Mostrando postagens com marcador a Alkmin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador a Alkmin. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sweet Dreams (Are Made Of This)

Os dias de hoje apresentam desafios a quem lida com política no cotidiano que superam as tradicionais , grandes ou pequenas, dissonâncias entre projetos político práticos e vertentes ideológicas. 

O avanço do fascismo aliado a uma nada suspeita burocratização que imobiliza os ditos movimentos e atores de esquerda são elementos super avisados no decorrer dos lindos anos 2000 pelas forças da "esquerda radical" e até por partes da esquerda nem tão radical assim representada pelo saudoso Leonel Brizola, avô do Excelente parlamentar Brizola Neto. 

Apesar de todos estes avisos foi preciso que em um Fórum Social Mundial Temático realizado em Porto alegre, na República do Rio Grande do Sul, o companheiro sociólogo socialista Boaventura de Sousa Santos tascasse um volumoso esporro pra o aviso ser notado pela esquerda que fingia não ver até onde ia seu "pragmatismo" e sua "responsabilidade'. 

Boaventura aproveitou o ensejo de #Pinheirinho para discorrer sobre o avanço do Fascismo social e as consequências disso diante da burocratização e do imobilismo da esquerda em sua maioria, e foi mais além, mencionou enfaticamente a falta de "traquejo" intelectual da esquerda, que fica presa mais do que nunca em uma linha de comando clara, com "procedimentos" claros, respostas rápidas e unitárias, saudosismo da unidade perdida,etc e tal. O companheiro encheu a boca pra dizer "A esquerda esqueceu-se de pensar".

E ai eu achei bacana que a esquerda radical, a partir disso, foi incluída como sócia-atleta da critica  pela esquerda governista.. Agora vai, tamo junto! E eu até concordo que a crítica seja compartilhada porque a  falha é global, mas sugiro que observem com mais calma porque já faz tempo que a esquerda radical avisa aos coleguinhas balouçantes das partes íntimas dos governos sobre os riscos dessa tática de  morde-assopra pro avanço do fascismo, ainda mais pós-carolização em 2010. 

Só que convém também trazer novos sócios pro papo, porque a fascistização social não parte só do tucanato delirante, parte dos aliados cheirosinhos do governo formoso e locomotivicio da Dona tia Dilmônica também curte a tese da borrachada como método de debate político, vide os Governos Deda e Wagner com estudantes  e as remoções no Paesquistão.

Mas não nos percamos acá na troca de dedurismo entre nossa amada e nueva solidariedade no preço a ser pago a partir da omissão bundona diante do coturno andar ensaiando uma volta. Bora fazer uma DR com relação à "A esquerda esqueceu-se de pensar". Até porque não foi só a Milícia progressista Governista que se esqueceu de pensar, há um modus non pensandi na esquerda como um todo que se arrepia com relação ao pragmatismo petemedebista, mas que também de uma aversão ao povo como ele é que chega a ofender meu lado antropólogo moderninho.

Quer  uma prova? o povo religioso pro marxismo ateu proselitista é maluco, esquizofrênico e "iludido" pelos pastores e padres maus. Ou sejam, se o cara não passou na universidade ele late em várias formas e linguagem au au, de pincher raivoso a Rotweiller biba. 

Toda a dimensão de construção de laços, de simbolismo, de honra, de tradição, de estruturação da realidade do cara se resume a um agá, o que a antropologia escreveu a respeito nos mais de cem anos dela é um imenso lixo porque não citou Marx mais de cem vezes.


Outra prova? Música popular é um lixo inventado pela CIA pra destruir a "verdadeira cultura popular" estuprada pela indústria cultural.  Ou seja, "Ai se eu te pego" é lixo, mas "Carolina com K" é genial e só o primeiro é produto da indústria cultural, embora qualquer historiador que lata também Pastor Alemão fluente saiba que Tonico e Tinoco, Gonzagão, era tudo os Teló do primeiros anos do século XX. 

Sem contar que "popular" ai esquece o que o povo ouve, porque, não entende o que tem no ouvir, porque se ouve, e  de novo os transforma em um bando de cãezinhos adestrados para a estupidez. 

O  mais engraçado ai é que por vezes o mesmo cara que bate no peito pelo PRO-UNI, ignora que os alunos do PRO-UNI, inclusive os mais safos e produtivos, fodões na teoria, curtem o bonde do tigrão e o "ai se eu te pego".

Além disso tudo toda a lógica de "Conscientização da classe trabalhadora"  parte do principio de estamentos hierarquicamente definidos, onde , o que não canso de repetir aqui, o povo é uma anta desnuda e nós os "iluminados". 

