Mostrando postagens com marcador Socialistas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Socialistas. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A práxis e o tal Bonde da História

Duas frases são meio comuns na esquerdolandia: "A práxis é o critério da verdade" e "Estamos perdendo o bonde da história". 

Bem, a  práxis é muito mais que prática, inclui método, ideologia e como isso se mistura na criação de condições para a existência da sociedade ou, na modesta opinião de vosso escriba, da existência de uma estrutura social segundo determinado conjunto de práticas, métodos, ideologias e cultura. Grosso modo a tal práxis é sim o critério da verdade, sendo que esta verdade o é para os usuários da tal práxis, e isto não a torna universal, dadas as variáveis de métodos, linhas ideológicas, cultura,s presentes na sociedade e no próprio espectro da sociologia. Escrevi isso tudo pra dizer que quando me saltam esta frase, mais fácil de ser dita que "psiu", saco logo do coldre a resposta:"De qual verdade cê tá falando?". 

Não sou exatamente uma anta e nem o mais sábio, estudado e gostosão telectual dos planeta, mas dou minhas cacetadas.E faço o tal questionamento numa boa, porque um tanto de coisas são ditas sob o pano de marxismo que muitas vezes viram mantras sem significado. Tomam a práxis como dada e não como um elemento inclusive a ser entendido e variável dentro de algo tão complexo quanto uma sociedade e mesmo no que tange à complexidade do universo ideológico da esquerda.

A esquerda socialista e marxista, sem contar que existam socialistas não marxistas, é muito mais complexa e variável do que gostaria de ser e até de aceitar.Duvido muito que um militante do PSTU, do PCB, do MTL, do Enlace, do PT e do Revolutas tenham uma linha reta de categorias marxistas que aceitam e tomam para si como válidas para seu processo analítico da realidade. Chego a pensar que se bobear podemos criar uma linha que colocaria como opostos duas vertentes do pensamento socialista marxista e entre elas diferenças cujas gradações não são bolinho. E ai estou me prendendo explicitamente à quem se reivindica marxista e que considera práxis uma categoria relevante. Nesta linha o próprio entendimento de práxis seria diverso, e todas utilizariam metodologia marxista.

Então, se mesmo na esquerda socialista o entendimento de práxis é diferente nos mais diversos grupos e linhas teóricas do marxismo, imagina fora da esquerda socialista. A práxis continua critério da verdade em minha modesta opinião, mas a verdade é que são elas.

A verdade é algo tão variável quanto as interpretações da história e do que é práxis e por isso o tal "bonde da história" que tantos perdem, ou acusam uns aos outros de perder, fica meio vivendo em um samba do afro-brasileiro levemente atordoado, o antigo samba do crioulo doido.

Se perde mesmo o tal bonde da história? O que ele é? isso é um jargão pra dizer que uma corrente ou linha teórica tá ali mamada na beira da estrada sem eira nem beira ou significa algo mais? Bem, considerando que a história é um treco mais complexo do que uma linha de bonde ou um trilho reto a seguir a metáfora tem entendimento claro de perda por algo ou alguém do momento certo para agir dentro de sua práxis e estar de tal forma na crista da onda dos movimentos do dia a dia que sua compreensão se torna quase que luminosa para as tais "massas".

Alguém hoje perdeu o bonde da história com sua práxis? Não sei ao certo, na minha modestíssima opinião o tal bonde passou pra maioria da esquerda ou pior, o povo tava dentro do bonde coçando a práxis nuestra de cada dia e resolveu sair do bonde, descendo no ponto errado. Quem hoje em dia mantém um discurso socialista e continua dando a linha na pipa do povo, mudando a sociedade com sua práxis? Ninguém, manolo!

Se alguém te disser que tá na crista da onda pesquisa na padaria o que a rapaziada pensa da vida e se tu tirar algo der socialismo ali sem forçar a barra te dou um bolo de batata. Quem disputa no dia a dia a consciência das pessoas? quem coloca sua práxis em julgamento no tribunal das rua,s do dia a dia? E quem fazendo isso leva alguma mensagem que não seja a da aceitação do mundo, uns incluindo ai a mensagem de que é preciso lutar por direitos, outros não? Ninguém.

 A tal práxis como critério da verdade colcoa na percepção do cabra que tá olhando a festa do bonde de fora um bando de verdade com gente com belos discursos de esquerda, marxistas e que na prática não constroem condições para mudar a sociedade e no fundo querem mesmo é afastar qualquer possibilidade da galera do bonde mudar a sociedade, mantendo enquanto isso alguma espécie de nicho de mercado da pregação sobre o bonde.

Como se vai mudar a sociedade com uma práxis que busca é conquistar postos na mesma sociedade, sem mudá-la ou mudá-los antes? O Bonde da História metafórico tem mais revoltas onde negam a  forma-partido clássica da burguesia que piolho em mendigo e o que as formas-partidos burguesas fazem com sua práxis e belos discursos marxistas? afastam essas mudanças com práticas anti-democráticas, ignoram demandas da população pra rua e pelegam na caruda, optando pela via institucional que, pasmem, mantém a tal sociedade, a tal estrutura social que os discursos dizem querer mudar.

Como critério da verdade essas práxis me dizem que a tal verdade nem curte muito este bonde da história e no fundo quer é saltar dele o quanto antes. Enquanto isso no bonde o grito é do bonde sinistro, o bonde do terror, cada vez mais fascistas, cada vez com mais gente adotando sua práxis. Do lado da esquerda os discursos continuam lindos, mas a práxis continua afastando gente que pode atrapalhar numa retomada dos trilhos.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Só Falta apoiar Sarney

Nesta semana de isolamento virtual devido à mudança de operadora da Net pra OI, e sofrendo a ruindade dos serviços de ambas, notei nas idas e vindas das lans houses e casas da familia pra consulta diária aos e-mails e twitteres que rolou a possibilidade de filiação de Fred Kohler e Paulo Pinheiro ao PSOL.

Bem, o que  posso dizer é que a filiação de Fred Kholer chegou mesmo a  ser cogitada e por isso teve uma movimentação de militantes que rechaçaram veementemente a possibilidade pressionando a Direção Estadual a negar.

