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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Da cidade Febril à cidade partida

Para quem milita contra a criminalização da pobreza e os projetos higienistas presentes ainda hoje no discurso da "modernidade" que grassa nas bocas, mentes e corações de políticos "jovens" do PT, PMDB e mais classicamente Tucanos do velho e bom PSDB de Guerra, o livro "Cidade Febril" de Sidney Chalhoub, publicado pela Companhia das Letras, é uma importantíssima ferramenta de acumulo de informações sobre a invenção da tradição do discurso higienista como embasador da perseguição, criminalização e justificação de atentados aos direitos humanos das pessoas pobres.

Ao nos apresentar o fato notório que desde o Império há um discurso que culpa a pobreza (Nada coincidentemente ligada à pele preta) tanto pela sua condição quanto pelos perigos das grandes cidade, assim como por doenças e problemas de saneamento, Chalhoub nos dá precioso meio de identificarmos como se cria um discurso "modernizante" que através dos tempos ecoa velhos preconceitos e nada "modernos" ou "novos", métodos de construção de uma modernização conservadora, de uma modernização de fundo tecnocrático, tecnicista, que despolitiza o cotidiano e a vida da sociedade, em nome de verdades absolutas "cientificistas" que consideram tudo o que estiver fora de sua "verdade" um absoluto inexistente.

Embasados pelo discurso que culpava a moradia das pessoas pobres como culpadas pelo contágio da Febre Amarela, vilã escolhida sob o manto da omissão com que tratavam a mortandade dos pobres e pretos por tuberculose, os motores da construção da nova cidade burguesa, construída sobre os escombros da cidade "colonial", iniciavam sua fome de derrubada de um "velho" muito similar ao pobre e no erguer de um "novo" muito similar à interesses de um já nascente mercado imobiliário.

No discurso dos médicos higienistas estava a base cientifica que muito interessava a construção civil da época e a indústria de transportes, assim como o embasar de um discurso de controle social que usaria um trabalho feito por um alto funcionário da polícia de Paris, M.A.Fregiér, pra justificar a construção de uma ideia de "classes perigosas" perigosamente vinculada, pra não dizer ostensivamente e conscientemente, à noção de "classes pobres", que no Brasil ganham o adendo de "população negra".

Também havia muito interesse dos mesmos especuladores para sustentar uma ação que continha a limpeza social, a sanitária e a "estética" da cidade, em nome de um conceito de civilização que tinha como ideia da cidade perfeita uma cidade sem negros, sem pobres e sem o contágio que para os philosophos  da época (Usando um termo do próprio autor) eram quase inerentes a pobres e pretos e suas moradias.

A própria opção pelo combate à febre amarela, doença que vitimava muito mais imigrantes e brancos do que negros, em detrimento de uma política de combate à tuberculose, que vitimava mais negros que os demais, dadas as condições de alimentação e abrigo das pessoas pobres, em sua maioria negros, tem em si a opção quase óbvia e sinceramente assumida de tentar facilitar à natureza o branqueamento da população.

Há inclusive uma declaração abertamente neste sentido emitida surpreendentemente por Rui Barbosa, autor de monta e vinculado a uma ideia de liberdade e república (que parece para ele não significar a mesma coisa com negros) e que é um poço de afirmação de que para a sociedade brasileira da época, e ouso dizer que ainda hoje, o branqueamento era não só preciso, como necessário e a qualquer custo.

Rui Barbosa dizia sobre a febre amarela:

                          É um mal que só a raça negra logra imunidade, raro desmentida apenas no curso das mais violentas epidemias e em cujo obituário, nos centros onde avultava a imigração européia, a contribuição das colônias estrangeiras subia a 92 por cento sobre o total de mortos. Conservadora do elemento africano, exterminadora do elemento europeu, a praga amarela, negreira e xenófoba, atacava a existência da nação em sua medula, na seiva regeneratriz do bom sangue ariano, com que a corrente imigratória nos vem depurar as veias da mestiçagem primitiva, e nos dava, aos olhos do mundo civilizado, os ares de um matadouro da raça branca. (CHALHOUB, Sidney. Cidade Febril. Companhia das Letras. Rio de Janeiro,2011. página 95).

Esses dizeres, se não repetidos com esta clareza que a um homem de seu tempo como Rui Barbosa era permitida, são a fundação de um discurso de culpabilidade de parte da população no que diz respeito aos "dramas da civilização", leia-se civilização branca, repetidos até hoje. 

