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terça-feira, 27 de março de 2012

Papéis

Uma das maiores limitações do escriba, talvez inclusive como analista e como profissional de História, mas principalmente como ser humano é a imensa dificuldade de despir-me de papéis pré-concebidos e herdados que trago em mim.

A opção pelo viés da intelectualidade, inclusive artística, por vezes me parece ser uma fuga via ciência do grau de enfrentamentos necessários para a revolução que prego externa, tornar-se interna.

Convivendo cada vez mais com a militância LGBTT e Feminista sou "bombardeado" cotidianamente com questionamentos das "caixinhas" que todos usamos pra pormos os outros e a nós mesmos em papéis pré-determinados que por vezes não só nos limita, mas nos oprime.

Talvez a opressão seja mais difícil de ser percebida em nós, ativa em nós, atuante em nós como adultos do sexo masculino e brancos, mas com certeza fica patente ao percebermos em nós a opressão como agente para como o outro, mesmo que minimizada por uma feroz auto-crítica.

Ao ler, ver e ouvir relatos feministas e LGTT a impressão final é que ainda sou parte de um mundo que deveria ser abolido, onde todo o arcabouço de categorias que construo como mundo são semi-inúteis. Não que isto tenha alguma carga dramática ou de terror intelectual, mas define a limitação do modo de pensar que causa inclusive "miasmas" internos que se traduzem na posse, no ciúme, em dores inventadas, em vergonhas, em machismos ocultos, homofobias enrustidas que apesar de combatidas por um humanismo adotado e que entendo feérico ainda existem e maltratam ao outro e a mim.

A gravação dos papéis em mim, em nós, são tatuagens de cultura que são preenchidas com todo o grau de conflito entre os grupos sociais dos quais participamos, entre gêneros, entre orientações sexuais, raça. Estes papéis são um dado, uma categoria a ser trabalhada sob pontos mais fortes do que os nitidamente racionais e construídos e demolidos talvez com simplicidade pela educação, mas antes de mais nada com uma necessidade de trabalhar com força e fome nos níveis emocionais, psíquicos e não com remedinhos delirantes, mas com uma profunda jornada de auto-conhecimento.

A certeza das categorias fixas em todos os níveis atrapalham mais que ajudam, no âmbito da construção do individuo atuam inclusive como arma de perpetuação de opressões.

É preciso que nossos papéis ganhem mais cor, mais abertura analítica, e também política, e para isso é preciso um olhar profundo até o dedão do pé, como diria Gonzaguinha.

PS: Uma das razões deste post é este vídeo imenso que vi e que me emocionou sim, mas antes de mais nada reforçou necessidades de auto-crítica: http://youtu.be/ctuUqzZEZKs

quinta-feira, 15 de março de 2012

Mulher pra casar, Mulher pra trepar

Biscate?
Amo uma mulher pra casar. 

Amo uma mulher pra trepar.

Adoro bundas e fico hipnotizado por elas, por seios também. Adoro inteligência, livros, sexo, comida, fico hipnotizado por isso também. 

Só não me encanta a estupidez. À esta costumo levar no bolso um tantinho de desprezo pra dar para alimentá-la e talvez fazer crescer o ácido e solitário limbo onde seu cérebro está, se é que existe.

Amo uma biscate e tenho orgulho disso, muito. Amo e  amarei outras caso por algum acidente do destino meu caminho divirja do da mulher livre com quem busquei um relacionamento. Já amei outras biscates, que contrariando os "adágios" das "pitonisas" do moralismo a dois passos atrás do troglodita de plantão nunca engravidaram de jogadores de futebol.

Mulher pra casar?
Aliás devo dizer que quem curte engravidar é "mulher pra casar", este tipo sobre o qual o rótulo cairia como uma luva caso eu optasse por dividir mulheres em grupos de etiquetas mal cheirosas. Gravidez em geral atrapalha a liberdade de ir e vir, adiciona responsabilidade exige da mulher uma solidez na opção que vai além do "se arrumar".

Um ponto interessante é a constante presença de mulheres "pra casar" atacando blogs, em especial o Biscate Social club, que de alguma forma defendem a liberdade da mulher de ser inclusive biscate e mais, colocando no fundo (ui!) a pergunta: porque  não o são todas, as "pra casar" e as "pra trepar"? E o mais legal é que a vulgaridade das criticas às Biscates inclui uma ladainha modorrenta mofada do "biscates dão pra todo mundo e querem engravidar de jogadores de futebol", coisa que não se vê, lê, ou cheira em se convivendo com mulheres completas que se auto intitulam biscates e estão por ai borboletando, xavanteando, seiláoqueando.