 Não sei quem teve essa péssima idéia, que grupo ou pessoa, mas parece que ela não é isolada, dado que já ocorre  a sugestão de filiação do Vereador Paulo Pinheiro, atual PPS, ao PSOL, que levou ao Campo Debate Socialista a se movimentar pressionando para que não ocorra tal barbaridade, dadas as notórias ligações do Vereador com o Ex-Prefeito César Maia e Fernando Gabeira, que possuem biografia auto-explicativa, sendo que o primeiro de uma auto-explicação eloquente e o segundo que acha que o Rio precisa de um "choque de capitalismo" como se não bastasse os constantes choques e rechoques de capitalismo. Fico pensando o que um sujeito que apoia um candidato a Prefeito e Governador que acha que a cidade e o estado precisa de "choque de capitalismo"  faria num partido socialista.

Não conheço pessoalmente os sujeitos supracitados, nem acho que precise conhecê-los, podem ser pessoas honestas e maravilhosas, mas politicamente representam algo que acredito que o PSOL seja o exemplo inverso e oposicionista ad infinutum que é a política voltada para o capital.

A cogitação das filiações demonstra que existe uma parcela do PSOL que não liga muito pra determinados detalhes diante da necessidade de se comportar com construtora apenas da meta eleitoreira para o partido, que já carece de democracia interna e instancias que construam um partido digno do nome, como o visto nos casos dos "debates abertos" sobre a candidatura de Marcelo Freixo que coloquei aqui mesmo neste blog.  

O PSOL já sofre com uma quase desmobilização forçada de sua militância com a destruição de sua capacidade decisória por conta das lamentáveis medidas de desconstrução de suas instâncias e manutenção de uma espécie de colegiado de tendencias internas como "instâncias" não oficiais e substitutivas dos núcleos e plenárias como forma de construção de democracia interna e tomada de decisões de baixo pra cima. O partido tem na manutenção de uma inversão de valores completa, cujas decisões ao invés de saírem de baixo pra cima, saem da executiva para a direção e dai por diante pro endosso dos núcleos e plenárias.  

O que ainda dá liga e mantém muita gente ainda participante é a qualidade de nossos parlamentares, como Freixo, Janira, Eliomar, Chico, Ivan, e o que  fazem? Convidam gente que foi ligada a PMDB de Garotinho, PDT, ex-PPS pra se filiar? pra que isso? Quem teve a idéia Genial?  É tudo pra conseguir voto, é pra isso que o partido existe? As lutas do povo de Macaé e Rio das Ostras, a luta dos cariocas isso tudo que se dane?

Com todo o respeito à nossa "cúpula" , mas o grau de burocratização avança a largos passos pra construir um partido igualzinho aos outros, o partido parece querer parar de ser necessário e ser cada vez mais comum e isso em um momento onde crescem mundialmente as movimentações por uma política de rua, construída dando respostas a demandas crescentes de mudanças onde os Paulos Pinheiros não se encaixam. Filiar Fred Kholer poderia destruir o que o PSOL Serramar construiu.

Depois da imensa batalha que envolveu a cogitação do apoio à candidatura Marina e que levou à candidatura de Plinio de Arruda Sampaio a nos dar um vento de formação e  atração de jovens para a luta socialista há ainda a insistência nesse eleitoralismo suicida? O PSOL só aprenderá quando acabar?

Não sei o que essa gente tem na cabeça, mas parece que a sede por um escritório começa a nos tornar iguais ao PT que muitos discursos adoram criticar, só falta apoiar Sarney. Quando o PSOL tenta filiar Paulo Pinheiro acho que esquece o significaod do S, que é de socialismo .

PS: A Filiação de Paulo Pinheiro foi aprovada pela executiva do Partido no Rio de Janeiro por 7 votos a 2. Parabéns Executiva, tão conseguindo virar um sub-PV.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O avanço do Conservadorismo x A marcha do Zabumbador Maluco

Em tempos de crise máxima 1929 reloaded com altas tintas fascistas o debate sobre Deus e o Diabo na Terra do Sol avança com fome na vinculação clássica de conservadorismo à fé, entre outras histórias. Além disso, a direita vira um monstro de geração espontânea, o povo vira conservador de per si, a consciência vira um substantivo amorfo que muitas vezes significa "concordar comigo" ou mesmo "apoie o governo senão os tucanos voltam", e a população que discorda de mim, de você e da Magali vira uma mistura de cachorro com gado.

No meu tempo gente letrada pagava pau pra pensar e encontrar soluções e não pra ficar no rame rame do facilismo, ma eu sou um idoso de 37 anos e sou da velha esquerda, talvez não tenha rococós suficientes pra bancar o style intelectual em voga, que usa uma forma bacana pra ocular reducionismos.

Tem conservadorismo saindo pelo ladrão no mundo? Tem e esse namoro dele com o fascismo,seja de velho ou novo tipo, é um treco que tem mais causa que briga em favela. Eu não tenho bagos suficientes pra bancar uma análise histórico-econômica da crise, mas acho que posso dar uns pitacos sobre a relação disso tudo e da nossa amarga vida de esquerdista zabumbador maluco. Se rolasse mais tempo vosso escriba poderia sentar aqui e contar a História usando os velhos e bons sábios Ingleses Hobsbaw e Thompson, mas vou ficar na cultura de orelha mesmo porque o tempo ruge e urge.

O conservadorismo não sai do ralo, não é gerado pela chuva e pelo sol em alternância esquentando e esfriando o lixo, ele tá ai numa disputa política clara em uma sociedade. A tal Luta de Classes, por mais complexa que seja dentro de uma mudança radical das classes de Marx pra cá, tá aí pra isso, mesmo tu chamando ela de outra coisa.

O Estado como é hoje, e foi ontem, é parte de um conceito de vida, de estrutura de sociedade e de relações sociais, esta bagaça não surge do dia pra noite, ele tá aí e é um processo que não manda pro lixão algo automaticamente quando uma classe chega ao poder. O Estado e a sociedade convivem com tempos históricos diversos em sua formação cultural. Existem elementos nas sociedades "ocidentais" que ainda são pré-medievais, e para o bem e para o mal, não há uma interrupção cultural quando uma ala da sociedade ganha o poder mesmo que por séculos. Quando a Burguesia chegou ao poder, quase três séculos atrás, ela não simplesmente substituiu a lógica da Aristocracia pela dela, em muitos casos houve fusão de modos, de pensamentos, de atos e costumes, ou seja, negozinho se juntou e ficou tudo junto misturado. Então a burguesia repete a aristocracia ainda hoje? Em parte sim, em parte não. A hegemonia cultural conquistada foi conquistada com absorção da aristocracia de valores burguesas antes mesmo da conquista do poder definitivo. 

