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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013

Eu queria ser um tipo de compositor capaz de tecer um amor, qualquer amor, daqueles que a vida continua, indiferente.

Amar talvez seja atuar politicamente cotidianamente e falhar miseravelmente. Sim, falhar miseravelmente, porque é das falhas o construto humano.

Não sou um otimista, nunca fui, talvez me pretenda sobrevivente e mesmo assim falho miseravelmente tendo em vista uma vida muito superior economicamente e socialmente às da média.

Não sou um pessimista, tampouco um cínico, sou só assim um apaixonado por muitos, por mim, pelo meu cão, meu cigarro de festas, minha cerveja gelada, minha companheira que escreve tão bem, milita tão bem e é imensa e biscateia maravilhosamente.

Faço muito pouco por um mundo que cuida muito bem de mim, sou um sujeito de sorte. O que faço, faço publicamente e costumo ter orgulho disso, embora falseei uma humildade que acaba aqui.

Eu queria ser um tipo de compositor capaz de escrever oque muda mundos e transforma realidades, mas só sou um ecossocialista enrolado, um historiador metido e um apaixonado por um porvir duro que se apresenta sempre ali, na dinâmica do estar vivo.

E por isso desejo que em 2013 menos sem terra morram, menos índios, menos homossexuais, menos mulheres sofram das violências cotidianas de nossa cultura ocidental, cristã, capitalista genocida.

Por isso desejo em 2013 um mundo mais quilombola, mais preto, mais "Perigoso", vestido coma  cor e a alma das classes perigosas.

Pra este 2013 invoco as forças da natureza na voz de Clara nunes, recém injustiçada como "apoiadora da ditadura" para que todos nós, lutadores, sejamos mais ecossocialistas.


sábado, 8 de outubro de 2011

Quem serão os Intelectuais do pós-lulismo?


Maravilhado pelo Artigo "Os intelectuais no pós-lulismo" encasquetei com um ponto: O Pro-Uni e as cotas nas universidades públicas.

Os pontos de cultura fazem o surgir do intelectual orgânico? tá,pode ser,mas este tende a ser desprezado pela "tenda dos milagres" dos Especialistas. Este tende a ser ignorado, a não ser em casos especiais ou em grandes feitos.

Os caras que estão na universidade via programas levados a cabo pelo governo tendem a ser simpáticos a ele e, querendo ou não professores mais ou menos alinhados à  critica da mídia (que na minha experiencia pessoal são poucos, mas existem), lerão aqui e ali intelectuais que independente de serem de direita ou esquerda  ajudam com novas ferramentas ao pensar. Isso tem mais impacto em áreas como História, Comunicação, Pedagogia, do que em Administração e Engenharia,mas terá impacto. ninguém lê Thompson e Burke impunemente, Levi -Strauss, Umberto Eco, idem.  E negozinho sai do "lumpem" pra ter contato com isso e passa a ter ferramentas pro pensar o real, e vai usar a ferramenta e assim surgem intelectuais.

O 1% , numa perspectiva pessimista, que sair dali com este impacto fará uma diferença enorme e terá mais chances de ser ouvido porque passou pelos critérios meritocráticos da "Intelectualidade amestrada", não vai ser facilmente desqualificado. E mesmo que seja ignorado pela mídia, são formados 1% anualmente em ao menos 5 anos pra cá. A Evasão é alta? é, mas mesmo assim é menor do que era antes, porque o cabra conseguiu chegar ali e se agarra  com unhas e dentes. Então há uma geração de gente que começará a produzir conhecimento vindos de uma outra ótica, de um outro parâmetro social de percepção cultural. 

Essa rapaziada pode ser conservadora, mas se o for será de outra forma onde o elitismo, se houver, não será igual ao clássico. Notadamente se houver o elitismo ele o será paradoxal e talvez combatido pela mesma comunidade do qual o cara saiu,e sabemos que não é exatamente fácil sair de uma comunidade e ir pra um outra comunidade, especialmente uma "mais branca", ou seja,a  tendência é o cara não ir de encontro ao que ele chama de casa..

Então o que defendo é que estão sendo construídos intelectuais que pensarão o Brasil a partir de uma perspectiva pessoal de mudança via Governo Lula. Estes são os intelectuais do pós-lulismo.

A perspectiva do pós-lulismo vai além do que acreditamos ser certo ou errado em seu governo e vai além dos "planos" seja da mídia ou do governo e seus apoiadores.  Idelber aponta um questionamento perfeito e coloca algumas questões sob o ponto de vista de tentar perceber o que a intelectualidade já em ação fará, pensará ou agirá. Entendo que numa perspectiva de "pós-lulismo" temos de pensar na intelectualidade formada por ele, sob suas políticas e sob a lógica do debate político levado a cabo durante esta era.

O impacto da entrada de mais gente nas universidades muda a própria lógica da formação "técnica" dos cursos formados sob este ponto de vista. A formação de professores, por exemplo, como é feita? que professores gerarão?  O que eles lêem? E os universitários que foram mais longe e inundarem mestrados e doutorados, que produção terão? como ela influenciará o pensamento dos próximos?