A meu ver é clara a "transferência" com o fim de sublimação que as moças casadoiras mantém, nesta relação "competitiva" com as biscates, como se fosse  necessário que uma prevalecesse sobre a outra em uma competição feroz rumo à manutenção do nicho de mercado sobre nós, os pobres homens. Isso me lembra o "dividir pra conquistar" do capital e como acho isso uma ferramenta feroz de manutenção da situação de opressão que opõe mulheres que podem ser tudo (mães, putas, monogâmicas ou surubentas) a mulheres que optam por serem o binômio casadoiro na sua, na sombra, em silencio, ocultando seus desejos e com medo de quem se assume completa. 

Cada um faz absolutamente o que quer, mas me surpreende que a vulgaridade dos ataques venham de quem se propõe lado claro da força, surpreende a violência terminológica vulgarizadora do outro em nome de sei lá que impulso político-psicológico entubado nas entranhas de mulheres que optam opor verem a si mesmas, e transferirem à outras essa visão, como bundas e peitos, só que usados só no papai e mamãe cotidiano.

Surpreende porque ao atacar com virulência quem se  propõe exatamente a discutir a questão do feminino  com liberdade, deixando  as camisas de força da opressão pelo mundo, estas mulheres não defendem a si mesmas, mas defendem o papel que lhes  obriga a manutenção de uma bunda que o marido goste, a ter filhos educados para não amarem com responsabilidade de maturidade, sabendo escolher as pessoas pelo que são e não pelo papel que executam.

Amo uma biscate, amo, amei outras e amo muitas biscates irmãs, mães, amigas. A "mulher pra casar" me cansa. Me cansa a divisão binária, estúpida, oprimida, subserviente, servil e moralista destas mulheres que abdicam do poder de serem a si mesmas para serem cinderelas sem sapato do sub-macho moderno.

Mulher é substantivo, substância, não cabe em rótulos. Homem digno do nome sabe disso, como foi me ensinado por um dos grandes que dizia que mulher sem nome, garra e vontade é antes de mais nada um apêndice da mediocridade.


sábado, 25 de fevereiro de 2012

Guitar Hero e a decadência do macho

Não sei se cês notaram mas tem uma ironia perdida por aqui.

A lógica das relações de gênero, o sexo em si, o vuco vuco, a dominação/Submissão, a bagaceira do amor ailoviu, essa coisa toda tem meandros que uma cabecita movida a vapor pode engasgar e negozinho baseado em tecnologia Wii pode ter nojinho.

A relação macho/fêmea tem mais explicação que Jesus andando em cima d'água (Pra mim uma metáfora do primeiro Surf em águas galiléias), e penetrar (ui!) nesse ninho de magarfagarfo é coisa pra quem tem peito, ou peitos.

A partir do desafio de desmulherzinhar o debate sobre o vuco vuco carpado no Biscate Social Clube e sobre a relação Johny Guitar e Guitar Hero, tomei coragem, um rabo de galo, dois cafés, fiz as unhas (Homem se cuida) e parti pra gonorância.

Primeiro devo assumir que Johny Guitar é pra mim um conhecido via Google e que pelo que li não devo ver. Segundo devo dizer que a busca da galhofa perfeita pode estar por aqui, pode mesmo estar ao seu lado, você que se não me lê, deveria. Em terceiro e acho que último lugar defendo a tese que a virtualização das relações, mesmo em seu lado bom, acabou pro conduzir um efeito de falsificação  nas tramas de novas canções e ziriguiduns horizontais que transforma possíveis Johny Guitars em viciados em Guitar Hero, aquilo parece balacobaco, mas é só um jogo.

A própria lógica de classificação e rotulação constante e infinita, já presente no mundinho animal real de cada dia, ganha apelo, voz, ferocidade e se reproduz na margem da impessoalidade abstinente e antisséptica dos teclados e monitores escondendo o murro fatal nos cornos, a pegada na bunda, o beijo chupa estômago e o xaxado horizontal que todos buscam. Ai rola uma mistura de Vovô Donalda dos anos dourados com macho megabite e isso não pode dar certo.

A malucada perde um tempo precioso esquecendo o lado real pra só guitarheronizar, cai nas esparrelas classificantes de mulheres como gado, acaba reproduzindo a  cabecinha  mula mansa do papai sabe tudo no "Mulher pra casar/Mulher pra trepar" e acha que playstation é guitarra, isso não pode dar certo.

E ai vemos jovens de 20 anos mais machistas que meu avô, e olha que meu avô fez concurso, e mulheres se plastificando e ajudando ao domínio opressor dos Guitar Hero transformando agora vagabas dos anos 1950  em biscates pra "se valorizar", como se mulher fosse ação da bolsa de valores.