E esse ai é um exemplo grosso modo de algo bem mais complexo e complicado de ler, ver e interpretar quando a gente olha pro real.O que tem isso a ver com a questão do conservadorismo? Tudo. Qualquer sociedade tem impulsos de mudança e conservação dentro dela, e em ambos a cultura se move pra mudar aqui e ali a quantidade de gente que concorda com cada lado pro Fla x Flu final chamado Revolução, ou algo que o valha. Pra conquistar o estado tem de conquistar o domínio dessa cultura, tem de ser o cara que é visto como o que tem a "razão" a respeito de suas bandeiras como as melhores pro todo da sociedade.

E o que tá rolando? Os conservadores hoje pautam a rapaziada, eles são os caras, eles tem o controle do pensamento. Ah, mas não tão no governo! Não tão no governo? Não afirmaria isso, mas mesmo que concordasse arriscaria a dizer que estarão e em breve. Sabe porque? Porque hoje eles pautam o estado, pautam o pensamento, ajudados pela mídia, aparato de hegemonia privada a serviço disso, e pautam o boteco, a padaria, o banheiro dos homens e das mulheres, a escola das crianças. E pautam porque a Esquerda que deveria fazer propaganda do contrário, assumiu o jogo conservador e foi se adaptando a ele em nome da opção pela disputa institucional ao invés da rebelião que incluísse uma rebelião de costumes e uma disputa pela hegemonia do pensamento da população.

A esquerda optou por se engessar, calar o que lhe fazia diferente, ocultar sua rebelião pra conquistar governos, abdicando do controle do estado, em nome da opção direta pela reforma. A opção pela reforma é legal até certo ponto, pois começa a ter hora que os nego preto cansam e percebem que o monstro não é tão feio e usam a opção pela máquina pra conduzir o governo a seguir o controle do estado que possuem com suas diversas formas de máquina de controle de hegemonia,desde pressão parlamentar a igrejas, passando por jornais, revistas e apostilas escolares. Ao optar por ser aceita e ganhar governos a esquerda tornou-se igual ao que combatia e é absorvida pelo jogo, e o o jogo lhe mostra que o controle do estado pelos conservadores conduz seus governos e estes governos tem cada vez menos margem de negociação das poucas bandeiras "rebeldes" que ainda mantém consigo. Hoje a meu ver o controle conservador do governo atual é tão grande que ele pouco se diferencia do sue principal adversário eleitoral.

Essa opção da esquerda de se negar à rebeldia das ruas pra manter o controle de governos leva a um fosso de ausência de qualquer contestação concreta, orgânica, ao pensamento único conservador que avançam mais e mais agregando mais e mais gente pra combater uma "esquerda", que só tem um governo e não o estado, e alijar qualquer oposição, seja ela política racial, de gênero ou orientação sexual, do poder e dos direitos.

Não é a fé que faz o mundo conservador, é o mundo conservador que usa a fé, como os jornais, os colunistas, o padeiro.E é isso que leva à pastores, deputados, colunistas, jornalistas, padeiros, vendedores de cerveja ou empregados da Light a reproduzirem com cada vez mais violência o mais absurdo comportamento reacionário e leva ao crescimento mundial do fascismo e nos leva ao um abismo cujo fim tem uma serpente que saiu do ovo enquanto comemorávamos qualquer cosia feita pelos "caras" da vida. 

E é por isso que precisamos cada vez menos do Deputado de terno, educado, formalmente perfeito pra ganhar a classe média e mais do Zabumbador Maluco, o personagem de rua , aquele que faz esporro,  que transforma tudo até a última ponta, sem medo de chocar, porque seu choque é a fome, é o ronco da cuíca que o homem manda parar.

É preciso raiva pra interromper, antes que nos interrompam.

Magina se macho tivesse TPM, nega!

Nas idas e vindas da Ternet, essa rede com nome de empregada de novela, achei issaqui da Grande Niara de Oliveira a respeito de nosso amado ogrismo macho pereréco.

Lendo a traulitada bem dada e assumida como toque (Graças a Deus não retal!) escrevi um comentário que virou esse post aqui.Não espere politiquês e teoria política a rodo, é só um post impressionista e baseado no que sei, li, ouvi e aprendi, sem notas de pé de página.

 A questão do ogrismo macho pereréco pra mim é uma questão  cultural construída, ocidentalmente em especial pelo que percebo no meu parco conhecimento, de mulher como posse, grosso modo filha dileta da mulher como meio de aliança político-econômica, que nasce sei lá quando.

E esse cultural é no sentido Antropológico ou algo que o valha.

Homens são ogros e se tornam violentos quando bebem? Não sei, mas desconfio homens aceitam de bom grado a ogrice que lhes é imputada e o álibi da cachaça para seus atos.. é confortabilíssimo.

É mole seguir a curva do rio e a correnteza, é molíssimo. Prefiro olhar mais a fundo e perceber o quanto é fácil buscar explicações e deitar nelas, usando-as como álibi.. Temperamento? Não mete essa, mulheres tb tem temperamento e mãos, facas, força própria à disposição, mas em geral não saem por aí metendo a porrada no parceiro, e muitas deveriam. Bebida? Mulheres bebem, sabia? E chuto que estatisticamente se envolvem em menos problemas e especialmente os que levam à violência que meia macharada. Pressão social? Aceitaria se o macho em geral chegasse em casa e fizesse a janta pra Dona Rainha que sentaria no sofá e pediria a cerveja, mas a pressão social sobre o macho em geral é mais leve, essa do "provedor" não cola, porque o provedor é hoje dupla, em geral o macho provedor foi atropelado e com direito a ré confirmatória pela mudança do mundo econômico. Hoje família com um provedor só tem grana, muita grana. Então o cabra coloca o nível alto de testosterona e muitas otras coisas como álibi pra sua violência e na verdade mal percebe que no fundo ele só deixa rolar porque.. pode, a cultura lhe permite, nenhuma trava é permitida ao Machão Gostosão pica grossa.

A postura masculina em geral é a do Reizinho do Parque, paudurecência na mesa, no ovo, no auge, o foda-se querido ligado no talo pra que todo o multiverso o sirvam.. e quem o serve no multiverso? A moça, a mulher, a empregada, a mãe, a esposita barrozo.

Quem faz isso é só a macharada desesclarecida povão e opressores nojentões de direita? Ledo Ivo engano caro compa: eu, você, nós dois diuturnamente repetimos esse machismo ogróide do balacobaco sem a menor verguenza (Thanks Xico Sá!).

O Ogrismo em geral é mais explicado que batom na cueca e pior vira uma espécie de álibi: "Sou assim porque sou homem!" e o pior "A maioria dos homens é assim e  piora quando bebe!". As duas frases tão cagadas porque a primeira naturaliza uma comoda posição de "vítima da natureza" quando podemos enfrentar a cultura e nos transformar e a transformar com isso. A segunda frase é cagada porque exclui o proferidor do crime, ela é álibi pra ele, macho esclarecido, pagar de homem-santo.