Se antes o uso da febre amarela como um problema aos planos de branqueamento da população era farto e com isso se sustentava uma política que unia o bota abaixo, o derrubar das casas de pobres, o policiamento indicando que pobres e negros eram a classe perigosa, como forma de ação civilizatória, este mesmo discurso retorna com o mesmo tipo de cerco quando as remoções sob alegação de "salvar vidas em área de risco", a pacificação das áreas onde vivem os mais pobres (e pretos), levando com elas a similaridade de uma especulação imobiliária que ocupava as áreas demolidas dos cortiços (preocupantemente ocupadores de valorizadíssimas áreas para os planos dos empreendedores), a internação compulsória das vítimas da epidemia do crack.

E em tudo isso há um leve cheiro de um tradição reinventada e cuja diretriz é uma percepção de uma noção de civilidade sem direitos humanos estendidos a quem não for branco.

É impressionante também como operações de guerra se assemelham. Em 1892 a vítima foi o Cortiço "Cabeça de Porco", e em 2011 foi o Pinheirinho, em 2012 está sendo a Providência, o Terreirão e outros tantos cantos onde os interesses do estado mal ocultam interesses poderosos privados. 

A tradição inventada para a corte no século XIX, não se resume à ela em pleno século XXI, como não se resumia no século XX, e ocupa cadeiras que vão desde os famigerados tucanos até os ex-esquerdistas e hoje neoPTistas do antigo Partido dos Trabalhadores.

À esta tradição é que deve ser feita nossa resistência para que a "modernidade" e o "aprendizado" que o sistema procura nos convencer ser um avanço em direção a um "progresso" demolidor de civilizações e direitos, não nos torne vítimas de um cientificismo tecnocrático que mal oculta seu racismo, seu horror ao povo que diz defender e suas ações de "melhoria da vida" que são tão parecidas com as ações dos elitistas racialistas do Império que parece que não se segue apenas uma tradição, mas na verdade uma compreensão do mundo que hoje se tornou crime ser repetida em voz alta.


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tá na hora de pedir um Fora Cabral,né não?

Marcelo Freixo sofreu novas ameaças de morte, onde inclusive mencionam pagamento  de 400 mil por sua cabeça e sairá do país para reajustar sua segurança e reduzir a pressão pessoal, chamar atenção das autoridades,etc. Em tempos de eleitoralismo à todo vapor é fácil, e estúpido, cometer o  erro que eu mesmo cometi de imputar golpe publicitário à ação. A parada e séria, nego preto, e o trem ta feio.

Mesmo com todas as críticas que o Deputado mereça pela ação política interna e externa ao PSOL no que tange especificamente à construção de alternativa política à este tipo de costura política que sustentam o sistema atual, a ameaça à sua vida é fator gravíssimo que deve e merece ser combatido por todas as instancias da sociedade. Não dá mais pra aturar uma cidade e um estado entregues à grupos criminosos com braço no Estado, mantidos e sustentados por membros da Câmara Municipal, da ALERJ, da Secretaria de Segurança, Polícias Militar, Civil e Bombeiros, tanto com participação ativa quanto por omissão.

A saída de Marcelo Freixo do País é fato grave e não pode ser combatido apenas com discursos na OAB e passeatas na Orla, é preciso ir além, com pedido direto de impeachment do Governo do Estado por omissão, fingir que não conhece as ameaças, fingir ignorar o grave risco à vida das pessoas e pro vezes sendo cúmplice de assassinatos como o da juíza Acioly ao retirar sua proteção, com a anuência criminosa do poder judiciário estadual.

O crescente mando das milicias pela cidade é facilmente distinguível, basta rodar pelos bairros da zona oeste e se sabe que é de propriedade de milicianos lojas de carros, bares, restaurantes e a venda de "gatonet" rola solta.. e não só nas áreas "favelizadas'.

Se juízes e Deputados são ameaçados e mortos,o que esperam que seja feito das vidas das pessoas comuns, mesmo a que apenas questionam barbaridades dos "donos" da cidade? O que ocorre é o comum, gente morta, ameaçada, oprimida.

Por isso a luta contra as milicias e o descaso dos governos tem de ir além de solidariedade ao deputado é caso de exigir investigação pelo ministério Púbico das redes de relação entre milicianos e políticos e pedir o impeachment do governador omisso, pra dizer o mínimo.