Independente de classificações ideológicas cabíveis ou não sobre o governo a realidade produzirá um quadro a ser lido e analisado, e esta realidade terá um impacto, como já tem e foi exemplificado pelo Idelber ao citar os pontos de cultura, sobre a intelectualidade não só para a intelectualidade que já está  na ativa, mas na própria cara do que será a intelectualidade em um futuro próximo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Se Deus vier que venha armado!

 Peço emprestada a frase de um rap do Pavilhão 9 com titulo para ilustrar a perspectiva que a Religião, somada à doença mental e à irrresponsabilidade de pastores, dá quando tratada como uma cachorra leprosa e como auxilio de delírios tremens morais e fundamentalistas.
 Que me perdoem os fiéis de religiões pentecostais e suas ânsias de pureza, mas quando a pureza atira com armas de fogo, pedras ou incitação a crimes, a racismo e outras desumanidades ela deve ser tratada como é: Como uma manifestação de ódio e irresponsabilidade desumanas que transformam a dita fé e religião em cúmplice, seja de espancamento e assassinato ou de opressão psicológica e quejandos.

 O tom é duro mesmo e não é pra menos: depois do desfile por anos a fio de preconceito contra toda a fé que não lambesse chagas de Cristo, de opressão à mulheres, homossexuais e racismo enrustido (ou não) nas salas que servem de palco e púlpito para defesa de purezas que nada mais são do que etnocentrismo, machismo, misoginia e homofobia, cansa defender o direito democrático à religiões que no fim das contas são apenas pano de fundo para a distorção de todo e qualquer ensinamento do Cristo que pregou o amor em nome do inflar de egos e carreiras políticas de pastores que conduzem ovelhas nem sempre negras á escuridão do fascismo.

 É chegada a hora de defensores de preconceito e incitação de ódios, sejam os líderes que conduzem as ovelhas ou sejam as próprias ovelhas que conduzem seu ódio pessoal e se escondem na confortável e omissa posição de gado, serem responsabilizados pelos crimes cometidos em nome de um Jesus ou de uma pureza que é tragicamente similar à rotulação, perseguição e morte de tudo o que não é parte do dito "normal": papai e mamãe presos na sala vendo novela da globo e com medo de discutir como patrão. 

Os discursos dos pastores atingem o objetivo de conduzir seu gado a um estourar de violência e morte, ódio e opressão, cuja culpa só cai no couro da ovelha louca ou excepcionalmente crente que aperta o gatilho, e isso é o ápice da corrupção moral e covardia ética, intelectual e humana das lideranças que falam o que querem, conduzem a atos de violência e se escondem atrás da responsabilização individual do imbecil ou louco que segue seus ensinamentos.

 O direito a fé é inatacável, assim como o dever de manter sua fé longe do crime e das lideranças religiosas serem responsabilizadas pelos ecos de suas palavras, sejam elas ditas nos púlpitos ou nos terreiros. A noite de Sâo Bartolomeu deveria ser uma lição de tolerância, mas virou um modelo de prática de intolerância assumido por pastores e padres em nome da cristianização do mundo. E a partir disso fica engraçado o demonio ser negro e batucar enquanto quem mata meninas por misoginia misturada com religiosidade extrema pregada por um pastor qualquer o faz em nome de um Deus que parece uma mistura de general com torturador.

O negro batucador é acusado de tudo, de magia negra a servir às forças da escuridão, mas todo assassino em série fala é em Jesus, toda homofobia e racismo tem Jesus como pano de fundo, da mesma forma que foi m nome de Deus e de Jesus que se justificou a escravidão e o assassinato de índios, que se justifica a homofobia  e a opressão de mulheres. Pelo que me consta não foi a umbanda que escravizou europeus pra mandá-los pras colonias da África.

 A carta do assassino de Realengo cita tanto Deus que se juntarmos com o assassínio cujo alvo prioritário eram meninas parece um resultado muito claro do grau de misoginia, preconceito e ódio defendido por várias religiões que colocam mensagens de ódio bem sutis, como as do pastor Malafaia na Avenida Brasil no Rio de Janeiro, ou declaram de forma nada sutil, o mesmo Malafaia entre outros, seu ódio a homossexuais, claramente, e a negros, enrustidas nos ataques às religiões de matriz africana, a sambas de Zeca Pagodinho com cagaço da lei anti-racismo,etc.

 Quero ver a defesa clara da culpabilidade de pastores e padres quando ataques como esse ocorreram e com a mesma velocidade da satanização das religiões afro com relação ao sacrifício de animais! E aí incluo os Ateus fofinhos e "críticos" que como uma versão bizarra do fanatismo religioso são rápidos e rasteiros e mahcos pra cacete pra chamar os fiéis de criminosos e imbecis, mas somem quando é hora de assumirem a responsabilidade laica de defenderem a vida humana para além de pseudo-racionalismos que pegam bem em festas hype.

