quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr,Humor, RIP

Millôr Fernandes tinha lá seus defeitos, dizem.

Algumas vezes exalava um elitismo atroz, outras vezes exalava o domínio da nobre arte, só que sem luvas ou punhos. Em tempos de Rafinhas e Gentillis talvez seja difícil compreender aquele humor que ele, Eliachar, Stanislaw, faziam e que Veríssimo ainda faz. Talvez sua morte seja inclusive mais uma tirada ácida a respeito de como se pode declarar-se anacrônico diante da marcha da estupidez com diploma.

Talvez Millôr tenha dito "Fui!", como um Groucho trazendo à boca um charuto em busca da Criança de Seis anos.

É sintomática a morte de Millôr em tempos de humoristas com nível superior e curso de inglês grotescamente soltando "tiradas de humor" repisando velhos preconceitos que mestres sem diploma habilmente desdcartavam ao fazer cócegas em nossas inteligências.

Millôr foi. Sei lá se cansou ou não, mas foi. Agora já era, Murphy finalmente levou a cabo sua última piada ao finalmente nos dar conta que o que pode dar errado fatalmente dará.

Hoje é dia de nos debruçarmos na Bíblia do Caos e buscarmos o Salmo que resolve todos os problemas, e ao não achá-lo levantarmos as mãos pro céu e de alguma forma não dizer "puta que pariu", por sua deselegância.

Millôr foi, eu não, antes ele do que eu, mas bem que podia ser gente mais nova.

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