Não é preciso votar no deputado para participar disso,  é preciso ir além do apoio individual e dos movimentos circunscritos nos trâmites legais ou em manifestações específicas que não atraiam os que são ameaçados diariamente pelas milicias.

Tá na hora de pedir um Fora Cabral,né não?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Alemão ou O povo, esse entrave

Lendo a Caros Amigos de Julho , que lerdamente leio até setembro para enfim pegar a de agosto, vejo um artigo de Emir Sader criticando, com razão, a critica rasa que a extrema-esquerda faz ao governo e à opção governista. No mesmo artigo a critica que seria excelente cai no tão raso quanto triunfalismo  do apoio popular como medida de todas as coisas e que lava mais branco ocultando todas as cagadas e todas as criticas, as rasas e as que fogem do raso e são benéficas.

O importante é governar e reduzir a desigualdade e ponto, o resto foda-se. Qualquer critica que sustente uma observação de que a redução da desigualdade não é exatamente sustentada ou pior, não tem garantia de um caminhar perene e que seja acompanhada por transformações no estado que vão da educação e saúde ao cuidado com o meio ambiente e direitos humanos.

Porque to falando disso? Porque o triunfalismo por vezes inibe a crítica e na maioria das vezes na blogosfera oprimem a crítica.  Sader no artigo desqualifica todas as criticas baseado no percentual de voto e as faz tábula rasa porque existem, podem até ser maioria, criticas que ignoram as transformações que o governo petista fez, mas existem também criticas que não ignoram as transformações, mas as põe em perspectiva diante de como mantê-las e mais ainda do que não foi transformado e sofre recuos.

Esse comportamento de Sader é repetitivo, o que me faz evitar lê-lo dado o alto grau de panfletagem acrítica que o nobre professor, que com certeza é melhor professor e pesquisador do que colunista. E além de repetitivo é seguido por outros veículos concretos ou blogosféricos (Neologismo, sir!).  Essa inibição de crítica aliada ao panfletário e ao triunfalismo é prima direta da dupla ação de silenciar o apontamento dos erros do Governo e  Partido, pela direita ou pela esquerda, como o de desqualificar qualquer viés de disputa de espaço pela esquerda, seja essa esquerda de fora do PT ou de dentro do PT.

Criticou? "só pode ser PSOLista"! Sacou?

E no mesmo artigo de Sader o apoio popular é citado como arma e moeda maior que traduz o fuderozismo da opção política do homem, esse mesmo apoio popular, e método de discurso e análise, que levava o Governo federal em 2010 apoiar com o exército a ocupação do Alemão no Rio de Janeiro e defender em propaganda eleitoral a expansão das UPPs Brasil afora.

Ano passado qualquer crítica à ocupação do Alemão como era feita era tratado como Sader trata a critica ao Governo pela esquerda. Qualquer apontamento de como são as ocupações, como é o projeto político das UPPs era tratado como "irrealismo". As práticas do projeto político e policial das UPPs, um projeto de cidade também, de cerceamento do ir e vir do povo e postura de síndico para com eles com impedimento de manifestações político-culturais, invasão de privacidade, violência e por vezes alto grau de corrupção com emulação das milícias, eram ignorados em nome da libertação do "povo" em nome do fim das desigualdades, do governo de "todos",etc..

As violações que o Governo do Aliado Cabral com sua PM e o Governo Federal, com seu exército, faziam eram jogadas pra debaixo do tapete em nome da transformação que o governo "Reconhecido pelo povo" fazia no "Brasil Grande" e todo apontamento da esquerda radical, até mesmo dos que desta esquerda eram e são queridinhos pelos "Progressistas" como Marcelo Freixo, erma ignorados e silenciados para tanto apoiar o Aliado Cabral quanto pra fingir não ver cagadas que eram endossadas pelo projeto político "reconhecido pelo povo" em nome do futuro do "Pra frente Brasil".

Agora que o Exército finge estar enfrentando o tráfico pra passar o volumoso rodo de seu ancestral autoritarismo por cima da população do Alemão, que deixou de ser vítima do tráfico e virou um entrave pro projeto de doma que o aparato estatal tem para com ela, o silencio "progressista" é eloquente. 