Claro que isso tudo existia antes, tudo muda muito e mantém-se muito, mas com a virtualização a coisa ganha um aspecto de vírus e não to falando do worm que ataca máquinas ou marketing viral, mas da doença, uma doença carpada no moralismo e no TOC antibacteriano. E também não condeno o virtual de per si, porque inclusive o acho duca, diminui resistências que o contato imediato pode causar e permite um, digamos, primeiro ensaio do vuco vuco com mais relaxamento.



Mas a substituição da guitarra pelo guitar hero; da mulher pela Barbie; do macho autentico, formado nas quebradas das esquinas, com seus cagaços, recuos, ataques, porradas e recusas, pelo troglodita virtual (às vezes nem sempre) formado nas academias da brutalidade e da reprodução de preconceitos e sentado no teclado cheio de uma testosterona gasta em bronhas sobre um sexo de filme pornô, tudo isso produz menos João Nogueira e mais Luciano Huck e, cês vão me desculpar, isso deve ser um indicio do fim da humanidade.

Tá na cara que o negócio de diminuir a mulher é uma pusta cagada de regra do submacho de playstation. Homem digno do nome quer é ser caçado, pra poder caçar também, quer mulher pra chamar de sua, pra ser chamado de seu, pra amar no chão, pra chamar de lua estrela e luar. Ai se criam gerações que buscam um tipo de Lassie mestiça com Jenna Jameson, se transformam em rambos sem faca, ou coragem, latem pra lua quando vêem um carro e ignoram a mulher pra pagar de bíceps em rave.

Sei lá, isso me parece contraprodutivo.


sábado, 7 de janeiro de 2012

Mulher falando de sexo? Contra-revolucionário!

Eu nem sou leitor assíduo do Biscate Social Club e confesso achar a temática média do Blog "coisa de mulherzinha", eu que ogristicamente acho que tudo fora de Futebol, Política e filme de Zumbi é "coisa de mulherzinha, se é que vocês me entendem. 

Queria no entanto, devido a curtir demais a iniciativa tanto política quanto comportamental de esculhambar o machismo atávico e burrão do Brasileirismo, elogiar em um post, que se iniciou poético, a beleza política, artística, comportamental e sexual de mulheres assumindo-se como livres, livres e donas do seu nariz, cabeça, tronco e membros.

Mas qual o que? é impossível nessa vida não topar com gente que diz fazer "política" e "revolução" sem entender o viés ausente dos manuais práticos das bronhas do gueto e sem cagar a volumosa regra da "inteligentsia" de "vanguarda".

Mulher falar de sexo e de liberdade de pegar, vestir, trepar, beijar? Contra-Revolucionário e não feminista! Social Club? Incapaz de haver discussão de idéias! E pior negozinho acha que isso ai é argumento sem notar a raiz da palavra socialismo, o que é óbvio porque o que mais rola é radical que não olha nada pela raiz.. 

E sigamos o bonde da "esquerda" sem auto-crítica e pĺena de manuais, incapaz de olhar o próprio machismo atávico, o quão é pró-forma a critica ao sexismo, ao machismo da sociedade, ao patriarcalismo. Porque mulher pode denunciar a opressão da sociedade no trabalho, na reprodução, mas falar de sexo? trepar? como assim feminista trepa? Anátema!

Depois do "barata-voa" com epítetos de "mal amada" a quem fez apenas uma singela brincadeira zoando o Hetero Branco, o clássico arquétipo do dominante e opressor, citado até por Caetano em "O Estrangeiro", a "lição" dos Bolcheviques de cursinho, da vanguarda do gueto.

Estamos bem... 

O que interessa é que a beleza do biscatear deve ser louvada, especialmente para quem não curte a cagação de regra da "mulher pra casar" e "mulher pra trepar" e mesmo não lidando muito bem com o fudevu na zona da não-monogamia acha um barato o conceito de "mulher pra amar".

Até porque na singela opinião do Groucho-Marxista Quisifodista aqui presente, não há revolução sem sexo, e nem sexo sem revolução, a não ser que você chame revolução de tomada de poder e aquele papai e mamãe modorrento de trepada.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A ciência e a educação x ódio e Preconceito

Antes de mais nada devo dizer que talvez de forma heterodoxa para um socialista com cores anarquistas não acredito em nenhuma forma de solução política final e única. Não acho que o socialismo seja uma panaceia, como o liberalismo. Não existem fórmulas. Esta e minha fé final.

