A iniciativa de Marcos Alvito junto com outros militantes de criar a Associação Nacional de Torcedores é um belo dia de sol no nublado mundo onde a "política séria" se faz fora dos estádios ou quando fala se futebol se veste de Eurico Miranda ou Ricardo Teixeira. Com manifestações ocorridas em dois clássicos cariocas(Clássico Vovô e Fla x Vasco) a Associação ganha o apoio de diversos militantes do Futebol e da esquerda Brasileira ou adeptos progressistas da organização do Futebol com povo e com menos frescurinhas elitistas.
Em um mundo onde Torcida Organizada é um grupo que oscila entre festivo e violento, com um grande campo aberto pra aproximação de ideologias nem sempre amigas da democracia, o surgimento de uma Organização de Torcedores, no sentido de organicidade, que vai além da luta por melhoria na venda de ingresssos e por derrubada de técnicos abre espaço para a inclusão do Futebol como um campo de luta pra a esquerda, principalmente a socialista. Afinal socialista curte bola, pô!
Os movimentos de cidadania clubística não incluíam entre suas discussões o papel do Futebol como parte da vida social do País, parte de sua história e cultura, e não disputavam a política para além dos clubes e contra políticas que incluem um futebol espetáculo, entretenimento e menos humano, que exclui os pobres e as gerais dos estádios e da vida dos clubes.
A associação permite que discutamos politicamente tanto a política de futebol no Brasil e no mundo, o chamado "Futebol Moderno" quanto os eventos esportivos e seu impacto na vida da cidade, sejam as Olimpíadas ou a Copa do Mundo, coisas que abraçam a modernidade ,"mãe do Futebol", em seu aspecto excludente, ecoando os apoios à moderna urbanização do Rio de Janeiro no início do século XX, que criou cordões de exclusão da pobreza das áreas ricas.
A mesma modernidade do Pereira Pssos, hoje emulada no "moderno" Pereira Paes, é a modernidade do Futebol Entretenimento que cria "Arenas", anfiteatros de elite, que exclui o Torcedor da Geral e precisa de promoções pra ter povo no estádio.
A boa notícia da Associação é que com ela podemos ter armas que unem amor, ideologia e ação, ao invés de conversas sobre um mercado que torna o torcedor um consumidor de Pay per views.
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