jornais, os colunistas, o padeiro.E é isso que leva à pastores, deputados, colunistas, jornalistas, padeiros, vendedores de cerveja ou empregados da Light a reproduzirem com cada vez mais violência o mais absurdo comportamento reacionário e leva ao crescimento mundial do fascismo e nos leva ao um abismo cujo fim tem uma serpente que saiu do ovo enquanto comemorávamos qualquer cosia feita pelos "caras" da vida. 

E é por isso que precisamos cada vez menos do Deputado de terno, educado, formalmente perfeito pra ganhar a classe média e mais do Zabumbador Maluco, o personagem de rua , aquele que faz esporro,  que transforma tudo até a última ponta, sem medo de chocar, porque seu choque é a fome, é o ronco da cuíca que o homem manda parar.

É preciso raiva pra interromper, antes que nos interrompam.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Egipte-se

 A revolução no Egito ganhou tantas interpretações à direita e à esquerda que comentá-las seria escrever um tomo imenso, uma lista telefonica. Sou simpático às mais diretas ao assunto que consideram a Revolução como ela é, um movimento de massa que vai mais do que um quebra quebra na praça Tiradentes.

 Os efeitos desta revolução, no entanto, são impossíveis de prever com exatidão e os clichês superlativos otimistas ou pessimistas sobre o fim da revolução em ditadura militar e/ou queda de um "muro de berlim" árabe a meu ver são filhos diretos do mesmo equivoco, consideram tanto a revolução como fato acabado como a consideram como um fruto da mesma linha de processo histórico do ocidente.

 A população nas ruas viu o Exército por o pau na mesa e achou pequeno. Não parece achar que o poder "macho" dos homens de farda seja algo que a ameace diretamente, dada sua força como massa mobilizada, ao mesmo tempo isso não a garante como vencedor,a mas como protagonista de um filme que parece novo  aos olhos de quem achava normal tanto um ditador útil longe de casa quanto o fato de ir pra rua pra além de acordos ser um problema.

O Exército pode transformar essa mobilização em uma piscina de sangue e ossos, ou a população pode transformar o exército em um aliado, o tempo dirá! A rede de relações entre massa mobilizada e instituições, a audiencia internacional, o apoio de outras lutas, a repressão pela reação de países aliados a novo Faraó, tudo isso são fatores nada esquecíveis de um processo que está longe de terminar.

 Tudo indica que a força ganha pelas massas pode sim derrotar a ala mais reaça do exército, mas não garante, ao memso tempo nada pode indicar que essa mudança em Tunísia, Egito e, quem sabe, Argélia vá realmente levar a cabo uma réplica de 1989, e mesmo que aconteça não dá pra cravar que será algo além da farsa Brumarista.

É preciso estar atento e forte, não há tempo de temer muita coisa, nem de festejar bebendo demais e acordar na ressaca da derrota. O Egito não fará uma queda de "muros de berlim", fará sua própria história, seu próprio muro, sua própria trajetória, que de qualquer forma, renova as almas militantes diante de um "Yes We Can" sem terno. 

 Enquanto o mundo explode e estamos na lida, egiptemo-nos! Mas sem o ceticismo que imobiliza ou o otimismo que relaxa, apenas com a força que transforma, mas não tenha medo: Egipte-se.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A Internet como nova Geni

 O controle da internet é papo certo nas rodas modernas desde que a popularização da rede se transformou em um monstro de duzentas cabeças pra sociedade. Da pedofilia ao assassinato, à organização de brigas por torcidas organizadas, tudo virou culpa da internet. 

  Quando você liga no Jornal Hoje você vê a cada três dias uma matéria sobre a internet e seus perigos. Quando você abre o jornal as dicas de segurança não demoram a chegar nos seus olhos. É só prestar atenção.  A rede é o criminoso perfeito, o alvo perfeito das defesas de controle, de regulamentação, de cerceamento. 

 Porque isso? Porque ela é uma forma democrática de uso e acesso, porque todos praticamente nela estão, tudo está na internet, compras, amigos, trabalho,política, estudo e...crime.

 A bola começou no Brasil com o Senador Azeredo querendo cercear a rede, agora admiradores e apoiadores de Lula/Dilma também a defendem porque algumas bestas quadradas a usaram para defender o assassinato da Dilma. Ambos defendem propostas diferentes, mas partem do mesmo principio, mesmo que com sinal trocado.

 É claro que pessoalmente os defensores mais próximos do PT me são mais palatáveis, e politicamente também, e mais razoáveis, porém partem da premissa ilusória da criminalização da ferramenta pelo crime e não do usuário.

 É como se o criminoso que usasse o carro fosse a causa da proibição dos automóveis, ou dos celulares no caso da coordenação de ações criminosas ou sequestros.