Quer dizer então que o ogrismo macho não pode? Poder pode, desde que tu se olhe nozoio e assuma-o (curtiram?) como um treco machista e que pode até continuar existindo em paralelo ao combate interno ao próprio machismo, mas usá-lo como álibi pra seus sentimentos de posse, inseguranças e "tremiliques" quando as "servas" se rebelarem é migué.

Temperamento se fosse álibi daria merdeloquê, como disse acima, porque mulher, pasmem, tem temperamento e, dizem, até alma. E no meu específico caso de macho jurubeba (Valeu II Xico Sá!) seria caso de estapeamento geral e irrestrito e não rola, nem no meu caso nem do meu falecido pai cujo temperamento transformava o meu no da Sandy na época do Junior. 

Quer dizer que o autor ogro da escrivaria arriba não é machista? Nope, ele é, finge que não é e tenta não ser,, mas sem se esconder na confortável casa da tergiversação do próprio machismo.

Beber eu bebo, fumar eu fumo, ter cabeça quente eu tenho, mas não estapeio ninguém, e talvez pela grande coisa feita por meu pai em sua vida: Me ensinar que mulher é gente, tem direitos, opiniões, pensamentos, sentimentos. então sem essa rapaziada, vamo enfrentar a cultura e sermos ogros quando precisa, que é no pau diário pela transformação dessa bagaça de mundo em algo que preste.

Magina de macho tivesse TPM, nega!

terça-feira, 12 de julho de 2011

PSOL, Militancia e a grande imprensa.

Em uma nota no último sábado o jornalista Jorge Bastos Moreno afirma que Marcelo Freixo se reuniu com Malafaia e Cesar Maia definindo pacto de não agressão. O PSOL-RJ desmente oficialmente na segunda-feira de manhã. Antes disso os Parlamentares Marcelo Freixo e Chico Alencar foram rápidos a se manifestarem com "profundo respeito" ao jornalista e clamando que parassem a "Perseguição" ao mesmo diante da reação da militância  via Twitter com relação à sua nota. Foi feita uma imensa questão de desmentir a nota, mas manifestar profundo respeito ao jornalista. Antes disso Chico Alencar escreve com Merval Pereira, notório adversário de todo e qualquer movimento à esquerda, e com Noblat, jornalista que na maioria das vezes não é exatamente primo da informação democrática ou mesmo de qualidade, especialmente quando a informação não é para atacar adversários políticos da linha editorial de seu Jornal. Nosso amigo partido, o PSOL, ainda não tem um jornal de qualidade e de acesso amplo a seus militantes, o site do PSOL-RJ é mais lento que outra coisa em matéria de informação, não tem lista de núcleos existentes, divulga com atraso atividades, etc, mas de certa forma foi até rápido na divulgação do "desmentido" e agora pede amplo apoio militante pra divulgá-lo. Mas pra que desmentir? O respeito é profundo e o jornalista só "errou", dava pra esperar respeitosamente até sábado pro veículo Oficial do PSOL, O Globo, desmentir "oficialmente" via respeitoso jornalista.


Depois da reação dos "respeitosos" parlamentares do PSOL chamando quem defendia o partido diante da IMENSA SACANAGEM CALHORDA do Jorge Bastos Moreno de "açodados" e "perseguidores' do "respeitoso jornalista" a quem nutria "Profundo respeito" a nota do "respeitoso" PSOL-RJ que desmente seu veículo oficial onde nossas figuras públicas colaboram com seus colunistas é até surpreendente, dadas as relações carnais entre o partido e seu veículo quase oficial.

Diante disso se entende que o PSOL-RJ não precisa pedir à militância pra divulgar sua nota, peça ao Globo, com quem tem relações de "profundo respeito", mesmo quando seus colunistas "erram" de forma suspeita. Até porque a militância não serve pra ser consultada a respeito de candidaturas, não serve pra defender o partido, porque que serviria pra divulgar desmentidos? Bestagem, com um jornal de grande circulação à disposição é perda de tempo contar com militantes, que em geral são "açodados", "persecutórios", até agressivos.

Com a discussão o de candidaturas ocorrendo "publicamente" no Rio a ponto de ser colocada como ampla e democrática, sendo que "público" aí é quase tão secreto quanto reunião da maçonaria ou sinônimo de reuniões e núcleos x ou y tomados como medida de todas as coisas, fora que correntes, majoritárias, são tomadas como representante do todo, foda-se, e sem o menor problema do palavrão, as menores e os independentes.

É isso ai, o PSOL pode ser necessário, mas sua militância não o é, ao menos pra ele e sua direção, figuras públicas e "lideranças". Não precisam de quem está aí e não é informado, consultado e ai chovem argumentos pra defender as medidas de discussão "democráticas' levadas em quase segredo pela burocracia. A gente sós erve pra panfletar e isso se o fizer sem reclamar.

Quando um sujeito que fica mais de 12 horas na frente da internet e visita os sites do partido não obtém a informação de discussão de algo em um partido, mesmo lidando com militantes inclusive que participam de mandatos a cosia tá feia na ocultação e mais ainda, quando pra um cara souber de algo do partido precisa ser de corrente e majoritária o trem tá bem feio e há quem ache isso normal.

E o PSOL que busca (Busca?) ser alternativa de esquerda se afoga em si mesmo e acha normal a cúpula decidir pela base. E ainda quer cantar a esquerda que não se vê no PT e procura alternativa. Será que um dia entenderá porque ela não vê no PSOL essa alternativa? Duvido que veja, infelizmente.


PS:  Hoje me disseram que a candidatura Marcelo Freixo a prefeito do Rio estava em discussão desde Fevereiro no PSOL.Como bom mala sem alça procurie no gogoel e como o site do PSOL-RJ está fora do ar, procurei tb nele em cache. A surpresa é que não tem nada em lugar nenhum online dizendo nada a respeito do debate. Dá pra comprovar aqui 
http://j.mp/ovJGG6 que ao menos em sites DO PARTIDO, não há debate nenhum anunciado antes de Junho, quando a  executiva anunciou sua pré-candidatura pra numa inversão de função o diretório estadual discutir. Há sim notas de outros veículos colocando a possibilidade de sua candidatura, nada do partido. Alega-se que quem é de corrente discutiu, ou seja, quem não é de corrente ou ao menos não é das majoritárias não precisa discutir e nem tem disponibilizada a informação de forma pública e oficial pelos veículos do partido. E chamam isso de democracia.. Recebo regularmente mensagens do partido via e-mail e EM MOMENTO ALGUM foi colocado qualquer tipo de debate em quaisquer instancias. Companheiros de n[úcleo de lutas urbanas tb não sabia de nada OFICIALMENTE. E chamam isso de democracia. Um excelente nome, um processo totalmente viciado,anti-democrático e burocrático. Pena, Mesmo quando acerta o PSOL consegue fazer cagada.

