quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A austeridade do Mínimo e um mínimo de honestidade por favor!

 Na batalha das idéias sobre o aumento do salário mínimo e mudanças no governo, o discurso de acusações das várias partes é um festival de besteiras que assola o país, principalmente em se considerando mudanças e volatilidades políticas que cadeiras estofadas causam.

 A defesa da gestão do estado sob o signo da austeridade esbarra muitas vezes na sanha em desqualificar a crítica, principalmente quando esta lembra a origem dos novos defensores da lógica do estado-empresa, e da gestão estatal como símbolo de uma responsabilidade desigual no que tange a interesses de mercado e da população. Tudo vira defesa do louco e bater bumbo para a direita, da mesma forma que a direita é elogiada ironicamente por muitos governistas por defender bandeiras de aumento, como se isso simbolizasse que todas as posturas do governo são de esquerda e baseadas em diretrizes de avanços reais. A austeridade é um dois principais interesses do mercado, porque garante a remuneração deste quando o pagamento dos juros da dívida é feito regularmente, mesmo que com isso várias políticas sejam abandonadas por cortes de custos e o Salário Mínimo tenha pouca valorização, devido á necessidade de manutenção de uma política de reserva de verba para pagamento de compromissos com o mercado financeiro. 

 A vinculação do aumento do mínimo com o aumento do PIB tinha o cavalo de tróía da aposta do aumento eterno do PIB e quando este não acontece a redução do aumento é tida como manutenção do acordo, mesmo que isso seja um álibi para um conceito depolítica, uma visão representada pelo Paloccismo que acha que avanças na recuperação do mínimo com aumentos superiores, mesmo quando o PIB não aumenta é uma política de estado de inclusão e melhoria, de aumento de justiça social. 

 O Valor definido é um sinal pro mercado: "Não vamos reduzir a grana docês". E isso vira "responsabilidade" pra gente que a meu lado anteriormente entendia que responsabilidade era, no mínimo, garantir isonomia no tratamento das classes, e isso no mais moderado membro. Hoje os moderados que ainda defende uma bandeira democrática e cidadã se sentem bolcheviques enlouquecidos diante de defensores fiéis e febris de políticas cada vez mais recuadas, medrosas e abraçadas no conceito de estado que combatíamos, combate que inclusive que o próprio governo Lula abraçava em parte, tornando-o diferente de uma versão vermelha do governo Tucano. Pra quem é mais radical e defende bandeiras mais avançadas, recuperação de um conceito de governo de esquerda, tensionamento à esquerda, o que ocorre é menos uma decepção e mais uma lembrança do poder da cooptação e da adesão cega a governos como meio de destruição de bases combativas.

 A mudança de política, postura e até de ideologia é um direito inalienável do ser humano, do militante, de partidos, a questão é a forma de assumir posturas e a honestidade delas. Ao desqualificar toda crítica como bater bumbo da direita, ao desqualificar quem defende aumentos maiores do mínimo, mesmo que pra quem é governista ocorra erros na defesa, ao desqualificar quem aponta problemas no governo, desde rumos nada transparentes até rompimentos na continuidade dcom relação ao governo anterior, o militnate governista que ainda se coloca como esquerda para de enxcegar a seu redor, de receber a crítica inclusive como ferramenta de transformação e mudança ou afirmação de princípios e passa a ser um membro do governo que ignora movimentos, ignora contribuições e transforma tudo a seu redor em uma arma, arma essa que a cada dia destrói pontes e até diminui a possibilidade de retornos a políticas que fazem parte da história, tanto do PT quanto de sua oposição de esquerda.

 Em termos mais "grossos", queimam-se pontes, barcos e larga-se a possibilidade de auxilio na busca de um governo real de esquerda. Quando tudo vira "Nós" ou "Eles", sendo que eles viram uma mistura de DEM com lutadores contra Belo Monte, o horizonte vira um turvo problema onde ao olhar demais pro voto, se perde o mundo, o eleitor deixa de ser povo, o resto é cada vez pior..

 A política do MINC pro ECAD, às mudanças na postura do Itamaraty, na manutenção do Jobim no governo, a questão do salário mínimo sendo colocada como exemplo da face austera do governo, tudo isso não parece indicar um caminho de avanços e continuidade do governo Lula, mas o pior dos cenários que já colocamos anteriormente. 
  A crítica, toda ela, é também um apontar de soluções, se vista e trabalhada pra isso, quando ela vira ameaça aos "votos" conquistados e a minoria é "patética", mas o PMDB não, então o trem tá feio. A honestidade manda pedir pra quem queimou a ponte que assuma o rumo que toma, e pare, por gentileza, de chamar quem ficou na margem esquerda, de amigo de quem hoje faz parte do governo que vocês defendem,.

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