 A internet é uma rede é uma construção coletiva que é feita de computadores que compartilham informações. O uso dos computadores para o crime é com o uso dos carros e celulares, não tornam os objetos e máquinas parte do crime. As ruas são usadas para assaltos, estupros e pedofilia, mas ninguém proíbe seu uso por causa disso.

  É como prender o mensageiro por causa da mensagem.

 Gerar novas leis não torna ninguém mais seguro, embora possa facilitar a criminalização do uso democrático de uma ferramenta que também é parte do combate ao controle social pela elite reacionária, de divulgação de lutas, de ampliação de conhecimento e de laços. Os imbecis que ameaçaram a Dilma só forma descobertos, e podem ser combatidos, porque usaram a rede e se mostraram. Ela nos mostrou o crime, antes eles se ocultavam, se escondiam nas sombras das cidades e se organizavam, talvez matassem.

 O código penal Brasileiro é um código equilibrado, correto e que permite a atuação da polícia de forma segura, ajudando a combater o uso de qualquer ferramenta para qualquer tipo de crime, como já faz a polícia federal. Melhorá-lo com a inclusão do uso da internet pro crime é melhor que criar leis específicas que podem servir não pra melhorar a vida da sociedade, mas com instrumento de opressão. Novas leis só aumentaria nossa grande coleção de instrumentos legislativos nem sempre eficientes e ignoraria um eficiente instrumento, o código penal. Aparelhar a polícia federal para o combate também é uma outra grande idéia.

 Ou será que o centro-esquerda ou democratas serão eternamente eleitos? Será que a ilusão da hegemonia já embriagada nossos companheiros?

 É preciso cuidado para que no açodamento do combate aos inimigos não criemos instrumentos e prisões que nos coloquem amordaçados quando os inimigos por acaos tiverem vantagem. Os monstros não estão mortos e a lei Azeredo ainda existe, não precisamos de uma postura onde a esquerda a ajuda a ser provada.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

URGENTE S.O.S. VILA TABOINHA SEXTA 11/11/2010

Por : Jorge Borges




Nesta quinta-feira, 10/11/2010, oficiais de justiça retornaram à comunidade para informar que já nesta sexta serão iniciadas demolições das casas “vazias” da área em litígio no âmbito do processo judicial. Ninguém tem um levantamento de quantas casas estão “vazias”. O processo ficou inerte por dois anos exatamente porque os proprietários do imóvel se recusaram a pagar o perito que faria o levantamento da área. A perícia só foi realizada em junho de 2010, após a Exmª Srª Juíza engendrar um esforço peculiar, tomando a iniciativa, nomeando o perito e definindo o escopo do trabalho a ser feito.
A perícia foi feita por um Engenheiro Civil que se limitou a descrever em termos genéricos o perfil da comunidade e a coordenar o levantamento topográfico. Para o levantamento mais específico de quantas e quais famílias estavam efetivamente ocupando o terreno, o Engenheiro responsável “solicitou” à presidente da Associação de Moradores uma relação dos ocupantes e depois ainda registrou a “não colaboração” da mesma. Ou seja, a mesma associação que não teve o seu direito reconhecido nos autos deveria, segundo o perito e com a aquiescência da Douta Meritíssima, entregar a comunidade aos seus verdugos.
Obviamente, a situação atual na comunidade é de angústia e consternação exponenciadas. Afinal, apesar de registrado em juízo, o acordo firmado entre a Prefeitura municipal e a Juíza Érica Batista de Castro não especificou quais casas estariam na condição de “vazia”. Outro elemento que causa apreensão é o fato de que o tal “aluguel social” oferecido pela Prefeitura, em verdade, será a entrega de um cheque para cada família a ser despejada, sem indicação prévia de quanto será disponibilizado e sem dar mais qualquer margem àquelas pessoas de buscarem algum ressarcimento pelas benfeitorias feitas no terreno e pelo investimento de vida depositado naquelas humildes residências. A perspectiva de inserção no programa Minha Casa, Minha Vida não iludiu ninguém. A fila é grande, os projetos que existem estão pessimamente localizados e, pelo histórico recente, dificilmente a Prefeitura honrará sua palavra após os cheques serem distribuídos e o terreno desocupado.
O tempo corre e o que se vê na Sociedade carioca é uma verdadeira letargia mesmo dos segmentos mais cônscios do grave momento político em que vivemos na Cidade. A recente indicação do Sr Rodrigo Bethlem para assumir a Secretaria Municipal de Assistência Social soou como uma trombeta apocalíptica que prenuncia o soerguimento da Grande Besta. Os segmentos mais diretamente envolvidos com a luta social pela moradia digna, por uma Cidade mais justa e fraterna, parecem anestesiados e com uma grande sensação de impotência. Fontes ligadas à própria Prefeitura dão conta de que 2011 será o ano das remoções, com ações simultâneas por toda a Cidade. Sem direito, sem política, sem Lei.
Talvez estejamos nos esquecendo de que é exatamente nestas horas que nascem os grandes movimentos anti-hegemônicos. A História está repleta de situações onde a união dos mais fracos e a rebeldia contra a tirania irromperam de onde menos se esperava, das mais variadas formas. Cada comunidade que já passou ou esteja passando por essa situação pode ser conclamada. Cada dissertação em andamento pode adormecer por alguns dias. Cada agenda lotada pode se adaptar. Cada gesto de apoio será fundamental neste momento.
AS REMOÇÕES SÓ SERÃO FREADAS NO DIA EM QUE TODAS AS COMUNIDADES SE MANIFESTAREM CONTRA A REMOÇÃO DE QUALQUER COMUNIDADE! 
CADA DIA DEVE SER UM DIA D CONTRA A REMOÇÃO!
NÃO ESPEREM LIDERANÇAS HERÓICAS! 