O Socialismo é a forma de construção política de uma ideia de solução que mais me agrada. Não acho que existe um "socialismo Científico", da mesma forma que qualquer ideologia política "científica".. Existe História, Ciência Social, Sociologia, Antropologia, Engenharia, Biologia, Medicina, todas elas ciências e feitas e acordo com uma ideologia, seja liberal ou socialista ou inca venusiana, mas nenhuma ideologia é científica. Elas não se constroem com uma estrutura epistemológica baseada em método científico, se constroem baseadas em uma pá de coisa que inclui muita ciência, tradições,desejos, pressões, seu alicerce é um viés de pensamento relacionado à cultura e que vislumbra a intervenção no real com viés x ou y. Tem ciência ai, mas não é o método cientifico que a constrói, nem conduz seus atos.

Por isso há muito preconceito em toda ideologia, muito, em toda tradição ideológica. Porque nada é menos cientifico que preconceito.  Mesmo assim no socialismo em geral os preconceitos e fobias são menos presentes o que agradeço muito em nome de um deus que acho que exista. 

Escrevo isso porque entendo que qualquer ideologia deve ter um tratamento de convencimento do outro e como qualquer convencimento deve ser construído numa relação, e como toda relação deve ter troca. Qualquer coisa cientifica acaba por parecer que é feita com um resultado dado a partir do empírico, ideologia nenhuma faz isso. Nenhuma ideologia tem um método infalível de execução em busca de um resultado x.  Nem mesmo de investigação que resulta em dado y. As ideologias permanecem legítimas e interessantes  para cada um que as tem, eu por exemplo ando cada vez mais anarquista e mais socialista a cada dia e mais cientista também.

Escrevi este post com um aparente enorme nariz de cera para dizer o que acho da ideologia que abraço e para deixar claro o que considero ou não científico, eu que me proponho a construir ciência, a investigar o real. E escrevi isso tudo baseado na ideia de como o preconceito não é científico. 

O motivo disso tudo foi entender como alguém consegue ser racista e achar que qualquer critica a racismo é: "Besteira politicamente correta". E o mais assustador é que isso ganha corpo, ganha espaço e ganha uma filosofia cujos adeptos em geral bem vestidos e alimentados pelo leite de pêra da classe média acham bacana e normal.

Sempre coça a cabeça pra mim em ver gente que leu mais que gibi do Conama vida inteira agir desta forma, gente que estudou nos melhores colégios agir desse jeito.

Após a eleição da Miss Universo Negra, a  primeira, rolou mais um jorro do mais pérfido preconceito pelas redes sociais lotadas de uma classe media cada vez mais parecida com o mais pérfido lixo humano que o fascismo criou:  um bando de pessoas cuja educação alimentou o mais mimado preconceito e ódio ao diferente possível. Qualquer ganho de visibilidade para algo que não seja esse universo monótono embranquecido, estéril, infantil e imbecil é considerado uma afronta, seja ele o empoderamento de pessoas que passaram dificuldade a vida inteira e são negros via cotas ou bolsa família ou seja a eleição de uma missa universo sem o nariz aquilino e a cara de bunda azeda que a mamãe ensinou que é beleza.

O medo de ter de conviver com um mundo que não é um grande condomínio fechado e com algo mais do que o parquinho ou o cartoon network pra ser pensado leva a uma geração feita nas coxas e colocar pra fora o mais bárbaro preconceito pelo qual as ideologias reacionárias voltam os olhos babando e cujos "cientistas" reacionários se esforçam a repetir nas universidades e escolas.

Qualquer educação que não quebre paradigmas e preconceitos é ruim, sempre, qualquer educação que não seja voltada para a construção de um ideal de humano para além das formas é deseducação e a pedagogia das escolas privadas leite com pêra a cada dia me parece ser tudo, menos a cadeira cientifica com este nome. 

A ciência da pedagogia não é vista nas escolas privada,s pois o ser humano formado por elas é o mais bárbaro dos não humanos.

Todo preconceito é anti-científico, todo, todo preconceito mantido por educação que chega ao nível superior é antes de mais nada sina de que algo anda muito podre no reino da educação. 

Qualquer ciência que mantenha no sujeito a ela exposto o mesmo tipo de preconceito que ele tinha antes de ter contato com ela é tudo, menos ciência e o orientador desse sujeito é um péssimo educador.

Um sujeito que liga lé com cré, leu, estudou e se formou e continua machista, homofóbico e racista é pro mim considerado um completo imbecil e se isso é comum nos seus, nos próximos a ele, formados na mesma universidade então o problema é de classe e de um pressuposto educacional.

Pouco há de mais bárbaro que o preconceito, pouco há de mais ofensivo e inumano.