Em busca da unidade perdida

Existe um saudosismo da unidade que percorre a esquerda, especialmente a socialista, que entende unidade como algo perdido em uma Xangri-Lá ideológica um tipo de El Dorado das idéias e organizações que não encontra eco na história.

A cada momento onde organizações racham ou se dividem, ou mesmo organizações paralelas com divergências se constituem, os arautos do caos da esquerda lançam os adágios quase atávicos: "A esquerda só se une na cadeia!" e "A unidade está sendo rompida!" . E nestas afirmações está embutida a idéia da necessidade de ocupação do mesmo espaço organizativo para que exista unidade, como se divergências fossem bestagem de egos inflamados e não por vezes elementos de fundamental importância que impede que companheiros sob o ponto de vista ideológico convivam em um mesma organização ou movimento.

Esse tipo de visão é parecido com o saudosismo do partido único, referencia quase que universal em grande parte da história da esquerda de uma unidade quase totalizante e cujos discordantes do Partido Único seriam traidores ou quinta-colunas. É muito comum que os defensores da unidade perdida sejam membros atuantes dos partidos comunistas e tenham certa simpatia por bigodes e coturnos, desde que vermelhos.

A grande questão é que com isso se esquecem da nossa velha amiga história na descrição de grandes momentos onde a atuação da esquerda foi tudo, menos filha da unidade formal, embora diretamente ligada à unidade de ação a meu ver a que importa. 

A Revolução Russa é em geral descrita como Revolução Bolchevique, mas isso oculta a participação de imensa importância dos  Socialistas Revolucionários, Anarquistas, Soldado e Camponeses que por vezes não eram alinhados aos Bolcheviques, derrotados várias vezes nos Sovietes. A unidade entre Bolcheviques (que faziam parte do Partido Social Democrata Russo junto com os Mencheviques, ou seja, eram um racha) e os demais participantes ativos da Revolução como os Socialistas Revolucionários e Anarquistas não era a propalada "unidade" organizativa, mas era a de ação, pois todos participaram ativamente da revolução e tomaram o poder. 

Ou seja, na primeira grande Revolução a unidade nunca foi a organizativa, mas de ação, a unidade que interessa.  A "obrigatoriedade" de uma unidade no mesmo espaço físico é de conteúdo autoritário e trava na organização de muitas frentes de atuação que abriguem lutadores em sua diversidade, não restringindo a ação a um único modo, método ou mesmo linha politica.

Porque um oposicionista do Governo Lula-Dilma seria representado e se sentiria parte de movimentos nitidamente ligados à defesa deste governo como a "úncia alternativa viável"? E ele não se vendo parte disso se torna menos lutadora? É essa a unidade que queremos, que coloca como sub lutador alguém que discorda da orientação de sue apoio e de sua percepção politica? E os anarquistas? Como faz? manda às favas e trata como sub-raça ideológica? E os apartidários, os artistas, os diletantes gente boa que não se vêem presos a um tipo de rigidez organizativa que torna tudo um imenso Fla x Flu? O que fazemos com eles em nome da unidade idílica? Ignoramos?

A questão da unidade nas ruas e nas lutas permite que ativistas e militantes ligados ou simpatizantes do PT se juntem a membros do PSTU, a Anarquistas, à autonomistas à membros do PSOL na luta contra as remoções no Rio de Janeiro e atuem de forma unitária no Comitê Popular da Copa e da Olimpíada. Estes membros não se sentiriam à vontade em uma mesma organização se ela fosse pró-governo. A sabedoria dos companheiros tornou o espaço um espaço de lutadores e todos contribuem para o sucesso do movimento. Em outros movimentos isso por vezes não ocorre e se torna mais fácil organizações diferentes que mantenham a ação convergente nas lutas, mas que a divergência seja representada e organizada de acordo com as demandas de cada linha de pensamento e  postura política. A legitimidade de movimentos assumidamente pró-governos é tão grande quanto aos que não são alinhados diretamente e que contemplem desde a oposição até apoiadores mais críticos do mesmo governo. Não podemos te ruma leitura política maniqueísta ou idílica que retira legitimidade de uma ou outra posição, da mesma forma a luta politica propõe atritos e alinhamentos dependendo de cada movimento da conjuntura e isso é normal e até certo ponto desejável, dado que a ausência da divergências dá um tom de paz de cemitérios no cotidiano das lutas.E nenhum cemitério é revolucionário.

Portanto a multiplicidade da esquerda precisa da divergência e da variedade para que seja viva e atue na luta diária de forma a superar o capital e transformar a realidade, essa variedade pode e deve se unir no que interessa: Nas ações de luta, nas luta diárias e não em um mesmo espaço organizativo. A busca pela hegemonia politica é parte da normalidade e do espírito de uma linha ideológica que só em Marx tem divergências entre várias corrente se por vezes divergências fundamentais, imagina se incluirmos anarquistas, autonomistas e outras correntes. 

A busca da unidade deve ser cotidiana, no levantamento das bandeiras comuns e devem ser respeitadas a divergências que impede a ocupação de espaços comuns de organização. O Saudosismo da Xangri-lá do partido único é apenas uma visão da unidade engessada.A unidade que vale, a das ruas, não cabe nos limites de partidos, casas ou camisas de força ideológicas. Como as ruas a unidade é dinâmica, múltipla e viva. Casas só a  prendem.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A democratização da comunicação é a democratização da sociedade

A concentração midiática no Brasil, onde poucas famílias são proprietárias da maioria absoluta de veículos de comunicação, abrangendo a mídia televisiva, rádios, Internet, jornais e revistas, é um dos maiores obstáculos, senão o maior,  para a emancipação da população em matéria de democracia, protagonismo politico e conquista de direitos.

As empresas de comunicação do Brasil são aliadas do processo de concentração de poder econômico com controle de indústria, terras  e comércio por uma elite sócia destas mesmas empresas e que utiliza a máquina pública como ferramenta para manutenção de  privilégios e ampliação  de sua riqueza.