Não discutimos, não pensamos, não saímos de categorias definidas como pétreas há mais de cem anos, somos mecanicistas no marxismo, ignoramos outras contribuições científicas, somos arrogantemente encastelados em uma grande ordem semi religiosa de repetição ad infinitum de fórmulas pseudo-científicas que não resistem em sua maioria às bancas mais frágeis da academia. 

Somos alienados, alienados eruditos, mas alienados. Somos alienados do real, somos cegos ao mundo, pretendemos sermos líderes de pessoas que estranhamos ao vermos dançando, que tratamos por sem cultura, sem luz, sem alma. E é aí que perdemos pro fascismo social, porque ele não esquece que as pessoas pensam, ele inclusive adora  usar as emoções pra embotar este pensamento e tirar o pior de cada um.

É claro que para que revertamos esta situação temos de escolher entre fingir que não vemos e continuar na ladainha de disputa territorial em nome do aparatismo ou correr atrás de forma humilde e clara, pesquisando, lendo, refazendo nossas formas de ação,etc.

Isso nem atrapalha o âmbito eleitoral em si se for feito de forma decente e clara, é preciso a reflexão para que construamos um projeto de esquerda que queira saber o país para além da construção do Bolsa-Família. é preciso refletir pra resgatar a utopia disputando consciências de gente que conhecemos e não de  um gado amorfo criado por uma erudição elitista.

Doces sonhos são feitos disso.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Limites atravessados e outras histórias #Pinheirinho

Ao mesmo tempo em que Alckmin ultrapassava o rubicão testando os limites da aceleração do fascismo, queimando pontes, ritos, imaginários, símbolos e percebendo ele mesmo que havia algo errado no reino da Dinamarca após o pega pra capar em cima de pobre no caso Pinheirinho, a esquerda se perguntava sobre a ultrapassagem dos limites da omissão de o pragmatismo do Governo Petista, de sua cúpula e dos limites de sua tática do "finge que não viu".

O ato contra Pinheirinho teve mais eco que o esperando e mais eco do que a fórmula de ocultamento das TVs e jornais conseguia conter.  A coisa "fedeu" como se diz no pitoresco lugarejo abaixo do viaduto de Madureira. Juntou-se novamente a esquerda, indignou-se novamente uma classe média que antes aceitava o fascismo à sua porta pela tranquilidade contra os maus elementos, emputeceu-se o populacho habitante dos "Pinheirinhos", irritou-se políticos cujos acordos foram desfeitos pela truculência, enfureceu-se juízes cujas decisões e disputas de competência forma ignoradas, destruíram-se igrejas e centros de macumba.

Há mais coisas rompidas e tratoradas que casas e o lumpem costumeiramente jogado para baixo do tapete no modus operandi urbanista Brasileño. Há silêncios, ritos, símbolos estuprados, cujos resultados são capazes de mudar o eixo da política recente a médio prazo.

Talvez o eixo moral e sensível nos torne fatalistas, tristes e ofendidos pela realidade. A indignação é alimentada disso, mas antes de mais nada precisamos de indignação e calma. Indignação pra construir a resistência e calma para ver, já que há muito para ver.

O Governo Alckmin rompeu limites tratados como cláusula pétrea da tradição politica Brasileira por seus pares, e isso não tem volta.  Também ultrapassou o limite da truculência desmontando símbolos da fé junto com casas e vidas pobres.  Causou um sentimento de raiva nas periferias e rompeu o diálogo com lideranças populares, mesmo as de direita, que por ventura construíram base político eleitoral para o PSDB em SJC, em São Paulo e quiça em todo o estado. Sem falar na relação com o judiciário cujas primas donas devem pensar no que fariam se um mísero governador ao não obedecer à suas decisões e rituais os trata-se como um.. morador de Pinheirinho.

Entre tantos rumos da cagada, Alckmin talvez já esteja pedindo desculpas sutis, que acho que não vão colar.

Por outro lado os limites do pragmatismo da esquerda e da "esquerda" foram postos mais que à prova,o grua de omissão que o Governo Federal assumiu jogou pro terra todo o esforço colocado em prática redução de danos de uma reintegração de posse na base da porrada e que deram na decisão judicial suspendendo a reintegração por 15 dias. Ao recuar no enfrentamento indignado da negligencia do Palácio dos Bandeirantes, o Governo Dilma não só se mostrou fraco como acirrou o tensionamento com a base partidária ligada a Movimentos sociais e ligadas a ideais socialistas. Em suma, Dilma se queimou com a esquerda e a cúpula do PT queimou pontes e acordos com sua base de esquerda e isso terá repercussões.

Os Movimentos Sociais então se sentem vendidos, já começam a se mobilizar com ações bem claras de demarcação disso. E não duvido rompimento definitivo com o Governo Federal ou um acirramento entre cúpula e base ao ponto de novos rachas. Não é pouca coisa a ação conjunta entre CSP- Conlutas e o MTST no Ministério da justiça, essa ação diz muito.