O Socialismo , mesmo ainda possuindo entre os que lhe abraçam muitos racistas e homofóbicos, ainda mantem em seu humanismo, por vezes esquecido, um alento que permite o convencimento de quem não late de que aluta contra o preconceito é a luta pela emancipação do homem que é a luta da classe trabalhadora. ele não e uma ciência, mas conduz pela sua tradição um viés ideológico que urge ser espalhado, inclusive via educação, para que a educação deixe de ser apenas um viés de treinamento anti-científico e vire o que ela tem de melhor: Um meio de transformação do mundo pela quebra de paradigmas, preconceitos e barbarismos.

É necessário que qualquer um que entenda o quão é grave este estado de coisas onde nada passa sem ao menos uma manifestação do mais profundo ódio irracional ao diferente saia da estagnação da desilusão pra derrubar os paradigmas de ódio que a educação privada tomou pra si. E ai é preciso e necessário que a educação pública seja transformada em qualidade, pois ela ainda é o único meio possível de educação para a diversidade.

Só uma transformação pode nos tirar da trilha para o fascismo criada pelo descaso com a educação pública e pelo deixar nas mãos de cursos de treinamento de fascistas , vulgo escolas privadas,  a educação da população.

Nenhuma ideologia é científica e nenhuma ciência é isenta, mas é preciso que nossa ideologia busque fazer da educação um meio de ampliação da ciência para a derrubada do preconceito que com força, torna-se a única referencia de gerações inteiras e que todos sabemos cair no fascismo.

sábado, 13 de agosto de 2011

Organizações Globo e Princípios: Nada a ver!

 As Organizações Globo publicaram recentemente em seus veículos, e são muitos,  uma longa declaração de seus princípios editoriais . Isso foi no dia 06 de Agosto de 2011, no mesmo dia o jogador de futebol Fred do Fluminense Football Club declarou  em entrevista coletiva que foi perseguido por torcedores incitados pelo Jornal Extra, das Organizações Globo e não tinha condições psicológicas de atuar pelo clube, na semana seguinte em nova entrevista dada no dia 12 de Agosto vai além e declara que três jornalistas das Organizações Globo, dois do Extra (Gilmar Ferreira e Caio Barbosa) e um de o Globo (Renato Mauricio Prado), incitam a  torcida a fiscalização da vida pessoal dos jogadores em um policiamento de hábitos que ultrapassa os limites do jornalismo esportivo. Renato Mauricio Prado respondendo mantém o ataque dizendo que "O Fred deve jogar mais e beber menos." se qualificando como juiz comportamental da vida alheia.

Hoje o Jornal O Globo, da mesma organização, faz uma matéria a respeito da execução da Juíza Patrícia Acioli. Combatente das milicias e outras organizações criminosas a juíza é em toda a matéria avaliada pelo seu comportamento extra trabalho e com base no seu relacionamento com seu parceiro, o policial Marcelo Poubel Araújo, como se o comportamento da juizá fora do âmbito de seu trabalho e do que fosse relacionado com o julgamento de crimes fosse da conta de qualquer ser humano da face da terra, em mais um julgamento de caráter em praça pública e mais ainda assassinato de reputação, desta vez póstumo.

Qualquer leitura atenta dos tais "princípios editoriais" e avaliação das publicações, emissoras e sites das tais organizações expõe a olho nu a incoerência dos princípios diante da prática das mesmas. 

A ausência de princípios das ações dos jornalistas das organizações Globo exemplificadas acima são apenas grãos de areia diante da prática diária feita em todos os veículos que vão do assassinato de reputações à distorções e orientações de perseguições a adversários políticos, desrespeito À reivindicações de trabalhadoras, vinculação imediata de greves a "transtornos para a cidade" especialmente com relação ao trânsito  e pior, vinculação de paralisação de trabalhadores À prejuízos para o país .

Ou seja a tal carta de princípios "jornalísticos" é uma piada porque a carta indica princípios de quem não tem nenhum a não ser a manipulação da opinião pública.Ao desinformar as organizações Globo são cúmplices de crimes contra cidadãos como no caso Fred; de machismo,sexismo e omissão do combate à organizações criminosas para desqualificar a vítima pelo seu comportamento "moral como no caso da Juíza Acioli e da definição de protesto como bagunça e de reivindicação de direitos como desserviço à cidade como  e aos trabalhadores restasse o esperar como um Pedro Pedreiro eternamente esperando a bondade de patrões que ficam presos no trânsito se eles protestam. Além disso, tudo o assassinato de reputações segue livre, porque para as organizações Globo os tais princípios  só existem como perfumaria e máscara para seus desejos políticos imediatos, que vão do apoio à ditadura à manipulação de debate televisivo a favor do candidato que preferia em 1989 , passando pelo silencio solene em relação às manobras de seu aliado Ricardo Teixeira que desqualifica tudo e todos ao seu redor mesmo acusado de receber propina para votar a favor de candidaturas à copa do Mundo e pela cumplicidade na destruição do Clube dos 13 no episódio da negociação coletiva de direitos televisivos do Futebol Brasileiro.