Da mesma forma o triunfalismo Saderiano que é mais rápido no gatilho para desqualificar o que chama de "extrema-esquerda" não se transforma na ira santa necessária para a denuncia de mais um capítulo de um projeto autoritário de segurança endossado pelo poder do Governo "De todos" petista, projeto esse que é useiro e vezeiro de uma prática de censura à manifestações culturais, práticas de imposição de manifestações artísticas como mais ou menos válidas, samba pode, funk e hip hop não, vigia do direito de ir e vir, toques de recolher,etc.

Sader está certo em criticar a ausência de uma critica que olhe o real por parte da extrema-esquerda, mas falha redondamente ao não usar esta mesma crítica com relação à própria visão e a dos como ele apoiadores da opação governamental pelo "Pra Frente Brasil",os vulgos "progressistas", e falha redondamente ao tornar todas as críticas da esquerda radical como iguais ao que condena.

Outra falha corrente em Sader e nos amigos "progressistas" está na velha e boa redução do "popular" ao voto, ignorando o alem voto, o dia a dia e o que o povo é e quer, para além de reducionismos. As ocupações dos morros "salvaram" o povo de um tirano pra por outro no lugar a soldo do estado. Este tirano é pago para manter a cidade Olímpica no seu devido lugar, como o projeto de cidade de Pereira Passos que levava o pobre, que é como podre, para longe dos jardins da elite e controlado por uma polícia dura na queda e que escolhe até com que calcinha a moradora pode ou não sair. 

O povo não queria o tráfico, mas com certeza não quer a PM cagando regra ad infinitum numa implantação de uma ordem não negociada em seu quintal. E quando o exército impõe toque de recolher ele invade o direito desse povo que apoia o governo, mas não recebe de volta a mesma consideração.

O povo é muito bom para votar e dar o "reconhecimento popular" via urna que alimenta desqualificações rasas dos articulistas panfleteiros, verdadeiros Olavos de Carvalho Às avessas, mas é um entrave quando começa a resistir a mais uma ocupação militar que o desrespeita. 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Encontro de Estruturação do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio - 2 de julho

Encontro de Estruturação do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio
Dia 2 de julho, sábado, das 9h30 às 16h30
Local: SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ)
Rua Evaristo da Veiga, 55 - 8º andar - Centro - Rio de Janeiro


Programação
9h30 - Apresentação dos vídeos sobre a missão da plataforma DESCA
10h - Apresentação dos Presentes
10h – Debate sobre Identidade e Princípios do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas (“Nossos objetivos e nossas lutas” – item III do documento do Vainer)
11h – Manifestação Pública – Construção da plataforma; articulação com outras Frentes e movimentos sociais; e estratégias de mobilização e visibilidade
12h – Almoço
14h – Organização e funcionamento do Comitê
- Definição dos GTs
- Plenárias e Coordenação
- Representação do Comitê em debates, seminários, etc.

15h - Mobilização e Organização
- Agenda de mobilização e ações estratégicas
- Posição e agenda do Comitê frente à Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa
- Proposta do Portal Nacional dos Comitês Populares

16h - Encerramento

Outras atividades do comitê no mês de julho ver emwww.comitepopulario.wordpress.com

sábado, 11 de junho de 2011

A Esquerda no SOS Bombeiros

 Na Quinta-Feira dia 08 de Junho fui até a ALERJ me solidarizar com o movimento dos Bombeiros.A manifestação é o que tem de mais popular, com um espectro ideológico que vai de Bolsonaro a PSTU.
  Estar neste tipo de movimento, sem nojinho de povo e de suas posições nem sempre avançadas, que por vezes ecoam Bolsonaros, é fundamental pra esquerda tomar vergonha no focinho e sair do Facebook e Twitter e fazer alguma coisa, e isto vale também pra este que vos escreve.
 O movimento de apoio aos Bombeiros teve eco em toda sociedade e gerou o primeiro recuo político de Cabral desde que eleito pela primeira vez para governador, ao menos o primeiro recuo levado a cabo por um movimento popular. O esforço de disciplinados homens e mulheres da categoria, que se orgulham de sua disciplina e esforço na honradez de suas carreiras de salvadores e Heróis, como se autoproclamam e dificilmente alguém na sociedade iria discordar, em superar a hierarquia para exigir respeito profissional e salário digno era nítido. Não se pode ignorar o que representa de possibilidades a união de categorias militares numa reivindicação de melhoria para a categoria. Ou seja, a corda do arrocho tá tão esticada que uma galera que nunca cogita ir pra rua e sair da camisa de força que a disciplina militar os prende tá indo pra rua e brigando.
 A presença da PM em apoio a seus companheiros Bombeiros é mais que um sinal, por isso a presença sui generis no palanque, da direitaça à esquerda, porque toda a sociedade foi atingida por isso. A recusa de membros do batalhão de choque e até da tropa de elite do Governador, a guarda pretoriana de Cabral, o BOPE  em participar doo teatro de repressão da sexta 04 de Maio, quando o quartel central foi ocupado pelos Bombeiros e invadido pela truculência do BOPE sob ordens do Ditador Cabral, é um sina de que nem tudo são flores sob o manto de Beltrame.

