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terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Hip Hop e os Malês no Estado de Direita.

Não sou nenhum fã histérico de HipHop,embora ouça Racionais MC e curta muito O Levante, do grande Gas-Pa,mas chama muito a atenção o engajamento do HipHop Carioca nas lutas populares, legalização das drogas, contra a criminalização da pobreza e no anti-racismo em contraste com uma cena Funk majoritariamente pop e vazia de maiores discussões políticas,salvo,com louvor, o povo da APAFUNK,que em busca da manutenção de uma raiz funk reivindica uma política de criação colada no embate contra a violência policial,a epxlorçaão do trabalho,o racismo edemandas vivas das favelas e periferia.

Enquanto isso o coletivo Lutarmada,em especialoLevante, que ouço mais,combate com força a pasmaceira da música de bundinhas e atolamentos, amores emos e chororôs acostumados com almofadas róseas. É Rap da Revolução pra lá e Estado de Direito, estado de Direita pra cá e pau na orelha da pasmaceira. Mc Nissin abre Batalhas de MCs cantando consciência política pra galera que aprende um engajamento sem caretice.

Essa galerasai do comum ao entrar pro combate com uma arte que se encaixa onde lhes querem gueto e abre os portões na porrada pra se proclamar Comunidade, reafirmarem-se como pretos e pretas, conscientes, lutadores, Graças ao HipHop.

Relembram os Malês que não queriam os palácios dos senhores em 1835 e uma vida igual àquela de quem os chicoteava,mas queriam um estado deles, com a cara deles, conquistado por eles. Em um país que acredita em Dom Sebastião com barba e macacão de metalúrgico e tem a cara de pau de se propor, ainda, "pacífico", "paz e amor", relembrar lutadores que perderam sua vida em uma luta contra a escravidão,antes disso virar moda com camélias na lapela numa corte muito da cara-de-pau, e com a ousadia de quem quer mais do que o impossível,pode ser a chave pra entendermos e agradecermos a novos lutadores que na linhagem dos Malês propõem a consciência pra conquistar o poder.

E é na linhagem do HipHop mais carioca que nunca, das favelas de um Rio cheio de pacificações ditatoriais e tiros em moleques na escola, que os Malês renascem pra tocar o terror na cidade das novelas.