A Vila Harmonia amanheceu cercada de caminhões de mudanças, retroescavadeiras e os asquerosos funcionários da Prefeitura do Rio, sob o comando da tríade neofascista Eduardo Paes-Luiz Guaraná-Jorge Bittar. Após algumas semanas de reassentamentos negociados nas comunidades do Campinho e do Metrô/Mangueira, a Prefeitura acionou todo seu lobby nefasto junto ao Tribunal de Justiça do Rio.
Os monstros da Subprefeitura da Barra da Tijuca chegaram como sempre, com seu aparato de arrogância e seus capangas da Guarda Municipal, e deram logo início às diversas ameaças de que não deixariam pedra sobre pedra, derrubarão as casas com gente dentro, se for necessário. Eles aguardam apenas as "ordens superiores" que trabalham sem tréguas para derrubar a liminar que protege as famílias resistentes.
Os Desembargadores parecem inebriados por algum canto maldito do Prefeito e de suas reuniões com o Presidente do TJ. Nenhum dos argumentos dos defesnsores públicos é ouvido, nenhuma outra possibilidade de negociação é oferecida. A comunidade Vila Harmonia abriga famílias que residem há mais de cem anos na região do Recreio dos Bandeirantes. Chegaram lá, provavelmente como sobreviventes de famílias escravas, ainda no início do século XX e possuem documentação que comprova isso.
Na mesma comunidade, dois terreiros de Candomblé foram marcados para remoção sumária, sem sequer ser oferecida qualquer indenização sobre as benfeitorias e muito menos o respeito à terra sagrada e às relíquias espirituais ali enterradas.
A Vila Harmonia é ameaçada pelo Corredor Transoeste, uma obra rodoviária de mais de 50Km de extensão que visa conectar a Barra da Tijuca até Santa Cruz, passando pelo Recreio dos Bandeirantes e Guaratiba. A obra, orçada em cerca de R$1,2 bilhão, teve seu Eia/Rima executado em 1999 e, apesar do engavetamento do projeto por mais de 10 anos, o INEA concedeu nova licença de instalação em 2010, sem qualquer complementação ou análise do novo projeto básico ou do traçado extendido. Trata-se de um flagrante crime ambiental e contra os direitos humanos, à liberdade de culto e à dignidade das famílias ali residentes.
Urge uma rápida mobilização em apoio à Vila Harmonia! Urge uma sensibilização aos Desembargadores do TJRJ para que, pelo menos, o princípio da razoabilidade do processo administrativo seja respeitado. Urge uma ação direta contra o fascista psicopata do Prefeito Eduardo Paes que não respeita os mínimos princípios da administração pública e da urbanidade no trato com o diferente e com o cidadão mais pobre!
Que esta mensagem chegue ao Ministério das Cidades e às entidades de mediação de conflitos urbanos! Que esta mensagem sensibilize o Governo Federal que é o grande financiador dos projetos megalomaníacos do prefeito psicopata!
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Jorge Borges
Geógrafo, Assessor Técnico
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