A declaração de princípio das Organizações Globo podem ser despublicadas, foram rasgadas por  anos de história e ações manipuladoras e na mesma semana forma desmoralizadas diante das práticas próprias da mesma Globo. A não ser que seja um ensaio para seus programas humorísticos a tal declaração só expõe mais e mais o desserviço e desonestidade dese câncer da mídia Brasileira.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Magina se macho tivesse TPM, nega!

Nas idas e vindas da Ternet, essa rede com nome de empregada de novela, achei issaqui da Grande Niara de Oliveira a respeito de nosso amado ogrismo macho pereréco.

Lendo a traulitada bem dada e assumida como toque (Graças a Deus não retal!) escrevi um comentário que virou esse post aqui.Não espere politiquês e teoria política a rodo, é só um post impressionista e baseado no que sei, li, ouvi e aprendi, sem notas de pé de página.

 A questão do ogrismo macho pereréco pra mim é uma questão  cultural construída, ocidentalmente em especial pelo que percebo no meu parco conhecimento, de mulher como posse, grosso modo filha dileta da mulher como meio de aliança político-econômica, que nasce sei lá quando.

E esse cultural é no sentido Antropológico ou algo que o valha.

Homens são ogros e se tornam violentos quando bebem? Não sei, mas desconfio homens aceitam de bom grado a ogrice que lhes é imputada e o álibi da cachaça para seus atos.. é confortabilíssimo.

É mole seguir a curva do rio e a correnteza, é molíssimo. Prefiro olhar mais a fundo e perceber o quanto é fácil buscar explicações e deitar nelas, usando-as como álibi.. Temperamento? Não mete essa, mulheres tb tem temperamento e mãos, facas, força própria à disposição, mas em geral não saem por aí metendo a porrada no parceiro, e muitas deveriam. Bebida? Mulheres bebem, sabia? E chuto que estatisticamente se envolvem em menos problemas e especialmente os que levam à violência que meia macharada. Pressão social? Aceitaria se o macho em geral chegasse em casa e fizesse a janta pra Dona Rainha que sentaria no sofá e pediria a cerveja, mas a pressão social sobre o macho em geral é mais leve, essa do "provedor" não cola, porque o provedor é hoje dupla, em geral o macho provedor foi atropelado e com direito a ré confirmatória pela mudança do mundo econômico. Hoje família com um provedor só tem grana, muita grana. Então o cabra coloca o nível alto de testosterona e muitas otras coisas como álibi pra sua violência e na verdade mal percebe que no fundo ele só deixa rolar porque.. pode, a cultura lhe permite, nenhuma trava é permitida ao Machão Gostosão pica grossa.

A postura masculina em geral é a do Reizinho do Parque, paudurecência na mesa, no ovo, no auge, o foda-se querido ligado no talo pra que todo o multiverso o sirvam.. e quem o serve no multiverso? A moça, a mulher, a empregada, a mãe, a esposita barrozo.

Quem faz isso é só a macharada desesclarecida povão e opressores nojentões de direita? Ledo Ivo engano caro compa: eu, você, nós dois diuturnamente repetimos esse machismo ogróide do balacobaco sem a menor verguenza (Thanks Xico Sá!).

O Ogrismo em geral é mais explicado que batom na cueca e pior vira uma espécie de álibi: "Sou assim porque sou homem!" e o pior "A maioria dos homens é assim e  piora quando bebe!". As duas frases tão cagadas porque a primeira naturaliza uma comoda posição de "vítima da natureza" quando podemos enfrentar a cultura e nos transformar e a transformar com isso. A segunda frase é cagada porque exclui o proferidor do crime, ela é álibi pra ele, macho esclarecido, pagar de homem-santo.

Quer dizer então que o ogrismo macho não pode? Poder pode, desde que tu se olhe nozoio e assuma-o (curtiram?) como um treco machista e que pode até continuar existindo em paralelo ao combate interno ao próprio machismo, mas usá-lo como álibi pra seus sentimentos de posse, inseguranças e "tremiliques" quando as "servas" se rebelarem é migué.

Temperamento se fosse álibi daria merdeloquê, como disse acima, porque mulher, pasmem, tem temperamento e, dizem, até alma. E no meu específico caso de macho jurubeba (Valeu II Xico Sá!) seria caso de estapeamento geral e irrestrito e não rola, nem no meu caso nem do meu falecido pai cujo temperamento transformava o meu no da Sandy na época do Junior. 