São vários os sinais da Movimento, sinais e caminhos deixados para serem lidos e apontar direções e ações.    Em primeiro lugar que há no ar um sinal de que as categorias não estão mais afim de cair no lero lero de desenvolvimento onde o cofrinho da rapaziada ganha pouquinho enquanto outros cofres abarrotam de moedas. O povo tá meio cansado de ganhar migalha e a manifestação dos bombeiros não é a única que exige mais grana, mais salário e mais estrutura, tá aí a  greve na Volks pra gente prestar atenção. 

Outro sinal interessante é a quebra da paz dos cemitérios da segurança pública e da imagem do Governador Bossa Nova, justo e cheiroso, que consegue com a segunda maior economia do País pagar menos que Alagoas a seus soldados. A recusa de parte da polícia militar em executar ordens do Cabral Junior, o filho do homem que acha que o funk é criação da CIA, não é brinquedo não e tem de ser analisada com cuidado e explorada pela resistência a este projeto de Estado e Cidade Olímpica que é muito fofo pra empreiteiras, mas nada pra moradores removidos, soldados e bombeiros que recebem menos que migalhas, sendo que alguns deles ainda são antipáticos à população obedecendo ordens dos políticos "empreiteiros", que não ganham só R$ 950,00, e olha que to falando só de salário. O apoio popular e a adesão de professores ao movimento é sintomático de que o saco encheu e que a pergunta no ar é: Que estado rico e "olímpico" é esse que paga tão mal a seus policiais, bombeiros e professores? E que governo é este que propagandeia um estado e cidade que só existem pro COI, mas que pra seus funcionários e moradores removidos ou são migalhas ou a borracha da repressão, sem contar que quem repreende ganha tão mal quanto o reprimido?

Se os Heróis são tratados na borracha, imagina o lombo do povo,né? E é de se notar a oportunidade de discutir com quem dá a borrachada do governador, que contesta suas ordens por percebe-las absurdas, quando são soldados os alvos delas. Será que não é hora de abrir diálogo pra que eles percebam que do outro lado as passeatas são estudantes e profissionais, trabalhadores, que como eles são reprimidos por exigirem melhores condições de trabalho e salário ou verbas pra melhoria da escola?

A oportunidade aberta para a esquerda é imensa, ou a gente se ocupa de conversar com esse povo ou o diálogo vai se na linha do Bolsonaro.A direita não questiona o direito de greve que os Bombeiros tem, e querem que eles ganhem pra derrotar Cabral e depois voltem com os PMs à vida normal de obediência. 

E o que nós queremos? Ensiná-los ou conversar e apontar as contradições que eles mesmos tem com relação a nós ou aos professores que hoje apoiam tanto a polícia quanto aos heróis bombeiros? 


A oportunidades de apontar como são iguais os professores e os  Bombeiros nas suas necessidades e em como são tratados os trabalhadores pelos governos e patrões é de ouro. A oportunidade  de mostrar pro PM que ele bate na gente da mesma forma que bateria no Bombeiro, que as ordens são as mesmas e as reivindicações são tão justas tanto, que ele é um trabalhador que é preso, reprimido, mal pago e obedece a ordem de quem mal paga, oprime, rouba, como patrões e governadores é mais que de ouro, é uma brecha tão grande que não tem valor nem mesmo metafórico a ser colocado.

É hora da esquerda ir além dos deputados  e influencia,r abrir papo, conversar, abrir amizade com militares, aproveitar que mais categorias aprovam e apoiam este movimento e aumentar sua influencia, sair do rame rame de briga fratricida, e ganhar essa gente, ou amanhã apanharemos de novo de quem chamamos companheiros e seremos ignorados por outros valorosos trabalhadores que continuarão votando em Bolsonaro.