FAÇA SUA PRÓPRIA RESISTÊNCIA CONTRA MAIS UM ATENTADO AO DIREITO INALIENÁVEL DE MORAR DIGNAMENTE!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

URGENTE Despejo e criminalização de mais de 400 famílias nesta TERÇA 09/11 Vila Taboinha pede Socorro

Recebi do amigo Jorge Borges



Camaradas,

A comunidade Taboinha tem uma questionável ordem de despejo para esta TERÇA 09/11/2010.
A Taboinha fica no Recreio dos Bandeirantes, próxima ao túnel da Grota Funda, no final da
Avenida das Américas. O endereço "formal" é Estrada dos Bandeirantes, 29.503, mas a comunidade aparece no Google Maps através da busca "R. Onze de Maio - Vargem Grande, Rio de Janeiro - RJ". 
Apesar de estar sendo acusada de "área de milicianos" (ver reportagem ao final), a comunidade vem participando do Conselho Popular e do Movimento União Popular (MUP), desde o início do processo de reintegração de posse. Nos três anos em q lutam pela permanência naquela terra, nenhum miliciano apareceu para dar qualquer "apoio" ou se manifestar sobre aquelas famílias humildes que ali vivem.

São centenas de casas cujo "arruamento" foi feito pelos próprios moradores, tentando preservar as determinações do loteamento original vendido para as famílias como "legal", mas cujos responsáveis desapareceram poucos meses depois. A prefeitura recusou-se sistematicamente a dar qualquer suporte à regularização fundiária das famílias que buscam até hoje o reconhecimento dos valores pagos para os grileiros e as taxas de serviços públicos cobradas. Quem garante que tais bandidos não estivessem inclusive a serviço destes que, agora, reivindicam a propriedade do terreno?

O processo de reintegração de posse está eivado de inconsistências (não identifica sequer o lote que está sendo pleiteado, não qualifica os réus) e de omissões por parte da juíza Érica Batista de Castro, da 1ª Vara Cível da Barra da Tijuca.

Alexandra, presidente da associação de moradores da Taboinha informa que mais de 30 oficiais de justiça e muitos policiais panfletaram a comunidade informando o prazo de 48h para que todos se retirassem "pacificamente". Obviamente, a comunidade está em pânico com mais um atentado ao Estado Democrático de Direito, agora partindo do próprio Poder Judiciário.

Durante toda a 2a feira, 08/11/2010, defensores públicos do Núcleo de Terras e Habitação, insistiram junto ao plantão judiciário e à assessoria da própria juíza que poderia retornar o processo à legalidade, mas, neste dia, ela não compareceu ao trabalho.

Os movimentos sociais e seus apoiadores em todo o Rio de Janeiro estão convocados a um mutirão de solidariedade aos moradores da Vila Taboinhas. Quem não puder participar diretamente da resistência na comunidade fica instado a reproduzir essa denúncia por todos os meios possíveis. Quem tiver acesso aos órgãos da Magistratura, OAB, Ministério das Cidades e quaisquer outros órgãos públicos atinentes à questão que o faça com rapidez. 

SÃO 400 FAMÍLIAS, MAIS DE MIL PESSOAS SENDO DESPEJADAS NUMA ÚNICA OPERAÇÃO!

Cada comunidade deve promover sua própria manifestação. 

AS REMOÇÕES SÓ SERÃO FREADAS NO DIA QUE TODAS AS COMUNIDADES SE MANIFESTAREM CONTRA A REMOÇÃO DE QUALQUER COMUNIDADE! 

CADA DIA DEVE SER UM DIA D CONTRA A REMOÇÃO!

