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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Limites atravessados e outras histórias #Pinheirinho

Ao mesmo tempo em que Alckmin ultrapassava o rubicão testando os limites da aceleração do fascismo, queimando pontes, ritos, imaginários, símbolos e percebendo ele mesmo que havia algo errado no reino da Dinamarca após o pega pra capar em cima de pobre no caso Pinheirinho, a esquerda se perguntava sobre a ultrapassagem dos limites da omissão de o pragmatismo do Governo Petista, de sua cúpula e dos limites de sua tática do "finge que não viu".

O ato contra Pinheirinho teve mais eco que o esperando e mais eco do que a fórmula de ocultamento das TVs e jornais conseguia conter.  A coisa "fedeu" como se diz no pitoresco lugarejo abaixo do viaduto de Madureira. Juntou-se novamente a esquerda, indignou-se novamente uma classe média que antes aceitava o fascismo à sua porta pela tranquilidade contra os maus elementos, emputeceu-se o populacho habitante dos "Pinheirinhos", irritou-se políticos cujos acordos foram desfeitos pela truculência, enfureceu-se juízes cujas decisões e disputas de competência forma ignoradas, destruíram-se igrejas e centros de macumba.

Há mais coisas rompidas e tratoradas que casas e o lumpem costumeiramente jogado para baixo do tapete no modus operandi urbanista Brasileño. Há silêncios, ritos, símbolos estuprados, cujos resultados são capazes de mudar o eixo da política recente a médio prazo.

Talvez o eixo moral e sensível nos torne fatalistas, tristes e ofendidos pela realidade. A indignação é alimentada disso, mas antes de mais nada precisamos de indignação e calma. Indignação pra construir a resistência e calma para ver, já que há muito para ver.

O Governo Alckmin rompeu limites tratados como cláusula pétrea da tradição politica Brasileira por seus pares, e isso não tem volta.  Também ultrapassou o limite da truculência desmontando símbolos da fé junto com casas e vidas pobres.  Causou um sentimento de raiva nas periferias e rompeu o diálogo com lideranças populares, mesmo as de direita, que por ventura construíram base político eleitoral para o PSDB em SJC, em São Paulo e quiça em todo o estado. Sem falar na relação com o judiciário cujas primas donas devem pensar no que fariam se um mísero governador ao não obedecer à suas decisões e rituais os trata-se como um.. morador de Pinheirinho.

Entre tantos rumos da cagada, Alckmin talvez já esteja pedindo desculpas sutis, que acho que não vão colar.

Por outro lado os limites do pragmatismo da esquerda e da "esquerda" foram postos mais que à prova,o grua de omissão que o Governo Federal assumiu jogou pro terra todo o esforço colocado em prática redução de danos de uma reintegração de posse na base da porrada e que deram na decisão judicial suspendendo a reintegração por 15 dias. Ao recuar no enfrentamento indignado da negligencia do Palácio dos Bandeirantes, o Governo Dilma não só se mostrou fraco como acirrou o tensionamento com a base partidária ligada a Movimentos sociais e ligadas a ideais socialistas. Em suma, Dilma se queimou com a esquerda e a cúpula do PT queimou pontes e acordos com sua base de esquerda e isso terá repercussões.

Os Movimentos Sociais então se sentem vendidos, já começam a se mobilizar com ações bem claras de demarcação disso. E não duvido rompimento definitivo com o Governo Federal ou um acirramento entre cúpula e base ao ponto de novos rachas. Não é pouca coisa a ação conjunta entre CSP- Conlutas e o MTST no Ministério da justiça, essa ação diz muito.

PSOL e PSTU se destacaram na questão toda tanto pelo pronto atendimento das demandas da população quanto pela persistência e equilíbrio na ação, isso ficou marcado ao ponto de analistas moderados os elogiarem.

Enfim a ação no Pinheirinho foi um divisor de águas, no que vai dar isso é cedo pra se dizer, mas existem  nortes aparecendo, e isso pode ser bom, por incrível que pareça para a esquerda. A questão toda apontou para uma união entre forças díspares  do âmbito da esquerda no que deve ocorrer: Na rua, na chuva, na fazenda.

Houve uma coordenação mínima de ação coletiva de forças da esquerda em vários campos, mas que no que devem convergir convergiram e atuaram com força, mesmo que sem poder impedir a crueldade. É preciso ter em mente que esta é a união que interessa e para além do eleitoral, o campo político mais importante, e não sermos tentados a um retorno da idade do ouro da união da esquerda  esta mitologia levada a cabo pelo politburo stalinista com o fim de reduzir a dissidência.

Por fim após mais uma tragédia que muito nos indigna é preciso estarmos atentos e forte, não temos tempo de temer a morte e temos ainda lenha pra queimar.


domingo, 22 de janeiro de 2012

É chegada a hora da reeducação de alguém #Pinheirinho

O que acontece no Pinheirinho em São José dos Campos é a ultrapassagem final do limes do fascismo que São Paulo ensaia fazer já há algum tempo nestes vinte anos de PSDB no poder local.  Além disso, a omissão do Governo Federal concorre para este imenso ato de violência, desrespeito à federação e desumanidade em um ataque direto aos direitos humanos em prol da locomotiva do capital especulativo e da prevaricação tucana. Ao agir com excesso de zelo, o Governo Federal foi cúmplice indireto neste imenso crime tucano.  Se falasse grosso como fala com os movimentos sociais em Belo Monte talvez o massacre tivesse sido evitado.

Mesmo assim é impossível ignorar o tamanho do crime cometido em São José dos Campos. E isso reflete não só sobre o modus operandi Opus Deis proto-fascista do PSDB, mas também o imenso passo dado na direção do desafio ao poder judiciário, do desafio ao poder central, à união e aos direitos civis e humanos da população pobre. Ao ignorar medida judicial do TRF, e se utilizar de um impasse de competências,  o Governo de São Paulo faz chacota dos trâmites democráticos e age como chefete local.

Nomear o Governo como Juca ou Geraldo é personalizar um modus operandi gestado sob as barbas do príncipe dos sociólogos e tomado como eixo político pelo todo do partido, seja em Goiás, seja no Paraná. O Castelo erguido em São Paulo faz deste estado o condutor do pior do país, desde o auge da homofobia, até o auge do ódio aos pobres, da ausência de políticas públicas que não sejam as de gerar lucros aos capitalistas mais vis e da violência opressora contra pobres, negros, estudantes e todo e qualquer ser humano (humano?) visto como marginal.

São Paulo foi longe demais, São Paulo ultrapassou os limites da decência, legalidade e democracia. E queima as caravelas.

Sob a batuta do PSDB o Estado de São Paulo ameaça a democracia em todo o país, é chegada a hora da reeducação de alguém, do pai, do filho, do espírito santo, amém.

PS: Lamentável o uso por quadros da campanha Marinista  do massacre em São José dos Campos como eixo de propaganda político-eleitoral do mais baixo nível. É preciso sim apurar responsabilidades dos governos petistas pela escalada fascista e pelo excesso de zelo e até omissão relativa no que tange á ocupação, mas é igualmente irresponsável ignorar as prioridades na crítica, e mais ainda, que o próprio governo federal buscava acordo pra evitar o caso. Não é preciso para fazer oposição usar de oportunismo para levar a cabo o combate, aprioridade era a defesa dos oprimidos e não o uso de seus infortúnios como combustível para ganhos eleitorais.