Quer dizer que o autor ogro da escrivaria arriba não é machista? Nope, ele é, finge que não é e tenta não ser,, mas sem se esconder na confortável casa da tergiversação do próprio machismo.

Beber eu bebo, fumar eu fumo, ter cabeça quente eu tenho, mas não estapeio ninguém, e talvez pela grande coisa feita por meu pai em sua vida: Me ensinar que mulher é gente, tem direitos, opiniões, pensamentos, sentimentos. então sem essa rapaziada, vamo enfrentar a cultura e sermos ogros quando precisa, que é no pau diário pela transformação dessa bagaça de mundo em algo que preste.

Magina de macho tivesse TPM, nega!

terça-feira, 5 de julho de 2011

O Feminismo nunca matou ninguém. O Machismo mata todos os dias.

Lei Maria da Penha neles !!!

Desde 7 de agosto de 2006 o Brasil tem uma lei para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Com cinco anos de existência cabe questionar: a integridade da mulher brasileira está mais protegida? E a luta pela eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres avançou? Quais são as políticas públicas implementadas pelo estado e pelo município do Rio de Janeiro? E a efetividade de suas ações?
Para responder a essas e outras questões o Fórum Popular do Orçamento e Corecon-RJ promovem o debate
A Lei Maria da Penha é pra valer?
Que ocorrerá no dia 7 de julho, quinta-feira, às 18h30;
No auditório do Corecon-RJ (Av. Rio Branco 109 - 19º andar).
Com a seguinte programação:
·     Apresentação das MARIAS DO BRASIL, grupo de Teatro do Oprimido formado por trabalhadoras domésticas-atrizes, cena sobre violência doméstica * 15 min.;
·     Apresentação dos dados orçamentários coletados pela equipe do FPO-RJ * 15 min.;
·     Mesa dos debatedores:
v Delegada Márcia Noeli Barreto (Diretora da DPAM - Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher);
v Sindicalista Virgínia Berriel (Movimento Humanos Direitos);
v Advogada Ana Paula Sciammarella, especialista em Gênero e Direitos Humanos;
v Economista Ruth Soriano Melo, mediadora.
·     Debate livre.
O acesso é livre, gratuito e sem necessidade de inscrição.
Até lá,
Luiz Mario 

Jorge Borges
Geógrafo, Assessor Técnico

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Se Deus vier que venha armado!

 Peço emprestada a frase de um rap do Pavilhão 9 com titulo para ilustrar a perspectiva que a Religião, somada à doença mental e à irrresponsabilidade de pastores, dá quando tratada como uma cachorra leprosa e como auxilio de delírios tremens morais e fundamentalistas.
 Que me perdoem os fiéis de religiões pentecostais e suas ânsias de pureza, mas quando a pureza atira com armas de fogo, pedras ou incitação a crimes, a racismo e outras desumanidades ela deve ser tratada como é: Como uma manifestação de ódio e irresponsabilidade desumanas que transformam a dita fé e religião em cúmplice, seja de espancamento e assassinato ou de opressão psicológica e quejandos.

 O tom é duro mesmo e não é pra menos: depois do desfile por anos a fio de preconceito contra toda a fé que não lambesse chagas de Cristo, de opressão à mulheres, homossexuais e racismo enrustido (ou não) nas salas que servem de palco e púlpito para defesa de purezas que nada mais são do que etnocentrismo, machismo, misoginia e homofobia, cansa defender o direito democrático à religiões que no fim das contas são apenas pano de fundo para a distorção de todo e qualquer ensinamento do Cristo que pregou o amor em nome do inflar de egos e carreiras políticas de pastores que conduzem ovelhas nem sempre negras á escuridão do fascismo.

 É chegada a hora de defensores de preconceito e incitação de ódios, sejam os líderes que conduzem as ovelhas ou sejam as próprias ovelhas que conduzem seu ódio pessoal e se escondem na confortável e omissa posição de gado, serem responsabilizados pelos crimes cometidos em nome de um Jesus ou de uma pureza que é tragicamente similar à rotulação, perseguição e morte de tudo o que não é parte do dito "normal": papai e mamãe presos na sala vendo novela da globo e com medo de discutir como patrão. 

Os discursos dos pastores atingem o objetivo de conduzir seu gado a um estourar de violência e morte, ódio e opressão, cuja culpa só cai no couro da ovelha louca ou excepcionalmente crente que aperta o gatilho, e isso é o ápice da corrupção moral e covardia ética, intelectual e humana das lideranças que falam o que querem, conduzem a atos de violência e se escondem atrás da responsabilização individual do imbecil ou louco que segue seus ensinamentos.