NÃO ESPEREM LIDERANÇAS HERÓICAS! FAÇA SUA PRÓPRIA RESISTÊNCIA CONTRA MAIS UM ATENTADO AO DIREITO INALIENÁVEL DE MORAR DIGNAMENTE!

Maiores informações liguem:  Alexandra 7863-6495  Jorge Henon 9725-7702
"Obrigado queridos e que Deus nos traga uma solução antes de amanhã."


Outras notícias:

Defensoria diz que moradores de Vila Taboinhas não tiveram direito à defesa

http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/moradores-de-vila-taboinhas-nao-tiveram-direito-a-defesa-diz-defensoria-20101109.html

Famílias protestam contra remoção de terreno no Recreio dos Bandeirantes

 http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/familias-protestam-contra-remocao-de-terreno-no-recreio-dos-bandeirantes-20101109.html

Aparato do estado e da prefeitura se prepara para despejar Vila Taboinhas (RJ) 

http://antonioribeironoticias.blogspot.com/2010/11/aparato-do-estado-e-da-prefeitura-se.html
 
http://www.anf.org.br/tag/taboinha/
A quem interessa a remoção:

Nova favela começa a crescer em Vargem Grande

http://ademi.webtexto.com.br/article.php3?id_article=21282

 



segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A idade média contra-ataca

 O surto medieval da campanha, com padres e pastores assumindo o protagonismo do atraso ao atacar a legalização do aborto e a união civil de homossexuais, não é um fato isolado diante de uma correlação de forças hostil para avanços do campo da esquerda.  A neo-idade média é filha direta do avanços das forças conservadoras após 16 anos de ataques contra trabalhadores e movimentos sociais, guinadas constantes à direita em nome da conquista do governo pelo PT, do surgimento de partidos ligados diretamente à igrejas e ampliação da militância religiosa nos partidos, com ampliação do lobby religioso no congresso.

 Enquanto o combate a movimentos sociais e organizações de esquerda se intensificou, com redução de quadros inclusive, ampliou-se a presença de religiosos conservadores nas grandes cidades, com ampla organização, militância ativa e controle de meios de comunicação. Além disso a igreja católica assumiu o protagonismo na redução dos quadros de esquerda de suas igrejas, com ataques constantes que reduziram tanto os religiosos, padres e leigos, de esquerda, quanto as comunidades eclesiais de base e fiéis, com investimento direto e apoio à grupos conservadores, como a Canção Nova, e à movimentos "carismáticos" de conduta despolitizada e conservadora. Também ancorados tanto em mídia própria como apoio de grandes meios de comunicação, como a Globo e o uso do Padre Marcelo, estes grupos influenciaram fortemente a maioria dos fiéis, que bombardeados pela mensagem que reduz a fé a seu modus operandi conservador e à interpretação das escrituras baseada em fundamentalismos, misturam o ato de crer com a defesa de valores que estão além da religião e militam na política direta.



 Outro importante elemento é o da postura das organizações de esquerda e partidos de adaptação à um "jogo" político que se pretende "mediado". Assim o confronto contra posturas e idéias não-laicas, buscando avanços democráticos e construindo uma sociedade baseada em conceitos de igualdade, foi substituído pelo cálculo político eleitoral de não desagrado a determinados setores sem qualquer compromisso com a construção democrática, mas importantes sob o ponto de vista eleitoral. O lado da esquerda isso produziu a opção da negação do contraponto à ideais conservadores que pelo outro lado encontravam amplo terreno e oxigênio para a tonarem-se hegemônicos nos partidos da ordem. Assim os partidos de centro e direita tinham quadros cada vez mais ligados ao conservadorismo e a religiosidade reacionária enquanto a esquerda calava-se na opção de não desagradar eleitores, substituindo a luta diária pela luta eleitoral puro e simples.


 Neste contexto, a estagnação dos movimentos sociais e seu imobilismo cooptado diante do governo atual, o moralismo que grassou na esquerda socialista, a negativa da percepção da centralidade de lutas como a da legalização do aborto e união civil, em paralelo com as lutas de caráter classista, se juntaram a uma ofensiva das igrejas pela retomada do protagonismo político criando o palco perfeito pro desfile reacionário a que testemunhamos hoje. O debácle do laicismo tomando o PSDB, imobilizando o PT e fazendo parte da agenda de figuras públicas como Marina Silva e Heloísa Helena, tidas como progressistas causa estragos enormes em um quadro de avanços democráticos dos últimos 20 anos. O não enfrentamento da questão da comunicação permite que a concentração midiática da burguesia tenha aliados fortíssimos  no uso do aparato ideológico representados pelas igrejas e seus programas diários na TV aberta, rádio, jornais e revistas. Ou seja, templos e meios de comunicação unidos no bombardeio diário de ideais conformistas e reacionários, que tipificam indivíduos, negam direitos civis e se pretendem guerreiros de uma pureza moral que remetem a fascismos carolas.