 Sou Umbandista, sou comunista e não tenho nadica de sangue de barata, nem me pretendo aqui racional ou frio, dada a tragédia ocorrida na minha cidade e no bairro vizinho de onde eu moro. Antes pediria desculpas se estiver sendo injusto, mas evoco minha trajetória e minha defesa contínua tanto da liberdade religiosa quanto das lutas anti-homofobia, anti-racismo e contra toda e qualquer opressão para defender claramente: É hora de pastores, deputados e demais figuras públicas serem responsabilizadas pelo que dizem,s e a institucionaldiade não o faz que façamos nós, seja por meio de protestos diários, ovadas, protestos nas escolas de seus filhos, residencia, local de trabalho, seja por cartas, processos constantes,etc.. 

Não precisamos da violência para protestar, mas precisamos da veemência, da luta diária e da revelação desses defensores de ódios aos demais, sejam eles líderes ou paspalhos seguidores. Se existe um em seu local de trabalho, é hora dele sentir na pele a veemência do laicismo e a força da liberdade. Se a luta esperar PLCs estamos literalmente fudidos, sem o perdão da palavra.

 A cada Bolsonaro e pastores que defendem crimes e ódios existem os loucos ou fascistas que estão prontos para apertar o gatilho. Seremos pra sempre ovelhas a espera do abate? seremos Pedros Pedreiros Penseiros esperando o trem do papai estado ou do papai parlamento pra tomarmos posições na rua, na chuva e na fazenda? 

 Na minha fé ovelha é alimento e o sacrifício de uma ovelha é do animal que tem a lã pra nos aquecer e a carne pra alimentar toda a tenda. Homens e Mulheres são gente, responsáveis por si mesmos e por sua tenda, inteiros, íntegros e vivos, não correm pro abate, mas podem correr pra guerra se necessário, conscientes de que tem hora de Ser Oxalá Velho, e tem hora de ser o Oxalá guerreiro, que com Ogum, Oxóssi, Xangô e Logun-edé transformam sua realidade e o mundo.

 É hora de sairmos da pasmaceira e revelarmos os assassinos e defensores do ódio, é hora da guerra, uma guerra sem armas, sem mortes, mas com pichações, com vídeos, com faixas, com gritos e com a demonstração clara de quem são os animais que permitem que suas palavras acabem em mortos.

PS: Se o doido for Muçulmano ou não, não diminuiu em nadica de nada o teor das crítica,s porque uma hora aparece um doido Malafaista ou Pentecostal, com as mesmas justificativas, e duvido que o cabra aí não frequentasse uma Assembléia de  Deus da vida.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Egipte-se

 A revolução no Egito ganhou tantas interpretações à direita e à esquerda que comentá-las seria escrever um tomo imenso, uma lista telefonica. Sou simpático às mais diretas ao assunto que consideram a Revolução como ela é, um movimento de massa que vai mais do que um quebra quebra na praça Tiradentes.

 Os efeitos desta revolução, no entanto, são impossíveis de prever com exatidão e os clichês superlativos otimistas ou pessimistas sobre o fim da revolução em ditadura militar e/ou queda de um "muro de berlim" árabe a meu ver são filhos diretos do mesmo equivoco, consideram tanto a revolução como fato acabado como a consideram como um fruto da mesma linha de processo histórico do ocidente.

 A população nas ruas viu o Exército por o pau na mesa e achou pequeno. Não parece achar que o poder "macho" dos homens de farda seja algo que a ameace diretamente, dada sua força como massa mobilizada, ao mesmo tempo isso não a garante como vencedor,a mas como protagonista de um filme que parece novo  aos olhos de quem achava normal tanto um ditador útil longe de casa quanto o fato de ir pra rua pra além de acordos ser um problema.

O Exército pode transformar essa mobilização em uma piscina de sangue e ossos, ou a população pode transformar o exército em um aliado, o tempo dirá! A rede de relações entre massa mobilizada e instituições, a audiencia internacional, o apoio de outras lutas, a repressão pela reação de países aliados a novo Faraó, tudo isso são fatores nada esquecíveis de um processo que está longe de terminar.

 Tudo indica que a força ganha pelas massas pode sim derrotar a ala mais reaça do exército, mas não garante, ao memso tempo nada pode indicar que essa mudança em Tunísia, Egito e, quem sabe, Argélia vá realmente levar a cabo uma réplica de 1989, e mesmo que aconteça não dá pra cravar que será algo além da farsa Brumarista.

É preciso estar atento e forte, não há tempo de temer muita coisa, nem de festejar bebendo demais e acordar na ressaca da derrota. O Egito não fará uma queda de "muros de berlim", fará sua própria história, seu próprio muro, sua própria trajetória, que de qualquer forma, renova as almas militantes diante de um "Yes We Can" sem terno. 

 Enquanto o mundo explode e estamos na lida, egiptemo-nos! Mas sem o ceticismo que imobiliza ou o otimismo que relaxa, apenas com a força que transforma, mas não tenha medo: Egipte-se.