PS: A turma do PSOL parecia um exército de Brancaleone que ninguém sabia quem que era por falta de identificação. Se bandeiras, sem panfleto, sei lá. Nego demora demais pra escrever, e isos sem instancia, sem nucleo pra discutir,etc.. A Executiva é rápida quando não precisa, quando teria que ouvir núcleos,etc, mas é lerda pra cacete pra encarar a tarefa de responder publicamente sobre uma movimento, coisa que só foi feita na prática na terça-feira. E pra quem não escuta núcleo ou faz plenária ao menos comprem bandeiras, camisas, panfletos pra vender e a gente comprar e mostrar a pomba do partido fora das eleições,né?

sábado, 4 de junho de 2011

Agosto? Não, Maio!

Pra qualquer caboclo que não substitui sua inteligência pelo desejo pelo IPAD Primário ou ache que grama pode ter bom sabor se banhada com molho inglês, este mês de Maio chega a Junho detonando tudo até a última ponta.

Há uma longa lista de absurdetes rolando que poderiam muito bem povoar pesadelos da rapaziada se ela não tivesse já criado uma casca grossa, quase Cascadura ali do ladinho de Madureira. 

As garras de fora do mais profundo conservadorismo chumbrega vão desde a proibição absurda da marcha da maconha como apologia ao crime, com uma cínica ignorada na sutil ao direito à livre expressão e defesa na mudança das leis, à aprovação ao código florestal e veto ao kit anti-homofobia.

Nesse meio tempo, sem que a imprensa soubesse, morreram ao menos cinco ativistas no Norte do país, vítimas do eterno conflito por terras que nunca acabará enquanto todas as medidas para regulamentar o acesso à Terra sejam inócuas diante da manutenção do modelo da Lei de Terras de 1850. E vão morrer mais, porque tá aberta a temporada de caça. A rapaziada percebeu que tinha força no governo e  no congresso e viu que o desmate anistiado pode virar MATE anistiado pelas costas quentes provadas em rede nacional na votação do código floresta (Rimou!).

As remoções olímpicas do Paes continuam rolando soltas e nosso amado Cabral fecha o mês e inicia o Junho, que pelo jeito quer entrar na boca de parecer Agosto, com o BOPE invadindo o quartel de bombeiros que em greve por receberem o pior salário do país tomam um piau bonito com direito a tiro de fuzil.

Cabral, todos sabem ou deveriam saber, é queridinho do Governopetismo, e eu nunca vou deixar de lembrá-los disso, e tem entre seus secretários vários quadros do PT, que ao menos até o momento não se pronuncia ou cogita se pronunciar a respeito.

Cabral sempre foi truculento, sempre, nas invasões pra criação de UPPs sempre deixava um rastro incontido de violência e assaltos, na proximidades do Pan fez uma das ações mais festejadas no Alemão com o capitão trovão do BOPE deixando corpos e mais corpos, torturas e o cacete a seus pés louvados pela mídia e pelo silencio Lulista. Mas calma que tem mais, na última invasão "Patriótica" do Alemão,com exército do Governo Federal do Lula e o escambau,  as denuncias de roubo foram sumidas, não se sabe no que deram, as denuncias, várias, de truculência idem, mas tudo bem, a cidade olímpica precisava mesmo de uma faxina.

Ontem a invasão do quartel dos bombeiros foi mais uma das trapalhadas desse turminha que apronta muita confusão no seu dia a dia. Em nome da manutenção da hierarquia nego passou o rodo na bolacha e com tiro em uma manifestação por melhores salários de uma das mais vitais categorias. Cês sabiam que o poderoso Estado do Rio de Janeiro, o Estado da abertura da copa, da Olimpíada, que gasta 1 Bilhão na terceira hiper reforma do Maracanã, paga o pior salário do país aos Bombeiros? Quer até a humilde Alagoas, flagelada pelos deuses, paga mais?

Mas claro a hierarquia em primeiro lugar! A hierarquia tem o apoio da classe média, da TV, do PT, da Dilma, da mãe Dinah, do Bolsonaro,do Malafaia, do Crivela, do Sarney e é fundamental a hierarquia para legitimar a ordem. A Ordem de quem é salvo por gente mal paga é o que tem de ser mantido, e a classe média fica satisfeita vendo a cidade Maravilhosa sob proteção de gente fudida e mal paga, mas isso não importa porque o filho dela aprendeu a dirigir e tem uma gatinha linda e nossa viagem pra Europa tá combinada,né?