 O medievalismo na eleição é um crime contra a democracia e precisa ser derrotado, combatido sem tréguas e com plena consciência de seu papel na derrota de qualquer projeto progressista, de qualquer partido, mas é preciso também entender em que condições históricas se dá o avanço de uma direita religiosa com poderes suficientes para serem mais que beatas em ladainhas aborrecidas. É preciso entender que o avanço conservador é também fruto de uma política deliberada de "governabilidades" e "coalizões" que não enfrentaram forças que barravam avanços democráticos inegáveis, além disso é preciso assumir que os moralismos udenistas da oposição de esquerda, a ausência de fortalecimento de concepções de partido que priorizassem a democracia radical em oposição ao personalismo, ajudaram na criação de um terreno fértil para  um retorno de uma inquisição eletrônica e seus meios canalhas de manipulação, via medo, da opinião pública.
 É hora da esquerda reocupar os espaços perdidos, dos movimentos sociais fugirem da cooptação, de ampliar os debates e as intervenções, ampliar a disputa de consciências, para além de governos, sob pena de assistirmos ao crescimento do fascismo de batina enquanto nos digladiamos na disputa de votos e "governabilidades".

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A burrice de Berço




Sapato de elite
É comum a expressão "Esse tem berço!" em várias círculos ditos "de elite", numa espécie de busca do Pedigree perfeito do Canil quatrocentão.Aliado ao berço outra exigência dos criadores de puros-sangue azul bebê é o da "cultura" onde vale mais falar inglês do que saber o que fazer com ele. E por aí vai a ilusão de uma elite culta, de uma elite com "modos" através dos caminhos tortos da hegemonia cultural onde os que vêem o teatro de máscaras carcomido dos reis por vezes submetem-se à empafia arrogante dos senhores, ao invés de perceberem o tigre de papel que é aquele gato pelado com miado rouco que lhe manda.

Feito pelo povo Inglês, e funciona até hoje.
Desculpem os sensíveis, mas uma elite incapaz de perceber a flexibilidade da cultura, da realidade, presa a critérios "de sangue", "de origem", por vezes de raça, na maioria das vezes, demonstra com eloqüência uma ignorância, ausência total de cultura, e no dizer da Velha Violeta, de Educação, de fazer corar qualquer Zé Médio de roça ou de subúrbio a oferecer café para as visitas.

Na minha terra desdenhar da inteligência alheia por causa de estudo era de uma deselegância de matar pedra. Da mesma forma qualquer manifestação de preconceito de raça ou de familia era falta de educação e era punido com surra de cinto ou castigo feio. E por aí a vida foi a me ensinar, inclusive de braços dados com a antropologia e a história, graças a deus, que é preciso relativizar tanto a noção de sabedoria, retirando-a inclusive da gaiola da institucionalidade, como a noção de pureza cultural, artística ou  de origem ser uma estupidez que engessa tanto a manifestação da criatividade humana, e de recepção, que deveria ser crime inafiançável.

The Clash
E aí me vem a velha elite pagando pau de engessadora da história, da sensibilidade e do real, cagando goma de "educação' pra lá e pra cá, desprezando a inteligência do povo (que a usa e precisa mais dela que as dondocas em rebanho pelas DASLU) aqui e acolá, determinando o que eu leio, ouço cheiro, como ou pinto? Se fuder Maracangalhas!
Gas-Pa
 Tá pra nascer quatrocentão mais fuderoso que Luiz Gonzagas (Incluo o Junior)! Tá pra nascer cabra mais sabujo e sabido que Cartola!  Há mais genialidade em João do Vale do que em qualquer Maestro e ouso dizer que cada gota de Clash e Gas-Pa paga mais pau em arte do que trocentos Caetanos! Cometo o mesmo erro? Pode ser! Mas é de empombar o saculhão a propagandeada cultura de uma elite que estaciona sem entender nos Mozart, nos Goethe, nos liberais de antanho e no chiquê de fancaria do velho neoliberalismo pra empoar pauladas racistas, machista e o caralho a quatro em cima dos candidatos da esquerda ou ligados a esta. 
Sem falar no proverbial desprezo ao povo e sua compreensão do mundo com menos ferramentas e mais sucesso direto que a média de playboys bundões a cagar de medo pelos escuros mais claros do mundo, e que enchem os olhos de quem ama as urbes de nosso mundão varonil, que ainda é velho  sem porteiras.

