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sábado, 7 de janeiro de 2012

Mulher falando de sexo? Contra-revolucionário!

Eu nem sou leitor assíduo do Biscate Social Club e confesso achar a temática média do Blog "coisa de mulherzinha", eu que ogristicamente acho que tudo fora de Futebol, Política e filme de Zumbi é "coisa de mulherzinha, se é que vocês me entendem. 

Queria no entanto, devido a curtir demais a iniciativa tanto política quanto comportamental de esculhambar o machismo atávico e burrão do Brasileirismo, elogiar em um post, que se iniciou poético, a beleza política, artística, comportamental e sexual de mulheres assumindo-se como livres, livres e donas do seu nariz, cabeça, tronco e membros.

Mas qual o que? é impossível nessa vida não topar com gente que diz fazer "política" e "revolução" sem entender o viés ausente dos manuais práticos das bronhas do gueto e sem cagar a volumosa regra da "inteligentsia" de "vanguarda".

Mulher falar de sexo e de liberdade de pegar, vestir, trepar, beijar? Contra-Revolucionário e não feminista! Social Club? Incapaz de haver discussão de idéias! E pior negozinho acha que isso ai é argumento sem notar a raiz da palavra socialismo, o que é óbvio porque o que mais rola é radical que não olha nada pela raiz.. 

E sigamos o bonde da "esquerda" sem auto-crítica e pĺena de manuais, incapaz de olhar o próprio machismo atávico, o quão é pró-forma a critica ao sexismo, ao machismo da sociedade, ao patriarcalismo. Porque mulher pode denunciar a opressão da sociedade no trabalho, na reprodução, mas falar de sexo? trepar? como assim feminista trepa? Anátema!

Depois do "barata-voa" com epítetos de "mal amada" a quem fez apenas uma singela brincadeira zoando o Hetero Branco, o clássico arquétipo do dominante e opressor, citado até por Caetano em "O Estrangeiro", a "lição" dos Bolcheviques de cursinho, da vanguarda do gueto.

Estamos bem... 

O que interessa é que a beleza do biscatear deve ser louvada, especialmente para quem não curte a cagação de regra da "mulher pra casar" e "mulher pra trepar" e mesmo não lidando muito bem com o fudevu na zona da não-monogamia acha um barato o conceito de "mulher pra amar".

Até porque na singela opinião do Groucho-Marxista Quisifodista aqui presente, não há revolução sem sexo, e nem sexo sem revolução, a não ser que você chame revolução de tomada de poder e aquele papai e mamãe modorrento de trepada.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A burrice de Berço




Sapato de elite
É comum a expressão "Esse tem berço!" em várias círculos ditos "de elite", numa espécie de busca do Pedigree perfeito do Canil quatrocentão.Aliado ao berço outra exigência dos criadores de puros-sangue azul bebê é o da "cultura" onde vale mais falar inglês do que saber o que fazer com ele. E por aí vai a ilusão de uma elite culta, de uma elite com "modos" através dos caminhos tortos da hegemonia cultural onde os que vêem o teatro de máscaras carcomido dos reis por vezes submetem-se à empafia arrogante dos senhores, ao invés de perceberem o tigre de papel que é aquele gato pelado com miado rouco que lhe manda.

Feito pelo povo Inglês, e funciona até hoje.
Desculpem os sensíveis, mas uma elite incapaz de perceber a flexibilidade da cultura, da realidade, presa a critérios "de sangue", "de origem", por vezes de raça, na maioria das vezes, demonstra com eloqüência uma ignorância, ausência total de cultura, e no dizer da Velha Violeta, de Educação, de fazer corar qualquer Zé Médio de roça ou de subúrbio a oferecer café para as visitas.

Na minha terra desdenhar da inteligência alheia por causa de estudo era de uma deselegância de matar pedra. Da mesma forma qualquer manifestação de preconceito de raça ou de familia era falta de educação e era punido com surra de cinto ou castigo feio. E por aí a vida foi a me ensinar, inclusive de braços dados com a antropologia e a história, graças a deus, que é preciso relativizar tanto a noção de sabedoria, retirando-a inclusive da gaiola da institucionalidade, como a noção de pureza cultural, artística ou  de origem ser uma estupidez que engessa tanto a manifestação da criatividade humana, e de recepção, que deveria ser crime inafiançável.

The Clash
E aí me vem a velha elite pagando pau de engessadora da história, da sensibilidade e do real, cagando goma de "educação' pra lá e pra cá, desprezando a inteligência do povo (que a usa e precisa mais dela que as dondocas em rebanho pelas DASLU) aqui e acolá, determinando o que eu leio, ouço cheiro, como ou pinto? Se fuder Maracangalhas!
Gas-Pa
 Tá pra nascer quatrocentão mais fuderoso que Luiz Gonzagas (Incluo o Junior)! Tá pra nascer cabra mais sabujo e sabido que Cartola!  Há mais genialidade em João do Vale do que em qualquer Maestro e ouso dizer que cada gota de Clash e Gas-Pa paga mais pau em arte do que trocentos Caetanos! Cometo o mesmo erro? Pode ser! Mas é de empombar o saculhão a propagandeada cultura de uma elite que estaciona sem entender nos Mozart, nos Goethe, nos liberais de antanho e no chiquê de fancaria do velho neoliberalismo pra empoar pauladas racistas, machista e o caralho a quatro em cima dos candidatos da esquerda ou ligados a esta. 
Sem falar no proverbial desprezo ao povo e sua compreensão do mundo com menos ferramentas e mais sucesso direto que a média de playboys bundões a cagar de medo pelos escuros mais claros do mundo, e que enchem os olhos de quem ama as urbes de nosso mundão varonil, que ainda é velho  sem porteiras.

Elite de merda que ignora Challoub e Da Matta, Nirvana, Rappa, Elomar,e lambe migalhas de mediocres intelectuais anti-botecos via jornalecos e seus saberes que sujam os dedos.

Elomar
A cultura média da elite embotada e preconceituosa não enche nem uma mesa média de boteco na Lapa ou em BH, e não por incapacidade, mas pela escolha de isolamento que tira o mundo da frente e limita a análise a repetecos papagalli por salões avarandados.

Culto é o olho aberto pro mundo e desmundo. Quem se esconde do embate que se cague no colo mater.

E tenho dito!