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domingo, 31 de outubro de 2010

Dilma: A primeira mulher eleita, os desafios da esquerda e a agenda conservadora.

 A eleição de Dilma Roussef  ao mesmo tempo que aponta avanços, indica preocupações que a esquerda socialista tem de ter de enfrentar . A importância da eleição da primeira mulher para o cargo de presidente é extremamente importante, como o foi a eleição do primeiro operário, da mesma forma que o governo do PT ser pautado por uma conduta democrático é de animar.Não podemos ignorar a preocupação com a melhoria da vida da população pobre, mesmo com as limitações da política de gerência do capital.

 No entanto não podemos esquecer que ocorreram recuos constantes com relação à questões de extrema importância para a esquerda em geral e em especial para a esquerda socialista. A questão da comunicação foi tratada de forma negligente sob a capa da uma CONFECOM que nunca foi tratada com a seriedade que merece, o que aconteceu foi a negativa de enfrentamento da mídia hegemonica, o partido do capital do qual falava Gramsci. Outra questão é  questão da reforma agrária de de relação com o MST, também tratada de forma tímida e inclusive contando com negativas por parte dos partidários do governo de relações profundas com o MST  outros movimento de base.As questões listadas no PNDH3 que vão da legalização do aborto ao combate da homofobia e a luta pela divulgação dos arquivos da ditadura e punição dos torturadores foram tratadas como secundárias e rifadas na primeira manifestação de enfrentamento que as forças conservadoras e seus gurus midáticos deram em um frenesi de obscurantismo assustador e que veio a se repetir de forma preocupante no fim do primeiro turno das eleições.

 As próprias conferencias, que seriam uma ferramenta interessante de diálogo entre sociedade, movimentos sociais e governos, foram um fiasco e na verdade uma ferramenta útil de cooptação e de desmobilização de movimentos ao invés de uma ferramenta de ação dos movimentos junto ao governo. Não podemos esquecer que em nome da derrota do PSDB se elegeu um governo que é supervalorizado no que tem de esquerda e inclusive é colocada de forma acrítica uma postura de aceitação de limitações do governo e do partido que o capitaneia em um quadro de governo de coalizão, ignorando que a ala dominante do Partido dos Trabalhadores não parece ter uma motivação especial em avançar em bandeiras históricas da esquerda como as supracitadas, lembrando mais do que nunca uma estrutura burocratizada de partidos socialistas que tendem a social democracia de estilo europeu, como um PSOE Espanhol. 

 Os desafios da esquerda socialista, e também da esquerda governista, socialista ou não, é o de construir consensos possíveis com os movimentos sociais de forma a agir em bloco para tensionar o governo para avanços reais à esquerda e dar o sangue para criar uma opção real de esquerda socialista que avance para além do discurso e que exija que o governo eleito vá para além da gerência qualificada do capitalismo, que seja uma ferramenta de transformação social do país, inclusive para avanços que nem são socialistas, são apenas democráticos, como os direitos civis dos LGBTT, legalização do aborto, legalização das drogas, reforma agrária e urbana radicais, controle social da mídia,etc.

A esquerda com todos os equívocos que ocorreram nas últimas eleições sai mais forte, sai da eleição com avanço de diálogo entre partidos da esquerda socialista e com ampliaçaõão da representação da esquerda radical nos parlamentos e com um importante diálogo criado com a juventude. Não se pode esquecer o elemento simbólico da eleição de Dilma, que é uma poderosa ferramenta de atração de militantes para a luta da esquerda e que sim, pode ser um meio de luta sólida pelo avanço da esquerda na sociedade brasileira, que ainda demonstra alto grau de conservadorismo.

É hora de arregaçar as mangas e irmos além do mito e do simbólico, sem no entanto desprezá-los. É preciso não ser o pessimistas que olha os números da esquerda radical, sem olhar as campanhas de filiação, nem o otimista do "Oba Oba" do abraço ao simbolíco da primeira mulher sem olhar o contexto desta eleição.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Militancia e apoiadores

A polemica atual é o da militância paga, da qual o PT foi acusado pelo Vampiro Serra, o mentiroso. Claro que foi uma provocação, baseado na acusação de mercenários, de milícia armada, mas há uma questão nisso que pode e deve ser discutido, o aumento do uso de elementos pagos nas campanhas do PT nas grandes cidades.