Elite de merda que ignora Challoub e Da Matta, Nirvana, Rappa, Elomar,e lambe migalhas de mediocres intelectuais anti-botecos via jornalecos e seus saberes que sujam os dedos.

Elomar
A cultura média da elite embotada e preconceituosa não enche nem uma mesa média de boteco na Lapa ou em BH, e não por incapacidade, mas pela escolha de isolamento que tira o mundo da frente e limita a análise a repetecos papagalli por salões avarandados.

Culto é o olho aberto pro mundo e desmundo. Quem se esconde do embate que se cague no colo mater.

E tenho dito!


sábado, 25 de setembro de 2010

O DNA do Golpismo da Mídia e o compromisso pelo enfrentamento

Na polarização entre PSDEMB x PT, que dia desses pode virar PTMDB, a velha midia, ou mídia gorda, assume o caráter de oposição de direita e de mais efetivo partido conservador do país, eclipsando seus candidatos, especialmente o principal, José Serra, e usando de todas as armas possíveis e impossíveis para derrotar a principal adversária e capitã do projeto da coalizão que sustenta o Governo do  PT, Dilma "búlgara" Roussef.

Gramsci já cantava a pedra no cárcere, quando dizia que em tempos de "crise de direção" da burguesia a imprensa assume-se como partido contra-revolucionário, e o fez tanto agora, quanto de 45 a 64,atacando diariamente os candidatos e governantes minimamente conectados a um projeto de poder popular ( mesmo que na doce avaliação do Blogueiro, popular nem sempre combine com de esquerda). Com esses ataques se buscou e se busca não só desestabilizar a base de sustentação dos governos/candidatos, mas também iniciar um projeto de semeadura de um combate, digamos, mais enfático a seus inimigos, ou seja, semear golpismos e excessões. O sintomático é a hiper-sensibilidade quando Lula, presidente, ente político membro do PT, declara que deve-se "extirpar" o DEM, partido inimigo do seu, mas ausência total dela quando o presidente do DEM quando era ainda PFL declarou que "Vamos nos livrar desta raça por mais 30 anos" na época do Mensalão.A raça era o PT, mas o PT para a velha mídia pode e deve ser extirpado, o DEM não.

Essa seletividade é obviamente fruto das relações político-empresariais entre donos da midia e donos do capital com seus representantes diretos (partidos como DEM, PSDB, PMDB, PP, PTB,etc),e não precisa ser mais destrinchada,nem mesmo a virulÊncia dos ataques a seus inimigos, repetida, comum e esperada em algum momento.Da mesma forma que pisar, ou repisar, no motivo da contrariedade com o PT e um governo de cunho "popular", mesmo este conduzindo um governo que não só é lucrativo para a burguesia, mas também de certa forma muitas vezes foi tábua de salvação de uma velha mídia em crise  economica séria.

Sem credibilidade até em obituário

A questão é o grau do golpismo em relação às novas mudanças, que vão além de partido indesejado no poder, e o aumento da participação política e da descentralização da comunicação a partir de novas tecnologias. Os ataques a Dilma/Lula/PT e também ao ideário de esquerda relativo a qualquer avanço no debate a respeito da CONFECOM, de democratização das comunicações e controle social da mídia, e isso pisado e repisado como "golpe contra a liberdade de imprensa", "venezuelização do brasil" e outras asneiras desonestas, são menos um ataque específico a uma candidata, mas o semear de um germe de bloqueio à qualquer repensar de mudanças em um dos maiores atores na disputa pela hegemonia política, a mídia.

A sintomática adesão da igreja, a partir de sua ala conservadora, ao discurso satanizador do PT/Dilma/Lula/Esquerda e ampliação do uso do tema aborto sem o perfil republicano, mas o radicalizado senso comum "pela vida", o moralismo de ocasião,tudo embrulhado em papel jornal que a cada dia tem menos compromisso com o mínimo de dignidade profissional, mais que indícios, são fortes sinais de uma busca de reequilíbrio de forças através da construção de um discurso fortemente anti comunista, religioso e moralista, que reduz a desimportantes direitos fundamentais de cidadania ampla e democracia radical e declara como fundamentais direitos relacionados à liberdade de empresa, ao capital e que reduzem a pluralidade a exercícios de autoritarismo, como se o controle platonicamente estivesse em melhores mãos controlados por nove famílias do que por uma sociedade inteira.

EX-revista em atividade
A mídia como porta-voz da direita "civilizadora" não considera civilizatório nem mesmo conquistas liberais que remontam à Revolução Francesa, saudosos de uma aristocracia autocrática ou de um poder moderador que buscam ressuscitar travestindo-o de quarto poder.