Ao serem máquinas de repetição diária de idéias que tornam medidas de manutenção de privilégio e diferença entre as classes, os meios de comunicação são a mais forte ferramenta de convencimento de que um sistema que explora o trabalho de milhões, lhes fornece estrutura precária de moradia, saúde, educação e transporte é o único sistema viável e que todo poder deve ser entregue à representantes que são os únicos que "podem" administrar o estado. Com o bombardeio diário de uma informação ela acaba se tornando verdade, uma única verdade. Assim então é construído um silencio sobre toda e qualquer forma de resistência à marcha de um "progresso" cuja propaganda não mostra as favelas removidas para grandes obras, a escola maltratada dos filho dos pobres, os postos de saúde e UPAs hiper lotadas e os soldados "pacificadores" da Upps proibindo festa de criança na favela. Por outro lado o mesmo soldado que proíbe festa de criança é mostrado em festa de debutante sorrindo, a obra que remove moradores sem nenhum respeito à sua história, bens e os jogam a quilômetros de onde moram são mostradas como solução fantástica e linda, os postos de saúde e UPAS são relatados por "especialistas" como um grande feito.

Os meios de comunicação não atuam somente ocultando a realidade, eles criam uma realidade também. Por isso que "favela" é sinônimo do pior que existe, é algo negativo e tem isso reforçado toda vez em que uma grande obra precisa ser feita.Assim se cria uma "verdade" onde é sempre melhor o morador ser removido pra quase 100 km de onde estruturou sua vida do que morar na "favela". A Favela é o mundo ruim, o mundo cão, é o horror habitacional. Não se menciona assim que também é a solução habitacional construída pela população na ausência de politicas habitacionais dignas desse nome e que não sejam apenas o que o jornalista Lúcio de Castro chama de "jogar o pobre pra baixo do tapete da distancia". A vida das pessoas é tratada como se indiferente detalhe diante da necessidade de "melhorar" a vida do pobre segundo soluções criadas longe do principal interessado, em gabinetes administrativos e apartamentos da Zona Sul dignos de figuração nas novelas do Manoel Carlos. Essa mesma realidade onde o núcleo pobre das novelas é o engraçado e fica no máximo na Gloria ou em São Cristóvão, dado o desconhecimento do mundo além túnel dos donos da voz. É a realidade que finge não ver as remoções para a construção de obras faraônicas para os mega-eventos esportivos, tratados apenas como o melhor que podia acontecer ao país e o pobre é o palhaço do espetáculo.

Donas dos direitos de transmissão dos mega-eventos, as empresas de comunicação ajudam a criar mais um muro de silencio que ignora atitudes autoritárias dos poderes executivos municipal, estadual e da união, os gastos absurdos nas obras nitidamente superfaturadas e os escândalos de corrupção ligados à seus parceiros tanto políticos quanto  comerciais como os que envolvem o presidente da CBF e dirigentes da FIFA. Da mesma forma a maior parte da população ignora o que acontece em Belo Monte, no Pará, com indígenas e povoo pobre sendo removidos na base da pancada para a construção de uma usina hidrelétrica que é monstro tratado como solução,mas  injustificável sob o ponto de vista técnico, já que não gerará energia que pague o tamanho da destruição, e que é na verdade o faz um gigantesco crime ambiental.

É por estes motivos, entre tantos outros, que é necessário um amplo movimento de pressão para mudanças nas leis que permitam uma verdadeira democratização dos meios de comunicação. São necessárias ações nas ruas, jornais e rádios comprometidos com a causa da democracia irrestrita para que se derrube o poder quase que absoluto dos donos dos meios de comunicação e que se permita a ampliação do acesso à informação. Precisamos de passeatas, de convencimento da população para pressionarmos os deputados e governantes e os obriguemos a mudar a lei para termos uma comunicação democrática e banir o racismo, a homofobia, o machismo, a misoginia, a exploração dos trabalhadores e a destruição do meio ambiente , para que não permaneçam jogadas de lado e em uma batalha inglória para serem vistas pela população não como mania de radicais enlouquecidos, mas demandas necessárias  para que os direitos da pessoa humana sejam amplamente respeitados até para a sobrevivência das pessoas.Precisamos lutar por novas leis de comunicação que rompam com os monopólios e permitam que a população construa seus próprios meios de comunicação, rádios, Tvs e jornais, sem que a Politica Federal e Anatel os persiga e sem que a máquina doa grandes meios os silencie.

A democratização das comunicações não é excentricidade, não é uma bandeiras dos "anti-Globo" e de mau humorados, é uma necessidade para que o povo não seja pra sempre vitima de ações truculentas como as que remove sem respeito nenhum aos direitos humanos as populações das favelas para a construção de condomínios de classe média e além disso tenha seu drama ocultado por empresas que vendem cidades e até um país que parece de novela, mas tem o dia a dia de filme de terror, ao menos pros mais pobres e que enquanto a concentração da comunicação permanecer nas mãos de poucas famílias aliadas daqueles que concentram o poder e dirigem os esforços do estado para aumentar sua riqueza vai ter muitas sequencias com imensos danos no dia a dia do povo.


quinta-feira, 2 de junho de 2011

PSOL: Necessário! Porque não imprescindível?

O PSOL se auto-proclama "Um Partido Necessário" e concordo plenamente com isso, inclusive por ser filiado ao mesmo, e entendo-o como a  grande alternativa para uma esquerda que sofre com uma das maiores crises de sua História, comparável inclusive com a  crise que lhe abateu antes e durante a ditadura militar  que veio a destroçar suas lideranças e base.

O papel que o PSOL desempenha e deve desempenhar é a tábua de salvação para um conjunto de bandeiras e práticas que são precisas para a necessidade do país superar um período histórico assustador, que vê o crescimento do conservadorismo e  do reacionarismo a ponto de voltarmos a ter manifestações neo-fascistas não só nos guetos dos grupelhos, mas no parlamento, onde deputados perdem inclsuive o decoro ao assumir práticas e idéias que só faltam usar camisas verdes ou pretas.

Os Parlamentares do PSOL asseguram o lugar de  melhores mandatos a serviço do país, seus estados e cidades, com orgulho, são os melhores quadros a atuar na Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativa, Senado e Câmaras de Vereadores. A militancia do PSOL na rede e na rua vai à luta e faz seu papel.

O que falta então pro PSOL meter bronca e sair da sombra de "Dissidentes do PT"? Pra muitos a resposta fácil seria: "Atacar de forma mais veemente o governo" , "Fazer discurso revolucionário",etc. Apesar de achar que falta mais veemencia nos ataques e mais socialismo no discurso,isso é perfumaria diante da necessidade concreta de existir um.. Partido.