A militância do PT existe, é óbvio, é o maior partido de centro-esquerda do Brasil e acredito que tenha um milhão de filiados e se deste milhão metade for de militantes diários é muita coisa. Juntos dos partidos da esquerda radical, que possuem aguerrida militância, não devem chegar a esta metade e de filiados.A questão é que começa no Rio e em São Paulo e acredito que na maioria das cidades do Brasil o uso pelo PT de funcionários de campanha, e isso aponta pra um problema.

O problema o uso de funcionários (Uso este termo pra diferenciá-los de militantes alertado pela @maria_fro) é que isto informa que o número de participantes diretos da campanha, organizados, orgânicos, reduziu-se e foi preciso a contratação de mão de obra para substitui-los. Não se discute aqui popularidade ou mesmo questões político-morais a respeito do certo ou errado desta utilização, mas a perda de atores cotidianos nos partidos.

A popularidade do PT e do governo que lidera é enorme, é óbvio e constatado, e ainda possui ex-filiados, simpatizantes e apoiadores diretos que se mobilizam em momentos necessários, mas estes atores não participam full time da vida do partido, em alguns momentos, mesmo numa campanha polarizada como essa, nem mesmo podem ou possuem estímulo de participar diretamente da campanha, levando ao partido em algumas cidades a usar funcionários temporários. O problema disso não está na acusação imbecil de formação de milícia, mas na percepção da redução de participação diária no partido, com o aumento da influencia dos setores burocratizados.
O apoio eleitoral não se traduz na participação orgânica, então o discurso de "Esquerda" a respeito do governo fica solto em retórica, pois a influencia direta na cosntuçõ do partido, guinando-o, à esquerda não acontece ou se busca acontecer pela redução da política à questão do apoio e da participação "na campanha". Assim o apoio ao governo e ao partido fica assim, na superfície do discurso, ele não se traduz na disputa por diretórios, por programa, por influencia em governos,mandatos, etc.

A militância valorosa, e nervosa, do PT, tá aínda ai, menor, como a de todos os partidos de esquerda, mas ainda aí, o problema é que fora da burocracia ela é composta cada vez mais de gente que apoia, mas não está disputando  o partido e construindo-o, e essa gente é a que hoje pode dar sentido ao discurso que faz do PT uma opção real de esquerda e não a saída melhorzinha.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A esquerda, o Aquário e o Safari em Zoológico

No dia 21 deSetembrode2010haverá um debate entre partidos da esquerda radical puxado pelo Partido da Causa Operária (PCO) e com a participação do Partido Socialista dos Trabalhadores -Unificado (PSTU) e Partido Comunista Brasileiro (PCB) e seus candidatos à presidência da república: Rui Costa Pimenta, Zé Maria e Ivan Pinheiro. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)  foi convidado, assim como seu candidato a presidente, Plínio de Arruda Sampaio,porém não enviará seu candidato e sim um representante por problemas de agenda já informados em carta aberta.

A questão é que esse debate aparece para parte da esquerda como uma "grande oportunidade de debate entre membros da esquerda radical rumo à unidade da esquerda", e com isso Plínio de Arruda Sampaio e o PSOL aparecem como vilões, e nas palavras de dois ilibados membros participantes do debate como "frouxo ideológico"(Rui Costa Pimenta) e quem "Tá achando que tá na primeira divisão" (Ivan Pinheiro) , sem contar a linda cartinha do PSTU onde é diretamente colocado que "Só nos resta chegar à conclusão que a candidatura Plínio não quer "se misturar" com os demais candidatos da esquerda socialista. Não quer se ver associado também ao jornal que se coloca claramente no campo da esquerda e que é referência na cobertura dos movimentos sociais.". Quer conferir? Clique aqui .