Com importante mudanças tecnológicas em curso e descentralização da comunicação através de blogs,redes sociais,onde a capilarização das informações chega a níveis absurdos,e mudanças economicas que introduzem no mercado de informação novos atores, que não só entram na festa, mas conquistam protagonismo da mesma,  a obesa mídia antiga perde-se em sensacionalismos desesperados que tergiversam o ataque à uma busca de ampliação de uma cidadania e democracia que vai além de um governo e à sua própria sobrevivencia em um mundo fora de seu controle.

É claro que combate se dá também em um quadro de pouquíssimo avanço pelo governo "popular" neste campo, e uma recusa de enfrentamento ou enfrentamento periférico do problema que indica uma avaliação própria de pouca força para o embate ou compromissos de governança que acreditavam na anuência desta mídia ao processo democrático.

Precisamos tem em mente que o combate não pode ser feito sem a cobrança ao governo de ampliação do enfrentamento e de apoio à mudança em curso, para que possamos realmente mudar um quadro de concentração midiática que permite o grau de manipulação agora em curso. Também é importante ressaltar o quadro de um governo que merece aplausos por extremamente democrático, mas críticas por recuar constantemente na defesa de bandeiras da esquerda e também na pouca confiança que passa de ir realmente além do inflamado discurso eleitoral para a implementação de mudanças maiores na política e sociedade brasileiras. Cada recuo no que as conferencias decidiram, em especial CONFECOM e PNDH3 se transformou em parte do DNA dos ataques à democracia feitos pela mídia que não enfrentou.

É dever de todo socialista ajudar na luta contra o golpismo da mídia,seja ele do PSOL, do PT, do PCB,etc, mas é dever do governo ir além de "governismos" como desculpa e comprar essa briga junto com a população que o apoia e reelege e com a esquerda, que oposicionista ou não, luta pela democratização real do país e das comunicações.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Em tempos de Canalhização: Responsabilidade!

 No meio da campanha política,mais que ânimos se acirram. A vida inteira de acompanhamentos, lógicas, amores e lembranças de um tempo onde lutar por seu direito era um defeito que mata, como diria Gonzaguinha, vão mais longe do que meras afirmações soltas em Twitteres, Ruas, Blogs ou bares. 

 A oposição ao Governo Lula, e por vezes ao PT mesmo, alimenta em alguns momentos vontades de mordidas nas jugulares dos interlocutores e outras cositas mais que muitas vezes o diálogo político causa em estômagos mais ou menos sensíveis. A questão aí é o limite entre a oposição, mesmo feroz, e a não diferenciação dela do ódio aos inimigos reais,os vampiros e assassinos que apavoraram vinte anos de noites de um Brasil atado a uma história de escravidão, de exploração vergonhosa,genocida e atroz de uma população pobre por uma elite que se chamada de Filha da Puta ainda deve no banco dos xingamentos mais peso à manifestação de baixo calão.

Por mais que o Governo atual e seu partido patrocinem, na humildade opinião do blogueiro, a manutenção de parte de um coronelismo canalha no poder (Collors, Sarneys ou Cabrais), não é direito de quem tem honra e milita no campo da esquerda e/ou do socialismo ignorar que há mais em jogo do que uma eleição e nossa crítica ao governo.

Não falo aqui da ameaça de retorno tucano e nem defenderia o voto na Dilma para barrá-la,falo aqui do combate ao partido da burguesia, seja ele o PSDB ou a mídia, que como já cantava Gramsci a pedra no bingo da teoria, é o mais forte partido da burguesia nesses momentos que, como hoje, são de crise.

Transformar a crítica política,mesmo a feroz, ao PT e seu Governo, em eco à canalhização da política com criticas a "terroristas" e"Guerrilheiros" que lutaram contra a ditadura, tapando os olhos para a ocultação constante dos torturadores e seus patrocinadores, inclusive jornais como a Folha de São Paulo,é fazer um serviço idiota de sectarismo que nos faz, isso sim, de cúmplices no atraso de lutas e mais lutas.

O tratamento da mídia aos candidatos que não são seus preferidos, seja a Dilma, que ela é obrigada aturar, ou os demais candidatos da esquerda, chega a ser hidrófobo, com interrupções, ilações, montagem de imagens, etc.A comparação de resistentes à ditadura, com todas as críticas que alguém ache pertinente à luta armada,  à terroristas e bandidos é de uma canalhice atroz, sem contar a comparação entre punidos por participar de ocupações e Malufs, pelo Ficha Limpa (erro imenso político moralista).