Como assim falta existir um Partido? Isso, falta existir um partido! A distancia entre a cúpula e a base do PSOL tem o mesmo tamanho de duzentas voltas a Betlegeuse, do Grande Ford Prefect de Guia do Mochileiro das Galáxias. O mais complicado é que esta distancia é menos de afinidade política minima do que de uma coisa mais simples: Instancias de debate e interação.

É mais fácil dialogar com um parlamentar diretamente do que via um núcleo, considerando que estes ainda existam, dada a pouca quantidade de núcleos em funcionamento. Tenho contato com gente de núcleos e setoriais e se existe um papo entre a cúpula e estes núcleos é de forma informal e em geral por contato via redes sociais ou pela vida cotidiana.

Tenho mais facilidade de contato com os Deputados Jean Willys e Chico Alencar via twitter do que via plenárias de mandatos, o mesmo com o grande Milton Temer. Claro que é legal essa interatividade, essa política 2.0, mas sem a política 1.0 a 2.0 é apenas uma interação de mandato com eleitor, e não de dois filiados com papéis a serem executados no dia a dia partidário e na interlocução das lutas cotidianas com os mandatos.

Não há aqui nem sombra da intenção de culpar os parlamentares ou figuras públicas, mas é uma cobrança sim de que existam meios de criar neste partido um Partido de verdade e não uma legenda com grandes mandatos. Precisamos de seminários, de insuflar os núcleos a existirem e consturir mutuamente um partido atuante, em contato pleno com as lutas, com a militancia,com a produção intelectual do partido, com a vida enfim.

O PSOL tem tudo para ocupar a vaga deixada pelo PT na esquerda, falta a ele existir plenamente, indo além do imaginário que o mandato cria para as classe médias informadas e penetrando nas lutas diárias, em todas as classes, e em si mesmo, se conhecendo e interagindo mutuamente para além das lutas entre correntes, cúpulas e campos.

O PSOL é um partido necessário, mas é necessário ser um partido inteiro para além de necessário se tornar imprecindível.

PS: Quando menciono ocupação de espaço deixado pelo PT não tenha a intenção de propor que o PSOL use o PT como modelo ou siga seu caminho, mas que ocupe o espaço político deixado vago na esquerda, a seu próprio modo e estilo, preservando a idéia de novo, buscando novas relações e formas de fazer política, especialmetne baseando-se nas novas formas de política que nascem da horizontalidade da Internet, por exemplo, da busca de um socialismo com liberdade. A idéia não é propor a repetição do PT, mas o avanço com relação ao PT buscando ser opção pra quem ainda luta pelas bandeiras abandonadas pelo Partido dos Trabalhadores, mas buscando mais a horizontalidade da Comuna de Paris e menos a formatação dos PCs e do novo Stalinismo Petista. A ocupação do espaço é no sentido de estar no lugar deixado vago pelo PT, não necesaiamente da mesma forma com que o espaço foi ocupado antes.

PSdoB: Betelgeuse é o planeta de Ford Prefect Pesonagem do Livro Guia do Mochileiro das Galáxias, ótimo livro de ficção científica bem humorado, leiam!.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Se você quer sorrir é com Patati ou Pensar dói?

O mundo político é por vezes um mundo estranho onde fórmulas consagradas são expostas sem nenhuma vergonha e na frente de todo mundo. E não só na luta entre esquerda e direita, mas também na fofa luta interna da esquerda, e desconfio que mais neste campo.

Nesta eterna batalha pela sobreposição de idéias, ou conquista de consciências, se lê cada besteira que eu vou te contar. As platitudes do FEBEAPÁ da luta política já chamaram a dialética do materialismo histórico de platonismo de esquerda, criaram a categoria do Lulopetismo e não conseguem enxergar conservadorismo na esquerda e libertarianismo na direita.

No mundo binário do dia a dia o mais importante é rosnar grosso, não refletir. Do alto da minha chatice intelectual, talvez arrogantemente inflada,  não consigo entender o uso de categorias como capitalismo burocrático de estado para descrever o Governo Lula e repetição ad eternum de argumentos para ignorar a existência de paradoxos e contradições no interior de cada escola ideológica ou campo político.

Criam-se mundos fantásticos onde qualquer argumento vale, mesmo que não sirva pra limpar o fiofó em momento de ausência de papel higiênico.

Respeito com louvor as oposições de esquerda e direita que pensam, mas não posso entender concordancia pela esquerda com FHC e nem argumentos que trazem uma categoria de explicação da URSS para caracterização do governo Lula, da mesma forma não posso ignorar uma esquerda homofóbica e liberais libertários, mesmo me opondo a eles no que tange à defesa de modos de produção, sistemas, antípodas.

Outro elemento é que a crítica, se não for fofinha, é ofensa. Então a gente pode perder nosso maravilhoso tempo escrevendo diversas explicações, lendo pras pessoas coisas que ampliem o julgamento do mundo, esse serzinho nada simples, mas quando bate de frente coma pedra que nego confunde com convicção, mas é apenas dogma, danou-se.  Então se repetirmos o que escrevemos mil vezes, segundo a lei de Mula, isso vira verdade. Na esquerda essa repetição como forma de convencimento, que sempre me pareceu um contágio de métodos de escolas católicas para a esquerda, é a tônica, e negozinho cria mundos fantásticos de purezas de sua própria ideologia e demonios incansáveis e intangíveis pro lado adversário. Nem sempre isso ocorre apenas no embate esquerda x direita, mas muito no interior da esquerda. É por isso que nego é incapaz de entender alianças pontuais com liberais na defesa de bandeiras radicais em comum, como leis anti-homofobia, legalização do aborto, cotas,etc. Da mesma forma é dai que vem a incapacidade do entendimento de tensionamentos à esquerda de governos que assim se assumem.

Então a mesma ladainha que cria liberais automaticamente conservadores e se escandalizam com a menção a marxistas homofóbicos, cria os "Quinta-coluna da burguesia", termo inicialmente cunhado por Stalinistas contra Trotkistas na época da Guerra Fria, para todo os que de alguma forma criticam o Governo de Esquerda, ou dito de esquerda, de plantão. Nessa toada se abraçam também os conservadorismos da sociedade que fazem um coquetel perigoso com marxismos de galinheiro. Então vemos Marxistas homofóbicos e machistas, aliados a gente que não aceita essa existência dada a pureza do marxismo como curativo panacéico de tudo. Pra grande parte da esquerda o marxista é um salvo, e nesta emulação do evangelismo fundamentalista se torna um herói que as massas desconhecem até o advento da iluminação de suas consciências pelo Das Capital mal lido de plantão.