Diante dessa peça de ficção histérica que um debate que poderia ser interessante, e tomadas as colocações, tornou-se um conjunto de inciativas de incessante de ataques diretos ao PSOL e sua "posição contra-revolucionaria" que parece ser o alvo dos ilibados companheiros de lutas,gostaria de tentar perguntar algumas coisas que idem esclarecer não só este esforço pela unidade de esquerda como o interessante timing político dos companheiros:

  1.  Por que os debates que buscaram-se organizar no inicio da campanha foram solenemente ignorados pelos ilibados companheiros?
  2. Por que as buscas de debate a respeito da Frente de Esquerda foram solenemente ignorados pelos ilibados companheiros antes de iniciada a campanha? 
  3. Porque as "campanhas em separado com objetivo unitário" sugeridas pelo PCB e tentadas pelo PSOL foram ignoradas até o inicio do horário eleitoral e a conquista da participação dos debates das TVs pelo PSOL?
  4. Porque os debates em universidade no inicio da campanha com a presença de Plínio só tiveram participação, uma vez,do Ivan Pinheiro e Zè Maria mandou representante alegando problemas de agenda, tem peso menor que o do jornal Brasil de Fato no fim da campanha?
  5. Qual o esforço de unidade que o PCO fez  em sua história,fora esse convite específico pro debate?
  6. Qual o foco dos companheiros no fim da campanha, dado que suas chances de eleição de parlamentares é baixíssima?
  7.  Os companheiros ignoram o peso da eleição e reeleição dos parlamentares do PSOL na definição do papel deste para a esquerda radical?
  8. Os companheiros ignoram o peso da eleição e reeleição dos parlamentares do PSOL nas lutas da classe trabalhadora?
  9. Como partidos onde o candidato a presidente é representante do conjunto de políticas decididas coletivamente a presença de um representante do Partido torna a representatividade menor? Porque a presença específica do candidato a presidente é tão importante? Há um necessário personalismo no debate ou ele é para esmiuçar políticas de esquerda radical e debater posicionamentos? Será ele uma embate entre lideranças para a conquista de quadros?
  10. Pra terminar: Caso existisse uma mínima chance de eleiçãode representantes destes partidos para algum cargo, haveria este debate?
Posso responder? Simples: o Debate só ocorre porque o esforço de luta pela hegemonia dentro da esquerda radical fracassou pra esses partidos. Apostando que sem Heloisa Helena o PSOL, fragilizado pelas lutas internas, o PSOL não teria fôlego para suportar a eleição e teria pouco ou nenhum ganho organizativo foi mais importante para esta esquerda, inclusive infelizmente o PCB, priorizar a luta pela hegemonia dentro da esquerda radical,principalmente na juventude, do que priorizar uma semeadura de Frente de esquerda para além das eleições.Por isso os debate se atividades de início da campanha não eram importantes, havia um amplo espaço de disputa, dado que o PSOL iria priorizar as eleições de seus parlamentares.

Ledo Ivo engano,putada! o PSOL priorizou sim as eleição e reeleição de seus parlamentares, porém com atividades que buscavam ganho organizativo, inclusive por necessidades relativas às disputas internas. E, Pasmen! o Bom Velinho do "Twitter,my friends!" não foi uma mosca morta sem eco (Né, Zé Maria?) e conseguiu espaços, inclusive pra os demais partidos (Né, Zé Maria do SBT?), na midia. E o barulho chegou e com os debates conseguimos uma visiblidade que permitiu a um homem de partido,Plínio, inclusive divulgar nossas candidaturas parlamentares.

Aí, no fim da campanha,com tarefas e mais tarefas partidárias a levar a cabo, o PSOL recebe a notícia que os irmãozinhos sem midia iriam organizar um debate e que ele TERIA de ir,sob pena de ser chamado de bobo,feio e chato. 

Cês vão me desculpar, mas porque nenhuma atividade antes da reta final foi levada em conta e recebeu uma solene cagada de vossas direções? Agora meus negos? agora é momento de candidato ir pra rua, conquistar nossas reeleições e sim,ser tribuno do povo na câmaras e Assembleias.E é fundamental Plínio e Hamilton nas atividades. Um representante do PSOL  é suficiente para debater com os demais representantes de seus partidos em um debate voltado pro público da esquerda que já possui candidatos.Fora que mesmo com a moderação do respeitabilíssimo Brasil de fato é muito difícil que o debate não seja um paraíso da luta fratricida.

Omomento  do PSOL exige mais, exige que ocupemos as ruas e conquistemos a eleição de nossos parlamentares, que na câmara podem ser a voz das lutas da classe trabalhadora,é preciso ir pro mar e conquistar gente pro espectro da esquerda radical, pra selva caçar a esquerda perdida,e não pro aquário pescar que já está na nossa rede.