Só fico grilado quando a ordem, a  hierarquia justificam que gente que me salva a vida ganhe menos que um técnico de informática na iniciativa privada.Mas de novo isso não importa, porque a hierarquia pra quem não sou eu tem de ser mantida,né?

O silencio "progressista" diante de diárias manifestações de algo muito errado acontecendo no país e nas bases do que apoia é constrangedor, mas não surpreende.

Maio acaba fazendo concurso pra Agosto, Junho inicia sendo um Agosto com balas de borracha, mas tá tudo bem, vamos como bons "progressistas" avançando na direção de um abismo cada vez mais conservador, mas tudo com muita inclusão social via Bolsa Família.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A chuva não liga pra choques

Um dos jargões polítcos mais comuns na última década foi o da necessidade de "choques" administrativos. Eles transitavam entre os de ordem e os de gestão, chegaram a ser até de capitalismo.

Tudo estava uma bagunça e os políticos fofos e bem arrumados dos circuitos chiques do eixo do mal pregavam a necessidade de "civilizar" a balbúrdia de Pindorama com choques, com porradas administrativas, ordeiras e de capitalismo.  Até o coitado do capitalismo que já estava aqui arrasando faz tempo tinha virado elemento ausente segundo a retórica dos "Mudernos".

E os choques vieram, de ordem, de gestão, de capitalismo, de cima, de baixo de lado, na orelha do cidadão comum, principalmente dos cidadãos extremamente comuns de fora dos eixos bem vestidos das capitais do Eixo Sudeste-Sul. O mais interessante é que  os choques vinham de endereço conhecido, de penugem amarela e azul, ou originária do ninho dos Tucanos que chocavam faz tempo, mas não se viam grandes mudanças na qualidade da vida da sociedade, ao menos no andar de baixo.

Todo mundo que curtia a retórica dos "Choques" passeou pelo eixo DEMSDB, ou se aliou a eles, e os exemplos são fáceis: Aécio Neves, Geraldo Chuchu Alkmin, José Serra, Eduardo Paes, Sérgio Cabral, Gabeira, Yeda Crusius,etc..

Em Sampa são 16 anos de tucanalhada, em BH serão 12, no Rio Eduardinho "'Choque de Orla" Passos e Sérgio Cabral dão show de eleitorado e vão ficar bastante tempo por aqui.

E enquanto isso? Piove, e piove muito e a cada ano as tragédias repetidas das chuvas, este antigo flagelo, ignoram a retórica dos choques mal dirigidos, orientados para qualquer tipo de coisa, menos para qualquer tipo de alteração rela na vida das pessoas, em especial as que não vivem nos condomínios dos patrocinadores.

A chuva não liga pros choques, porque os choques são retóricos, são organização de síndico de prédio, enquanto que o mercado Deus dessa gente continua na expansão imobiliária, o escoamento de chuvas ainda é orientado para alagar, e fuder, onde só existe os que vivem à margem dos choques e das ações, principalmente das de valores, e as barreiras descerem em cima de casas em Petrópolis, Teresópólis, Friburgo, toda a cidade de São Paulo e Belo Horizonte vira evento anual, como o carnaval e o Reveillon.

Aliás, é sugestão do Blog que as prefeituras de Rio e São Paulo organizem o périodo de chuvas segundo a lógica do choque de ordem, gestão e capitalismo, privatizando a exploração comercial do evento, que pode continuar a ser divulgado pela Globo como entretenimento Urubuzento para a mídia internacinal.

É sucesso garantido, acontece todo ano e a gente pode contar com o grande patrocinador Deus, que já foi culpado anteriormente nos períodos em que nossa visão comercial não estava apurada, e hoje pode ser um grande parceiro utilizando  a máquina teocrática para a geração de lucros e sublimação da culpa comercial via satélite.

É o Brasil entrando no mundo desenvolvido.

Enquanto isso não acontece sigamos nos choques, com a chuva solenemente ignorando ordens,capitalismos e gestões  farsescas e aprontando, ano a ano, seu espetáculo de revelação de incompetências e descasos.