E aí de tu se citar Aliança pontual com liberais! Como negozinho só entende ação política em eleição, seja de sindicato, síndico, CAs ou majoritária de presidente, prefeito ou prefeito, a palavra aliança é automaticamente entendida como aliança partidária. Da mesma forma ação política só é entendida como partidária, se não tiver partido tá maluca. Deviam avisar isso pros anarquistas. Pra rapaziada entender que aliança pontual pode ser em passeata, em parlamento, e apenas na defesa de bandeiras comuns e que permanecem radicais, e até revolucionárias, como leis anti-homofobia e legalização do aborto, tem de desenhar em power point e chamar o Patati Patatá pra explicar de forma lenta.

 E falar de tolerância religiosa? Aí, nego preto, a coisa desanda na maionese, e o cara canhoto chama pro pau e o cacete!  Por que? porque no real da esquerda o barato é ser ateu e se for religioso é marxista meia boc,a se for marxista meia boca é capaz de ser fundamentalista e sendo fundamentalista vais bater em homossexual, sacou? Não? Existe procê Religioso marxista como Frei Betto e Leonardo Boff? Existe procê intolerância atéia e tolerância católica,umbandista, judaica ou muçulmana? Cara, fala baixo, nego não vai entender e vai te chamar de defensor de Malafaias. Aí o ateu de esquerda vira uma espécie da Malafaia com sinal trocado, porque não pode ser evangélico e progressista ou católico e progressista, sacou? A Teologia da Libertação e o Movimento Evangélico Progressista são ilusões idióticas suas. Vai na mesma linha da inexistência de marxista conservador e de liberal libertário, se tentar convencer leve o Patati Patatá.

 Mas o que esperar de uma esquerda que fala da classe e conscientização ignorando até Marx na defesa de que a consciência de classe vem do processo de lutas e de percepção de objetivos comuns? Ela entenderia a sutileza Thompsoniana da classe não como categoria estanque, mas como fenómeno histórico, ou seja, elemento dinâmico que precisa de contextualização constante? Nem fodendo, camarada.

 Parte disso tudo, tanto na direita quanto na esquerda, é uma deficiência de formação mínima que dói. A incapacidade de olhar o mundo de forma ampla, que delineie problemas que a teoria ou não alcança ou a abordagem omite, é fruto de uma incapacidade de entender variações do real que vão para além do conhecimento teórico-científico. Além disso impressiona a necessidade de regras rígidas e imutáveis de construção de realidade política e a ausência de simancol no uso de categorias criadas para descrever cachorro como ferramenta de descrição de papagaios.

Por isso os Tucanos definem os governos petistas como "Capitalismo Burocrático de Estado Lulopetista".  Aí eles misturam O Capitalismo Burocrático de Estado que alguns téoricos marxistas definiam a URSS com Lulopetismo, uma espécie de chavismo com uma menção à "República Sindicalista" da UDN em 1964. Não é porque sou oposição de esquerda ao governo que vou ter de engolir esse samba do crioulo doido teórico, mal feito, mal escrito, mal lido e com um leve teor Reinaldo Azevedo.

O primeiro erro é definir como uma máquina estatal proprietária de bens de produção um governo de fomento de linha muito mais próxima do Keynesianismo clássico do que do Socialismo Stalinista, ou Socialismo Realmente existente. Confundir o Estatismo Socialista com o fomento via BNDES, com quase nenhuma aquisição pelo estado de empresas e bens de produção, é dose. É até ofensivo intelectualmente. Sem contar que a conduçao da economia fez concessões a um intervencionismo levemente Keynesiano, mas mantendo o esqueleto criado pelo neo-liberalismo tucano, algo que até fator foi de eleição de Lula em 2002 via "Carta ao Povo Brasileiro".Outro erro é o tal do Lulopetismo, um treco mal definido como se fosse uma espécie de neo-populismo, uma categoria que consegue definir no mesmo barco coisas díspares como Chavez, Getúlio, Lula e Perón. O tal do Lulopetismo repete patacoadas como "República Sindicalista", "Aparelhamento do Estado", "Política Assistencialista" e mistura cu com bunda sem maior sintonia fina da realidade com o escrito. A idéia da república sindicalista, da ocupação de postos chaves por sindicalistas ou é burra ou desonesta, porque é óbvio que um partido que nasce de sindicatos e movimentos sociais, em que seus quadros são em geral vindos do mundo do trabalho e da base social, ocuparia cargos importantes com pessoas de sua base, ou não? Além disso, essa classificação é desonesta, porque me obriga a perguntar porque vossas senhorias fofas geniais não se chamaram de "República Bancária", "República da oligarquia" ou "República dos Bacharéis" quando controlavam a máquina pública com um arco de alianças pouco diferente do governo atual e ocupação de cargos chave por gente da cúpula do mercado financeiro, do mercado imobiliário, do mercado de comunicação,etc? Então quando o PT assume o governo e nomeia os seus é "Aparelhamento do estado" e "República sindicalista", quando o PSDEMB/PPS assume é "Ministério de Notáveis"? Tá bão!

A tal "política assistencialista" é fofa, dado que ignora as contrapartidas da manutenção de crianças na escola, do aquecimento da economia, do microcrédito e abertura de empresas familiares,etc. Só com a história dos Mototaxi dava pra chamar a classificação dos Bolsa de "Política assistencialista" de sacanagem, limitação teórica, ou desconhecimento da realidade, ou tudo junto. E pior é que tem gente boa da esquerda que cai nessa.

 Então o papo na política ou é lidar com desonestidade intelectual, categorias de quinta de uma direita que já foi melhor ou com dogmas burros e "fantásticos mundos de bob"  de uma esquerda que fora da dualidade não enxerga patavinas diante do nariz.   No combate com a direita talvez a fragilidade seja boa, mas do lado da esquerda este binarismo cego e burro não ajuda a ninguém, dado que ele é também partidário do congelamento de uma classe operária no século XIX, e de uma conscientização mais parecida com catequese e jamais com convencimento.

Enquanto isso o mundo dos Bolsonaros recebem apoio diário, e ao contrário da direita  Tucana e dos liberais, aceitos no mundo fascistas com uma certa tolerância, o "Fantástico Mundo de Bob" da Esquerda precisa ir mais longe e convencer um povo inteiro de que suas bandeiras não são uma mistura mecanica de dogmas com marxismo vulgar e sim propostas políticas transformadoras. Mas pra isso tem de pensar, e parece que isso dói.