PSOL e PSTU se destacaram na questão toda tanto pelo pronto atendimento das demandas da população quanto pela persistência e equilíbrio na ação, isso ficou marcado ao ponto de analistas moderados os elogiarem.

Enfim a ação no Pinheirinho foi um divisor de águas, no que vai dar isso é cedo pra se dizer, mas existem  nortes aparecendo, e isso pode ser bom, por incrível que pareça para a esquerda. A questão toda apontou para uma união entre forças díspares  do âmbito da esquerda no que deve ocorrer: Na rua, na chuva, na fazenda.

Houve uma coordenação mínima de ação coletiva de forças da esquerda em vários campos, mas que no que devem convergir convergiram e atuaram com força, mesmo que sem poder impedir a crueldade. É preciso ter em mente que esta é a união que interessa e para além do eleitoral, o campo político mais importante, e não sermos tentados a um retorno da idade do ouro da união da esquerda  esta mitologia levada a cabo pelo politburo stalinista com o fim de reduzir a dissidência.

Por fim após mais uma tragédia que muito nos indigna é preciso estarmos atentos e forte, não temos tempo de temer a morte e temos ainda lenha pra queimar.


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A chuva não liga pra choques

Um dos jargões polítcos mais comuns na última década foi o da necessidade de "choques" administrativos. Eles transitavam entre os de ordem e os de gestão, chegaram a ser até de capitalismo.

Tudo estava uma bagunça e os políticos fofos e bem arrumados dos circuitos chiques do eixo do mal pregavam a necessidade de "civilizar" a balbúrdia de Pindorama com choques, com porradas administrativas, ordeiras e de capitalismo.  Até o coitado do capitalismo que já estava aqui arrasando faz tempo tinha virado elemento ausente segundo a retórica dos "Mudernos".

E os choques vieram, de ordem, de gestão, de capitalismo, de cima, de baixo de lado, na orelha do cidadão comum, principalmente dos cidadãos extremamente comuns de fora dos eixos bem vestidos das capitais do Eixo Sudeste-Sul. O mais interessante é que  os choques vinham de endereço conhecido, de penugem amarela e azul, ou originária do ninho dos Tucanos que chocavam faz tempo, mas não se viam grandes mudanças na qualidade da vida da sociedade, ao menos no andar de baixo.

Todo mundo que curtia a retórica dos "Choques" passeou pelo eixo DEMSDB, ou se aliou a eles, e os exemplos são fáceis: Aécio Neves, Geraldo Chuchu Alkmin, José Serra, Eduardo Paes, Sérgio Cabral, Gabeira, Yeda Crusius,etc..

Em Sampa são 16 anos de tucanalhada, em BH serão 12, no Rio Eduardinho "'Choque de Orla" Passos e Sérgio Cabral dão show de eleitorado e vão ficar bastante tempo por aqui.

E enquanto isso? Piove, e piove muito e a cada ano as tragédias repetidas das chuvas, este antigo flagelo, ignoram a retórica dos choques mal dirigidos, orientados para qualquer tipo de coisa, menos para qualquer tipo de alteração rela na vida das pessoas, em especial as que não vivem nos condomínios dos patrocinadores.

A chuva não liga pros choques, porque os choques são retóricos, são organização de síndico de prédio, enquanto que o mercado Deus dessa gente continua na expansão imobiliária, o escoamento de chuvas ainda é orientado para alagar, e fuder, onde só existe os que vivem à margem dos choques e das ações, principalmente das de valores, e as barreiras descerem em cima de casas em Petrópolis, Teresópólis, Friburgo, toda a cidade de São Paulo e Belo Horizonte vira evento anual, como o carnaval e o Reveillon.

Aliás, é sugestão do Blog que as prefeituras de Rio e São Paulo organizem o périodo de chuvas segundo a lógica do choque de ordem, gestão e capitalismo, privatizando a exploração comercial do evento, que pode continuar a ser divulgado pela Globo como entretenimento Urubuzento para a mídia internacinal.

É sucesso garantido, acontece todo ano e a gente pode contar com o grande patrocinador Deus, que já foi culpado anteriormente nos períodos em que nossa visão comercial não estava apurada, e hoje pode ser um grande parceiro utilizando  a máquina teocrática para a geração de lucros e sublimação da culpa comercial via satélite.

É o Brasil entrando no mundo desenvolvido.

Enquanto isso não acontece sigamos nos choques, com a chuva solenemente ignorando ordens,capitalismos e gestões  farsescas e aprontando, ano a ano, seu espetáculo de revelação de incompetências e descasos.