Vamos criticar o Governo? Claro, tem Belo Monte, tem recuos na questão do PNDH3, Reforma Agrária,  FARC, Cuba, falta de segurança para assumir sim uma vinculação ideológica com grupos e países que merecem e devem receber críticas,mas sim,nascem da mesma raiz ideológica, da mesma forma que falta à Imprensa e PSDB,assumirem suas ligações com Paramilitares Colombianos, que também se relacionam com o narcotráfico,com estados semi-autoritários,como a propria Colômbia, com o Carlismo na Bahia, golpe em Honduras,empréstimos de Kombis à Operação Bandeirante na ditadura Civil-Militar e Brasileira, etc..

Devemos combater Dilma? Sim, é preciso mais,e temos de lutar por mais. Por isso voto em Plinio de Arruda Sampaio, voto 50.

Não podemos é esquecer  de que lado estamos e que fazemos parte, de qualquer forma, de filhos e netos, sementes,de uma legião que se entregou por um novo dia.E hoje, como Gonzaguinha, eu quero é cantar essa mão tão calejada que nos deu tanta alegria.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Das dores de oratório

A antiga Dilma que assusta leitores da Veja
A ênfase na necessidade de vencer no primeiro turno leva a loucuras por parte dos apoiadores de Dilma Roussef e o pânico da derrota acachapante a níveis surpreendentes de desonestidade editorial e política por parte dos tucanos.

Pra quem tá fora desse jogo e tem uma campanha de reorganização da esquerda fica patente que a questão eleitoral pro PT não é mais tática,é estratégica, e se torna desesperadora qualquer tentativa de fechar o caixão do PSDB no primeiro turno, onde eles se colocam como paladinos de uma esquerda da qual já não são mais os guias espirituais e colcoam nomemso barco gente tão díspare quanto Zé Maria e seu sectarismo PSTU, Rui Pimenta, do gêmeo mau PCO, O respeitável Ivan ;Pinheiro do CPB, Plínio do PSOL e ela, Dilma Roussef do Governo de "Coalizão" PTMDB.

A nova Dilma que assusta a esquerda
A comédia disso é que de "irresponsáveis", "diminutos e irrelevantes", "quintas-colunas", todos os demais partidos de esquerda na oposição se tornam companheiros, e isso dentro de uma tática de atração atraves da política do medo e do apoio acrítico baseadoem "conquistas" do Governo Lula que só podem ser assim consideradas se vistas pelo viés extritamente economico. Fora do viés econômico não existem razões para crer em melhoras na educação, na saúde e na distribuição de renda que sejam estruturais, a expansão universitária não garante autonomia Às universidades que não seja revertida por um governo menos "sensível", a política ambiental é um trator desenvolvimentista com pouco ou nenhum diálogo com a popuação e a de reforma agrária é engessada pela necessidade de apoio do agronegócio,que inclusive tem um delegado do Governo via PCdoB, Monsieur Aldo Rebelo.
O quase ex-candidato
O pânico tucano dispensa explicações,pois o governo Lula é excelente pro topo da piramide Brasileira, dos faraós embalsamados do capital, mas pega mal no Cowntry um gerente pobre,de outra classe,então eles tentam e tentam substituir o gerente paraíba por um gerente de família amiga,tentaram com o vampiro,que morre politicamente e se desespera, usando as armas que lhe foram oferecidas em papel jornal e antenas de TV pelos faraós, mas estes nem se preocupam tanto,pois um principe de sangue nobre desponta mais qualificado para limpar asala do trono de presenças indesejáveis.

O apelo petista soa patético nesse quadro de hegemonia de sua política de centro sem enfrentamento com mídia,agronegócio e do capital, pois pede apoio contra uma mídia que o persegue para manter pressionada a política de apoio ao capital e de não enfrentamento,mas que nunca foi enfrentada em seu monopólio,assim como o latifundio mal foi tocado pelo trator da Dilma, useira e vezeira em usá-lo contra populações indígenas em nome do "pogressio".  Além disso se ancora numa promessa de guinada  à esquerda em um quadro onde os recuos do PT não apontam para uma Dilma mais poderosa que o"mito"Lula para enfrentar um PMDB cada vez mais protagonista e forte após receber o apoio do"Mito" e do assassinato das alas à esquerda do próprio PT no Rio, Alagoas e Maranhão, onde o apoio direto a Cabral e Sarney e  indireto a Collor retira da esquerda do PT qualquer representação digna para a população consciente e movimentos sociais ainda não cooptados pelas conferencias governamentais.
Plínio, em versão antológica do Angeli.

O PT quer tanto o governo e tanto sua imagem de esquerda de volta que delira no narcisismo do "exequível", sem perceber que quem não o conhece não pode mais ver pra crer e quem jamais o esquece não pode reconhecer. 

Enquanto isso nas dores dos oratórios da militância o trabalho continua,seja ele no gueto ou na esquerda que se propõe revolucionária,mas a cabrocha mais bonita não encanta mais quem não é turista.