 O direito a fé é inatacável, assim como o dever de manter sua fé longe do crime e das lideranças religiosas serem responsabilizadas pelos ecos de suas palavras, sejam elas ditas nos púlpitos ou nos terreiros. A noite de Sâo Bartolomeu deveria ser uma lição de tolerância, mas virou um modelo de prática de intolerância assumido por pastores e padres em nome da cristianização do mundo. E a partir disso fica engraçado o demonio ser negro e batucar enquanto quem mata meninas por misoginia misturada com religiosidade extrema pregada por um pastor qualquer o faz em nome de um Deus que parece uma mistura de general com torturador.

O negro batucador é acusado de tudo, de magia negra a servir às forças da escuridão, mas todo assassino em série fala é em Jesus, toda homofobia e racismo tem Jesus como pano de fundo, da mesma forma que foi m nome de Deus e de Jesus que se justificou a escravidão e o assassinato de índios, que se justifica a homofobia  e a opressão de mulheres. Pelo que me consta não foi a umbanda que escravizou europeus pra mandá-los pras colonias da África.

 A carta do assassino de Realengo cita tanto Deus que se juntarmos com o assassínio cujo alvo prioritário eram meninas parece um resultado muito claro do grau de misoginia, preconceito e ódio defendido por várias religiões que colocam mensagens de ódio bem sutis, como as do pastor Malafaia na Avenida Brasil no Rio de Janeiro, ou declaram de forma nada sutil, o mesmo Malafaia entre outros, seu ódio a homossexuais, claramente, e a negros, enrustidas nos ataques às religiões de matriz africana, a sambas de Zeca Pagodinho com cagaço da lei anti-racismo,etc.

 Quero ver a defesa clara da culpabilidade de pastores e padres quando ataques como esse ocorreram e com a mesma velocidade da satanização das religiões afro com relação ao sacrifício de animais! E aí incluo os Ateus fofinhos e "críticos" que como uma versão bizarra do fanatismo religioso são rápidos e rasteiros e mahcos pra cacete pra chamar os fiéis de criminosos e imbecis, mas somem quando é hora de assumirem a responsabilidade laica de defenderem a vida humana para além de pseudo-racionalismos que pegam bem em festas hype.

 Sou Umbandista, sou comunista e não tenho nadica de sangue de barata, nem me pretendo aqui racional ou frio, dada a tragédia ocorrida na minha cidade e no bairro vizinho de onde eu moro. Antes pediria desculpas se estiver sendo injusto, mas evoco minha trajetória e minha defesa contínua tanto da liberdade religiosa quanto das lutas anti-homofobia, anti-racismo e contra toda e qualquer opressão para defender claramente: É hora de pastores, deputados e demais figuras públicas serem responsabilizadas pelo que dizem,s e a institucionaldiade não o faz que façamos nós, seja por meio de protestos diários, ovadas, protestos nas escolas de seus filhos, residencia, local de trabalho, seja por cartas, processos constantes,etc.. 

Não precisamos da violência para protestar, mas precisamos da veemência, da luta diária e da revelação desses defensores de ódios aos demais, sejam eles líderes ou paspalhos seguidores. Se existe um em seu local de trabalho, é hora dele sentir na pele a veemência do laicismo e a força da liberdade. Se a luta esperar PLCs estamos literalmente fudidos, sem o perdão da palavra.

 A cada Bolsonaro e pastores que defendem crimes e ódios existem os loucos ou fascistas que estão prontos para apertar o gatilho. Seremos pra sempre ovelhas a espera do abate? seremos Pedros Pedreiros Penseiros esperando o trem do papai estado ou do papai parlamento pra tomarmos posições na rua, na chuva e na fazenda? 

 Na minha fé ovelha é alimento e o sacrifício de uma ovelha é do animal que tem a lã pra nos aquecer e a carne pra alimentar toda a tenda. Homens e Mulheres são gente, responsáveis por si mesmos e por sua tenda, inteiros, íntegros e vivos, não correm pro abate, mas podem correr pra guerra se necessário, conscientes de que tem hora de Ser Oxalá Velho, e tem hora de ser o Oxalá guerreiro, que com Ogum, Oxóssi, Xangô e Logun-edé transformam sua realidade e o mundo.

 É hora de sairmos da pasmaceira e revelarmos os assassinos e defensores do ódio, é hora da guerra, uma guerra sem armas, sem mortes, mas com pichações, com vídeos, com faixas, com gritos e com a demonstração clara de quem são os animais que permitem que suas palavras acabem em mortos.

PS: Se o doido for Muçulmano ou não, não diminuiu em nadica de nada o teor das crítica,s porque uma hora aparece um doido Malafaista ou Pentecostal, com as mesmas justificativas, e duvido que o cabra aí não frequentasse uma Assembléia de  Deus da vida.