Não podemos abrir mão do Ivan Valente lutando contra as mudanças no código florestal ou do Marcelo Freixo lutando contra as milícias! Não podemos abrir mão do ganho da presença do Plínio nas campanhas em nome de um velho filme de disputa de vanguarda que no fim acaba no de sempre: Lutas internas pro sindicatos, CAs, DCEs e nenhum eco para fora do espectro da esquerda radical.

Tá na hora de sair do zoológico pra enfrentar um diálogo para além dos jargões, pra além das palavras de ordem,pra caçar em ambientes nem sempre confortáveis da luta democrática.

Talvez não estejamos na primeira divisão,mas pra sair da segundona é preciso ir pra campo,chorar no vestiário não ganha troféu.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Em tempos de Canalhização: Responsabilidade!

 No meio da campanha política,mais que ânimos se acirram. A vida inteira de acompanhamentos, lógicas, amores e lembranças de um tempo onde lutar por seu direito era um defeito que mata, como diria Gonzaguinha, vão mais longe do que meras afirmações soltas em Twitteres, Ruas, Blogs ou bares. 

 A oposição ao Governo Lula, e por vezes ao PT mesmo, alimenta em alguns momentos vontades de mordidas nas jugulares dos interlocutores e outras cositas mais que muitas vezes o diálogo político causa em estômagos mais ou menos sensíveis. A questão aí é o limite entre a oposição, mesmo feroz, e a não diferenciação dela do ódio aos inimigos reais,os vampiros e assassinos que apavoraram vinte anos de noites de um Brasil atado a uma história de escravidão, de exploração vergonhosa,genocida e atroz de uma população pobre por uma elite que se chamada de Filha da Puta ainda deve no banco dos xingamentos mais peso à manifestação de baixo calão.

Por mais que o Governo atual e seu partido patrocinem, na humildade opinião do blogueiro, a manutenção de parte de um coronelismo canalha no poder (Collors, Sarneys ou Cabrais), não é direito de quem tem honra e milita no campo da esquerda e/ou do socialismo ignorar que há mais em jogo do que uma eleição e nossa crítica ao governo.

Não falo aqui da ameaça de retorno tucano e nem defenderia o voto na Dilma para barrá-la,falo aqui do combate ao partido da burguesia, seja ele o PSDB ou a mídia, que como já cantava Gramsci a pedra no bingo da teoria, é o mais forte partido da burguesia nesses momentos que, como hoje, são de crise.

Transformar a crítica política,mesmo a feroz, ao PT e seu Governo, em eco à canalhização da política com criticas a "terroristas" e"Guerrilheiros" que lutaram contra a ditadura, tapando os olhos para a ocultação constante dos torturadores e seus patrocinadores, inclusive jornais como a Folha de São Paulo,é fazer um serviço idiota de sectarismo que nos faz, isso sim, de cúmplices no atraso de lutas e mais lutas.

O tratamento da mídia aos candidatos que não são seus preferidos, seja a Dilma, que ela é obrigada aturar, ou os demais candidatos da esquerda, chega a ser hidrófobo, com interrupções, ilações, montagem de imagens, etc.A comparação de resistentes à ditadura, com todas as críticas que alguém ache pertinente à luta armada,  à terroristas e bandidos é de uma canalhice atroz, sem contar a comparação entre punidos por participar de ocupações e Malufs, pelo Ficha Limpa (erro imenso político moralista).

Vamos criticar o Governo? Claro, tem Belo Monte, tem recuos na questão do PNDH3, Reforma Agrária,  FARC, Cuba, falta de segurança para assumir sim uma vinculação ideológica com grupos e países que merecem e devem receber críticas,mas sim,nascem da mesma raiz ideológica, da mesma forma que falta à Imprensa e PSDB,assumirem suas ligações com Paramilitares Colombianos, que também se relacionam com o narcotráfico,com estados semi-autoritários,como a propria Colômbia, com o Carlismo na Bahia, golpe em Honduras,empréstimos de Kombis à Operação Bandeirante na ditadura Civil-Militar e Brasileira, etc..

Devemos combater Dilma? Sim, é preciso mais,e temos de lutar por mais. Por isso voto em Plinio de Arruda Sampaio, voto 50.

Não podemos é esquecer  de que lado estamos e que fazemos parte, de qualquer forma, de filhos e netos, sementes,de uma legião que se entregou por um novo dia.E hoje, como Gonzaguinha, eu quero é cantar essa mão tão calejada que nos deu tanta alegria.